Mensagem

"Não permita que aquilo que você chama de amor se transforme em obsessão.
Amor é liberdade.
Amor é vida.
Jamais prisão ou limitação."

Militão Pacheco

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Obsessão e Loucura




Uma interessante matéria publicada por Allan Kardec na Revista Espírita (1) utiliza a expressão loucura obsessional. O texto, que recomendamos aos leitores, é um estudo sobre os Possessos de Morzine, uma localidade em determinada região francesa, alvo de carta endereçada ao Codificador pelo capitão B. (membro da Sociedade Espírita de Paris e naquele momento radicado na cidade de Anecy). Allan Kardec publicou a carta na edição de abril (2), seguida de instruções dos espíritos Georges e Erasto e ainda acrescentou lúcido comentário sobre a questão. Depois na edição de dezembro (3) voltou ao assunto, desdobrando-o em bem argumentada análise.

Trata-se de uma obsessão coletiva que atingiu toda uma coletividade e Kardec usa nas duas edições referidas toda a lógica da Doutrina Espírita para explicar a questão da natureza dos espíritos e sua permanente influência junto à humanidade através do perispírito e da mediunidade. Porém, abre importante caminho no entendimento da enfermidade classificada como loucura e acrescenta que “(...) Ao lado de todas as variedades de loucura patológica, convém, pois, acrescentar a loucura obsessional (...)” E acrescenta: “Mas como poderá um médico materialista estabelecer essa diferença ou, mesmo admiti-la? (...)” (1).

A questão suscita observações interessantes sobre a saúde mental. Ocorre que é grande o número de pessoas consideradas como lesionadas no cérebro e portanto internadas em hospitais psiquiátricos ou em tratamento mental ou psicológico, quando na verdade estão apenas sob forte influência de espíritos que agem ainda com ódio premeditado ou mesmo atuam inconscientemente. Claro que há, e isto ninguém contesta, os que podem ser considerados vítimas de lesões cerebrais irreversíveis com indicações claras de tratamentos ou internações inadiáveis. Mas, a influência perniciosa de um espírito desequilibrado e “que não passou de acidental, por vezes toma um caráter de permanência quando o Espírito é mau, porque para ele o indivíduo se torna verdadeira vítima, à qual ele pode dar a aparência de verdadeira loucura. Dizemos aparência, porque a loucura propriamente dita sempre resulta de uma alteração dos órgãos cerebrais (...) Não há, pois, loucura real, mas aparente, contra a qual os remédios da terapêutica são inoperantes, como o prova a experiência (...)” (1), conforme acentua o Codificador.

Como sabem os estudiosos da Doutrina Espírita, a obsessão é capítulo importante no relacionamento entre encarnados e desencarnados, tendo inclusive merecido capítulo específico em O Livro dos Médiuns (4) e como destacado pelo próprio Codificador o desafio está em enfrentar esta loucura aparente – pois não há lesões cerebrais –, causada pela presença e influência de espíritos maus e perversos, que constrange e/ou paralisa a vontade e a razão de sua vítima, fazendo-a pensar, falar e agir por ele, levando-a a atos e posturas extravagantes ou ridículas. Considere-se que estamos num planeta ainda dominado pelo egoísmo, onde a maioria das criaturas que o habitam – estejam encarnados ou desencarnados – estão envolvidas com interesses mesquinhos e sem finalidades educativas ou de aperfeiçoamento. E fica fácil, então, imaginar o mundo invisível formando inumerável população que forma a atmosfera moral do planeta, caracterizado pela inferioridade das lutas mundanas e dos interesses que o egoísmo, a vaidade, o orgulho ou a inveja podem criar. Para resistir a tudo isso, usando palavras do próprio Kardec, “são necessários temperamentos morais dotados de grande vigor”.(5)

E é interessante notar que, conforme ponderações do próprio Kardec (6), “(...) a ignorância, a fraqueza das faculdades, a falta de cultura intelectual” oferecem mais condições de assédio aos espíritos imperfeitos que tentam e muitas vezes conseguem dominar as criaturas humanas através do real fenômeno da obsessão, tantas vezes confundido como loucura ou lesões no cérebro.Diante desse quadro todo, percebe-se claramente a importância do estudo e da divulgação espírita perante todas as classes de indivíduos do planeta. Nesta área da saúde, o Espiritismo vem esclarecer a obscura questão das doenças mentais, apresentando uma causa que não era considerada e constitui perigo real evidente, provado pela experiência e pela observação: o da obsessão ou influência dos espíritos sobre os seres humanos.


(1) Dezembro de 1862, páginas 360, edição EDICEL, tradução de Júlio Abreu Filho.

(2) Abril de 1862, páginas 107/108, edição EDICEL, tradução de Júlio Abreu Filho.

(3) Dezembro de 1862, páginas 360 a 365, edição EDICEL, tradução de Júlio Abreu Filho.

(4) Capítulo XXIII.

(5) página 356 da edição de Dezembro de 1862 da Revista Espírita, edição EDICEL, tradução de Júlio Abreu Filho.

(6) Abril de 1862 da Revista Espírita, página 111, edição EDICEL, tradução de Júlio Abreu Filho.

Maternidade




Joanna de Ângelis, mentora do autor e orador espírita Divaldo Franco, tem nos alertado sobre as possibilidades trazidas pela prática do amor. De fato, o amor traz perspectivas que vão além das nossas possibilidades de entendimento, este é capaz de trazer ao equilíbrio consciencial um ser alvejado pela culpa extrema, como Judas. O amor reconstrói um passado de erros, mesmo os cometidos em nome de Deus, prejudicando e aniquilando muitos; vide João Batista, trazendo à tona os erros da reencarnação, como Elias.

O amor é ainda capaz de conduzir os mais cruéis tiranos a condição de santos respeitáveis, tal como o caso trazido pelo espírito Humberto de Campos, informando-nos de que Herodes, o Grande, o tirano capaz do infanticídio por conta do apego ao poder, tombou perante as força do amor, habitando, mais tarde, o corpo de São Vicente de Paula. O amor cedo ou tarde, torna-se irresistível.

Em exemplo mais próximo, o amor aplicado em forma de dedicação e conhecimentos diversos pelos trabalhadores da mediunidade, encarnados e desencarnados, é capaz de mudar caminhos, resolver querelas seculares, reconduzir almas perdidas nos eixos do ódio, dor, desespero e medo à retomada do caminho espiritual. É o amor na assistência dos diversos filhos pródigos.

Entretanto, a citada mentora, nos informa que ainda não conseguimos colocar o sentimento por excelência em patamar único; ainda precisamos criar as subdivisões do amor. Por isso criamos, por exemplo, o amor fraternal, paternal, o amor esponsalício etc. Ainda não atingirmos a maturidade do amor uníssono. Esta ainda é a nossa condição. Entretanto, dentre os “amores” existentes na Terra, Joanna é categórica ao destacar o amor de mãe como o mais sublime.

Considerando as palavras da mentora, talvez o “milagre” da maternidade não seja apenas aquele que conduz o filho à vida corpórea. O amor mencionado, se bem aplicado, certamente será o amparo na operação de outros “milagres” morais.

Os exemplos são fartos; retornando aos casos de relato mediúnico, são incontáveis os casos nos quais filhos, teimosos e renitentes no mal, agarram-se à oportunidade apresentada após caírem nos braços da genitora. Por essa intensidade energética do mais puro sentimento é que o aborto doloso, no qual a matriz não encontra-se em perigo de vida, se torna atitude tão repudiada, sendo tratado como infanticídio confesso. Na minha opinião, os espíritos que experimentaram o ato abortivo constituem os atendimentos mediúnicos de natureza mais difícil. Certa feita, um espírito que transitava entre o desespero e a decepção relatou, através da fala do médium:

- Eu só queria nascer... Não cobrava-lhe o amor nem o desvelo, mas precisava nascer, pois tenho os meus débitos a ressarcir.

Naturalmente que a espiritualidade encaminharia o irmão a breve e nova experiência. Algumas mães, exceções, ao meu modo de ver, não desenvolveram, ainda, a capacidade de amar. Contudo, segue o exemplo para reflexão acerca do ato abortivo doloso e do valor de cada dia de vida.

Porém existe o outro lado da moeda. Determinada noite de trabalho, um espírito, desencarnado aos 2 dias de vida, deu um emocionado depoimento. Este havera sido vitimado por uma anencefalia. Apenas para entendermos melhor o caso, a lei de causa e efeito conecta a maioria dos casos de anencefalia ao mal uso da inteligência, bem como ao suicídio:

- Vim dos mais profundos abismos, vivi sob atmosferas infernais por longos períodos, corroído pelo fogo do ódio e desfigurado pela sede de vingança. Afogado em pensamento de destruição e revolta. Certo dia, quando as chamas dos meus pensamentos mais hediondos me tomavam os objetivos, senti leve torpor, atirando-me ao sono, algo que me parecia impossível.

Continua após breve pausa:

- Vi-me em verdadeiro ato de “operação”, se assim posso descrever, meu corpo estava imantando-se, conectando-se a de jovem senhora, que reconheci como minha futura mãe. O conhecimento da reencarnação compulsória encheu-me de mais ódio, levando-me ao torpor e ao sono irresistível.

Tinha lapsos de lucidez, o ódio ainda corroía-me os poros no corpo em desenvolvimento; entretanto força adversa se apresentava: era o amor de minha mãe. A jovem senhora trazia para mim grandes espectativas amorosas, “jorrando” o mais tenro sentimento. Percebi, então, o meu corpo espiritual totalmente desfigurado, resultado da minha inobservância e revolta.

O relato continua, revelando a inteligência da providencia divina e a lei de amor que rege o universo.

- Após certo tempo de gestação, a jovem senhora pela qual já nutria simpatia, sem, contudo, esquecer de meus objetivos odiosos, recebeu a notícia da minha impossibilidade de viver, devido ao diagnóstico de uma anencefalia, tendo o médico, prontificado-se a praticar o aborto, se a mesma concordasse, pois não valeria a pena carregar no ventre, por meses, um filho que viveria horas. A revolta tomava, novamente, as entranhas do meu ser, blasfemei como nunca, debatia-me com todas as forças. Imaginava ser a crueldade divina a tomar-me mais uma vez algo que passara a amar. Como resultado da minha revolta, fui novamente adormecido. Acordei tempos depois, para a minha surpresa, mais conectado do que nunca a minha futura mãezinha. A mesma havia decidido por não abortar-me, seguindo com a gestação até o final, com o intuito de viver comigo as poucas horas de vida, de guardar a lembrança do beijo e do abraço. Era o que eu necessitava! O ódio converteu-se em arrependimento e desejo de retomada do meu caminho, pelo puro e simples gesto do amor materno. Hoje sei que devido ao estado do meu corpo espiritual não teria condições de reencarnar sem a fase intermediária de uma gestação sem sucesso; meus erros me conduziram a tal cenário. Entretanto não foi o choque anímico o resultante principal da minha retomada na seara do Cristo, e sim o sentimento do amor de mãe.

O emocionante relato nos traz o “milagre” do amor, através da maternidade, possibilitando a retomada de um irmão em dificuldade pungente.

Infelizmente, os grandes exemplos de amor, em especial o materno, se apresentam diante do sofrimento. Maria foi o grande exemplo a traduzir as dificuldades em fé e trabalho, apesar da dor acerba de ver o filho amado sofrer a crueldade extrema, vítima da violência humana.

Quantas hoje, não dividem tal lancinante dor ao ver o filho no calvário das drogas? Entretanto, apesar do sofrimento, não descansam e muito menos desistem da difícil empreitada libertadora. A missão é difícil se analisarmos o ponto de vista espiritual, pois os processos obsessivos decorrentes da viciação são ferrenhos; além disso a vontade do usuário em livrar-se do infeliz vício é fundamental. Contudo, se o objetivo não alcançar-lhe as fibras do espírito enquanto encarnado, certamente o fará no plano espiritual, onde cedo ou tarde, o arrependimento nos alcança, por vezes, nos braços maternos.

Retornemos ao exemplo de Maria, a qual igualmente experimentou a dor de perder um filho. A solidão que aperta o coração, os dias que não passam, a vida vazia e sem cores. A essas mães, alcançadas pela dura provação da separação precoce dos rebentos, por mais difícil que seja, devem encontrar o refúgio das dores no exemplo de Maria, ao fazer-se mãe de muitos outros. A humanidade necessita de muitas mães. Não falo propriamente da adoção, apesar de ser nobre ação, porém o amor farto e sufocado no coração materno precisa ser canalizado; para isso existem as obras assistenciais onde trafegam crianças nas mais tenras idades e ávidas por instantes de atenção e amor, carentes de uma singela história. O amor precisa ser posto em prática, multiplicado. Não faltam dores e lágrimas neste mundo e, certamente, a ação da caridade trará o alívio, apesar do profundo sofrimento da perda do filho, pois a prática do amor sempre asserena o coração.

Muitos seriam os relatos, físicos e mediúnicos, onde a presença materna resgata do mais profundo fosso das dificuldades humanas, irmãos atascados nos piores valores morais, chafurdados na viciação. Muitos chamam tal tarefa de “milagre”; Joanna de Ângelis chama apenas de amor, o mais sublime, puro e abundante amor que se tem presente na humanidade: o amor de mãe.

domingo, 29 de abril de 2012

Para despertar...




“Segue-me e deixa aos mortos o cuidado de enterrar os seus mortos.” – Jesus. (Mateus, 8:22.)

Quanta gente realmente "morta" pelas vidas, esquecidas ou sem conhecimento de que precisam trabalhar para evoluir!

Nada a ver com os mortos do corpo, mas aqueles que, à semelhança de sonâmbulos, fazem da vida uma rotina de necessidades de prazeres, apenas e tão somente.

Comer, beber, dormir, assistir programas, filmes, ir a festas, fazer sexo sem qualquer compromisso, por conta de precisarem "satisfazer suas necessidades".

Esses cuidam de si mesmos, satisfazendo uns aos outros.

Os seguidores do Cristo procuram gerar consciência de que precisam amparar ao necessitados, trabalhando incansavelmente.

Pensam em si mesmos, para sua manutenção fundamental.

Não abrem mão de conforto, mas sem deixar de pensar em aliviar e direcionar todo irmão que possa auxiliar.

Não descuidam da vida e das necessidades como qualquer pessoa, afinal, são "o homem no mundo"!

Mas têm sempre consigo o ideal de entender e praticar os ensinamentos de Jesus.



Militão Pacheco

sábado, 28 de abril de 2012

Informações Básicas




- O que é o Espiritismo?

É o conjunto de princípios e leis, revelados pelos Espíritos Superiores, contidos nas obras de Allan Kardec que constituem a Codificação Espírita: O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e A Gênese. “O Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal.” Allan Kardec (O que é o Espiritismo – Preâmbulo) “O Espiritismo realiza o que Jesus disse do Consolador prometido: conhecimento das coisas, fazendo que o homem saiba donde vem, para onde vai e por que está na Terra; atrai para os verdadeiros princípios da lei de Deus e consola pela fé e pela esperança.” Allan Kardec (O Evangelho segundo o Espiritismo – cap. VI – 4)

- O que é mediunidade?

A mediunidade, que permite a comunicação dos Espíritos com os homens, é uma faculdade que muitas pessoas trazem consigo ao nascer, independentemente da religião ou da diretriz doutrinária de vida que adotem. Mas atenção: prática mediúnica espírita só é aquela que é exercida com base nos princípios da Doutrina Espírita e dentro da moral cristã. Portanto, em hipótese alguma o médium poderá cobrar dinheiro, exigir ou aceitar qualquer forma de recompensa (presentes, dádivas, agrados, etc.) por suas atividades mediúnicas.

- O Espiritismo é considerada uma Religião?

Sim, mas além dessa face, acrescentam-se: Filosofia e Ciência.

- O que o Espiritismo informa sobre Jesus?

Jesus é o guia e modelo para toda a Humanidade. E a Doutrina que ensinou e exemplificou é a expressão mais pura da Lei de Deus. A moral do Cristo, contida no Evangelho, é o roteiro para a evolução segura de todos os homens, e a sua prática é a solução para todos os problemas humanos e o objetivo a ser atingido pela Humanidade.

- Quem foi Allan Kardec?

Foi o codificador do Espiritismo. Hippolyte Léon Denizard Rivail (Allan Kardec é pseudônimo) foi um pedagogo francês que reuniu os ensinos dos Espíritos Superiores, dando a essa nova Doutrina o nome de Espiritismo.

- Quantos adeptos do Espiritismo há no Brasil?

De acordo com o Censo 2000 (IBGE), há 2,3 milhões de espíritas no Brasil.

- Os Espíritos sabem todas as coisas?

Os Espíritos são as almas dos homens que já perderam o corpo físico. A exemplo do que observamos na Humanidade encarnada, o conhecimento que eles têm é correspondente ao seu grau de adiantamento moral e intelectual. A morte é uma passagem para a vida espiritual e não dá valores morais ou de inteligência a quem não os tem.

- Espiritismo é o mesmo que Umbanda ou Candomblé?

Não. O Espiritismo é uma doutrina que surgiu na França, em 1857. Seu fundador foi Allan Kardec. O Candomblé e a Umbanda são doutrinas espiritualistas de origem africana.

- Somente pelo Espiritismo se pode ter contato com os Espíritos?

Não. As relações dos Espíritos com os homens são constantes e sempre existiram. Os bons Espíritos nos atraem para o bem, sustentam-nos nas provas da vida e nos ajudam a suportá-las com coragem e resignação. Os imperfeitos nos induzem ao erro.

- O que é a prece, de acordo com o Espiritismo?

A prece é um ato de adoração a Deus. Está na lei natural e é o resultado de um sentimento inato no homem, assim como é inata a idéia da existência do Criador. A prece torna melhor o homem. Aquele que ora com fervor e confiança se faz mais forte contra as tentações do mal e Deus lhe envia bons Espíritos para assisti-lo. é este um socorro que jamais se lhe recusa, quando pedido com sinceridade.

- O Espiritismo revela algo novo?

Sim. O Espiritismo revela conceitos novos e mais aprofundados a respeito de Deus, do Universo, dos Homens, dos Espíritos e das Leis que regem a vida. Revela, ainda, o que somos, de onde viemos, para onde vamos, qual o objetivo da nossa existência e qual a razão da dor e do sofrimento.

- O Espiritismo é proselitista? Existem campanhas para que as pessoas se tornem Espíritas?

Não. O Espiritismo não impõe jamais os seus princípios. Convida os interessados em conhecê-lo a submeterem os seus ensinos ao crivo da razão, antes de aceitá-los.

- O que é reencarnação?

Os Espíritos reencarnam tantas vezes quantas forem necessárias ao seu aprimoramento. O objetivo da reencarnação é a evolução.Reencarnar é voltar a viver na carne (corpo físico).

- O que são os Espíritos?

Os Espíritos são os seres inteligentes da criação. Constituem o mundo dos Espíritos, que preexiste e sobrevive a tudo. Os Espíritos são criados simples e ignorantes. Evoluem, intelectual e moralmente, passando de uma ordem inferior para outra mais elevada, até a perfeição, onde gozam de inalterável felicidade. Os Espíritos preservam sua individualidade, antes, durante e depois de cada encarnação.

- Onde vivem e o que fazem os Espíritos desencarnados?

Além do mundo corporal, habitação dos Espíritos encarnados, que são os homens, existe o mundo espiritual, habitação dos Espíritos desencarnados. Eles estudam, trabalham e desenvolvem diversas atividades no mundo espiritual.

- O Espiritismo tem entre seus princípios a crença em Deus?

Sim. O Espiritismo explica que Deus é a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas. É eterno, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom. O Universo é criação de Deus. Abrange todos os seres racionais e irracionais, animados e inanimados, materiais e imateriais. Todas as leis da Natureza são leis divinas, pois que Deus é o seu autor. Abrangem tanto as leis físicas como as leis morais.

- O Espiritismo tem, entre seus princípios, a existência de vida em outros mundos?

Sim. A Doutrina Espírita esclarece que no Universo há outros mundos habitados, com seres de diferentes graus de evolução: iguais, mais evoluídos e menos evoluídos que os homens.

- Quantos Centros Espíritas existem no Brasil?

Cadastrados junto à Federação Espírita Brasileira há 10 mil Centros Espíritas.

- Os Espíritos podem reencarnar em corpos de animais?

Não. Os Espíritos evoluem sempre. Em suas múltiplas existências corpóreas podem estacionar, mas nunca regridem. A rapidez do seu progresso intelectual e moral depende dos esforços que façam para chegar à perfeição.

- Todos os Espíritos são iguais?

Não. Os Espíritos pertencem a diferentes ordens, conforme o grau de perfeição que tenham alcançado: Espíritos Puros, que atingiram a perfeição máxima; Bons Espíritos, nos quais o desejo do bem é o que predomina; Espíritos Imperfeitos, caracterizados pela ignorância, pelo desejo do mal e pelas paixões inferiores.

- O que é lei de causa e efeito?

É uma lei criada por Deus e que dispõe que o homem tem o livre-arbítrio para agir, mas responde pelas conseqüências de suas ações. O que fazemos de mal e de bem retornará para nós nessa mesma vida ou em existência posteriores. A vida futura reserva aos homens penas e gozos compatíveis com o procedimento de respeito ou não à Lei de Deus.

- Nas instituições espíritas há algum tipo de pagamento?

Não. Toda a prática espírita é gratuita, como orienta o princípio moral do Evangelho: “Dai de graça o que de graça recebestes”.

- O Espiritismo tem rituais ou sacerdotes?

Não. A prática espírita é realizada com simplicidade, sem nenhum culto exterior, dentro do princípio cristão de que Deus deve ser adorado em espírito e verdade. O Espiritismo não tem sacerdotes e não adota e nem usa em suas reuniões e em suas práticas: altares, imagens, andores, velas, procissões, sacramentos, concessões de indulgência, paramentos, bebidas alcoólicas ou alucinógenas, incenso, fumo, talismãs, amuletos, horóscopos, cartomancia, pirâmides, cristais ou quaisquer outros objetos, rituais ou formas de culto exterior.

- Como o Espiritismo se relaciona com as demais religiões?

O Espiritismo respeita todas as religiões e doutrinas, valoriza todos os esforços para a prática do bem e trabalha pela confraternização e pela paz entre todos os povos e entre todos os homens, independentemente de sua raça, cor, nacionalidade, crença, nível cultural ou social. Reconhece que “o verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza”.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Passar desta para melhor...





É um equívoco afirmar, sobretudo o cristão, que não existe morte.

Imortal é o espírito. O corpo que ele usa, em cada existência, morre e permanece na Terra enquanto a alma retorna ao mundo espiritual. Com o tempo, os elementos corpóreos se reintegram em outros seres em sua volta, porque é da lei da Física que nada se perca, nada se acabe, tudo se transforme.

"Nascer, morrer, renascer ainda, e progredir incessantemente, tal é a lei" - assim resume Allan Kardec a evolução do homem, no caminho de sua felicidade verdadeira e definitiva, o Reino dos Céus preconizado pelo Cristo.

A não ser para o suicida, que optou pelo desenlace antes do tempo, arrancando, abruptamente, do corpo a própria alma, antes de se completar seu novo ciclo, morrer não dói.

A morte é um sono, disse o Nazareno, tão amigo da vida como da morte, na expressão de Huberto Rohden, um dos grandes pensadores cristãos deste século. Com a lógica de sua filosofia, Rohden pergunta:

"Se for boa tua vida, como será má tua morte ? Não sabes que a morte é o corolário da vida ? Por que hesitaria a fruta madura em desprender-se da haste ? Por que despreenderia com dor o que amadureceu às direitas ?"

Em O Livro dos Espíritos se aprende que o corpo, quase sempre, sofre mais durante a vida do que no momento da morte. A alma nenhuma parte toma nisso. Os sofrimentos, que às vezes se experimentam no instante da morte, são, até mesmo, "um gozo para o Espírito", que vê chegar o fim do seu exílio.

A separação nunca é instantânea. A alma se desprende gradualmente. O Espírito se solta pouco a pouco dos laços que o prendiam. Os laços se desatam, não se quebram.

Não raro, na agonia, a alma já deixou o corpo, que nada mais tem do que vida orgânica. O homem não possui mais consciência de si mesmo e, não obstante, ainda lhe resta um sopro de vida.

Espíritos que partiram antes de nós se comunicam, todos os dias, na rotina dos trabalhos das casas espíritas, comprovando a imortalidade e confirmando a impressão que tiveram na passagem entre dois mundos distintos.

Dormiram, para despertar aos poucos, no seu elemento natural que é o mundo espiritual.

Atravessaram um período de perturbação para, no outro lado da vida, se encontrar consigo mesmo e com a plenitude da Infinita Bondade e da Justiça Divina.

Jávier Gódinho

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Para pensar...





O estudo do mundo invisível exige muita sabedoria e perseverança. Somente depois de anos de reflexão e de observação é que se adquire a Ciência da vida, que se aprende a conhecer os homens, a julgar seu caráter, a prevenir-se contra as armadilhas das quais o mundo está semeado. Mais difícil ainda de se adquirir é o conhecimento da humanidade invisível que nos cerca e plana acima de nós. O espírito desencarnado encontra-se além da morte tal como ele próprio se fez durante estada nesse mundo. Não é nem melhor nem pior. Para domar uma paixão, corrigir um defeito, atenuar um vício, é preciso, às vezes, mais de uma existência.

Daí resulta que, na multidão dos espíritos, os caracteres sérios e refletidos são, como na Terra, minoria; os espíritos levianos, apaixonados pelas coisas pueris e vãs, formam numerosas legiões. O mundo invisível é, pois, numa mais vasta escala a reprodução, a cópia do mundo terrestre. Lá, como aqui, a verdade e a ciência não são a partilha de todos. A superioridade intelectual e moral só se obtêm através de um trabalho lento e contínuo, pela acumulação de progressos realizados no decorrer de uma longa série de séculos.

Sabemos, todavia, que esse mundo oculto reage constantemente sobre o mundo corporal. Os mortos influenciam os vivos, guiam-nos, inspiram-nos à sua vontade. Os espíritos se atraem em razão de suas afinidades. Os que se despojaram da vestimenta de carne, assistem os que dela ainda estão revestidos. Eles os estimulam no caminho do bem, mas frequentemente, também, impelem-nos no do mal.

Os espíritos superiores só se manifestam nos casos em que sua presença pode ser útil e facilitar nossa melhoria. Fogem das reuniões barulhentas e só se dirigem aos homens animados de puras intenções. Nossas regiões obscuras pouco lhes convêm. Desde que possam, voltam para os meios menos carregados de fluidos grosseiros, mas, apesar da distância, não cessam de velar pelos seus protegidos.

Os espíritos inferiores, incapazes de aspirações elevadas, comprazem-se na nossa atmosfera. Envolvem-se na nossa vida e, unicamente preocupados com o que cativava seus pensamentos durante a existência corporal, participam dos prazeres e dos trabalhos dos homens aos quais sentem-se unidos pelas analogias de caráter ou de hábitos. Às vezes até, dominam e subjugam as pessoas fracas, que não sabem resistir à sua influência. Em alguns casos, seu império torna-se tal, que podem levar suas vítimas até ao crime e à loucura. Esses casos de obsessão e de possessão são mais comuns do que se pensa. É neles que se deve buscar a explicação de numerosos fatos relatados pela História.

Haveria perigo de se abandonar sem reserva à experimentação espírita. O homem de coração correto, de mente esclarecida e segura, pode nela recolher consolações inefáveis e preciosos ensinamentos. Mas aquele que apenas buscasse nesses fatos um interesse material ou um divertimento frívolo, tornar-se-ia fatalmente objeto de mistificações inumeráveis, o brinquedo de espíritos pérfidos que, elogiando seus pendores, seduzindo-o pelas brilhantes promessas, ganhariam sua confiança, para sobrecarregá-lo, em seguida, com zombarias e decepções.

Uma grande prudência é, então, necessária para se entrar em comunicação com o mundo invisível. O bem e o mal, a verdade e o erro misturam-se, e, para distinguir um do outro, é preciso fazer passar todas as revelações, todos os ensinos, pelo crivo de um julgamento severo. Só se deve aventurar nesse terreno passo a passo. Para expulsar as más influências, para afastar a horda de espíritos levianos ou maléficos, basta tornar-se senhor de si, e nunca abdicar do direito de controle e exame, de procurar acima de tudo os meios de se aperfeiçoar no conhecimento das leis superiores e na prática das virtudes. Aquele cuja vida é reta, e que procura a verdade com um coração sincero, nenhum perigo tem a temer. Os espíritos de luz nele lêem, vêem suas intenções e o assistem. Os espíritos trapaceiros e mentirosos afastam-se do justo, como uma tropa de partidários diante de uma cidadela bem defendida. Os obsessores atacam, de preferência, os homens levianos, que negligenciam as questões morais, para buscar em tudo seu prazer ou seu interesse.

Quase sempre, laços cuja origem remonta às existências anteriores unem os obsediados aos seus perseguidores invisíveis. A morte não apaga nossas faltas e não nos livra dos nossos inimigos. Nossas iniqüidades recaem sobre nós através dos séculos, e aqueles que as sofreram, perseguem-nos com sua vingança e seu ódio além da tumba. Assim o permite a justiça soberana. Tudo se resgata e se expia.

Aquilo que, nos casos de obsessão e de possessão, parece-nos anormal, iníquo, não é frequentemente, senão a consequência das espoliações e das infâmias efetuadas no obscuro passado.

Leon Denis (do livro "Depois da Morte")

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Juventude



“Certamente cedo venho.” (Apocalipse, 22:20)

A juventude não é a melhor das conselheiras para a Vida e faz com que a criatura humana se perca em falta de detalhes e impulsividades, além de não valorizar a Vida em sua realidade.

As fantasias, as ilusões são proeminentes e levam o jovem a um isolamento na surrealidade de suas experiências particulares, que julga serem extremamente necessárias para sua vivência, embora profundamente ligadas ao prazer.

As ilusões são tão pronunciadas que o jovem literalmente perde tempo precioso em sua jornada, sendo que raros conseguem perceber que isso está acontecendo consigo mesmo.

Somente quando a idade da maturidade aparece é que percebe que precisa resgatar o tempo perdido.

Inicia o processo de retomada para a responsabilidade para com a vida.

Ainda que, algumas vezes, dotado de algumas sequelas que cultivou em sua juventude.

Interessante é que estas sequelas permeiam certa revolta contra a Vida, como se fosse ela a causadora dos limites, quando, na verdade, as próprias escolhas na idade mais tenra é que geraram tais limitações.

A despreocupação do jovem quanto à sua fragilidade e à efemeridade de sua existência levam-no a perder-se, muitas vezes, nas sombras dos prazeres desnecessários e improdutivos, tornando a reencarnação algo fútil em muitas situações.

Só depois, na Vida Maior, procede à análise necessária quanto à sua passagem imediatamente anterior pela Terra e percebe que não valorizou adequadamente a oportunidade que teve, por conta de sua impulsividade, inerente à sua juventude.

De sua parte, enquanto é tempo, faça o melhor na Vida, com a maior responsabilidade possível.



Militão Pacheco

terça-feira, 24 de abril de 2012

Biografias de personagens importantes para o Espiritismo: Divaldo Pereira Franco




DIVALDO PEREIRA FRANCO nasceu em 05 de Maio de 1.927, na cidade de Feira de Santana, Bahia, Brasil.

Filho de Francisco Pereira Franco e Ana Alves Franco, falecidos.

Cursou a Escola Normal Rural de Feira de Santana, onde recebeu o diploma de Professor Primário, em 1.943. Desde a infância que se comunica com os espíritos.

Quando jovem, foi abalado pela morte de seus dois irmãos mais velhos, o que o deixou traumatizado e enfermo, sendo conduzido a diversos especialistas, na área da Medicina, sem contudo, lograr qualquer resultado satisfatório.

Apareceu, então, em sua vida, D. Ana Ribeiro Borges, que o conduziu à Doutrina Espírita, libertando-o do trauma e trazendo consolações, tanto para ele como para toda a familia. Dedicou-se, então, ao estudo do Espiritismo, ao tempo em que foi aprimorando suas faculdades mediúnicas, pelo correto exercício e continuado estudo do Espiritismo.

Transferiu residência para Salvador no ano de 1.945, tendo feito concurso para o IPASE(Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado), onde ingressou a 05 de Dezembro de 1.945, como escriturário.

Espírita convicto, fundou o Centro Espírita"Caminho da Redenção", em 07 de Setembro de 1.947, que mantém, atualmente vários departamentos:

"Mansão do Caminho" – Lar de crianças carentes, fundado em 15.08.1952;
"A MANJEDOURA" - Creche para crianças de 02 meses até 03 anos de idade;
Escola de 1º Grau "Jesus Cristo"(níveis I e II), fundada em Março de 1.950;
Escola "Allan Kardec", fundada em 1965. Escola de 1º Grau (Nível I);
Jardim de Infância "Esperança", fundado em Fevereiro de 1.971. Atendendo crianças na faixa etária de 3 a 6 anos de idade em tempo integral;
Escola de Datilografia "Joana de Ângelis";
Escola de Evangelização para crianças;
Juventude Espírita "Nina Arueira" - para formação moral-espírita de jovens;
Caravana "Auta de Souza" - Organização que ampara inúmeras famílias irrecuperáveis socialmente;
Assistência "Lourdes Saad" - setor de distribuição diária de sopa e pão;
Casa da Cordialidade - Organização que ampara uma quantidade enorme de famílias socialmente recuperáveis;
Ambulatório Médico "J. Carneiro de Campos";
Gabinete Odontológico "J.J. Silva Xavier";
Laboratório de Análises Clinicas;
Sala de Fisioterapia;
Livraria Espírita "Alvorada" - Editora e Gráfica;

Diversas mensagens foram escritas pelo seu intermédio, sob a orientação dos Benfeitores Espirituais, até que um dia, recebeu a recomendação para que fosse queimado o que escrevera até ali, pois não passavam de simples exercícios.

Com a continuação, vieram novas mensagens assinadas por diversos Espíritos, dentre eles, Joana de Ângelis, que durante muito tempo apresentava-se como "Um Espírito Amigo", ocultando-se no anonimato, à espera do instante oportuno para se fazer conhecida.

Joana revelou-se como sua Orientadora Espiritual, escrevendo inúmeras mensagens, num estilo agradável, repassado de profunda sabedoria e infinito amor, que conforta aos mais diversos leitores e necessitados de diretriz espiritual.

Em 1.964, Joana de Ângelis selecionou várias das mensagens de sua autoria e enfeixou-as num livro, que recebeu o sugestivo título de "Messe de Amor". Foi o primeiro livro que o médium publicou. Logo em seguida, Rabindranath Tagore ditou "Filigranas de Luz". E vários outros vieram a lume, conforme listagem ao final da Biografia.

A seu respeito, foram escritos os seguintes livros:

"Divaldo, médium ou gênio?" - pelo jornalista Fernando Pinto;

"Moldando o Terceiro Milênio - Vida e obra de Divaldo Pereira Franco" - pelo jornalista Fernando Worm;

"Viagens e entrevistas" - Obra organizada por Yvon ª Luz, relacionando algumas viagens e entrevistas de Divaldo;

Divaldo, desde jovem, teve vontade de cuidar de crianças. Educou mais de 600 filhos, hoje emancipados, a maioria com família constituída e a própria profissão, no magistério, contabilidade, serviços administrativos e até medicina, tem 200 netos. Na década de 60 iniciou a construção de escolas oficinas profissionalizantes e atendimento médico. Hoje a Mansão do Caminho é um admirável complexo educacional que atende 3.000 crianças e jovens carentes, na Rua Jaime Vieira Lima, 01 – Pau de Lima, um dos bairros periféricos mais carentes de
Salvador; tem 83.000 m2 e 43 edificações. A obra é basicamente mantida com a venda de livros mediúnicos e das fitas gravadas nas palestras.

Como Orador começou a fazer palestras em 1.947, difundindo a Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec e hoje apresenta uma histórica e recordista trajetória de orador no Brasil e no exterior, sempre atraindo multidões, com sua palavra inspirada e esclarecedora, acerca de diferentes temas sobre os problemas humanos e espirituais.

Há vários anos, viaja em média 230 dias por ano, realizando palestras e também seminários no Brasil e no mundo.

Em levantamento preliminar, sua atuação é a seguinte:

BRASIL: Esteve em mais de 1.000 cidades, onde realizou mais de 8.000 palestras, concedeu mais de 970 entrevistas de rádio e TV, em cerca de 300 emissoras e retransmissoras, tendo recebido cerca de 200 homenagens da maioria dos Estados do País, possuindo 68 títulos de cidadania honorária de vários estados e municípios brasileiros, concedidos por unanimidade de votos. Já falou em várias Universidades e nos principais teatros e auditórios do País.

AMÉRICAS: Esteve em 18 países, em mais de 119 cidades, onde realizou mais de 1.000 palestras, concedeu mais de 180 entrevistas de rádio e TV para cerca de 113 emissoras, inclusive por 3 vezes na Voz da América, a maior cadeia de rádio do continente. Recebeu cerca de 50 homenagens de vários países, destacando-se o honorífico título de Doctor Honoris Causa em Humanidades, concedido pela Universidade de Concórdia em Montreal, no Canadá, em 1.991. Por 3 vezes fez palestras na ONU, no departamento de Washington e fez conferências em mais de 12 Universidades do continente.

EUROPA: Esteve em mais de 20 países, em mais de 80 cidades, onde realizou mais de 500 palestras, concedeu mais de 50 entrevistas de rádio e TV para cerca de 40 emissoras, tendo recebido homenagens de vários países; fez conferência em cerca de 10 Universidades européias e, por 2 vezes, na ONU, departamento de VIENA.

ÁFRICA: Esteve em mais de 5 países, em 25 cidades, realizando 150 palestras, concedeu mais de 12 entrevistas de rádio e TV, em 11 emissoras; recebeu 4 homenagens.

ÁSIA: Esteve em mais de 5 países, em 10 cidades, realizando mais de 12 palestras.
O médium Divaldo, desde jovem apresentou diversas faculdades mediúnicas, de efeitos físicos e de efeitos intelectuais. Destaca-se a psicografia, que representa um fenômeno editorial pois em 31 anos de médium publicou 150 títulos, totalizando mais de quatro milhões e quinhentos mil exemplares, onde se apresentam 211 Autores Espirituais, muitos deles ocupando lugar de destaque na literatura, no pensamento e na religiosidade universal; destas obras, houve 80 versões para 13 idiomas (alemão, castelhano, esperanto, francês, italiano, polonês, tcheco, braille, etc....). Os livros possuem uma grande variedade de estudos literários, como prosa, romances, narrações e etc., abrangendo temas filosóficos, doutrinários, históricos, infantis, psicológicos e psiquiátricos.

E está produzindo muito mais...

segunda-feira, 23 de abril de 2012

A espiga de milho







No Evangelho de Marcos, no capítulo IV, versículo 28, Jesus nos dá um grande exemplo de como as pessoas se colocam na vida. Jesus diz assim: “Primeiro a erva, depois a espiga e por último o grão cheio da espiga”.

As representações de Jesus são sempre muito claras.

Ele se utiliza da linguagem do que é natural, do que é simples, para mostrar aquilo que somo e como devemos nos portar diante do mundo.

A colocação da erva se refere, claramente, ao aprendiz iniciante, e ensina a doutrina do Cristo e que à conta do mundo já deve ser cobrado, como se fosse o grão maduro.

Veja bem, quantas vezes o espírita não é cobrado, sendo ainda uma tenra erva, como se ele devesse se colocar em plena angelitude.

Quantas vezes, o próprio cristão, independentemente, da sua colocação no campo das religiões, quando pré-disposto e bem disposto a servir o Cristo, é cobrado à conta de santo, de anjo, sem que tenha qualquer condição para isso ainda.

Porque a humanidade não entende que ao iniciar a sua caminhada em direção à Deus, o cristão tem que passar por todas as fases de Jesus. Tem que começar pela erva, porque da erva para a espiga há uma longa distancia.

E tem que chegar até a espiga, porque da espiga para o grão maduro, também há uma grande distância.

Tudo no seu tempo, a natureza não dá saltos, mas veja bem, quantas pessoas preferem ficar no lodo da ignorância por medo de ser cobrado, ou de serem cobrados, em função da nova postura religiosa.

Há pessoas que chegam a tomar uma iniciativa, começam a sua jornada na doutrina e quando são cobrados desta forma, recuam.

Voltam atrás, porque é melhor ficar na sombra, esquecido, do que na luz e lembrado. Porque todo aquele que é visto se transformando, imediatamente, acolhe uma multidão a lhe observar.

É o momento imediato; a pessoa se mostra cristã e todos aqueles que não lhe davam atenção antes, começam a prestar atenção, nos defeitos, não nas qualidades.

Porque é evidente que o mundo preconceituoso, quer ver a derrocada do cristão, como aconteceu com o próprio Cristo.

A nossa parte, enquanto espíritas é seguir em frente, apesar das criticas, por conta delas ou não.


psicofonia recebida no NEPT em abril de 2012

sábado, 21 de abril de 2012

Alegres





“Tendo, porém, sustento...” Paulo (I Timóteo, 6:8)

Nada de monopolizar o que quer que seja, pois esta postura é completamente desconstrutiva.

Guardar alimentos em excessos, roupas, calçados, objetos variados, sem um objetivo que não seja nobilitante é um equívoco que necessita ser afastado do cotidiano das pessoas.

Ter como padrão de vida a gula e a vaidade é alimentar o egoísmo e esquecer os verdadeiros princípios que regem a vida, através da solidariedade e da caridade.

Quem guarda para si o banquete e dispensa migalhas para o próximo, como nos ensina Jesus, já tem na Terra sua recompensa e, portanto, não precisará dela na Vida Maior.

Quem reclame de ter pouco, tendo em abastança, certamente não tem real noção das próprias necessidades, que são mínimas, para viver.

Possamos todos compreender que o melhor caminho é aquele no qual cada um de nós aprende a doar para o convívio pacífico evitando a fome, o frio, a dor e a humilhação.

Nada substitui o amor. Mas o verdadeiro. Aquele que faz as criaturas compartilharem entre si o que possam ter, mesmo em pequena escala, alegres e gratos a Deus pelo que possam dividir.



Militão Pacheco

sexta-feira, 20 de abril de 2012

A bíblia e o Espírita






Independente do culto que nós viemos a professar, o mais importante é sempre, e sempre será, a nossa postura cristã diante das criaturas.

Isso me faz lembrar uma situação bastante curiosa vivenciada por um amigo nosso, espírita. Todos nós devemos nos recordar que há um grupo de pessoas, de muito boa vontade, que sai aos domingos de porta em porta, levando as mensagens da Bíblia. Não se trata de evangélicos não, mas de uma conotação religiosa, que por alguns nem mesmo é considerada como uma religião, e, no entanto, conduz muitas almas para o bem, apesar da sua relativa e limitada compreensão sobre o chamado Livro Sagrado, que é a Bíblia.

E eles vão, de Bíblia em punho, debaixo do braço, pregando de porta em porta. E esse nosso irmão, brincando com a esposa, disse assim: “Quem vai hoje ao mercado? Quem vai encontrar com eles, esses nossos irmãos?”

Uma brincadeira, evidentemente,

“Ah! Vá você”, disse a esposa.

Então, ele foi.

Ele saiu e, evidentemente, deu de cara com um grupo desses grandes defensores da Bíblia. E ao sair, foi abordado por uma senhora, que do grupo parecia ser a mais influente.

Ao mesmo tempo, chega um senhor alcoolizado e fica ao lado assistindo a situação.

A senhora diz ao espírita então, “Gostaríamos de lhe falar sobre a Bíblia”. Ele diz assim: “Agora estou sem tempo, a senhora me perdoe mas eu sou espírita e não acredito na Bíblia”. Imediatamente, a mulher ficou horrorizada. Estatelou os olhos e o alcoólatra ao lado, disse: “Meus parabéns doutor”.

Aí ela ficou ainda mais horrorizada, conteve-se e olhou para o seu grupo e ultrajada, disse ao espírita:

“Mas o senhor não acredita na Bíblia? O senhor então precisa muito mais ouvir. O senhor precisa da salvação”.

Aí o nosso irmão redargüiu:

“Minha irmã, eu não acredito na Bíblia porque há muitas incoerências nela”.

Imediatamente, o alcoólico, ao lado:

“Bravo, doutor!”.

Irritadíssima, a senhora se dirige ao alcoólico: “O senhor é que precisa da Bíblia ainda mais, porque se o senhor não se corrigir, vai para o inferno”.

Com muita presença de espírito, o alcoólico se coloca com muita propriedade.

Meus irmãos, essa situação foi verdadeira. Ele diz assim:

“Minha senhora, não é assim, eu sigo o que está escrito neste livro que a senhora tem debaixo do braço. Abra-o e leia. Veja lá, Provérbios, capítulo 31, versículo 6 e versículo 7:

“Dai bebida forte ao que padece e vinho ao amargurado de espírito, para que bebam e esqueçam as suas pobrezas”.

Impressionada a senhora, impressionado o espírita, olharam para o alcoólico, surpresos com tamanho conhecimento.

É evidente que é um conhecimento muito particular, peculiar, e tomado por conta da necessidade de se entender certas situações.

E, ele ainda redarguiu também:

“Se vinho fosse ruim, Jesus não teria convertido água em vinho nas bodas de Canã”.

Aproveitando-se da oportunidade, nosso irmão espírita se dirige à senhora que já estava se esquivando, ele disse:

“A senhora vê, é por essas e outras razões que eu não sigo a Bíblia, mas a nossa religião me ensinou que Deus é um só, em todos os cultos, e em todas as religiões. E se a senhora me permite, eu respeito a sua religião, como gostaria muito que a senhora respeitasse a minha”.

E conseguiu se desvencilhar e seguir em frente.

Como nós vemos, para tudo há uma ocasião. Temos a oportunidade de aprender, até com aquele que parece nada saber.

Cada um de nós, aqui dentro, tem a pretensão de ser espírita, cada um de nós, aqui dentro, precisa aprender a respeitar o credo alheio, por mais diferenciado do nosso que seja, por mais extravagante que pareça, se esse credo conduz à Deus é o que mais importa, nada mais importa.

Que Jesus nos abençoe!


Psicofonia recebida no NEPT em abril de 2012

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Novos tempos





Ao Raiar de um novo ano, vemos o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo a iluminar.

Bendito o momento em que o alvorecer de uma nova era traz para junto do ser humano o Cristo, pintado pela luz divina, os pensamentos sublimes, um novo pensamento.

Queira Deus que os nossos pensamentos sejam como as aves ao amanhecer, que dão graças ao Senhor pela chuva no agreste, que trouxe a alimentação.

Devemos sempre voltar os nossos olhos para o céu, onde encontraremos o Cristo na sua plenitude, onde nos dará o alimento para a alma e onde encontraremos a luz que ilumina o caminho, mostrando o rumo a ser seguido no raiar de um novo dia.

Cristãos, lembre-se sempre como antigamente levava-se a cruz do Cristo, como símbolo da luz inflamante, na qual o Mestre Jesus deu o seu último suspiro.

Devemos levar o Evangelho que traz aquilo que o Cristo disse. O Evangelho que ilumina a alma e dá ao ser humano a grandeza do Mestre.

Lembre-se que o “Paracleto da Verdade” nasceu num lugar culto, desenvolvido, iluminado, mas a palavra do Cristo teve o seu desenvolver entre as pessoas simples e humildes, as quais não duvidavam da grandeza de Deus.

Levantem com êxito o Evangelho, mostrem ao mundo o que podemos fazer em nome do Cristo. Bendito será o momento em que os lares tornem-se um ambiente de concentração, de introspecção, para o ser humano compreender o quanto o Cristo nos deu e dará.

“O Prometido, o “Paracleto da Verdade” que é o alimento da alma, como o multiplicar dos pães, saciará a vontade de alimento da alma.”

E assim, quando houver compreensão, teremos a fonte jarrando, assim como o Cristo nos prometeu: “Desta Pedra Verterá Água.”

Bendito Mestre, que assim como a luz mortiça ilumina a escuridão, a vela será o ponto no qual o espírito encontrará sua verdade, o caminho e a vida.

Espíritas, compreendei a sua missão na Terra. Não é uma missão de envaidecimento, de orgulho, porque assim como a máquina escreve belos poemas, não daremos o ensejo de agradecer à máquina o que ela produziu ou colaborou, assim é o médium, um complemento. Ele colabora, a produção é dos espíritos.

Maior será o médium quanto menor ele for na Terra. Maior será aquele que alivia dores, quando compreender que ninguém sabe seu nome.

O mundo espera por um alvorecer diferente. Estamos nessa época.

Cada luz que lavarmos a um lugar por mais distante que seja, será a palavra do Cristo levada a todos os rincões.

Veja que o Bandeirante não temia o tempo, deixando a sua marcha pelo progresso.

Salve a luz que ilumina e mostra o caminho nas trevas.

Espíritas, responsabilizai-vos.

Que Deus os abençoe.



Fabiano de Cristo Médium: José Cintra Filho – dezembro de 1991

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Trabalhadores bem-aventurados





“...mas fazendo a obra, esse tal será bem-aventurado em seus feitos.” Tiago, 1:25)

Quem começa a conhecer a Doutrina Espírita, na acepção evangélica propriamente dita, inicia o processo de compreensão dos compromissos com os quais está se afiliando e passa a saber, que será responsável pelo que esteja semeando durante sua passagem na Terra.

Aprende que haverá e há um tribunal que irá julgar por todas as suas atitudes, palavras e pensamentos e que este tribunal está dentro de si mesmo e é chamado consciência.

Aprende, também, que precisa respeitar cada trabalhador que o acompanhe ou não em sua jornada e que deve aproveitar o máximo possível os potenciais que guarda consigo, no que diz respeito a dotes mediúnicos e conhecimento, no sentido de servir ao próximo e à sociedade na qual viva.

Entende que tudo o que tem deve ao Criador e que, sendo assim, nada é efetivamente seu, a não ser o resultado de seu esforço em aprender e em doar-se sempre que possível e aí está o verdadeiro sentido de recebermos os tais dotes que vêm conosco nas variadas vidas que empreendemos em nosso Planeta misericordioso.

A Terra é fértil terreno para a semeadura de ideais nobres e construtivos, mas também é para erva daninha.

Quem se dê o direito de colocar sobre ela a semente que venha a servir de parasita para os demais, precisará retornar para preparar a terra novamente para a boa semeadura e deitar em seus sulcos a semente do amor que é exatamente o que é necessário para a felicidade pessoal e comum a todos.

Quem aproveita a chance para semear a boa semente que gerará frutos que venham a alimentar outras almas, particularmente através do trabalho que dá origem ao alento e à esperança, será, certamente, bem-aventurado em suas obras.

Será um autêntico discípulo do Cristo.

Para alcançar tal intento, observe bem sua vida. Tome ciência se ela é voltada apenas para sua satisfação ou se você tem olhado ao seu redor, e, atento à dor alheia, pelo menos esboça aliviá-la.




Militão Pacheco

terça-feira, 17 de abril de 2012

Sobre a interrupção da gestação em casos de anencefalia




Nada no Universo ocorre como fenômeno caótico, resultado de alguma desordem que nele predomine. O que parece casual, destrutivo, é sempre efeito de uma programação transcendente, que objetiva a ordem, a harmonia.
De igual maneira, nos destinos humanos sempre vige a Lei de Causa e Efeito, como responsável legítima por todas as ocorrências, por mais diversificadas apresentem-se.
O Espírito progride através das experiências que lhe facultam desenvolver o conhecimento intelectual enquanto lapida as impurezas morais primitivas, transformando-as em emoções relevantes e libertadoras.
Agindo sob o impacto das tendências que nele jazem, fruto que são de vivências anteriores, elabora, inconscientemente, o programa a que se deve submeter na sucessão do tempo futuro.
Harmonia emocional, equilíbrio mental, saúde orgânica ou o seu inverso, em forma de transtornos de vária denominação, fazem-se ocorrência natural dessa elaborada e transata proposta evolutiva.
Todos experimentam, inevitavelmente, as consequências dos seus pensamentos, que são responsáveis pelas suas manifestações verbais e realizações exteriores.
Sentindo, intimamente, a presença de Deus, a convivência social e as imposições educacionais, criam condicionamentos que, infelizmente, em incontáveis indivíduos dão lugar às dúvidas atrozes em torno da sua origem espiritual, da sua imortalidade.
Mesmo quando se vincula a alguma doutrina religiosa, com as exceções compreensíveis, o comportamento moral permanece materialista, utilitarista, atado às paixões defluentes do egotismo.
Não fosse assim, e decerto, muitos benefícios adviriam da convicção espiritual, que sempre define as condutas saudáveis, por constituírem motivos de elevação, defluentes do dever e da razão.
Na falta desse equilíbrio, adota-se atitude de rebeldia, quando não se encontra satisfeito com a sucessão dos acontecimentos tidos como frustrantes, perturbadores, infelizes...
Desequipado de conteúdos superiores que proporcionam a autoconfiança, o otimismo, a esperança, essa revolta, estimulada pelo primarismo que ainda jaz no ser, trabalhando em favor do egoísmo, sempre transfere a responsabilidade dos sofrimentos, dos insucessos momentâneos aos outros, às circunstâncias ditas aziagas, que consideram injustas e, dominados pelo desespero fogem através de mecanismos derrotistas e infelizes que mais o degrada, entre os quais o nefando suicídio..
Na imensa gama de instrumentos utilizados para o autocídio, o que é praticado por armas de fogo ou mediante quedas espetaculares de edifícios, de abismos, desarticula o cérebro físico e praticamente o aniquila...
Não ficariam aí, porém, os danos perpetrados, alcançando os delicados tecidos do corpo perispiritual, que se encarregará de compor os futuros aparelhos materiais para o prosseguimento da jornada de evolução.
É inevitável o renascimento daquele que assim buscou a extinção da vida, portando degenerescências físicas e mentais, particularmente a anencefalia.
Muitos desses assim considerados, no entanto, não são totalmente destituídos do órgão cerebral.
Há, desse modo, anencéfalos e anencéfalos.
Expressivo número de anencéfalos preserva o cérebro primitivo ou reptiliano, o diencéfalo e as raízes do núcleo neural que se vincula ao sistema nervoso central…
Necessitam viver no corpo, mesmo que a fatalidade da morte após o renascimento, reconduza-os ao mundo espiritual.
Interromper-lhes o desenvolvimento no útero materno é crime hediondo em relação à vida. Têm vida sim, embora em padrões diferentes dos considerados normais pelo conhecimento genético atual...
Não se tratam de coisas conduzidas interiormente pela mulher, mas de filhos, que não puderam concluir a formação orgânica total, pois que são resultado da concepção, da união do espermatozoide com o óvulo.
Faltou na gestante o ácido fólico, que se tornou responsável pela ocorrência terrível.
Sucede, porém, que a genitora igualmente não é vítima de injustiça divina ou da espúria Lei do Acaso, pois que foi corresponsável pelo suicídio daquele Espírito que agora a busca para juntos conseguirem o inadiável processo de reparação do crime, de recuperação da paz e do equilíbrio antes destruído.
Quando as legislações desvairam e descriminam o aborto do anencéfalo, facilitando a sua aplicação, a sociedade caminha, a passos largos, para a legitimação de todas as formas cruéis de abortamento.
...E quando a humanidade mata o feto, prepara-se para outros hediondos crimes que a cultura, a ética e a civilização já deveriam haver eliminado no vasto processo de crescimento intelecto-moral.
Todos os recentes governos ditatoriais e arbitrários iniciaram as suas dominações extravagantes e terríveis, tornando o aborto legal e culminando, na sucessão do tempo, com os campos de extermínio de vidas sob o açodar dos mórbidos preconceitos de raça, de etnia, de religião, de política, de sociedade...
A morbidez atinge, desse modo, o clímax, quando a vida é desvalorizada e o ser humano torna-se descartável.
As loucuras eugênicas, em busca de seres humanos perfeitos, respondem por crueldades inimagináveis, desde as crianças que eram assassinadas quando nasciam com qualquer tipo de imperfeição, não servindo para as guerras, na cultura espartana, como as que ainda são atiradas aos rios, por portarem deficiências, para morrer por afogamento, em algumas tribos primitivas.
Qual, porém, a diferença entre a atitude da civilização grega e o primarismo selvagem desses clãs e a moderna conduta em relação ao anencéfalo?
O processo de evolução, no entanto, é inevitável, e os criminosos legais de hoje, recomeçarão, no futuro, em novas experiências reencarnacionistas, sofrendo a frieza do comportamento, aprendendo através do sofrimento a respeitar a vida…
Compadece-te e ama o filhinho que se encontra no teu ventre, suplicando-te sem palavras a oportunidade de redimir-se.
Considera que se ele houvesse nascido bem formado e normal, apresentando depois algum problema de idiotia, de hebefrenia, de degenerescência, perdendo as funções intelectivas, motoras ou de outra natureza, como acontece amiúde, se também o matarias?
Se exercitares o aborto do anencéfalo hoje, amanhã pedirás também a eliminação legal do filhinho limitado, poupando-te o sofrimento como se alega no caso da anencefalia.
Aprende a viver dignamente agora, para que o teu seja um amanhã de bênçãos e de felicidade.


Joanna de Ângelis
(Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, na reunião mediúnica da noite de 11 de abril de 2012, quando o Supremo Tribunal de Justiça, estudava a questão do aborto do anencéfalo, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.)


matéria enviada por Mônica Kraft

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Como reconhecer?





“Por seus frutos...” Jesus (Mateus, 7:16)

Marcante passagem do Evangelho, sem qualquer dúvida. Marcante e mais que isso, fundamental para poder acompanhar alguém que seja real discípulo de Jesus.

Como acreditar que alguém seja cristão se, dentro do habitáculo espírita é uma pessoa e fora dele comporta-se de modo mundano?

Como aceitar palestras maravilhosas acompanhadas de comportamento permissivo na vida comum?

Como compreender uma médium passista serena e uma dona de casa, ao mesmo tempo, destemperada?

Como engolir um médium compreensivo dividindo a vida com um pai de família intolerante?

Como não se indignar com conversas de paz e harmonia na Casa Espírita e palavrório descontrolado na calçada da mesma instituição, a respeito de assuntos pejorativos?

Como reconhecer um cristão que não tem atitudes cristãs em qualquer lugar?

Se você realmente é cristão, precisa ser cristão na íntegra e não de forma parcial.

Tudo bem que vamos conquistando a cristandade aos poucos, é verdade!

Mas Jesus irá reconhecê-lo como Seu seguidor pelo esforço que você esteja fazendo para alcançá-Lo.

Felizmente, nem tanto pelo resultado, mas pelo esforço íntimo que faça.

Pois o Cristo sabe o que há em seu coração. Mãos à obra de reforma íntima!



Militão Pacheco.

sábado, 14 de abril de 2012

Perigos do Espiritismo




Depois de haverem longo tempo negado a realidade dos fenômenos espíritas, numerosos contraditores, subjugados pela evidência, mudaram agora de tática e afirmam: Sim, o Espiritismo é verdadeiro, mas a sua prática é inçada de perigos.

Não se pode contestar que o Espiritismo ofereça perigos aos imprudentes que, sem estudos prévios, sem preparo, sem método nem proteção eficaz, se entregam às investigações ocultas. Fazendo da experimentação um passatempo, uma frívola diversão, atraem os elementos inferiores do mundo invisível. de cuias influências fatalmente padecem.

Esses perigos, entretanto, têm sido muito exagerados. Em todas as coisas há precauções a adotar. A Física, a Química e a Medicina exigem também prolongados estudos, e o ignorante que pretendesse manipular substancias químicas, explosivos ou tóxicos, poria em risco a saúde e a própria vida. Não há uma só coisa, conforme o uso que dela fazermos, que não seja boa ou má. É sempre injusto salientar o lado mau das práticas espíritas, sem assinalar os benefícios que delas resultam e que sobrepujam consideravelmente os abusos e as decepções.

Nenhum progresso, nenhuma descoberta se efetua sem perigos. Se ninguém tivesse, desde a origem dos -tempos, ousado aventurar-se no Oceano, porque a navegação é arriscada, que teria daí resultado? A Humanidade, fragmentada em diversas famílias, permaneceria insulada nos continentes e teria perdido todo o proveito que aufere das viagens e permutas. O mundo invisível é também um vasto e profundo oceano semeado de escolhos, mas repleto de vida e de riqueza. Por trás da cortina do além-túmulo se agitam multidões inúmeras que temos interesse em conhecer, porque são depositárias do segredo de nosso próprio futuro. Daí a necessidade de estudar, de explorar esse mundo invisível e ponderar-lhe as forças, os inexauríveis recursos que contém, recursos ao pé dos quais os da Terra parecerão um dia bem restritos.

Quando mesmo, ao demais, nos desinteressemos do mundo invisível, nem por isso ela se desinteressaria de nós. Sua ação sobre a Humanidade é constante. Estamos submetidos às suas influências e sugestões. Querer ignorá-lo é conservar-se inerme diante desse mundo, ao passo que, por um estudo metódico, aprendemos a atrair as forças benfazejas, os socorros, as boas influências que ele encerra; aprendamos a repelir as más influências, a reagir contra elas pela vontade e pela prece. Tudo depende do modo de emprego e da direção dada as nossas forças mentais. E quantos males há, cuja origem nos escapa, porque queremos ignorar essas coisas, males que poderiam ser evitados por um estudo aprofundado e consciencioso do mundo invisível!

Em sua maior parte, os nevróticos e os alucinados tratados sem êxito pela medicina oficial, não são mais que obsessos, passíveis de ser curados pelas práticas espíritas e magnéticas.

Deus colocou o homem no centro de um oceano devida, de um reservatório inesgotável de forças e potência. E deu-lhe a inteligência, a razão e a consciência, para aprender a conhecer essas forças, a assenhorear-se delas e as utilizar. Por esse exercício constante é que a nós mesmos nos desenvolveremos e chegaremos a afirmar o nosso império sobre a Natureza, o domínio do pensamento sobre a matéria, o reino do Espírito sobre o mundo.

É esse o mais elevado objetivo a que possamos consagrar à nossa vida. Em vez de afastar dele o homem, ensinemo-lhe a caminhar ao seu encontro, sem hesitação. Estudemos, escrutemos o Universo em todos os seus aspectos, sob todas as suas formas.

Saber é o supremo bem, e todos os mais provêm da ignorância.




trecho de texto de Leon Denis, da obra "No Invisível"

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Justiça





“...fruto pacífico de justiça..” Paulo (Hebreus, 12:11)

Interessante observar o trabalho do lavrador com a terra, pois ele a prepara para o plantio, rasgando suas estruturas com o arado e a prepara para a semeadura desta maneira.

Mais interessante é poder observar como a terra germina após o período de preparo e dá luz à planta, verdejando o campo lindamente.

O jardineiro, executando sua tarefa com o devido cuidado, possibilita, através da poda, que as árvores retomem o crescimento, tomadas de novas forças que se iniciaram através do trabalho de seu cuidador.

A própria água, na Natureza, trabalha persistentemente, erodindo a crosta terrestre e, a partir da fonte, vai ao riacho, que desce para o rio, que vai ao mar, fechando o ciclo que a vida permite existir.

Como se pode notar, a preparação para o crescimento se faz através de alguns recursos que permitem ao preparado dar de encontro com a luz.

O processo de amadurecimento, entretanto, exige daquele que dele necessita algum tipo de sacrifício, alguma espécie de burilamento.

Aliás, o buril do escultor da vida é sempre parte de nossa existência, pois ele nos faz crescer através de perdas relativas, que nos fazem parar e pensar.

Como na madeira o instrumento vai esculpindo a forma, na vida, somos talhados para a eternidade.

Mas ninguém pense que pode livrar-se deste processo de crescimento que a existência nos exige, pois não estamos conscientes para viver em repouso, porém em constante movimentação.

Por isso, não peça a Deus que não tenha provas e que não tenha expiações, mas sim peça a Ele que lhe inspire confiança, esperança e propósitos para que possa seguir sua jornada com a máxima dignidade possível, diante da dificuldade ou do obstáculo, de tal modo que sua jornada seja o mais produtiva possível, com o melhor rendimento que você consiga, entendendo que a verdadeira justiça não está em seu repouso, mas em seu esforço para crescer e evoluir.



Militão Pacheco

quinta-feira, 12 de abril de 2012

O Caminho





“Vinde a mim...” Jesus (Mateus, 11:28)

Essa frase do Cristo vem ecoando em nossos corações há cerca de dois mil anos, reverberando nas fibras mais íntimas de cada ser humano, cristão ou não.

Todos têm ou tiveram a oportunidade de sentir as palavras de Jesus evocando todas suas ovelhas para que O sigam, para que Ele acolha e encaminhe.

Nós somos Suas ovelhas; fazemos parte de Seu rebanho.

Mas é fácil ouvir ou ler a frase acima. Ela é curta e objetiva.

O chamamento de Jesus, nesta Sua expressão é claro, simples e direto.

Mas, você consegue “ir”?

É... você entendeu! Você consegue “ir” ao Cristo?

Enquanto a palavra do Mestre é um medicamento para cada alma adoecida na dor, no desalento, na perda, no descaminho, no sofrimento e no desespero, pois é uma palavra carregada de Amor Sublime, o gesto de “ir” fica distante e sofrido, pois cada criatura humana está plenamente envolvida com o mundo, com suas mazelas, com seus problemas, confusa em si mesma, por conta das inúmeras dificuldades que se impõe e que afastam-na sensivelmente da aproximação junto a Jesus.

O chamamento dá esperança.

As paixões obscurecem a visão e impedem a caminhada em direção a Ele.

Tudo o que constitui a vida comum passa a ser um obstáculo para alcançá-Lo, infelizmente.

Jesus estende seus braços para nos acolher, mas nós, com as mentes nubladas de dúvidas não O vemos, diante de nós, a nos aguardar.

Raras criaturas humanas percebem realmente o chamado, que já perdura cerca de vinte séculos.

Elas já estão a caminho.

E nós?




Militão Pacheco

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Dons





“...há diversidades de dons,...” Paulo (I Coríntios, 12:4)

Há sempre oportunidade para que possamos revelar nossas potencialidades mediúnicas

Em casa, no trabalho, na escola, na vida social, nas ruas, em qualquer lugar, a mediunidade nos acompanha, por fazer parte de cada um, independente dos nossos desejos, assim como a audição, a visão, o tato e qualquer sentido estão conosco, em situações habituais.

Essa nossa companheira é parte da nossa estrutura, em maior ou menos grau, da mesma maneira que algumas pessoas têm um paladar mais acurado ou um olfato mais preciso do que outros.

Mas a mediunidade, embora importante, não é o que mais possa importar na vida de uma pessoa, pois cada um tem em seu projeto de vida um propósito, um objetivo a ser alcançado.

O foco para uma reencarnação algumas vezes é algo bem simples.

Aprender a amar uma pessoa, por exemplo.

Dar valor à oportunidade de trabalho é outro exemplo.

Aprofundar-se em determinado conhecimento é mais um exemplo.

Por mais médium que se possa estar, é primordial que tentemos compreender o significado real de estar encarnado.

E, mesmo que este propósito não aparente grandioso, mesmo que não leve a criatura a ser reconhecida pelas demais pessoas, que possa ser reconhecida por si mesma em seus propósitos de construção íntima.

Pois vários são os dons que Deus nos dá, inclusive a mediunidade, que é apenas parte de nós, como é parte de nós a sexualidade e nem por isso podemos viver somente em função dela.

Como não podemos pensar apenas na alimentação.

Ou no repouso.

A verdade é que cada um carrega consigo seus dons, suas possibilidades, suas potencialidades.

Todas construtivas.

Entretanto cada uma delas é apenas uma parte de nosso todo e precisamos aprender a não supervalorizar o que é apenas uma parte de nós.

Alguns médiuns têm se perdido nos excessos da mediunidade, seja por vaidade, por orgulho, por fanatismo ou outro fator qualquer e precisaria de moderação em suas expressões neste setor da vida.

Não abandonar a família.

Não esquecer os estudos.

Não negligenciar com o trabalho.

Não priorizar fundamentalmente apenas um de seus dons, mas aprender a distribuir sua atenção por tudo o que possa.

Essa é a forma responsável de abraçar a mediunidade.

Ainda que seja efetivamente um missionário na Terra.



Militão Pacheco

terça-feira, 10 de abril de 2012

Pela fé





“...sem saber para onde ia.” Paulo (Hebreus, 11:8)

Muitos querem explicações sobre a Doutrina Espírita e chegam a questionar a fé de quem já participe dela entregues por conta de uma fé que os primeiros acreditam ser ingênua ou mesmo tola.

É bastante comum o questionamento indébito e incoerente por parte de quem ainda não se permita estar em consonância com o pensamento claro e lógico que o Espiritismo permeia em suas linhas mestras.

Dizer que o Espiritismo é cristão suscita ainda maiores dúvidas e questionamentos, pois o atavismo religioso liga o intercâmbio com seres desencarnados com movimentos hereges ou à loucura propriamente dita.

Muitas vezes os médiuns são tidos à conta de esquizofrênicos e relegados ao monturo social.

Os centros espíritas são vistos como focos de “santos e demônios”, justamente por conta da ignorância dominantes de quem ainda tem medo da verdade que é o intercâmbio que ocorre de modo natural entre os dois níveis da Vida, o material e o espiritual.

Acima de tudo, felizmente, está o Bem que a Doutrina professa e prega.

Esta é a caridade praticada por criaturas humanas em aprendizado constante que elevam a Doutrina acima das especulações impróprias, colocando-a em destaque social por amparar e auxiliar os mais carentes das questões materiais e espirituais.

Que não se detenha o espiritista que tem consigo a fé raciocinada, apenas por conta dos conceitos equivocados de quem ainda não se deu o direito de efetivamente conhecer o Espiritismo.

Que tal fé seja dominante e permeie a melhora de nosso Planeta, em todos os sentidos, por conta de que esta confiança em Deus, em Jesus, é muito mais do que um artigo de fé baseado em promulgações vazias, mas uma proposta realmente regeneradora para o ser humano e para a humanidade.

Paulo, na passagem acima, cita o caso de Abraão, quando chamado por Deus e que seguia, por sua fé, sem se preocupar com sua jornada, por conta de sua fé no Criador.

Mas você, espiritista, sabe o que faz, como faz e para onde vai, pois assim a Doutrina Espírita lhe encaminha com lógica e raciocínio.

Sabe que há propósitos para ser uma criatura melhor.

Que há necessidade de se aprimorar, para aprimorar sua vida.

Para exemplificar para quem lhe acompanhe.

Deixando de ser cego, a guiar cegos.

Pois tem consigo a melhor de todas as diretrizes, exemplificada por Jesus, que é o Amor.

Você sabe para onde ir.

Siga com Deus.



Militão Pacheco.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Os outros





Nós todos temos muitas coisas em comum, coisas boas e coisas não tão boas.

Destas não tão boas, há uma que nos acompanha há milênios.

É o hábito de julgar.

É extremamente comum, cotidiano, o nosso julgamento com relação a outrem.

Nós não abrimos mão desta prerrogativa e de uma forma até contumaz, hasteamos a bandeira de juizes para julgar a personalidade alheia, independentemente de suas necessidades para serem julgados.

Quando temos alguém que nos ofende, por exemplo, imediatamente nós nos armamos não só em posição de defesa, mas muitas vezes e principalmente, em posição de ataque, ofensivo, direto, desagradável.

Mas, nós nos esquecemos de que se alguém se aproxima de nós por qualquer razão que seja ou sem razão, e nos ofende, essa pessoa tem por detrás de si um enorme universo repleto de informações e certamente um sem número de causas que justifique plenamente a sua atitude agressiva.

Aquilo que nos parece gratuito, ou fortuito, tem uma longa cadeia de justificativas, favorecendo então a compreensão da razão pela qual essa pessoa de nós se aproxima e nos ofende, cega.

O nosso problema é sequer analisar a possibilidade de ter a compaixão diante de alguém que se descontrola e nos ofende, porque imediatamente nós nos sentimos ofendidos, e a nossa mente mesmo que os nossos lábios se mantenham em silencio, ela imediatamente começa a trabalhar como verdadeiros advogados, juizes, criando causas, justificativas, conseqüências, mas sempre dentro do nosso modelo de pensar.

Nós nos esquecemos de que muitas vezes, no momento anterior, os ofensores somos nós mesmos, e se não foi no anterior será no posterior. Nós agiremos assim porque todos nós temos a nossa instabilidade, a nossa impossibilidade de manter as coisas como seria desejável que elas fossem.

Então, antes de partirmos para o julgamento de quem quer que seja e pelo que quer seja, seria profundamente útil, que nós analisássemos rapidamente as eventuais razões que levam o outro a nos agredir de forma tão clara, tão fortuita e tão equivocada, porque assim nós teríamos um mecanismo muito fácil à nossa própria disposição para compreender o próximo, para compreender o outro e perdoá-lo porque, certamente, é isso que o Cristo Jesus espera de nós, não só em uma situação, mas em todas.

Não perdoar sete vezes, mas setenta vezes sete... cada ofensa.

Que Jesus nos abençoe.

Psicofonia recebida no Nept em 28 03 2012

sábado, 7 de abril de 2012

Como faz Jesus





“...o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus.” Paulo (Filipenses, 2:5)

Reencarnações normalmente têm propósitos produtivos e cada um de nós se apoia na expressão dos próprios ideais para tentar passar pela experiência da vida na Terra em cadeia de experiências que possam traduzir algo de bom para si mesmo e para aqueles que convivam consigo.

Até mesmo aquele que se entrega à preguiça, que não deixa de ser também um vício, acaba fazendo algo dentro de seu patamar de potencial e em detrimento de sua inércia, que possa lhe ser proveitoso.

Mas há necessidade de que se mantenha um padrão, um modelo, para que se possa apenas e tão somente construir;

Esse padrão, certamente, é Jesus.

De acordo com Ele não devemos ter expectativas de remuneração, nem exigências, muito menos aparecer para os demais – ao contrário, quanto menos se aparece, melhor.

Também não há a mínima necessidade de mostrar que é melhor que os demais, nem mesmo superior.

Reconhecimento, então, passa ao largo para quem está em afinidade com o Cristo!

Assim, as perturbações são menos prováveis.

Jesus trabalha sem parar por todos nós e nunca teve qualquer motivo para se prender a nada, pois a sua razão é o bem da humanidade.

Se tem algum pagamento para si é ver a alegria estampada no rosto de cada um de nós e saber que está fazendo a vontade do Criador.

Tudo o que fez enquanto na Terra e tudo o que sempre fez e faz pela criatura humana é executado de modo absolutamente natural, sem qualquer alteração, pois seu objetivo é a felicidade comum, para todos e não para si mesmo.

Precisamos promover em nós exatamente essa força motriz que conduz ao cimo: o exemplo de Jesus!



Militão Pacheco

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Entender





“...o Senhor te dará entendimento em tudo.” – Paulo (II Timóteo, 2:7)

Toda vez que você tiver oportunidade de entrar em contato com a verdade, em qualquer de suas expressões da vida, faça o possível para tentar captar a mensagem que a vida lhe apresenta no sentido de que você tem algo mais a aprender para você mesmo.

Quem olha para a Natureza, absorto, sem compromisso algum com Ela, não aproveita o verdadeiro sentido de sua mensagem Universal, na qual mostra o que é Deus em sua essência e em suas manifestações mínimas.

Quem escuta uma melodia, uma peça musical ou uma sinfonia, sem atentar para cada detalhe, perde naturalmente o sentido emocional, transcendental e espiritual que a música sempre pode oferecer, quanto de alto nível, evidentemente.

Quando ouve uma palestra em sua casa espírita, com a mente dispersa, envolta em imagens particularistas e cheias de paixão, simplesmente não ouve o que parece estar ouvindo.

Muitas criaturas que fazem parte do meio espírita têm reclamações referentes ao aprendizado do Evangelho, constatando que são inermes e incapazes de aprender e colocar em prática todo ensinamento desta abençoada Doutrina que nos acolhe a todos.

Isso por conta de que não apresentam disposição para dar mínima atenção para o estudo, aprendizado e retenção deste, afastando-se dos estudos, da leitura e da participação mínima das atividades de compreensão existentes nos campos doutrinários do centro espírita.

A preguiça não é a companheira adequada para que se possa efetivamente aprender algo.

Muito menos na Doutrina Espírita.

Por isso, mãos à obra, no esforço de aprender a viver, estudando, lendo e praticando o Evangelho de Jesus.



Militão Pacheco.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Biografias de personagens importantes para o Espiritismo




Carlos Imbassahy

Relato da nora de Carlos Imbassahy:

Nascido em 9 de setembro de 1884, doutor Carlos Imbassahy enfrentou galhardamente a passagem do século vivendo até 1969, quando desencarnou antes de completar seus 85 anos de existência bem vivida.

Em 1901 era um jovem advogado que militava nos meios forenses, tendo sido nomeado por concurso público Promotor Público na comarca de Andaraí, uma cidade interiorana do seu estado natal, a Bahia.

A vida forense não lhe sorriu e, como conta, no livro Memórias Pitorescas do Meu Pai, o doutor Imbassahy se deparou com um Juiz ciumento, achando que todos cobiçavam sua distinta consorte (ou sem sorte) e mais os políticos da região, todos armados e determinando a conduta dos demais.

Não podendo cumprir sua função, foi obrigado a largar a magistratura, vindo para o Rio de Janeiro, onde, ainda por concurso, ingressou na carreira de Estatístico do Ministério da Fazenda.

Foi aí que conheceu Amaral Ornelas, o grande poeta espírita, com o qual fez amizade e teve seus primeiros contatos com o estudo doutrinário.

Não vamos repetir aqui o que o livro de suas memórias, já citado, narra.

Por esta época, já dedicado à literatura, havia escrito seu primeiro romance, intitulado Leviana e que era um pouco da sua própria história com a fantasia do literato, juntado outros fatos ao enredo, a fim de criar a trama romântica.

Como ainda não era espírita, o autor imprimiu no livro a sua já configurada tendência para o conhecimento dos estudos referentes à doutrina codificada por Kardec.

Assas (muito) curioso tal fato e, posteriormente, ele próprio, já desencarnado, veio complementar a obra, dando-lhe as explicações espirituais que envolviam a trama. A segunda edição deste romance sairá com este apêndice literário mediúnico.

Acumulando com as suas funções de funcionário público, o Dr. Imbassahy também exercia a profissão de jornalista, chegando a ser o Redator-chefe e Diretor da Revista da Estrada de Ferro, além de trabalhar na redação de jornais diários do Rio de Janeiro.

Foi assim que acabou sendo convidado para se tornar redator da revista O Reformador publicada pela Federação Espírita Brasileira (FEB), ocupando o cargo de secretário durante longos anos.

Junto com seu amigo Amaral Ornelas e com Bernardino Oliva da Fonseca Filho, o Bebé, grande médium psicógrafo, fundaram os três um Centro Espirita em cuja presidência os mesmos se alternavam.

Todavia, suas atribuições não impediam que participasse ativamente do movimento espírita onde foi lançado como orador pelo próprio Ornelas.

Adotou um estilo novo de expor, procurando alternar os ensinamentos doutrinários com assuntos leves e até mesmo jocosos que fossem capazes de atrair a atenção dos seus ouvintes. Com isso, aos poucos, foi criando Escola, apesar de combatido pelos mais austeros líderes do movimento espírita.

Mesmo, pertencente à direção da revista editada pela FEB, ele ainda não tinha tido conhecimento dos trabalhos de J. B. Roustaing sobre o docetismo cristão que este autor tentara implantar no meio espírita de França e que a FEB resolvera seguir.

Foi quando um padre, em Juiz de Fora, resolveu atacar o Espiritismo. Os companheiros de Doutrina acharam por bem pedir socorro à casa máter, isto é, à FEB que, para atendê-los, indicou o Dr. Imbassahy. Este deveria comparecer àquela cidade, dita manchester mineira, para rebater as acusações do membro eclesiástico da Igreja.

Na hora em que embarcou, por ferrovia, para a aludida cidade, um dos diretores, para ajudá-lo, entrega-lhe os volumes traduzidos pela própria FEB, da obra de Roustaing, dizendo-lhe:

- Imbassahy: aqui você encontrará tudo o que precisa par acabar com o padre!

E o enviado para combater o eclesiástico em Juiz de Fora aproveitou a viagem para estudar a obra que ainda não conhecia. Começou a lê-la. Sua razão, evidentemente, fê-lo estarrecer-se do conteúdo - ao qual considerou absurdo - daquela obra que tinha em mãos.

O principal tópico dos debates seria a ressurreição de Lázaro e quando Dr. Imbassahy leu as explicações dadas pela comunicação mediúnica à Sr.ª Collignon, ficou horrorizado, pensando no fiasco que faria se apresentasse aquilo como argumento para debate.

Foi seu primeiro contato e sua primeira decepção com Roustaing.

Segundo ele, sua grande sorte foi a de que o Padre, no dia do debate, resolveu se ausentar da cidade e ele, “magnanimamente”, preferiu não abordar os temas em foco.

Como era muito amigo dos diretores da FEB, suas atribuições ante a revista, como jornalista, não sofreram qualquer abalo.

Os tempos se passam e desencarna o presidente Guillon Ribeiro. Elegem para substituí-lo um jovem militante roustainguista que tinha outra visão da Doutrina e que achava fundamental que todos os participantes dos cargos diretivos da Federação Espírita Brasileira fossem não apenas adeptos, mas militantes professos do roustainguismo. E, com isso, Dr. Imbassahy, praticamente, foi excluído do seu cargo e afastado, a bem da comunidade, do movimento federacionista.

Mas, à essa altura, seu lastro doutrinário e sua fama de escritor já lhe haviam coroado a carreira literária. Foi dessa forma que seus novos livros encontraram uma série de editores fora do contexto febiano para serem publicados.

E sua bagagem foi enriquecida com excelentes livros cujas edições esgotadas mereciam nova republicação.

Afastado da FEB, passou a ser um dos grandes expoentes, ao lado de seu querido amigo e conterrâneo Leopoldo Machado, o baluarte dos movimentos espíritas que não tinham apoio daquela entidade.

Assim foi orador oficial do Congresso Sul-americano de Espiritismo realizado no Rio de Janeiro, participou de todos os congressos de Escritores e Jornalistas Espíritas realizados no Brasil, até seu desencarne, incrementou o movimento de jovens e teve importante participação junto ao I (e único) Congresso Brasileiro de Mocidades Espíritas, enfim, destacou-se sobremodo pelo apoio que sempre deu às Semanas Espíritas e a quaisquer atividades doutrinárias que tivessem como escopo a difusão do Espiritismo.

Junto com sua esposa, participou do Teatro Espírita, encenando esquetes e pequenas peças ou entreatos durante Semanas Espíritas, escrevendo, até, uma comédia intitulada Firma Roscof e Cia, incentivando os jovens espíritas à arte pura e sadia, enfim, como literato, como jornalista e como expositor doutrinário, realizou uma obra gigantesca que, sem dúvida, deixou um marco indelével em nosso século 20.

São inúmeros os casos pitorescos de sua vida, contados em livro e que merecem ser lidos por todos. Além de divertir, mostra a verve de um grande baluarte da Doutrina que soube aliar a difusão doutrinária com a arte, com sabedoria.

Dr. Alberto de Souza Rocha e o filho do Dr. Carlos reuniram numa obra uma série de documentos do Dr. Imbassahy que ainda não veio a lume porque nosso querido companheiro Alberto desencarnou antes de completar seu trabalho. São acervos do arquivo pessoal do grande escritor, com cartas particulares, inclusive uma endereçada a Wantuil de Freitas quando presidia a FEB que é um libelo terrível contra o roustaingismo.

Não poderia falar do Dr. Imbassahy sem fazer uma especial referência à sua esposa, dona Maria, médium de excelentes predicados e que era seu braço forte, no incentivo e em tudo mais que uma companheira dedicada e apaixonada pode fazer por seu marido.

Discorrer sobre o casal, seria escrever outro livro.

Dona Maria também era uma excelente comediante, só que nunca se dedicou à profissão, senão, participando ao lado do esposo em sua apresentações cênicas no meio espírita. Faziam um par impagável e juntaram-se ao Olympio Campos, outro excelente ator que, depois de crescido, órfão de pais, elegeu o casal para ser seus novos genitores. Os três juntos faziam as cenas de humor nas Semanas Espíritas de que participavam, mostrando que a arte sadia também tem lugar dentro do movimento espírita.

O casal Imbassahy teve um único filho, o Carlos, meu marido (não se esqueça: o relato é da nora do Dr. Imbassahy) e por quem se redobravam em cuidados, coisa comum de pais que têm filho único.

O neném, o menino, o rapaz, o adulto, o pai dos seus netos, para eles, era uma eterna criança. Tais os desvelos e cuidados que tinham, aliados à preocupação natural em tais casos.

Casaram-se tarde. Quando o filho nasceu já tinham idade suficiente para conhecerem a vida, contudo, um filho é sempre um filho.

Dr. Imbassahy teve uma vida de glórias. De um comportamento espiritual exemplar, nunca faltou àqueles que lhe pediam ajuda. Certa vez, um pobre camundongo, fugindo à fúria dos seus perseguidores, procurando abrigo sob o salto de seu sapato, não foi denunciado, porque Dr. Imbassahy não teve coragem de delatar o roedor que procurou salvação junto a ele.

Foram inúmeros e sinceros os seus amigos. São casos altamente pitorescos os que envolvem o seu relacionamento com eles. Coisas curiosas que recomendam a leitura das suas memórias.

Finalmente, aos 84 anos, foi acometido de uma leucose aguda que, em pouco mais de seis meses, levou-o à sepultura. Seu enterro (04-08-69), concorridíssimo, deixou uma lacuna dentro do movimento espírita. E, até hoje, ainda não se encontrou um substituto à altura para seu lugar.