Mensagem

"Não permita que aquilo que você chama de amor se transforme em obsessão.
Amor é liberdade.
Amor é vida.
Jamais prisão ou limitação."

Militão Pacheco

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Bom ou Mau




O Reino dos Céus é semelhante a uma rede, que foi lançada ao mar e apanhou coisas de todo gênero. Quando cheia, os homens puxaram-na à praia e, sentando-se, recolheram as coisas mais belas em vasos e deixaram fora as feias. Assim acontecerá também na consumação dos tempos: sairão os mensageiros e separarão os maus do meio dos justos, lançando-os à fornalha de fogo; aí haverá choro e ranger de dentes.

À luz da sabedoria da parábola, haverá uma separação final entre os maus e os justos. É o que se depreende desta parábola, bem como daquela do joio no meio do trigo e de outros textos do Evangelho. Durante todo o período evolutivo aqui na terra, e provavelmente alhures, há uma inextricável promiscuidade entre bons e maus.

Mas, afinal de contas, quem é bom e quem é mau?

Se não houvesse uma diferença radical entre eles, não poderia haver vida eterna para uns e morte eterna para outros, como o Evangelho afirma várias vezes.

Aqui na Terra, certos grupos espiritualistas declaram bons os que observam determinadas regras estabelecidas por estes grupos e consideram maus os que não as obedecem. Este critério, porém, é muito relativo e mutável, não podendo afetar o destino definitivo do ser humano.

Outros consideram bons os que fazem bem aos seus semelhantes e maus os demais. Nem este critério atinge o íntimo do ser humano. Podemos fazer o bem aos outros sem sermos bons nós mesmos.

Podemos até fazer o bem por vaidade, ostentação, egoísmo e outros motivos alheios ao verdadeiro ser - bom.

Muitos são beneficentes, não pelos motivos negativos já colocados, mas por razões positivas e identificam o fazer - bem com o ser - bom.

No entanto, por mais estranho que pareça, simples atos ou fatos externos não representam necessariamente valores internos; são coisas em si neutras; nenhum ato ou fato é intrinsecamente bom ou mau.

O que lhes dá valor ou desvalia é uma atitude interna creada pelo livre-arbítrio do homem. É unicamente a realidade do Ser que determina o caráter do Agir, isto é, a qualidade real da atitude de quem a pratica.

É esta atitude interna do Ser que pode ser boa ou má. O agir, a atitude, é uma expressão da pessoa.

O Ser é do Eu central, o Agir é do Eu periférico, quer dizer, é a expressão de seu pensamento e da sua forma real de ser.

Nesse sentido, dizia Jesus: “A árvore boa produz bons frutos, a árvore má produz maus frutos e é pelos frutos que se reconhece a árvore.”

O homem bom é aquele que tem experiência na Infinita Realidade, que vive e age em perfeita harmonia com essa consciência divina; o Ser que age eticamente em conseqüência de sua experiência na Vida.

O homem pode e precisa se tornar internamente bom; é esta a sua razão de ser aqui na Terra e, externando o que tenha adquirido dentro de si, precisa fazer o bem para os demais seres com os quais convivem.



Ângelo Lúcio

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