"Todas as virtudes e todos os
vícios são inerentes ao Espírito".
(Allan Kardec - E.S.E., Cap. IX, ltem 10)
Poupe-me à tentação, antes que me fortaleça, e eu o salvarei dos vícios futuros. Ainda sou muito jovem no equilíbrio.
*
Conduza-me ao dever e eu o ajudarei no caminho evolutivo. Necessito de um serviço nobre para manter-me.
*
Inspire-me a caridade e eu enflorescerei as avenidas de sua alma. Tenho sede de crescimento.
*
Impila-me ao trabalho e eu expulsarei de seu lar interior a preguiça destruidora. É imprescindível que ocupe minhas horas.
*
Ajude-me na resistência, oferecendo-me a oração, e eu deixarei asseada sua casa mental. Requeiro imediato auxílio para não desfalecer.
*
Exercite-me na inspiração do bem e eu o coroarei de luz. Tenho sido servidora da indolência e preciso de renovação.
*
Procure conhecer-me com mais atenção e o farei feliz. Sou velha amiga que a indiferença venceu.
*
Conceda-me nova oportunidade, quando eu tombar, e lhe darei força desconhecida. Lembre-se de que sou vulnerável à reincidência.
*
Evite-me os embates muito rudes, no momento, e vencerei para a sua paz todas as forças negativas que trabalham contra você. Necessito de tempo para fortalecer-me.
*
Tenha paciência comigo e, juntos, chegaremos à felicidade plena. Nasci com você e nunca nos separaremos. Ajude-me e o farei livre.
* * *
Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Glossário Espírita-Cristão.
Ditado pelo Espírito Marco Prisco.
4a edição. Salvador, BA: LEAL, 1993.
Núcleo Espírita Paulo de Tarso Rua Nova Fátima, 151 - Jardim Juá Campo Grande - São Paulo - SP CEP 04688-040 Telefone 11-56940205
Mensagem
"Não permita que aquilo que você chama de amor se transforme em obsessão.
Amor é liberdade.
Amor é vida.
Jamais prisão ou limitação."
Militão Pacheco
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
domingo, 30 de janeiro de 2011
Transformação Íntima
Tendências viciosas como impulsos para a virtude procedem, sim, do Espírito, agente determinante do comportamento humano.
Não podendo a organização celular definir estados psicológicos e emocionais, estes obedecem às impressões espirituais de que se encharcam, exteriorizando-se como fatores propelentes para uma ou outra atitude.
Destituída de espontaneidade, exceto dos fenômenos que lhe são inerentes, graças aos automatismos atávicos, a matéria orgânica é resultado das aquisições eternas do Espírito que dela se veste para as experiências da evolução.
A hereditariedade vigente nos mapas dos genes e dos cromossomos encarrega-se de transmitir inúmeros caracteres morfológicos, fisiológicos, sem exercer preponderância fundamental nos arcabouços psicológicos e morais, que pertencem ao ser espiritual, modelador das necessidades inerentes ao progresso e fomentador dos recursos que se lhe fazem indispensáveis a esse processo de crescimento a que se destina.
Descartar-se o valor dos implementos espirituais nos fenômenos comportamentais do homem, é uma tentativa de reduzi-lo a um amontoado de tecidos frágeis que o acaso organiza e desmantela ao próprio talante.
A vida pessoal escreve nas experiências de cada ser as diretrizes para as suas conquistas futuras.
Vícios e delitos ignóbeis, virtudes sacrificiais e abnegação, pertencem à alma que os externa nos momentos hábeis conforme o seu estágio evolutivo.
*
Vicente de Paulo e Francisco de Sales, fascinados pelo amor aos infelizes, liberaram as altas forças que lhes jaziam inatas, a serviço da caridade e da dedicação sem limite.
Ana Nery e Eunice Weaver, sensibilizadas pelo sofrimento humano, esqueceram-se de si mesmas e dedicaram-se, a primeira, aos combatentes feridos, e a segunda, à salvação dos filhos sadios dos hansenianos.
Eichmann e inúmeros carrascos nazistas acariciavam, comovidos, os filhinhos, após enviarem, cada dia, milhares de outras crianças e adultos aos fornos crematórios em inúmeros lugares dos países subjugados.
Tamerlão incendiava as cidades conquistadas, após degolar os sobreviventes, para depois dormir tranqüilo ao lado daqueles a quem amava.
Homens e mulheres virtuosos, sempre revelaram o alto grau de amor que lhes jazia em latência, da mesma forma que sicários e criminosos sanguissedentos deixaram transparecer a crueldade assassina desde os primeiros anos de infância...
As exceções demonstram o poder da vontade, que é manifestação do Espírito, quando acionada, propelindo para uma ou para outra atitude.
*
O hábito vicioso arraigado remanesce, impondo de uma para outra reencarnação suas características, assim impelindo o homem para manter a sua continuidade.
Da mesma forma, os salutares esforços no bem e na virtude ressumam dos refolhos da alma, e conduzem vitoriosos aos labores de edificação.
Toda ação atual, portanto, tem as suas matrizes em outras que as precedem, impressas nos arquivos profundos do ser.
*
Estás, na Terra, com a finalidade de abrir sepulturas para os vícios e dar asas às virtudes.
Substituindo o mau pelo bom hábito, o equivocado pelo correto labor, corrigirás a inclinação moral negativa, criando condicionamentos sadios que se apresentarão como virtudes a felicitar-te a vida.
Teus vícios de hoje, transforma-os, no teu mundo íntimo, em virtudes para amanhã ao teu alcance desde agora.
Libera-te pois, com esforço e valor moral, do mau gênio que permanece dominador, das paixões perturbadoras que te inquietam, e renova-te para o bem, pelo bem que flui do Eterno Bem.
* * *
Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Vigilância.
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.
1a edição. Salvador, BA: LEAL, 1987.
Não podendo a organização celular definir estados psicológicos e emocionais, estes obedecem às impressões espirituais de que se encharcam, exteriorizando-se como fatores propelentes para uma ou outra atitude.
Destituída de espontaneidade, exceto dos fenômenos que lhe são inerentes, graças aos automatismos atávicos, a matéria orgânica é resultado das aquisições eternas do Espírito que dela se veste para as experiências da evolução.
A hereditariedade vigente nos mapas dos genes e dos cromossomos encarrega-se de transmitir inúmeros caracteres morfológicos, fisiológicos, sem exercer preponderância fundamental nos arcabouços psicológicos e morais, que pertencem ao ser espiritual, modelador das necessidades inerentes ao progresso e fomentador dos recursos que se lhe fazem indispensáveis a esse processo de crescimento a que se destina.
Descartar-se o valor dos implementos espirituais nos fenômenos comportamentais do homem, é uma tentativa de reduzi-lo a um amontoado de tecidos frágeis que o acaso organiza e desmantela ao próprio talante.
A vida pessoal escreve nas experiências de cada ser as diretrizes para as suas conquistas futuras.
Vícios e delitos ignóbeis, virtudes sacrificiais e abnegação, pertencem à alma que os externa nos momentos hábeis conforme o seu estágio evolutivo.
*
Vicente de Paulo e Francisco de Sales, fascinados pelo amor aos infelizes, liberaram as altas forças que lhes jaziam inatas, a serviço da caridade e da dedicação sem limite.
Ana Nery e Eunice Weaver, sensibilizadas pelo sofrimento humano, esqueceram-se de si mesmas e dedicaram-se, a primeira, aos combatentes feridos, e a segunda, à salvação dos filhos sadios dos hansenianos.
Eichmann e inúmeros carrascos nazistas acariciavam, comovidos, os filhinhos, após enviarem, cada dia, milhares de outras crianças e adultos aos fornos crematórios em inúmeros lugares dos países subjugados.
Tamerlão incendiava as cidades conquistadas, após degolar os sobreviventes, para depois dormir tranqüilo ao lado daqueles a quem amava.
Homens e mulheres virtuosos, sempre revelaram o alto grau de amor que lhes jazia em latência, da mesma forma que sicários e criminosos sanguissedentos deixaram transparecer a crueldade assassina desde os primeiros anos de infância...
As exceções demonstram o poder da vontade, que é manifestação do Espírito, quando acionada, propelindo para uma ou para outra atitude.
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O hábito vicioso arraigado remanesce, impondo de uma para outra reencarnação suas características, assim impelindo o homem para manter a sua continuidade.
Da mesma forma, os salutares esforços no bem e na virtude ressumam dos refolhos da alma, e conduzem vitoriosos aos labores de edificação.
Toda ação atual, portanto, tem as suas matrizes em outras que as precedem, impressas nos arquivos profundos do ser.
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Estás, na Terra, com a finalidade de abrir sepulturas para os vícios e dar asas às virtudes.
Substituindo o mau pelo bom hábito, o equivocado pelo correto labor, corrigirás a inclinação moral negativa, criando condicionamentos sadios que se apresentarão como virtudes a felicitar-te a vida.
Teus vícios de hoje, transforma-os, no teu mundo íntimo, em virtudes para amanhã ao teu alcance desde agora.
Libera-te pois, com esforço e valor moral, do mau gênio que permanece dominador, das paixões perturbadoras que te inquietam, e renova-te para o bem, pelo bem que flui do Eterno Bem.
* * *
Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Vigilância.
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.
1a edição. Salvador, BA: LEAL, 1987.
sábado, 29 de janeiro de 2011
Cooperemos Fielmente
"Pois somos cooperadores de Deus."
Paulo (I Coríntios, 3:9.).
O Pai é o Supremo Criador da Vida, mas o homem pode ser fiel cooperador dEle.
Deus visita a criatura pela própria criatura.
Almas cerradas sobre si mesmas declarar-se-ão incapazes de serviços nobres; afirmar-se-ão empobrecidas ou incompetentes.
Há companheiros que atingem o disparate de se proclamarem tão pecadores e tão maus que se sentem inabilitados a qualquer espécie de concurso sadio na obra cristã, como se os devedores e os ignorantes não necessitassem trabalhar na própria melhoria.
As portas da colaboração com o divino amor, porém, permanecem constantemente abertas e qualquer homem de mediana razão pode identificar a chamada para o serviço divino.
Cultivemos o bem, eliminando o mal.
Façamos luz onde a treva domine.
Conduzamos harmonia às zonas em discórdia.
Ajudemos a ignorância com o esclarecimento fraterno.
Seja o amor ao próximo nossa base essencial em toda construção no caminho evolutivo.
Até agora, temos sido pesados à economia da vida.
Filhos perdulários, ante o Orçamento Divino, temos despendido preciosas energias em numerosas existências, desviando-as para o terreno escuro das retificações difíceis ou do cárcere expiatório.
Ao que nos parece, portanto, segundo os conhecimentos que possuímos, por "acréscimo de misericórdia", já é tempo de cooperarmos fielmente com Deus, no desempenho de nossa tarefa humilde.
* * *
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Vinha de Luz.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.
Paulo (I Coríntios, 3:9.).
O Pai é o Supremo Criador da Vida, mas o homem pode ser fiel cooperador dEle.
Deus visita a criatura pela própria criatura.
Almas cerradas sobre si mesmas declarar-se-ão incapazes de serviços nobres; afirmar-se-ão empobrecidas ou incompetentes.
Há companheiros que atingem o disparate de se proclamarem tão pecadores e tão maus que se sentem inabilitados a qualquer espécie de concurso sadio na obra cristã, como se os devedores e os ignorantes não necessitassem trabalhar na própria melhoria.
As portas da colaboração com o divino amor, porém, permanecem constantemente abertas e qualquer homem de mediana razão pode identificar a chamada para o serviço divino.
Cultivemos o bem, eliminando o mal.
Façamos luz onde a treva domine.
Conduzamos harmonia às zonas em discórdia.
Ajudemos a ignorância com o esclarecimento fraterno.
Seja o amor ao próximo nossa base essencial em toda construção no caminho evolutivo.
Até agora, temos sido pesados à economia da vida.
Filhos perdulários, ante o Orçamento Divino, temos despendido preciosas energias em numerosas existências, desviando-as para o terreno escuro das retificações difíceis ou do cárcere expiatório.
Ao que nos parece, portanto, segundo os conhecimentos que possuímos, por "acréscimo de misericórdia", já é tempo de cooperarmos fielmente com Deus, no desempenho de nossa tarefa humilde.
* * *
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Vinha de Luz.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.
sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
Educandário de luz
Ninguém se reconheceria fora da paciência e do amor que Jesus nos legou, se todos freqüentássemos a universidade da beneficência, cujos institutos de orientação funcionam, quase sempre nas áreas da retaguarda.
Aí, nos recintos da penúria, as lições são administradas, ao vivo, através das aulas inumeráveis do sofrimento.
Tanto quanto possas e, mais demoradamente nos dias de aflição, quando tudo te pareça convite ao desalento, procura experiência e compreensão nessa escola bendita, alicerçada em necessidades e lágrimas.
Se contratempos te ferem nos assuntos humanos, visita os irmãos enfermos, segregados no hospital, a fim de que possas aprender a valorizar a saúde que te permite trabalhar e renovar a esperança.
Quando te atormente a fome de sucesso nos temas afetivos e a ventura do coração se te afigure tardia, toma contato com aqueles companheiros que habitam furnas abandonadas, para quem a solidão se fez o prato de cada dia.
Ante os empeços da profissão com que o mundo te honra a existência, consagra alguns minutos a escutar o relatório dos pais de família, entregues ao desespero por lhes escassearem recursos à própria subsistência.
E, se experimentas dissabores, perante os filhos que te enriquecem a a alma de esperança e carinho, à face das tribulações que lhes gravam a vida, observa aqueles outros pequeninos que caminham nas trilhas do mundo, sem tutela de pai ou mãe que os resguarde, atirados à noite da criminalidade e da ignorância.
Matricula-te no educandário da caridade e guardarás a força da paciência.
Enriquece de cultura os dotes que te enfeitam a personalidade e realiza na terra os nobres ideais afetivos que te povoam os pensamentos, no entanto, se queres que a felicidade venha morar efetivamente contigo, auxilia igualmente a construir a felicidade dos outros.
Nosso encontro com aqueles que sofrem dificuldades e provações maiores que as nossas será sempre, em qualquer lugar, o nosso mais belo e mais duradouro encontro com Deus.
* * *
Emmanuel
Mensagem retirada do livro "Paz e Renovação" Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
Aí, nos recintos da penúria, as lições são administradas, ao vivo, através das aulas inumeráveis do sofrimento.
Tanto quanto possas e, mais demoradamente nos dias de aflição, quando tudo te pareça convite ao desalento, procura experiência e compreensão nessa escola bendita, alicerçada em necessidades e lágrimas.
Se contratempos te ferem nos assuntos humanos, visita os irmãos enfermos, segregados no hospital, a fim de que possas aprender a valorizar a saúde que te permite trabalhar e renovar a esperança.
Quando te atormente a fome de sucesso nos temas afetivos e a ventura do coração se te afigure tardia, toma contato com aqueles companheiros que habitam furnas abandonadas, para quem a solidão se fez o prato de cada dia.
Ante os empeços da profissão com que o mundo te honra a existência, consagra alguns minutos a escutar o relatório dos pais de família, entregues ao desespero por lhes escassearem recursos à própria subsistência.
E, se experimentas dissabores, perante os filhos que te enriquecem a a alma de esperança e carinho, à face das tribulações que lhes gravam a vida, observa aqueles outros pequeninos que caminham nas trilhas do mundo, sem tutela de pai ou mãe que os resguarde, atirados à noite da criminalidade e da ignorância.
Matricula-te no educandário da caridade e guardarás a força da paciência.
Enriquece de cultura os dotes que te enfeitam a personalidade e realiza na terra os nobres ideais afetivos que te povoam os pensamentos, no entanto, se queres que a felicidade venha morar efetivamente contigo, auxilia igualmente a construir a felicidade dos outros.
Nosso encontro com aqueles que sofrem dificuldades e provações maiores que as nossas será sempre, em qualquer lugar, o nosso mais belo e mais duradouro encontro com Deus.
* * *
Emmanuel
Mensagem retirada do livro "Paz e Renovação" Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
A disciplina das pequenas coisas.
As atividades com as crianças estavam caminhando muito bem, felizmente! Depois de muito esforço para arrebanhar os pequenos para a educação em espiritismo, dentro da proposta da Casa Espírita, finalmente o grupo de trabalhadores da Educação Espírita Infantil se vê diante de uma enorme conquista, pois jamais haviam conseguido reunir tantas crianças como naquele ano.
Haviam distribuído, juntamente com o "seu" Geraldo, as crianças em grupos, para que houvesse uma melhor integração delas entre si e para que, em faixas etárias próximas, todas recebessem as instruções referentes ao Espiritismo de um modo mais uniforme. O mentor da Casa Espírita, Entidade Espiritual deveras preocupado com o futuro, inspirou firmemente ao "seu" Geraldo para uma reestruturação que tomasse como diretriz para o ensino das crianças, não somente o Evangelho Segundo o Espiritismo, mas particular e principalmente O Livro dos Espíritos.
De início, como é comum, alguns trabalhadores sentiram certo desconforto diante desta mudança, inclusive no nome, pois a atividade era e é conhecida como "evangelização infantil". Assim, de repente, muda-se para "educação espírita infantil" e, ainda por cima, passa a ser usado O Livro dos Espíritos! É muita mudança de uma só vez!
- Será que a gente vai se adaptar? Como é que eu vou explicar O Livro dos Espíritos para uma criança de três ou quatro anos? Esse "seu" Geraldo não deve estar muito bem! Acho que a mediunidade dele está subindo à cabeça, isso sim! - Eram as palavras desferidas por Nilda, uma das "evangelizadoras" mais antigas da Casa Espírita, assim, meio sentida com as mudanças, sem que ela tivesse sido consultada, afinal, tinha muita experiência nessa atividade.
O que Nilda não percebia é que as diretrizes da Casa Espírita são ditada pela equipe espiritual que coordena e orienta os trabalhos dela e não, simplesmente, pelos encarnados. Também não conseguia notar que Geraldo era apenas um esforçado instrumento deste trabalho e que ele, pelo menos até então, não havia se deixado consumir pela vaidade ou pelo orgulho e que todo seu desejo era que a Casa Espírita desenvolvesse as atividades que precisaria desenvolver.
Geraldo e outras pessoas da Casa Espírita estavam percebendo o desinteresse dos pais e das crianças pelas atividades da antiga Evangelização Infantil. Havia um esvaziamento das atividades, há cerca de um ano e meio e, embora alertasse às trabalhadoras, não havia efetiva reação para tentar melhorar as propostas de trabalho, com o objetivo de recuperá-lo.
Em suas preces matinais, pedia que, no momento oportuno, viessem as instruções para o realinhamento deste setor da Casa Espírita. Após alguns meses de prece e meditação, eis que elas vieram, aos poucos, gradativamente, em algumas semanas, durante as quais ele foi fazendo as mudanças sugeridas pelas Entidades Espirituais que eram e são as responsáveis pelos trabalhos de lá. Certamente uma ou outra adequação foram feitas por ele, afinal, nem tudo vem prontinho e preparado pelos Espíritos; é importante lembrar que eles nos mostram o caminho, mas nós precisamos fazer aquilo que nos compete em nossas atividades. E assim aconteceu com Geraldo. Ele deu, sim, seus toques, sua "arte final", como ele citava sempre, nas mudanças planejadas pelos Guias Espirituais da Casa Espírita.
Ele levou, então, as novas diretrizes para que todos tomassem ciência das mudanças e das razões que justificavam tais modificações. Diante de todas as pessoas passou a enumerar o princípio das mudanças e como aconteceriam, deixando claro que ainda não havia recebido todas as diretrizes e que, conforme fosse comunicado pelos Amigos Espirituais, notificaria a todos progressivamente.
Já nesse momento, Nilda sentiu um mal estar e questionou intimamente se essas modificações seriam efetivamente trazidas do Plano Espiritual ou simplesmente uma manifestação da vontade do "seu" Geraldo...
Assim, Nilda mantinha seus pensamentos focados na busca do erro enquanto Entidades Espirituais equivocadas manifestavam suas aspirações a ela, mantendo-se ao seu lado e ligados aos seus pensamentos, alimentando suas frustrações e fortalecendo seus pensamentos também equivocados. Aliás, os pensamentos voltados ao orgulho, à vaidade e à presunção são vastos campos para os envolvimentos com Entidades Espirituais e isso é mais do que sabido no meio espírita. Entretanto, o maior problema é a própria pessoa reconhecer que está sendo envolvida por sentimentos e emoções que levam aos desequilíbrios individual e coletivo, pois toda vez que uma situação motiva um trabalhador para o melindre, este trabalhador já está iniciando um processo de perda de vínculo com os trabalhos em detrimento da importância deste mesmo trabalho e em busca de justificativas para o valor do próprio trabalhador.
Talvez por isso Nilda tenha cultivado pensamentos progressivamente mais difíceis e infelizes, cultuando nos recônditos de seu coração a auto-piedade, a mágoa com "seu" Geraldo e o desejo cada vez mais intenso de se afastar da Casa Espírita, como, de fato estava acontecendo:
"Não suporto ver essas mudanças que o Geraldo está implantando! Que coisa absurda, onde já se viu? Não tem cabimento dividir as crianças por faixas etárias! Tudo errado! Se tivesse me consultado, com certeza eu iria dar uma diretriz correta para esse trabalho, fazer dele um trabalho que dá certo, envolver as mocinhas que trabalham na Evangelização... Ah! E essa história de mudar o nome para Educação Espírita Infantil! Baixaria! O mundo inteiro usa a denominação de Evangelização Infantil, só ele quer ser diferente! Com certeza ele está sendo obsediado! Com certeza! Quando alguém faz algo assim e quer dar a sua marca é por que está realmente obsediado! O que será de nós, meu Deus? O que será de nós?"
É, os tormentos de Nilda não ficaram só com ela, infelizmente. Ela iniciou um movimento que visava desautorizar Geraldo e falava com quem pudesse para divulgar suas opiniões. Dizia tudo que lhe vinha à mente, embora tomasse certo cuidado com as palavras, ela não percebia que estava, na verdade, gerando falatório. Onde ela colocava a semente, iniciava-se um processo de dúvidas e as pessoas, também envolvidas, acabavam por se deixar levar pelas palavras dela e ficavam com dúvidas a respeito das mudanças implantadas pelo dirigente da Casa Espírita.
- Você não vê, Marcinha, que o Geraldo (ela já estava se sentindo tão íntima dele, que já não o tratava por "seu" Geraldo) está impondo as coisas e que não vem aqui com a gente para discutir, pedir opinião, ver o que a gente pensa? É um disparate! Ele tinha de ter uma atitude mais democrática, tinha de conversar com a gente e ver o que a gente pensa! Na verdade, para mim, isso é ditadura mesmo! Onde já se viu, mudar o nome da Evangelização Infantil? Onde ele está com a cabeça? Só pode ser obsessão! Vaidade! Presunção, isso sim! Ah, que pena!
- É verdade, não é amiga? Acho que você tem razão! Para que mudar o nome do trabalho? Estava tão bom como estava! É verdade que o trabalho estava minguando e que, depois que ele mudou algumas coisas, parece que os pais estão um pouco mais interessados...
Nilda interrompe feérica:
- Ah, minha amiga! Tudo o que é novidade o povo gosta! Deixa o tempo passar e você vai ver que todo mundo vai é abandonar o barco! A gente vai ficar às moscas na Evangelização! Educação Espírita Infantil! Só me faltava essa! Que absurdo! Onde ele está com a cabeça? Está começando a se perder, isso sim! Do meu ponto de vista isso é o início da derrocada dele! Se a gente não tomar uma providência, esse centro espírita vai é para o ralo, mesmo!
- Credo, Nilda! Que boca, einh? Nada disso! A gente precisa dar um jeito nessa história! - E Marcinha falava envolvida e sentia um arrepio, como um mau presságio! Chegou a sentir um pouco de tontura.
Jandira estava passando em frente à sala da Educação Espírita Infantil já quando a conversa estava mais adiantada e não conseguiu não ouvir as palavras de Marcina. Isso realmente lhe chamou atenção e ela, impulsionada por uma certa dose de curiosidade, mas sempre envolvida com sentimentos mais enobrecidos, acabou entrando na sala. Incontida, perguntou:
- Que houve, Marcinha? Porque esse arrepio, menina?
- Nada, não, Jandira! É que a Nilda, aqui, está preocupada com "seu" Geraldo. Diz que ele está obsediado...
Nilda interrompeu, na hora, a frase de Marcinha:
- Espera aí, não foi isso que eu disse!
- Como não? Você acabou de dizer!
- Eu disse que parece que ele não está bem! É outra coisa! E eu disse isso por que estou preocupada com ele, só isso!
Na verdade, Nilda sabia das simpatias de Jandira pelo responsável pelos trabalhos da Casa Espírita, mas, por ciúme, já tinha até imaginado algumas cenas mais "aquecidas", como ela pensava, entre ambos. Só podia ser, por que a "tal" da Jandira o defendia com unhas e dentes, caramba! Por qual razão uma mulher defenderia assim um homem? No mínimo tem algum interesse, digamos, pessoal... Então, quando a viu dentro da sala, tratou de se colocar na defensiva, pois sabia que a "Jandirinha" iria tomar atitude defensiva com relação ao "seu Geraldinho"...
Seus olhos soltavam verdadeiras faíscas em direção a Marcinha, enquanto falava.
"Caramba! Não se pode confiar em ninguém, mesmo! Falar para a Jandira é pedir para ouvir sermão..."
É, não teve jeito, Jandira não se conteve:
- Todos os trabalhos da Casa Espírita são comandados e coordenados pelo plano espiritual. Não há qualquer diretriz educativa ou mediúnica desta Casa que não seja amparada pelos Espíritos Guias que colaboram e orientam os trabalhos...
- Jandira, eu questiono sim, as coisas, porque o próprio Kardec orienta em suas obras que tudo seja questionado. Eu acredito que todos deveríamos participar das decisões, que quando as coisas são assim dirigidas, de cima para baixo, algo não está bem e seria muito bom se todos tivessem união para acertar os trabalhos de forma democrática, com discussões em reuniões, para que tudo se ajuste de forma a concordar com a maioria das pessoas. Não gosto deste tipo de proposta, um tanto ditatorial para o meu gosto! Estou insatisfeita, sim, mas nem por isso deixarei de cumprir com meu trabalho, com muito amor!
Nilda foi direta e clara; de certa forma se expôs diante das duas e, enquanto falava, sentia que irradiava uma certa dose de revolta em suas palavras. Parecia que as palavras não eram exatamente suas, mas ia falando, deixando que elas saíssem de seus lábios, sem questionar, de modo muito "natural". Mas, só no final é que percebeu que efetivamente havia exposto seu sentimentos mais íntimos amplificados pela reação que teve diante das palavras de Jandira. Mas foi incontrolável: quando deu conta da situação, já havia dito aquele monte de coisas e... Não havia mais o que fazer. Certamente haveria alguma reação dela, isso se ela não levasse a situação adiante, levando para o"Geraldo" o acontecido. Mas, fazer o quê? Já tinha acontecido...
- Bem, acho que não há mais muito a discutir, nem a conversar. Só digo que discordo de você, mas sugiro que leve suas dúvidas diretamente para o "seu" Geraldo, pois ele é o responsável pelos trabalhos e não nós. Bom trabalho para vocês.
Na verdade, ela não tinha sido lá muito educada, mas contida, pois teve vontade de falar muitas coisas.Em seguida, serenamente, Jandira se retira e vai à sala de passes para seu trabalho. Ficou pensativa, é verdade, mas não se dignou a comentar absolutamente nada com quem quer que fosse.
"Silêncio e respeito são os melhores remédios nessas horas. Nada de levar a conversa adiante" - dizia a trabalhadora da Casa Espírita. "Qualquer coisa que eu diga, só irá comprometer ainda mais a situação. Então, o melhor é me calar e evitar quaisquer comentários. Mas que a situação é delicada, isso é! Meu Senhor, como as pessoas complicam as situações, sem necessidade! Ela tem todo o direito de não concordar, mas não contestar em público, levando adiante a sua opinião, como quem trabalha advogando em causa própria; não deveria expor o "seu" Geraldo dessa maneira! Logo ela, uma das mais antigas da Casa! Quanto cuidado nós precisamos ter com essas situações, meu Senhor, quanto cuidado!"
"Acredito que se eu tivesse uma opinião tão contrária, eu precisaria cuidar muito dos pensamentos, para não comprometer toda uma estrutura, pois eu seria como uma fruta estragada no meio de outras em boas condições e poderia contaminar a todas ou a muitas, levando minha moléstia adiante! Sim, porque todos precisamos avaliar que estamos na mesma equipe, no mesmo grupo de trabalho, com as mesmas intenções, com os mesmos objetivos e com os mesmos ideais... Não há disputa, ou pelo menos não há necessidade disso em um local de dedicação ao próximo, numa Casa de Jesus... Eu fico um pouco abalada com essas histórias! Mas preciso recuperar meu ponto de equilíbrio e me concentrar em meu trabalho!"
Jandira entrou, então, em preces. De início assim meio decoradas, mas aos poucos de seu interior as vibrações tranquilizadoras começaram a "brotar" e ela mergulhou na boa vontade para com aquela oportunidade de aprender a servir! Seguiu por todo o final de tarde e início da noite em trabalho com bom nível de concentração, sentindo-se reconfortada no final da jornada. Bem disposta e animada, foi para sua casa, fazer o seu "terceiro período" como ela costumava denominar as tarefas do lar.
Nilda, entretanto, não conseguia a mesma força interior para mudar suas disposições mentais. A cada instante mergulhava em uma mistura de muitos sentimentos e emoções, deixando-se levar por um turbilhão de imagens comandado pela imaginação! Seu coração ora disparava, ora saltava em seu peito e sentia uma espécie de vertigem, mas aí ela "firmava o pensamento", pedia ajuda aos guias espirituais e melhorava, para algum tempo depois sentir-se mal novamente.
Durante todo o tempo no qual esteve na Casa Espírita ela permaneceu assim e isso lhe causou dores gástricas, um pouco de náusea e uma espécie de medo-sem-saber-do-quê. Foi para a sala de passe - "quem sabe um passe me ajuda" - mas deu de cara com Jandira de olhos fechados, em prece - "com ela eu não tomo passe, de jeito nenhum! vai saber se não vai me rogar alguma praga, credo!" e voltou para a sala onde tinha seus afazeres, mas o trabalho não rendia, ela não conseguia preparar as atividades para a próxima data de "Educação Espírita Infantil - arre! que nome desnecessário!", então, em certo momento ela optou por abandonar tudo e ir para casa.
No caminho, as imagens se repetiam constantemente. E atormentavam Nilda. Ela tentava se concentrar nas coisas à sua volta, nas pessoas, no caminho, tinha algum resultado por alguns instantes, mas logo as imagens retornavam. Via Jandira conversando com o Geraldo, contando toda a conversa que tinha tido com Nilda para ele, enriquecendo com detalhes sórdidos, envenenando-o sutilmente e ele mostrando a fisionomia de verdadeira decepção com Nilda...
"Ah, mas se ele acreditar nela, o que posso fazer? Não há o que fazer, na verdade! Ele que se dane! Ele que procure outra pessoa para a Evagelização! Nem ao menos leva em conta todo esse tempo que me dediquei a este trabalho tão cansativo! Como pode ser tão ingrato? Como as pessoas se esquecem de tudo o que fazemos? Tanto tempo me dediquei! Esperava pelo menos o reconhecimento por isso tudo, afinal, quanto amor derramei nesse trabalho! Por que não veio me perguntar o que eu achava das mudanças, meu Deus? Uma palavra, uma conversa que fosse e pronto! Eu iria ajudar com todo o carinho! Mas, não! Nada disso! Egoísta! Perverso! Acha que tem o "rei na barriga"! Acha que é grande coisa, que pode fazer o que quer só por conta de um "cargo" de direção ou coisa parecida... Onde já se viu coisa igual? Só os pretensiosos agem assim!"
É... a mente dela não dava descanso. Muito agitada, Nilda chegava em casa depois de uma jornada que pareceu não ter fim. Nem é preciso dizer que sua chegada ao lar foi acompanhada de algumas surpresas. Passou pelo porteiro do condomínio, depois de ter deixado o carro no estacionamento e ficou se perguntando qual a razão para ele não estar na portaria. Além disso ele estava agitado e um pouco pálido, estranho... Ao chegar ao saguão onde iria para o elevador, percebeu uma movimentação que para ela era anormal próximo da portaria. Havia algo errado, certamente, mas não quis saber do que se tratava e entrou no elevador para ir ao seu apartamento.
Já no apartamento, sozinha, pois o companheiro ainda não havia chegado, foi para a sacada tomar ar fresco. A grande altura lhe permitia ver, além dos dois prédios da frente, que faziam parte do mesmo condomínio, boa parte da avenida que corria por detrás dele. Era hora de retorno ao lar de muitas pessoas e o número de carros, caminhões e motos era grande. Aquela agitação toda não estava sensibilizando seu íntimo, era como se fosse algo distante, bem distante. Como se ela estivesse fora dali, embora pudesse perceber os veículos, as pessoas, seus movimentos, mas sem significado real para si mesma. Algo mecânico, sem tempero, sem emoção.
Na verdade, naquele momento sentia-se anestesiada, cansada e refletia se não seria melhor parar de freqüentar a Casa Espírita. Afinal, já tinha dado muito dela mesma, muitas horas, muitos dias de sua vida em prol de algo que já não julgava tão importante assim.
"É isso: vou me desligar da Casa Espírita! Vou dar meu trabalho por findado! É o melhor para mim e para todos de lá! Assim não terei mais nada com o que me preocupar dessas coisas. Vou dar um tempo e depois vejo se vou ajudar em algum outro lugar, de preferência que não seja espírita! Os espíritas são hipócritas, ingratos! Chega! Amanhã mesmo vou até lá para entregar as chaves e me despedir de todos! Quero ver a cada do 'Geraldinho' quando eu lhe disser que vou me arrancar de lá! Duvido que ele ache alguém com preparo parecido com o meu, com o meu gabarito, com meu conhecimento, duvido!"
É, e assim mais uma pessoa se deixa envolver pelos melindres, em função do orgulho tão presente em seu coração, para se afastar das tarefas em uma casa espírita! Mais uma de muitas, que não percebem estar totalmente envolvidas pelas trevas interiores que abrem avenidas favoráveis à obsessão e se deixam levar.
Haviam distribuído, juntamente com o "seu" Geraldo, as crianças em grupos, para que houvesse uma melhor integração delas entre si e para que, em faixas etárias próximas, todas recebessem as instruções referentes ao Espiritismo de um modo mais uniforme. O mentor da Casa Espírita, Entidade Espiritual deveras preocupado com o futuro, inspirou firmemente ao "seu" Geraldo para uma reestruturação que tomasse como diretriz para o ensino das crianças, não somente o Evangelho Segundo o Espiritismo, mas particular e principalmente O Livro dos Espíritos.
De início, como é comum, alguns trabalhadores sentiram certo desconforto diante desta mudança, inclusive no nome, pois a atividade era e é conhecida como "evangelização infantil". Assim, de repente, muda-se para "educação espírita infantil" e, ainda por cima, passa a ser usado O Livro dos Espíritos! É muita mudança de uma só vez!
- Será que a gente vai se adaptar? Como é que eu vou explicar O Livro dos Espíritos para uma criança de três ou quatro anos? Esse "seu" Geraldo não deve estar muito bem! Acho que a mediunidade dele está subindo à cabeça, isso sim! - Eram as palavras desferidas por Nilda, uma das "evangelizadoras" mais antigas da Casa Espírita, assim, meio sentida com as mudanças, sem que ela tivesse sido consultada, afinal, tinha muita experiência nessa atividade.
O que Nilda não percebia é que as diretrizes da Casa Espírita são ditada pela equipe espiritual que coordena e orienta os trabalhos dela e não, simplesmente, pelos encarnados. Também não conseguia notar que Geraldo era apenas um esforçado instrumento deste trabalho e que ele, pelo menos até então, não havia se deixado consumir pela vaidade ou pelo orgulho e que todo seu desejo era que a Casa Espírita desenvolvesse as atividades que precisaria desenvolver.
Geraldo e outras pessoas da Casa Espírita estavam percebendo o desinteresse dos pais e das crianças pelas atividades da antiga Evangelização Infantil. Havia um esvaziamento das atividades, há cerca de um ano e meio e, embora alertasse às trabalhadoras, não havia efetiva reação para tentar melhorar as propostas de trabalho, com o objetivo de recuperá-lo.
Em suas preces matinais, pedia que, no momento oportuno, viessem as instruções para o realinhamento deste setor da Casa Espírita. Após alguns meses de prece e meditação, eis que elas vieram, aos poucos, gradativamente, em algumas semanas, durante as quais ele foi fazendo as mudanças sugeridas pelas Entidades Espirituais que eram e são as responsáveis pelos trabalhos de lá. Certamente uma ou outra adequação foram feitas por ele, afinal, nem tudo vem prontinho e preparado pelos Espíritos; é importante lembrar que eles nos mostram o caminho, mas nós precisamos fazer aquilo que nos compete em nossas atividades. E assim aconteceu com Geraldo. Ele deu, sim, seus toques, sua "arte final", como ele citava sempre, nas mudanças planejadas pelos Guias Espirituais da Casa Espírita.
Ele levou, então, as novas diretrizes para que todos tomassem ciência das mudanças e das razões que justificavam tais modificações. Diante de todas as pessoas passou a enumerar o princípio das mudanças e como aconteceriam, deixando claro que ainda não havia recebido todas as diretrizes e que, conforme fosse comunicado pelos Amigos Espirituais, notificaria a todos progressivamente.
Já nesse momento, Nilda sentiu um mal estar e questionou intimamente se essas modificações seriam efetivamente trazidas do Plano Espiritual ou simplesmente uma manifestação da vontade do "seu" Geraldo...
Assim, Nilda mantinha seus pensamentos focados na busca do erro enquanto Entidades Espirituais equivocadas manifestavam suas aspirações a ela, mantendo-se ao seu lado e ligados aos seus pensamentos, alimentando suas frustrações e fortalecendo seus pensamentos também equivocados. Aliás, os pensamentos voltados ao orgulho, à vaidade e à presunção são vastos campos para os envolvimentos com Entidades Espirituais e isso é mais do que sabido no meio espírita. Entretanto, o maior problema é a própria pessoa reconhecer que está sendo envolvida por sentimentos e emoções que levam aos desequilíbrios individual e coletivo, pois toda vez que uma situação motiva um trabalhador para o melindre, este trabalhador já está iniciando um processo de perda de vínculo com os trabalhos em detrimento da importância deste mesmo trabalho e em busca de justificativas para o valor do próprio trabalhador.
Talvez por isso Nilda tenha cultivado pensamentos progressivamente mais difíceis e infelizes, cultuando nos recônditos de seu coração a auto-piedade, a mágoa com "seu" Geraldo e o desejo cada vez mais intenso de se afastar da Casa Espírita, como, de fato estava acontecendo:
"Não suporto ver essas mudanças que o Geraldo está implantando! Que coisa absurda, onde já se viu? Não tem cabimento dividir as crianças por faixas etárias! Tudo errado! Se tivesse me consultado, com certeza eu iria dar uma diretriz correta para esse trabalho, fazer dele um trabalho que dá certo, envolver as mocinhas que trabalham na Evangelização... Ah! E essa história de mudar o nome para Educação Espírita Infantil! Baixaria! O mundo inteiro usa a denominação de Evangelização Infantil, só ele quer ser diferente! Com certeza ele está sendo obsediado! Com certeza! Quando alguém faz algo assim e quer dar a sua marca é por que está realmente obsediado! O que será de nós, meu Deus? O que será de nós?"
É, os tormentos de Nilda não ficaram só com ela, infelizmente. Ela iniciou um movimento que visava desautorizar Geraldo e falava com quem pudesse para divulgar suas opiniões. Dizia tudo que lhe vinha à mente, embora tomasse certo cuidado com as palavras, ela não percebia que estava, na verdade, gerando falatório. Onde ela colocava a semente, iniciava-se um processo de dúvidas e as pessoas, também envolvidas, acabavam por se deixar levar pelas palavras dela e ficavam com dúvidas a respeito das mudanças implantadas pelo dirigente da Casa Espírita.
- Você não vê, Marcinha, que o Geraldo (ela já estava se sentindo tão íntima dele, que já não o tratava por "seu" Geraldo) está impondo as coisas e que não vem aqui com a gente para discutir, pedir opinião, ver o que a gente pensa? É um disparate! Ele tinha de ter uma atitude mais democrática, tinha de conversar com a gente e ver o que a gente pensa! Na verdade, para mim, isso é ditadura mesmo! Onde já se viu, mudar o nome da Evangelização Infantil? Onde ele está com a cabeça? Só pode ser obsessão! Vaidade! Presunção, isso sim! Ah, que pena!
- É verdade, não é amiga? Acho que você tem razão! Para que mudar o nome do trabalho? Estava tão bom como estava! É verdade que o trabalho estava minguando e que, depois que ele mudou algumas coisas, parece que os pais estão um pouco mais interessados...
Nilda interrompe feérica:
- Ah, minha amiga! Tudo o que é novidade o povo gosta! Deixa o tempo passar e você vai ver que todo mundo vai é abandonar o barco! A gente vai ficar às moscas na Evangelização! Educação Espírita Infantil! Só me faltava essa! Que absurdo! Onde ele está com a cabeça? Está começando a se perder, isso sim! Do meu ponto de vista isso é o início da derrocada dele! Se a gente não tomar uma providência, esse centro espírita vai é para o ralo, mesmo!
- Credo, Nilda! Que boca, einh? Nada disso! A gente precisa dar um jeito nessa história! - E Marcinha falava envolvida e sentia um arrepio, como um mau presságio! Chegou a sentir um pouco de tontura.
Jandira estava passando em frente à sala da Educação Espírita Infantil já quando a conversa estava mais adiantada e não conseguiu não ouvir as palavras de Marcina. Isso realmente lhe chamou atenção e ela, impulsionada por uma certa dose de curiosidade, mas sempre envolvida com sentimentos mais enobrecidos, acabou entrando na sala. Incontida, perguntou:
- Que houve, Marcinha? Porque esse arrepio, menina?
- Nada, não, Jandira! É que a Nilda, aqui, está preocupada com "seu" Geraldo. Diz que ele está obsediado...
Nilda interrompeu, na hora, a frase de Marcinha:
- Espera aí, não foi isso que eu disse!
- Como não? Você acabou de dizer!
- Eu disse que parece que ele não está bem! É outra coisa! E eu disse isso por que estou preocupada com ele, só isso!
Na verdade, Nilda sabia das simpatias de Jandira pelo responsável pelos trabalhos da Casa Espírita, mas, por ciúme, já tinha até imaginado algumas cenas mais "aquecidas", como ela pensava, entre ambos. Só podia ser, por que a "tal" da Jandira o defendia com unhas e dentes, caramba! Por qual razão uma mulher defenderia assim um homem? No mínimo tem algum interesse, digamos, pessoal... Então, quando a viu dentro da sala, tratou de se colocar na defensiva, pois sabia que a "Jandirinha" iria tomar atitude defensiva com relação ao "seu Geraldinho"...
Seus olhos soltavam verdadeiras faíscas em direção a Marcinha, enquanto falava.
"Caramba! Não se pode confiar em ninguém, mesmo! Falar para a Jandira é pedir para ouvir sermão..."
É, não teve jeito, Jandira não se conteve:
- Todos os trabalhos da Casa Espírita são comandados e coordenados pelo plano espiritual. Não há qualquer diretriz educativa ou mediúnica desta Casa que não seja amparada pelos Espíritos Guias que colaboram e orientam os trabalhos...
- Jandira, eu questiono sim, as coisas, porque o próprio Kardec orienta em suas obras que tudo seja questionado. Eu acredito que todos deveríamos participar das decisões, que quando as coisas são assim dirigidas, de cima para baixo, algo não está bem e seria muito bom se todos tivessem união para acertar os trabalhos de forma democrática, com discussões em reuniões, para que tudo se ajuste de forma a concordar com a maioria das pessoas. Não gosto deste tipo de proposta, um tanto ditatorial para o meu gosto! Estou insatisfeita, sim, mas nem por isso deixarei de cumprir com meu trabalho, com muito amor!
Nilda foi direta e clara; de certa forma se expôs diante das duas e, enquanto falava, sentia que irradiava uma certa dose de revolta em suas palavras. Parecia que as palavras não eram exatamente suas, mas ia falando, deixando que elas saíssem de seus lábios, sem questionar, de modo muito "natural". Mas, só no final é que percebeu que efetivamente havia exposto seu sentimentos mais íntimos amplificados pela reação que teve diante das palavras de Jandira. Mas foi incontrolável: quando deu conta da situação, já havia dito aquele monte de coisas e... Não havia mais o que fazer. Certamente haveria alguma reação dela, isso se ela não levasse a situação adiante, levando para o"Geraldo" o acontecido. Mas, fazer o quê? Já tinha acontecido...
- Bem, acho que não há mais muito a discutir, nem a conversar. Só digo que discordo de você, mas sugiro que leve suas dúvidas diretamente para o "seu" Geraldo, pois ele é o responsável pelos trabalhos e não nós. Bom trabalho para vocês.
Na verdade, ela não tinha sido lá muito educada, mas contida, pois teve vontade de falar muitas coisas.Em seguida, serenamente, Jandira se retira e vai à sala de passes para seu trabalho. Ficou pensativa, é verdade, mas não se dignou a comentar absolutamente nada com quem quer que fosse.
"Silêncio e respeito são os melhores remédios nessas horas. Nada de levar a conversa adiante" - dizia a trabalhadora da Casa Espírita. "Qualquer coisa que eu diga, só irá comprometer ainda mais a situação. Então, o melhor é me calar e evitar quaisquer comentários. Mas que a situação é delicada, isso é! Meu Senhor, como as pessoas complicam as situações, sem necessidade! Ela tem todo o direito de não concordar, mas não contestar em público, levando adiante a sua opinião, como quem trabalha advogando em causa própria; não deveria expor o "seu" Geraldo dessa maneira! Logo ela, uma das mais antigas da Casa! Quanto cuidado nós precisamos ter com essas situações, meu Senhor, quanto cuidado!"
"Acredito que se eu tivesse uma opinião tão contrária, eu precisaria cuidar muito dos pensamentos, para não comprometer toda uma estrutura, pois eu seria como uma fruta estragada no meio de outras em boas condições e poderia contaminar a todas ou a muitas, levando minha moléstia adiante! Sim, porque todos precisamos avaliar que estamos na mesma equipe, no mesmo grupo de trabalho, com as mesmas intenções, com os mesmos objetivos e com os mesmos ideais... Não há disputa, ou pelo menos não há necessidade disso em um local de dedicação ao próximo, numa Casa de Jesus... Eu fico um pouco abalada com essas histórias! Mas preciso recuperar meu ponto de equilíbrio e me concentrar em meu trabalho!"
Jandira entrou, então, em preces. De início assim meio decoradas, mas aos poucos de seu interior as vibrações tranquilizadoras começaram a "brotar" e ela mergulhou na boa vontade para com aquela oportunidade de aprender a servir! Seguiu por todo o final de tarde e início da noite em trabalho com bom nível de concentração, sentindo-se reconfortada no final da jornada. Bem disposta e animada, foi para sua casa, fazer o seu "terceiro período" como ela costumava denominar as tarefas do lar.
Nilda, entretanto, não conseguia a mesma força interior para mudar suas disposições mentais. A cada instante mergulhava em uma mistura de muitos sentimentos e emoções, deixando-se levar por um turbilhão de imagens comandado pela imaginação! Seu coração ora disparava, ora saltava em seu peito e sentia uma espécie de vertigem, mas aí ela "firmava o pensamento", pedia ajuda aos guias espirituais e melhorava, para algum tempo depois sentir-se mal novamente.
Durante todo o tempo no qual esteve na Casa Espírita ela permaneceu assim e isso lhe causou dores gástricas, um pouco de náusea e uma espécie de medo-sem-saber-do-quê. Foi para a sala de passe - "quem sabe um passe me ajuda" - mas deu de cara com Jandira de olhos fechados, em prece - "com ela eu não tomo passe, de jeito nenhum! vai saber se não vai me rogar alguma praga, credo!" e voltou para a sala onde tinha seus afazeres, mas o trabalho não rendia, ela não conseguia preparar as atividades para a próxima data de "Educação Espírita Infantil - arre! que nome desnecessário!", então, em certo momento ela optou por abandonar tudo e ir para casa.
No caminho, as imagens se repetiam constantemente. E atormentavam Nilda. Ela tentava se concentrar nas coisas à sua volta, nas pessoas, no caminho, tinha algum resultado por alguns instantes, mas logo as imagens retornavam. Via Jandira conversando com o Geraldo, contando toda a conversa que tinha tido com Nilda para ele, enriquecendo com detalhes sórdidos, envenenando-o sutilmente e ele mostrando a fisionomia de verdadeira decepção com Nilda...
"Ah, mas se ele acreditar nela, o que posso fazer? Não há o que fazer, na verdade! Ele que se dane! Ele que procure outra pessoa para a Evagelização! Nem ao menos leva em conta todo esse tempo que me dediquei a este trabalho tão cansativo! Como pode ser tão ingrato? Como as pessoas se esquecem de tudo o que fazemos? Tanto tempo me dediquei! Esperava pelo menos o reconhecimento por isso tudo, afinal, quanto amor derramei nesse trabalho! Por que não veio me perguntar o que eu achava das mudanças, meu Deus? Uma palavra, uma conversa que fosse e pronto! Eu iria ajudar com todo o carinho! Mas, não! Nada disso! Egoísta! Perverso! Acha que tem o "rei na barriga"! Acha que é grande coisa, que pode fazer o que quer só por conta de um "cargo" de direção ou coisa parecida... Onde já se viu coisa igual? Só os pretensiosos agem assim!"
É... a mente dela não dava descanso. Muito agitada, Nilda chegava em casa depois de uma jornada que pareceu não ter fim. Nem é preciso dizer que sua chegada ao lar foi acompanhada de algumas surpresas. Passou pelo porteiro do condomínio, depois de ter deixado o carro no estacionamento e ficou se perguntando qual a razão para ele não estar na portaria. Além disso ele estava agitado e um pouco pálido, estranho... Ao chegar ao saguão onde iria para o elevador, percebeu uma movimentação que para ela era anormal próximo da portaria. Havia algo errado, certamente, mas não quis saber do que se tratava e entrou no elevador para ir ao seu apartamento.
Já no apartamento, sozinha, pois o companheiro ainda não havia chegado, foi para a sacada tomar ar fresco. A grande altura lhe permitia ver, além dos dois prédios da frente, que faziam parte do mesmo condomínio, boa parte da avenida que corria por detrás dele. Era hora de retorno ao lar de muitas pessoas e o número de carros, caminhões e motos era grande. Aquela agitação toda não estava sensibilizando seu íntimo, era como se fosse algo distante, bem distante. Como se ela estivesse fora dali, embora pudesse perceber os veículos, as pessoas, seus movimentos, mas sem significado real para si mesma. Algo mecânico, sem tempero, sem emoção.
Na verdade, naquele momento sentia-se anestesiada, cansada e refletia se não seria melhor parar de freqüentar a Casa Espírita. Afinal, já tinha dado muito dela mesma, muitas horas, muitos dias de sua vida em prol de algo que já não julgava tão importante assim.
"É isso: vou me desligar da Casa Espírita! Vou dar meu trabalho por findado! É o melhor para mim e para todos de lá! Assim não terei mais nada com o que me preocupar dessas coisas. Vou dar um tempo e depois vejo se vou ajudar em algum outro lugar, de preferência que não seja espírita! Os espíritas são hipócritas, ingratos! Chega! Amanhã mesmo vou até lá para entregar as chaves e me despedir de todos! Quero ver a cada do 'Geraldinho' quando eu lhe disser que vou me arrancar de lá! Duvido que ele ache alguém com preparo parecido com o meu, com o meu gabarito, com meu conhecimento, duvido!"
É, e assim mais uma pessoa se deixa envolver pelos melindres, em função do orgulho tão presente em seu coração, para se afastar das tarefas em uma casa espírita! Mais uma de muitas, que não percebem estar totalmente envolvidas pelas trevas interiores que abrem avenidas favoráveis à obsessão e se deixam levar.
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
Correta Visão da Vida
Quando a criatura se resolve por diluir o véu da ignorância, que encobre a realidade da vida espiritual, começa a libertar-se da mais grave cegueira, que é a propiciada pela vontade.
Cegos não são apenas aqueles que deixaram de enxergar; senão todos quantos se recusam a ver, sendo piores os que fogem das evidências a fim de permanecerem na escuridão.
A vida, por sua própria gênese, é de origem metafísica, possuindo as raízes poderosamente fincadas no mundo transcendental, que é o causal. Expressando-se na condensação da energia, que se apresenta em forma objetiva, não perde o seu caráter espiritual; elo contrário, vitaliza-se por seu intermédio.
Quando a consciência acorda e as interrogações surgem, aguardando respostas, as contingências do prazer fugaz e sem sentido cedem lugar a necessidades legítimas, que são as responsáveis pela estruturação do ser profundo, portanto, imortal.
Simultaneamente, os valores éticos se alteram, surgindo novos conceitos e aspirações em favor dos bens duradouros, que são indestrutíveis, e passíveis de incessantes transformações para melhor, na criatura.
Desperta-se-lhe então a responsabilidade, e a visão otimista do progresso assenhoreia-se de sua mente, estimulando-a a crescer sem cessar. A sensibilidade se lhe aprimora e seu campo de emoções alarga-se, enriquecendo-se de sentimentos nobres, que superam as antigas manifestações inferiores, tais o azedume, a raiva, o ressentimento, a amargura, a insatisfação...
Porque suas metas são mediatas, a confiança aumenta em torno da Divindade e as realizações fazem-se primorosas, conquistando sabedoria e amor, de que se exorna a fim de sentir-se feliz.
*
Quando a criatura se encontra com a realidade espiritual, toda uma revolução se lhe opera no mundo interior.
Dulcifica-se o seu modo de ser e torna-se afável.
Tranqüiliza-se ante quaisquer acontecimentos, mesmo os mais desgastantes, porque sabe das causalidades que elucidam todos os efeitos.
Nunca desanima, porque suas realizações não aguardam apoio ou recompensas imediatas.
Identifica no serviço do bem os instrumentos para conseguir a perfeita afinidade com o amor, e doa-se.
Na meditação em torno dos desafios existenciais ilumina-se, crescendo interiormente, sem perigo de retrocesso ou parada.
Descobre no século os motivos próprios para a evolução e enfrenta-os com alegria, dando-se conta que viver, no mundo, é aprender sempre, utilizando com propriedade cada minuto e acontecimento do cotidiano.
Usa as bênçãos da vida, porém, não abusa, de cada experiência retirando lições que incorpora às aquisições permanentes.
Acalma as ansiedades do sentimento, por compreender que tudo tem seu momento próprio para acontece; e somente sucede aquilo que se encontra incurso no processo da evolução.
Aprende a silenciar, eliminando palavras excessivas na conversação, e, logrando equilíbrio mental, produz o silêncio mais importante.
Solidário em todas as circunstâncias, não se precipita, nem recua.
Conquista a paz e torna-se irmão de todos.
*
Quando a criatura compreende que se encontra na Terra em trânsito, realizando um programa que se estenderá além do corpo, na vida espiritual, realiza o auto-encontro, e, mesmo quando experimenta o fenômeno da morte, defronta a vida sem sofrer qualquer perturbação ou surpresa, mergulhando na Amorosa Consciência Cósmica.
*
Certamente, pensando em tal realidade, propôs Jesus. - Busca primeiro o Reino de Deus e Sua justiça, e tudo mais te será acrescentado.
Despertar para a vida é imperativo de urgência, que não podes desconsiderar.
* * *
Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Momentos Enriquecedores.
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.
Salvador, BA: LEAL, 1994.
Cegos não são apenas aqueles que deixaram de enxergar; senão todos quantos se recusam a ver, sendo piores os que fogem das evidências a fim de permanecerem na escuridão.
A vida, por sua própria gênese, é de origem metafísica, possuindo as raízes poderosamente fincadas no mundo transcendental, que é o causal. Expressando-se na condensação da energia, que se apresenta em forma objetiva, não perde o seu caráter espiritual; elo contrário, vitaliza-se por seu intermédio.
Quando a consciência acorda e as interrogações surgem, aguardando respostas, as contingências do prazer fugaz e sem sentido cedem lugar a necessidades legítimas, que são as responsáveis pela estruturação do ser profundo, portanto, imortal.
Simultaneamente, os valores éticos se alteram, surgindo novos conceitos e aspirações em favor dos bens duradouros, que são indestrutíveis, e passíveis de incessantes transformações para melhor, na criatura.
Desperta-se-lhe então a responsabilidade, e a visão otimista do progresso assenhoreia-se de sua mente, estimulando-a a crescer sem cessar. A sensibilidade se lhe aprimora e seu campo de emoções alarga-se, enriquecendo-se de sentimentos nobres, que superam as antigas manifestações inferiores, tais o azedume, a raiva, o ressentimento, a amargura, a insatisfação...
Porque suas metas são mediatas, a confiança aumenta em torno da Divindade e as realizações fazem-se primorosas, conquistando sabedoria e amor, de que se exorna a fim de sentir-se feliz.
*
Quando a criatura se encontra com a realidade espiritual, toda uma revolução se lhe opera no mundo interior.
Dulcifica-se o seu modo de ser e torna-se afável.
Tranqüiliza-se ante quaisquer acontecimentos, mesmo os mais desgastantes, porque sabe das causalidades que elucidam todos os efeitos.
Nunca desanima, porque suas realizações não aguardam apoio ou recompensas imediatas.
Identifica no serviço do bem os instrumentos para conseguir a perfeita afinidade com o amor, e doa-se.
Na meditação em torno dos desafios existenciais ilumina-se, crescendo interiormente, sem perigo de retrocesso ou parada.
Descobre no século os motivos próprios para a evolução e enfrenta-os com alegria, dando-se conta que viver, no mundo, é aprender sempre, utilizando com propriedade cada minuto e acontecimento do cotidiano.
Usa as bênçãos da vida, porém, não abusa, de cada experiência retirando lições que incorpora às aquisições permanentes.
Acalma as ansiedades do sentimento, por compreender que tudo tem seu momento próprio para acontece; e somente sucede aquilo que se encontra incurso no processo da evolução.
Aprende a silenciar, eliminando palavras excessivas na conversação, e, logrando equilíbrio mental, produz o silêncio mais importante.
Solidário em todas as circunstâncias, não se precipita, nem recua.
Conquista a paz e torna-se irmão de todos.
*
Quando a criatura compreende que se encontra na Terra em trânsito, realizando um programa que se estenderá além do corpo, na vida espiritual, realiza o auto-encontro, e, mesmo quando experimenta o fenômeno da morte, defronta a vida sem sofrer qualquer perturbação ou surpresa, mergulhando na Amorosa Consciência Cósmica.
*
Certamente, pensando em tal realidade, propôs Jesus. - Busca primeiro o Reino de Deus e Sua justiça, e tudo mais te será acrescentado.
Despertar para a vida é imperativo de urgência, que não podes desconsiderar.
* * *
Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Momentos Enriquecedores.
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.
Salvador, BA: LEAL, 1994.
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
Alguém para amar.
O mundo está cheio de queixas. De pessoas que se dizem solitárias. Que desejariam ser amadas.
Que vivem em busca de alguém que as ame, que as compreenda.
O mundo está cheio de carências. Carências afetivas. Carências materiais.
Possivelmente, observando o panorama do mundo onde vivia foi que Madre Teresa de Calcutá, certo dia, escreveu:
Senhor, quando eu tiver fome, dai-me alguém que necessite de comida. Quando tiver sede, dai-me alguém que precise de água. Quando sentir frio, dai-me alguém que necessite de calor.
Quando tiver um aborrecimento, dai-me alguém que necessite de consolo. Quando minha cruz parecer pesada, deixai-me compartilhar a cruz do outro.
Quando me achar pobre, ponde a meu lado alguém necessitado. Quando não tiver tempo, dai-me alguém que precise de alguns dos meus minutos. Quando sofrer humilhação, dai-me ocasião para elogiar alguém.
Quando estiver desanimada, dai-me alguém para lhe dar novo ânimo.
Quando sentir necessidade da compreensão dos outros, dai-me alguém que necessite da minha.
Quando sentir necessidade de que cuidem de mim, dai-me alguém que eu tenha de atender.
Quando pensar em mim mesma, voltai minha atenção para outra pessoa.
Tornai-nos dignos, Senhor, de servir nossos irmãos que vivem e morrem pobres e com fome no mundo de hoje.
Dai-lhes, através de nossas mãos, o pão de cada dia, e dai-lhes, graças ao nosso amor compassivo, a paz e a alegria.
Madre Teresa verdadeiramente conjugou o verbo amar na prática diária. Sua preocupação era em primeiro lugar com os outros.
Todos representavam para ela o próprio Cristo. Em cada corpo enfermo, desnutrido e abandonado, ela via Jesus crucificado em um novo madeiro.
Amou de tal forma que estendeu a sua obra pelo mundo inteiro, abraçando homens de todas as nações e credos religiosos.
Honrada com o Prêmio Nobel da Paz, prosseguiu humilde, servindo aos seus irmãos da romagem terrestre. Tudo o que lhe importava eram os seus pobres. E os seus pobres eram os pobres do mundo inteiro.
Amou sem fronteiras e sem limites. Serviu a Jesus em plenitude. E nunca se ouviu de seus lábios uma queixa de solidão, amargura, cansaço ou desânimo.
Sua vida foi sempre um cântico de fidelidade a Deus, por meio dos compromissos com as lições deixadas por Jesus.
* * *
O Cristo precisa de almas dispostas e decididas que não meçam obstáculos para servi-lO. Almas que se lancem ao trabalho, por mais exaustivo que seja, porém sempre reconfortante e luminoso, desde que possa ser útil de verdade.
Almas que não esperem nada do beneficiado, por suas mãos socorrido, a não ser a sua felicidade, sob as luzes do amigo Jesus.
Almas cujo único desejo seja o de amar intensamente, sem aguardar um único gesto de gratidão.
Almas que tenham entendido o que desejou dizer Francisco de Assis: É melhor amar do que ser amado.
Com base no cap. 20 do livro Vida e mensagem, pelo Espírito Francisco de Paula Vítor, psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter e no poema de Madre Teresa de Calcutá, intitulado Dai-me alguém para amar.
Que vivem em busca de alguém que as ame, que as compreenda.
O mundo está cheio de carências. Carências afetivas. Carências materiais.
Possivelmente, observando o panorama do mundo onde vivia foi que Madre Teresa de Calcutá, certo dia, escreveu:
Senhor, quando eu tiver fome, dai-me alguém que necessite de comida. Quando tiver sede, dai-me alguém que precise de água. Quando sentir frio, dai-me alguém que necessite de calor.
Quando tiver um aborrecimento, dai-me alguém que necessite de consolo. Quando minha cruz parecer pesada, deixai-me compartilhar a cruz do outro.
Quando me achar pobre, ponde a meu lado alguém necessitado. Quando não tiver tempo, dai-me alguém que precise de alguns dos meus minutos. Quando sofrer humilhação, dai-me ocasião para elogiar alguém.
Quando estiver desanimada, dai-me alguém para lhe dar novo ânimo.
Quando sentir necessidade da compreensão dos outros, dai-me alguém que necessite da minha.
Quando sentir necessidade de que cuidem de mim, dai-me alguém que eu tenha de atender.
Quando pensar em mim mesma, voltai minha atenção para outra pessoa.
Tornai-nos dignos, Senhor, de servir nossos irmãos que vivem e morrem pobres e com fome no mundo de hoje.
Dai-lhes, através de nossas mãos, o pão de cada dia, e dai-lhes, graças ao nosso amor compassivo, a paz e a alegria.
Madre Teresa verdadeiramente conjugou o verbo amar na prática diária. Sua preocupação era em primeiro lugar com os outros.
Todos representavam para ela o próprio Cristo. Em cada corpo enfermo, desnutrido e abandonado, ela via Jesus crucificado em um novo madeiro.
Amou de tal forma que estendeu a sua obra pelo mundo inteiro, abraçando homens de todas as nações e credos religiosos.
Honrada com o Prêmio Nobel da Paz, prosseguiu humilde, servindo aos seus irmãos da romagem terrestre. Tudo o que lhe importava eram os seus pobres. E os seus pobres eram os pobres do mundo inteiro.
Amou sem fronteiras e sem limites. Serviu a Jesus em plenitude. E nunca se ouviu de seus lábios uma queixa de solidão, amargura, cansaço ou desânimo.
Sua vida foi sempre um cântico de fidelidade a Deus, por meio dos compromissos com as lições deixadas por Jesus.
* * *
O Cristo precisa de almas dispostas e decididas que não meçam obstáculos para servi-lO. Almas que se lancem ao trabalho, por mais exaustivo que seja, porém sempre reconfortante e luminoso, desde que possa ser útil de verdade.
Almas que não esperem nada do beneficiado, por suas mãos socorrido, a não ser a sua felicidade, sob as luzes do amigo Jesus.
Almas cujo único desejo seja o de amar intensamente, sem aguardar um único gesto de gratidão.
Almas que tenham entendido o que desejou dizer Francisco de Assis: É melhor amar do que ser amado.
Com base no cap. 20 do livro Vida e mensagem, pelo Espírito Francisco de Paula Vítor, psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter e no poema de Madre Teresa de Calcutá, intitulado Dai-me alguém para amar.
segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
FAZER O MELHOR
O Evangelista Marcos, registra em um de seus versículos, no capitulo III, o versículo XV, uma expressão bastante importante do Cristo Jesus, que nos diz assim:
“Enquanto estiverdes orando, perdoa”.
Nós temos o hábito de orar, pedindo.
Algumas vezes, oramos agradecendo e pouquíssimas vezes, oramos louvando a Deus.
Nós pedimos com bastante freqüência.
Quando uma pessoa entra em prece sincera, quando esta prece se irradia do seu íntimo, do seu coração, esta pessoa liga-se a esferas mais elevadas da espiritualidade, dependendo evidentemente das suas intenções para que possa receber a benção do auxilio, em detrimento de uma serie de fatores que poderiam se opor a esse pedido, qualquer que ele seja.
Se cada criatura humana, no momento oportuno da prece, fizesse um esforço mais profundo no sentido de ligar-se aos adversários para perdoá-los pelas faltas cometidas, decerto a humanidade na atualidade não estaria passando por tantas provações como tem passado.
Muitas guerras, muitos conflitos, já tiveram as suas causas esquecidas.
Muitos grupos étnicos rechaçam outros, simplesmente, pela palavra etnia, esquecendo-se que na verdade são irmãos, independente dos traços fisionômicos ou das características físicas que tenham.
Muitas pessoas declaram guerra, dentro do lar, pautando a enorme dificuldade da mágoa, do ressentimento, da falta de perdão em uma expressão, que conduzirá as almas a um sofrimento mais duradouro e desnecessário, por conta da falta de perdão.
Nesse momento, nós devemos nos questionar se tanto numa escala mais alta como entre as nações e os países, como nas células da sociedade que são a família, de que vale uma prece se a pessoa não tem em seu coração, o perdão?
Qual o valor da prece para aquela pessoa que maldiz o seu adversário ou até mesmo o seu amigo, simplesmente, por inveja?
Qual o valor da prece para a pessoa que carregam consigo no coração, máculas inúmeras relativas às outras pessoas.
Claro que há um valor.
Claro que Deus nos ouve a todos.
Mas, como uma pessoa pode fazer uma prece sincera com o coração repleto de mágoas, ou pior, de ódios. Como?
Como pedir a Deus algo de que se precisa, se na prece dominical Jesus nos ensina que devemos perdoar, para sermos perdoados?
Como pedir se ainda temos dívidas tão profundas?
Nós precisamos refletir.
Temos o direito de pedir, mas temos o compromisso de aprender a perdoar, a quem quer que seja.
E ao perdoarmos, libertaremos o nosso coração da âncora da falta de perdão.
Que Jesus nos abençoe.
Psicofonia recebida no Nept em 19/01/2011
“Enquanto estiverdes orando, perdoa”.
Nós temos o hábito de orar, pedindo.
Algumas vezes, oramos agradecendo e pouquíssimas vezes, oramos louvando a Deus.
Nós pedimos com bastante freqüência.
Quando uma pessoa entra em prece sincera, quando esta prece se irradia do seu íntimo, do seu coração, esta pessoa liga-se a esferas mais elevadas da espiritualidade, dependendo evidentemente das suas intenções para que possa receber a benção do auxilio, em detrimento de uma serie de fatores que poderiam se opor a esse pedido, qualquer que ele seja.
Se cada criatura humana, no momento oportuno da prece, fizesse um esforço mais profundo no sentido de ligar-se aos adversários para perdoá-los pelas faltas cometidas, decerto a humanidade na atualidade não estaria passando por tantas provações como tem passado.
Muitas guerras, muitos conflitos, já tiveram as suas causas esquecidas.
Muitos grupos étnicos rechaçam outros, simplesmente, pela palavra etnia, esquecendo-se que na verdade são irmãos, independente dos traços fisionômicos ou das características físicas que tenham.
Muitas pessoas declaram guerra, dentro do lar, pautando a enorme dificuldade da mágoa, do ressentimento, da falta de perdão em uma expressão, que conduzirá as almas a um sofrimento mais duradouro e desnecessário, por conta da falta de perdão.
Nesse momento, nós devemos nos questionar se tanto numa escala mais alta como entre as nações e os países, como nas células da sociedade que são a família, de que vale uma prece se a pessoa não tem em seu coração, o perdão?
Qual o valor da prece para aquela pessoa que maldiz o seu adversário ou até mesmo o seu amigo, simplesmente, por inveja?
Qual o valor da prece para a pessoa que carregam consigo no coração, máculas inúmeras relativas às outras pessoas.
Claro que há um valor.
Claro que Deus nos ouve a todos.
Mas, como uma pessoa pode fazer uma prece sincera com o coração repleto de mágoas, ou pior, de ódios. Como?
Como pedir a Deus algo de que se precisa, se na prece dominical Jesus nos ensina que devemos perdoar, para sermos perdoados?
Como pedir se ainda temos dívidas tão profundas?
Nós precisamos refletir.
Temos o direito de pedir, mas temos o compromisso de aprender a perdoar, a quem quer que seja.
E ao perdoarmos, libertaremos o nosso coração da âncora da falta de perdão.
Que Jesus nos abençoe.
Psicofonia recebida no Nept em 19/01/2011
sábado, 22 de janeiro de 2011
Manifestações Mediúnicas, Mediunidade e Mediunismo
Os primórdios da mediunidade são encontrados na mais longínqua antiguidade, quando a humanidade, sob a influência da ignorância natural sobre as coisas da vida, percebeu que haveria um mundo invísivel aos olhares e que poderia comunicar-se com ela, a humanidade.
Esta percepção proporcionou o surgimento das manifestações mediúnicas progressivamente carregadas de ritos, rituais e misticismo além de equipadas com adereços, símbolos, roupas diferenciadas, ambientes preparados especialmente para a ocasião e postura modificada diante da vida espiritual.
Formaram-se, em cada canto do planeta, as religiões fundamentadas na convivência pacífica com o mundo espiritual, com variadas particularidades, em acordo com as peculiaridades do grupo de indivíduos que com elas se afinasse, sempre com o intuíto de aproximar o homem material do ser espiritual.
Tomaram, ainda, as religões, conformidades em acordo com a sujeição do homem encarnado, voltado para o bem ou para o mal, havendo ligações claras com o altruísmo ou com o egoísmo, respectivamente.
Todo processo de formação mediúnica evoluiu em muitas paragens planetárias, mas alguns povos, por questões de cunho cultural ou afinidades próprias mesmo, promoveram uma acentuada ligação com o mundo invisível, sempre ladeadas às questões míticas e místicas em função da ingenuidade humana que ainda hoje permeia as questões ligadas ao céu como sendo algo de cunho sobrenatural.
Com o passar dos séculos algumas civilizações tiveram a oportunidade, por influenciação de irmãos vindos de outras constelações estelares, de experimentar o convívio mais equilibrado com os Espíritos, através de contatos mais naturais e mais desenvolvidos com eles.
Outras civilizações mantiveram suas crenças ligadas às questões da natureza, da vida na Terra e, por isso, a geração de mitos, de divindades ligadas à natureza, de imagem humanóide mas com poderes divinos, oriundas do imaginário do homem ou quiçá de suas visões pessoais dos seres desencarnados que os acompanhavam em vida.
O povo hebreu era cheio de rituais de contato com o mundo espiritual e pode-se notar esse fato nas descrições bíblicas, particularmente por conta de Moisés.
Na Índia, no Egito, na China, no Tibet e em regiões mais afastadas das civilizações houve o desenvolvimento pronunciado do intercâmbio entre as duas esferas de vida.
Em África vê-se, ainda hoje, as manifestações de ordem religiosa que preservam, inclusive, as questões culturais de povos que vivenciam ainda atualmente as crenças em seres espirituais com atributos que, intuitivamente, têm paralelos com os mitos nórdicos e gregos, de mais antigas épocas.
Lá nasceram expressões religiosas como a quimbanda, a umbanda e o candomblé, que são respeitáveis e amáveis, porém pueris manifestações do Cristo nos corações ingênuos e ainda necessitados de ritos e símbolos até mesmo da atualidade e que se manifesta particularmente em terras brasileiras onde preserva-se a cultura africana trazida na época da infeliz escravidão de povos africanos em épocas coloniais.
Há grande número de seguidores, exclusivos ou não, destas manifestações mediúnicas necessitadas de expressões que podem ser chamadas de primitivas, por conta de se utilizarem de ritos específicos, inclusive com oferendas, algumas vezes de vidas animais e outras formas mais brandas. Embora tenham a presença do médium em praticamente todas as reuniões, elas projetam uma forma de manifestações nas quais as entidades espirituais se utilizam de linguajar peculiar, do uso de bebidas alcoólicas, de tabaco, de gestual particular, que fogem muito das propostas verdadeiramente espíritas, embora deva-se ressaltar o respeito que se deve ter por quaisquer manifestações religiosas, em qualquer lugar do mundo, de quem quer que seja.
O que mais distancia o espiritismo dessas expressões mediúnicas é a questão ritualística, aja vista que o espiritismo demonstra através da fé raciocinada a simplicidade do fenômeno mediúnico, ainda que necessariamente envolto pela disciplina para que o fenômeno ocorra com harmonia e equilíbrio.
Por essa razão, Herculano Pires declarou com justificativas racionais, tratarem-se estas expressões religiosas como ligações com o Alto, tendo em seu bojo manifestações mediúnicas próximas da mediunidade, mas diferentes em clareza e disciplina, sendo por isso chamadas por ele de "mediunismo" e não de mediunidade.
Não se pode chamá-las, portanto, de Espiritismo, mas de expressões religiosas espiritualista ligadas ao fenômeno mediúnico em suas expressões mais simples, sempre ressaltando a importância e a honestidade de todos que nelas trabalham para o bem do próximo, como, aliás é de esperar que se faça em todas as religiões.
Augusto Militão Pacheco, psicografia recebida no NEPT em 21 de janeiro de 2011
Esta percepção proporcionou o surgimento das manifestações mediúnicas progressivamente carregadas de ritos, rituais e misticismo além de equipadas com adereços, símbolos, roupas diferenciadas, ambientes preparados especialmente para a ocasião e postura modificada diante da vida espiritual.
Formaram-se, em cada canto do planeta, as religiões fundamentadas na convivência pacífica com o mundo espiritual, com variadas particularidades, em acordo com as peculiaridades do grupo de indivíduos que com elas se afinasse, sempre com o intuíto de aproximar o homem material do ser espiritual.
Tomaram, ainda, as religões, conformidades em acordo com a sujeição do homem encarnado, voltado para o bem ou para o mal, havendo ligações claras com o altruísmo ou com o egoísmo, respectivamente.
Todo processo de formação mediúnica evoluiu em muitas paragens planetárias, mas alguns povos, por questões de cunho cultural ou afinidades próprias mesmo, promoveram uma acentuada ligação com o mundo invisível, sempre ladeadas às questões míticas e místicas em função da ingenuidade humana que ainda hoje permeia as questões ligadas ao céu como sendo algo de cunho sobrenatural.
Com o passar dos séculos algumas civilizações tiveram a oportunidade, por influenciação de irmãos vindos de outras constelações estelares, de experimentar o convívio mais equilibrado com os Espíritos, através de contatos mais naturais e mais desenvolvidos com eles.
Outras civilizações mantiveram suas crenças ligadas às questões da natureza, da vida na Terra e, por isso, a geração de mitos, de divindades ligadas à natureza, de imagem humanóide mas com poderes divinos, oriundas do imaginário do homem ou quiçá de suas visões pessoais dos seres desencarnados que os acompanhavam em vida.
O povo hebreu era cheio de rituais de contato com o mundo espiritual e pode-se notar esse fato nas descrições bíblicas, particularmente por conta de Moisés.
Na Índia, no Egito, na China, no Tibet e em regiões mais afastadas das civilizações houve o desenvolvimento pronunciado do intercâmbio entre as duas esferas de vida.
Em África vê-se, ainda hoje, as manifestações de ordem religiosa que preservam, inclusive, as questões culturais de povos que vivenciam ainda atualmente as crenças em seres espirituais com atributos que, intuitivamente, têm paralelos com os mitos nórdicos e gregos, de mais antigas épocas.
Lá nasceram expressões religiosas como a quimbanda, a umbanda e o candomblé, que são respeitáveis e amáveis, porém pueris manifestações do Cristo nos corações ingênuos e ainda necessitados de ritos e símbolos até mesmo da atualidade e que se manifesta particularmente em terras brasileiras onde preserva-se a cultura africana trazida na época da infeliz escravidão de povos africanos em épocas coloniais.
Há grande número de seguidores, exclusivos ou não, destas manifestações mediúnicas necessitadas de expressões que podem ser chamadas de primitivas, por conta de se utilizarem de ritos específicos, inclusive com oferendas, algumas vezes de vidas animais e outras formas mais brandas. Embora tenham a presença do médium em praticamente todas as reuniões, elas projetam uma forma de manifestações nas quais as entidades espirituais se utilizam de linguajar peculiar, do uso de bebidas alcoólicas, de tabaco, de gestual particular, que fogem muito das propostas verdadeiramente espíritas, embora deva-se ressaltar o respeito que se deve ter por quaisquer manifestações religiosas, em qualquer lugar do mundo, de quem quer que seja.
O que mais distancia o espiritismo dessas expressões mediúnicas é a questão ritualística, aja vista que o espiritismo demonstra através da fé raciocinada a simplicidade do fenômeno mediúnico, ainda que necessariamente envolto pela disciplina para que o fenômeno ocorra com harmonia e equilíbrio.
Por essa razão, Herculano Pires declarou com justificativas racionais, tratarem-se estas expressões religiosas como ligações com o Alto, tendo em seu bojo manifestações mediúnicas próximas da mediunidade, mas diferentes em clareza e disciplina, sendo por isso chamadas por ele de "mediunismo" e não de mediunidade.
Não se pode chamá-las, portanto, de Espiritismo, mas de expressões religiosas espiritualista ligadas ao fenômeno mediúnico em suas expressões mais simples, sempre ressaltando a importância e a honestidade de todos que nelas trabalham para o bem do próximo, como, aliás é de esperar que se faça em todas as religiões.
Augusto Militão Pacheco, psicografia recebida no NEPT em 21 de janeiro de 2011
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
Médium Curador
Mensagens dos Visitantes
“A vontade muitas vezes foi mal compreendida. Em geral aquele que magnetiza não pensa senão em manifestar sua força fluídica, derramar o seu próprio fluido sobre o paciente submetido aos seus cuidados, sem se preocupar se há ou não uma Providência que se interesse pelo caso tanto ou mais que ele.
Agindo só não pode obter senão o que a sua força, sozinha, pode produzir, ao passo que os médiuns curadores começam por elevar sua alma a Deus e a reconhecer que, por si mesmos, nada podem.
Fazem, por isto mesmo, um ato de humildade, de abnegação; então, confessando-se demasiado fracos, Deus, em sua solicitude, lhes envia poderosos socorros, que o primeiro não pode obter, já que se julga suficiente para a obra empreendida.
Deus sempre recompensa a humildade sincera, elevando-a, ao passo que rebaixa o orgulho. Esse socorro que envia são os Espíritos bons, que vêm penetrar o médium de seu fluido benfazejo, o qual é transmitido ao doente.
Também é por isto que o magnetismo empregado pelos médiuns curadores é tão potente e produz essas curas classificadas de miraculosas, e que são devidas simplesmente à natureza do fluido derramado sobre o médium; enquanto o magnetizador ordinário se esgota, muitas vezes inutilmente, em dar passes, o médium curador infiltra um fluido regenerador pela simples imposição das mãos, graças ao concurso dos Espíritos bons. Mas esse concurso só é concedido à fé sincera e à pureza de intenção.”
Mesmer (Médium: Sr. Albert)
Texto Extraído da Revista Espírita.
Coomo se pode observar humildade é traço de personalidade que interfere diretamente nos resultados da mediunidade. O médium orgulhoso fica à mercê do seu orgulho e o médium humilde recebe inevitável auxílio do Alto. A intenção do médium é a essência para o bom trabalho mediúnico.
“A vontade muitas vezes foi mal compreendida. Em geral aquele que magnetiza não pensa senão em manifestar sua força fluídica, derramar o seu próprio fluido sobre o paciente submetido aos seus cuidados, sem se preocupar se há ou não uma Providência que se interesse pelo caso tanto ou mais que ele.
Agindo só não pode obter senão o que a sua força, sozinha, pode produzir, ao passo que os médiuns curadores começam por elevar sua alma a Deus e a reconhecer que, por si mesmos, nada podem.
Fazem, por isto mesmo, um ato de humildade, de abnegação; então, confessando-se demasiado fracos, Deus, em sua solicitude, lhes envia poderosos socorros, que o primeiro não pode obter, já que se julga suficiente para a obra empreendida.
Deus sempre recompensa a humildade sincera, elevando-a, ao passo que rebaixa o orgulho. Esse socorro que envia são os Espíritos bons, que vêm penetrar o médium de seu fluido benfazejo, o qual é transmitido ao doente.
Também é por isto que o magnetismo empregado pelos médiuns curadores é tão potente e produz essas curas classificadas de miraculosas, e que são devidas simplesmente à natureza do fluido derramado sobre o médium; enquanto o magnetizador ordinário se esgota, muitas vezes inutilmente, em dar passes, o médium curador infiltra um fluido regenerador pela simples imposição das mãos, graças ao concurso dos Espíritos bons. Mas esse concurso só é concedido à fé sincera e à pureza de intenção.”
Mesmer (Médium: Sr. Albert)
Texto Extraído da Revista Espírita.
Coomo se pode observar humildade é traço de personalidade que interfere diretamente nos resultados da mediunidade. O médium orgulhoso fica à mercê do seu orgulho e o médium humilde recebe inevitável auxílio do Alto. A intenção do médium é a essência para o bom trabalho mediúnico.
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
A palavra de Jesus
A palavra, colocada a serviço da saúde, exerce inimaginável função terapêutica, oferecendo larga pauta de benefícios.
A utilização do verbo de forma positiva faculta o otimismo, criando uma psicosfera renovadora de que se nutre o ser.
Em face do fenômeno da sintonia, o conceito edificante produz empatia e atrai fatores benéficos, inclusive, a presença das entidades felizes, que se sentem motivadas a um intercâmbio edificante, mediante o qual se enriquecem os clichês mentais com paisagens novas e a organização fisiopsíquica com estímulos benéficos.
A palavra é um instrumento da vida para vestir as idéias e exteriorizá-las com clareza.
Aplicada de forma edificante, levanta o mundo, sustenta o pensamento e enriquece a vida com belezas.
Falando, Jesus estruturou, nas mentes e nos corações, os ideais da vida eterna, de que os fatos e os exemplos por Ele vividos constituíram corolário dos imcomparáveis ensinos.
Modulando a palavra com a autoridade de que se fazia portador, impregnou os ouvintes, que jamais foram os mesmos...
Ouvindo-O, ninguém lograva esquecê-lO.
Dialogando com Ele, alicerçavam-se os ideais de enobrecimento humano, que mudaram o curso da História.
Ensinando na cátedra viva da Natureza, projetou luz inapagável que passou a clarear os discípulos por todo o sempre.
Sempre usou a palavra para a construção imperecível da felicidade humana.
Com energia ou doçura, em suave tranqülidade ou grave admoestação, o Seu verbo sempre esteve colocado a serviço do bem e da paz.
Maria de Magdala, atazanada por obsessores cruéis, libertou-se do aturdimento a que fora submetida, sob o magnetismo salutar de seu verbo, desobsediando-se.
Simão Pedro, periodicamente influenciado por mentes periciosas da Erraticidade Inferior, encontrou, na Sua palavra, a terapia da libertação, a ponto de poder oferecer-se integralmente ao ministério da doutrina, que dele fez o grande mártir do Evangelho.
O gadareno, visivelmente possesso, saiu das sombras da alienação e volveu à claridade da razão, ante Sua voz.
Lázaro retornou do profundo transe da catalepsia, atendendo-Lhe ao chamado enérgico.
Perturbador desencarnado, contumaz na ação infeliz, silenciou, em plena Sinagoga, onde desejava gerar tumulto, repreendido por Sua palavra severa.
...E falando, no monte, Jesus compôs o soberano código do amor, jamais igualado, que nunca será superado.
Utiliza-se da palavra a fim de inspirares imagens felizes.
O que digas, como digas, gerará clichês mentais e incidirá em ondas-pensamento, produzindo resultados conforme a intensidade emocional com que vistas a expressão verbal, favorecendo ou infelicintando aquele a quem diriges, a ti mesmo responsabilizando.
Faze da palavra um veículo da esperança, da paz, da saúde e do bem.
Há demasiado verbo aplicado com o ácido da crítica, com o azedume da inveja e do pessimismo, com a labareda do ódio produzindo o mal.
Seja a tua palavra de vida, de vida abundante.
Joanna De Ângelis, psicografia de Divaldo Franco, do Livro Alerta
A utilização do verbo de forma positiva faculta o otimismo, criando uma psicosfera renovadora de que se nutre o ser.
Em face do fenômeno da sintonia, o conceito edificante produz empatia e atrai fatores benéficos, inclusive, a presença das entidades felizes, que se sentem motivadas a um intercâmbio edificante, mediante o qual se enriquecem os clichês mentais com paisagens novas e a organização fisiopsíquica com estímulos benéficos.
A palavra é um instrumento da vida para vestir as idéias e exteriorizá-las com clareza.
Aplicada de forma edificante, levanta o mundo, sustenta o pensamento e enriquece a vida com belezas.
Falando, Jesus estruturou, nas mentes e nos corações, os ideais da vida eterna, de que os fatos e os exemplos por Ele vividos constituíram corolário dos imcomparáveis ensinos.
Modulando a palavra com a autoridade de que se fazia portador, impregnou os ouvintes, que jamais foram os mesmos...
Ouvindo-O, ninguém lograva esquecê-lO.
Dialogando com Ele, alicerçavam-se os ideais de enobrecimento humano, que mudaram o curso da História.
Ensinando na cátedra viva da Natureza, projetou luz inapagável que passou a clarear os discípulos por todo o sempre.
Sempre usou a palavra para a construção imperecível da felicidade humana.
Com energia ou doçura, em suave tranqülidade ou grave admoestação, o Seu verbo sempre esteve colocado a serviço do bem e da paz.
Maria de Magdala, atazanada por obsessores cruéis, libertou-se do aturdimento a que fora submetida, sob o magnetismo salutar de seu verbo, desobsediando-se.
Simão Pedro, periodicamente influenciado por mentes periciosas da Erraticidade Inferior, encontrou, na Sua palavra, a terapia da libertação, a ponto de poder oferecer-se integralmente ao ministério da doutrina, que dele fez o grande mártir do Evangelho.
O gadareno, visivelmente possesso, saiu das sombras da alienação e volveu à claridade da razão, ante Sua voz.
Lázaro retornou do profundo transe da catalepsia, atendendo-Lhe ao chamado enérgico.
Perturbador desencarnado, contumaz na ação infeliz, silenciou, em plena Sinagoga, onde desejava gerar tumulto, repreendido por Sua palavra severa.
...E falando, no monte, Jesus compôs o soberano código do amor, jamais igualado, que nunca será superado.
Utiliza-se da palavra a fim de inspirares imagens felizes.
O que digas, como digas, gerará clichês mentais e incidirá em ondas-pensamento, produzindo resultados conforme a intensidade emocional com que vistas a expressão verbal, favorecendo ou infelicintando aquele a quem diriges, a ti mesmo responsabilizando.
Faze da palavra um veículo da esperança, da paz, da saúde e do bem.
Há demasiado verbo aplicado com o ácido da crítica, com o azedume da inveja e do pessimismo, com a labareda do ódio produzindo o mal.
Seja a tua palavra de vida, de vida abundante.
Joanna De Ângelis, psicografia de Divaldo Franco, do Livro Alerta
O dono da verdade (o crítico)
Há pessoas que têm consigo um estranho sentimento a respeito do centro espírita, algo não tão incomum, mas efetivamente estranho. Vejamos.
Elas “passam” por vários centros espíritas, teoricamente em busca de consolo, de alívio para suas dores, mas têm um olhar crítico profundo que gera críticas, a pessoas, a grupos de trabalho, a trabalhos específicos ou a dirigentes do centro.
Então não passam por nenhum dos centros sem uma crítica e um sentimento de “pena” por que aquele ali “não é o seu lugar”.
- Ainda não encontrei o lugar ideal!
- Não sei como essas pessoas se dizem espíritas! Fazem coisas que não dá para acreditar!
- Onde já se viu formarem ‘panelinhas’ dentro de um centro espírita!
- A gente dá a mão e vão pegando logo o braço!
- Como pode tanta desorganização! Não são ‘espíritas’?
E por aí vão “se encontrando”, pois a sua verdade é a absoluta. Nada satisfaz, tudo tem defeito.
E tem mesmo. Onde há seres humanos, há erros, disso não se pode levantar questão. Infelizmente, parece óbvio, carregamos nossas mazelas conosco por onde quer que transitemos. E isso inclui o centro espírita. Ficamos, muitas vezes, à mercê de nossas imperfeições e acabamos por cometer erros que nem mesmo teríamos o propósito de cometer.
Num momento um acesso de ira, uma recaída na inveja, a visita da soberba, a presença da mágoa doída, o convite da inveja desnecessária, enfim, erros de postura que nos levam a errar mais uma vez (perdão pela redundância das palavras).
O crítico vê nessa particularidade humana um potencial inadmissível de afastamento de todas as casas espíritas por onde tenha passado. Então não encontra parada e fica ‘passeando’ de uma casa para outra e, muitas vezes, embora não encontre paz em nenhuma delas.
É relativamente fácil de imaginar que o crítico não tem, na verdade, paz interior: é inquieto e também guarda consigo algum grau de presunção (ou muita) já que ‘pode’ colocar-se na posição de ‘mestre’ e ‘juiz’ ao ensinar como se deve e ao julgar as pessoas e os centros espíritas que eventualmente.
Muitas pessoas não transitam exclusivamente por centros espíritas, mas por religiões, pelas mesmas trazões. Nenhuma religião ‘completa’ seu íntimo, seu interior. “Falta alguma coisa” em cada uma delas.
É impossível, em nossa etapa de evolução, alcançar a plenitude do ser, a perfeição moral, a compreensão total a respeito da Divindade que nos deu a razão e a vida. Nenhuma religião tem essa pretensão, embora alguns religiosos a tenham. Assim como o crítico a tem, eventualmente.
A essas pessoas a prece para que perdoem as demais, por suas falhas e por elas mesmas, para que alcancem uma luz de compaixão por todas as Casas Espíritas de boa vontade que buscam acolher o necessitado e o doente para levar o consolo e a esperança de uma existência mais digna, afinal, elas – as Casas Espíritas – foram fundadas com um nobre propósito em cem por cento das vezes que precisa ser respeitado sempre, mesmo que seus trabalhadores guardem consigo suas dificuldades.
Elas “passam” por vários centros espíritas, teoricamente em busca de consolo, de alívio para suas dores, mas têm um olhar crítico profundo que gera críticas, a pessoas, a grupos de trabalho, a trabalhos específicos ou a dirigentes do centro.
Então não passam por nenhum dos centros sem uma crítica e um sentimento de “pena” por que aquele ali “não é o seu lugar”.
- Ainda não encontrei o lugar ideal!
- Não sei como essas pessoas se dizem espíritas! Fazem coisas que não dá para acreditar!
- Onde já se viu formarem ‘panelinhas’ dentro de um centro espírita!
- A gente dá a mão e vão pegando logo o braço!
- Como pode tanta desorganização! Não são ‘espíritas’?
E por aí vão “se encontrando”, pois a sua verdade é a absoluta. Nada satisfaz, tudo tem defeito.
E tem mesmo. Onde há seres humanos, há erros, disso não se pode levantar questão. Infelizmente, parece óbvio, carregamos nossas mazelas conosco por onde quer que transitemos. E isso inclui o centro espírita. Ficamos, muitas vezes, à mercê de nossas imperfeições e acabamos por cometer erros que nem mesmo teríamos o propósito de cometer.
Num momento um acesso de ira, uma recaída na inveja, a visita da soberba, a presença da mágoa doída, o convite da inveja desnecessária, enfim, erros de postura que nos levam a errar mais uma vez (perdão pela redundância das palavras).
O crítico vê nessa particularidade humana um potencial inadmissível de afastamento de todas as casas espíritas por onde tenha passado. Então não encontra parada e fica ‘passeando’ de uma casa para outra e, muitas vezes, embora não encontre paz em nenhuma delas.
É relativamente fácil de imaginar que o crítico não tem, na verdade, paz interior: é inquieto e também guarda consigo algum grau de presunção (ou muita) já que ‘pode’ colocar-se na posição de ‘mestre’ e ‘juiz’ ao ensinar como se deve e ao julgar as pessoas e os centros espíritas que eventualmente.
Muitas pessoas não transitam exclusivamente por centros espíritas, mas por religiões, pelas mesmas trazões. Nenhuma religião ‘completa’ seu íntimo, seu interior. “Falta alguma coisa” em cada uma delas.
É impossível, em nossa etapa de evolução, alcançar a plenitude do ser, a perfeição moral, a compreensão total a respeito da Divindade que nos deu a razão e a vida. Nenhuma religião tem essa pretensão, embora alguns religiosos a tenham. Assim como o crítico a tem, eventualmente.
A essas pessoas a prece para que perdoem as demais, por suas falhas e por elas mesmas, para que alcancem uma luz de compaixão por todas as Casas Espíritas de boa vontade que buscam acolher o necessitado e o doente para levar o consolo e a esperança de uma existência mais digna, afinal, elas – as Casas Espíritas – foram fundadas com um nobre propósito em cem por cento das vezes que precisa ser respeitado sempre, mesmo que seus trabalhadores guardem consigo suas dificuldades.
Suporta
Nos momentos de crise,
Não te abatas. Escuta.
Por nada te revoltes,
Nem te amedrontes. Ora.
Suporta a provação.
Não reclames. Aceita.
Não grites com ninguém.
Nem firas. Abençoa.
Lance de sofrimento
É o ensejo da fé.
Silencia. Deus sabe
O instante de intervir.
* * *
Francisco Cândido Xavier. Da obra: Caminhos.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.
Não te abatas. Escuta.
Por nada te revoltes,
Nem te amedrontes. Ora.
Suporta a provação.
Não reclames. Aceita.
Não grites com ninguém.
Nem firas. Abençoa.
Lance de sofrimento
É o ensejo da fé.
Silencia. Deus sabe
O instante de intervir.
* * *
Francisco Cândido Xavier. Da obra: Caminhos.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.
terça-feira, 18 de janeiro de 2011
O AROMA DO CRISTO
Em sua segunda epístola aos coríntios, no segundo capitulo e versículo quinze, Paulo exalta; “Para Deus nós somos o aroma do Cristo”.
Isso nos faz lembrar um pequeno relato, descrito pela famosa escritora britânica Rita Snowdan, quando visitava uma pequena cidade próxima a Londres, e na hora do chá que todos nós sabemos, acontece em toda a Grã Bretanha às 17.00h em ponto, ela começou a se sentir como se estivesse envolvida por muitas flores.
Curiosa, sentindo o aroma de flores por onde quer que ela caminhasse na cafeteria, ela procurou o dono para esclarecer a razão pela qual ela sentia um aroma tão intenso de flores.
E o dono apontando um pouco distante uma fabrica, diz a ela que aquela era uma fabrica de perfumes, e que aquele era o horário no qual, os funcionários haviam terminado o expediente e todos caminhavam pelas ruas da cidadezinha exalando os perfumes com os quais haviam trabalhado durante todo o dia.
E que todos os dias, todos tinham a sensação de participar do trabalho de produção dos perfumes.
Cada um de nós enquanto cristão, tem a oportunidade de agir assim.
Quando nós estamos verdadeiramente, sensibilizados pelo Cristo de Deus nós exalamos o Seu perfume a tal ponto que as pessoas percebem.
Percebem pelos nossos gestos, percebem pela nossa fisionomia, pelas nossas gentilezas, pelas palavras que espontaneamente exortamos ao consolo, a esperança.
Pela firmeza de postura diante da dor quando ela habitualmente se faz presente na existência do cristão, que não esmorece, que não cede, mas que segue adiante independente da dor.
Entretanto, se nós não estivermos verdadeiramente mergulhados nos ensinamentos que Jesus nos deixou, nesta bendita herança de mais de dois mil anos, nos momentos em que as asperezas da vida vierem nos visitar, nós não teremos como exalar o perfume do Mestre. Ao contrário.
Certamente, nós presos à superficialidade do Evangelho, teremos as mesmas reações que tivemos até então, o desespero, a agressividade, a violência.
Tudo aquilo que o cristão convicto não faz.
É por isso que Paulo diz que nós somos o aroma do Cristo.
Mas só é o aroma do Cristo aquele que como o próprio Paulo pode declarar:
“Não sou eu mais quem vive mas o Cristo que vive em mim.”
Deus nos abençoe.
Fiquem em paz.
psicofonia recebida no NEPT em 12 de janeiro de 2011
Isso nos faz lembrar um pequeno relato, descrito pela famosa escritora britânica Rita Snowdan, quando visitava uma pequena cidade próxima a Londres, e na hora do chá que todos nós sabemos, acontece em toda a Grã Bretanha às 17.00h em ponto, ela começou a se sentir como se estivesse envolvida por muitas flores.
Curiosa, sentindo o aroma de flores por onde quer que ela caminhasse na cafeteria, ela procurou o dono para esclarecer a razão pela qual ela sentia um aroma tão intenso de flores.
E o dono apontando um pouco distante uma fabrica, diz a ela que aquela era uma fabrica de perfumes, e que aquele era o horário no qual, os funcionários haviam terminado o expediente e todos caminhavam pelas ruas da cidadezinha exalando os perfumes com os quais haviam trabalhado durante todo o dia.
E que todos os dias, todos tinham a sensação de participar do trabalho de produção dos perfumes.
Cada um de nós enquanto cristão, tem a oportunidade de agir assim.
Quando nós estamos verdadeiramente, sensibilizados pelo Cristo de Deus nós exalamos o Seu perfume a tal ponto que as pessoas percebem.
Percebem pelos nossos gestos, percebem pela nossa fisionomia, pelas nossas gentilezas, pelas palavras que espontaneamente exortamos ao consolo, a esperança.
Pela firmeza de postura diante da dor quando ela habitualmente se faz presente na existência do cristão, que não esmorece, que não cede, mas que segue adiante independente da dor.
Entretanto, se nós não estivermos verdadeiramente mergulhados nos ensinamentos que Jesus nos deixou, nesta bendita herança de mais de dois mil anos, nos momentos em que as asperezas da vida vierem nos visitar, nós não teremos como exalar o perfume do Mestre. Ao contrário.
Certamente, nós presos à superficialidade do Evangelho, teremos as mesmas reações que tivemos até então, o desespero, a agressividade, a violência.
Tudo aquilo que o cristão convicto não faz.
É por isso que Paulo diz que nós somos o aroma do Cristo.
Mas só é o aroma do Cristo aquele que como o próprio Paulo pode declarar:
“Não sou eu mais quem vive mas o Cristo que vive em mim.”
Deus nos abençoe.
Fiquem em paz.
psicofonia recebida no NEPT em 12 de janeiro de 2011
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
AS TRIBULAÇÕES
Encontramos numa das cartas de Paulo escrita aos romanos no capitulo V, versículos III, a frase:
“Glorifiquemos as tribulações, sabendo que as tribulações produzem persistência.”
Conta-nos um Espírito amoroso, da historia de um pai que leva o seu filho ao mercado para fazer as compras.
Dentro do mercado lhe entrega uma cesta e ao passar pelos locais onde havia o que precisasse para comprar, vai colocando na mão do filhinho, dentro da cesta, tudo aquilo que precisasse comprar.
Mas, uma senhora que observou a situação, chega perto da criança jovem de sete ou oito anos, e lhe pergunta:
Meu filho, esta cesta não é muito pesada para você?
O menino olha para a senhora e lhe diz respeitosamente: não precisa se preocupar, o meu papai sabe quanto eu posso carregar.
É assim a nossa vida.
Habitualmente, nós carregamos conosco a reclamação pelo fardo pesado que temos que carregar no ombro, mas nós nos esquecemos que na verdade, Deus não nos daria um fardo mais pesado do que aquele que nós poderíamos carregar.
Que pai colocaria um sobrepeso na cesta do filho?
Que pai colocaria um fardo mais pesado sobre os ombros do seu filho que ele pudesse carregar?
Se o Pai, se o Criador é justo e bom, não há porque duvidar daquilo que nós passamos em nossas existências terrenas.
Mas, muitas vezes diante de uma doença cruel, nós nos revoltamos e nos indispomos contra o Criador.
A Divindade sofre então, as nossas injunções no pensamento e nas palavras. Algumas vezes desferimos palavras duras contra o Criador como se isso resolvesse a nossa contenda e não agravasse ainda mais o peso que temos sobre o ombro.
Mas, Paulo em sua sabedoria profunda sobre a vida, recomenda aos romanos que glorifiquemos as tribulações, os problemas, as dores, as cargas que a vida nos dá porque ele sabe perfeitamente, que as tribulações nos forçam a persistir para vencê-las, para superá-las, para alcançar o verdadeiro objetivo que é evoluir.
Há quase dois mil anos, Paulo já nos preconiza termos a serenidade diante das tribulações.
Bendito Paulo.
Abençoadas tribulações que nos fazem crescer e evoluir.
Mas antes, precisamos criar a consciência de que não é um castigo e de que o fardo não é mais pesado do que nós possamos carregar.
Que Jesus nos abençoe.
Psicofonia recebida no Nept em 05/01/2011
“Glorifiquemos as tribulações, sabendo que as tribulações produzem persistência.”
Conta-nos um Espírito amoroso, da historia de um pai que leva o seu filho ao mercado para fazer as compras.
Dentro do mercado lhe entrega uma cesta e ao passar pelos locais onde havia o que precisasse para comprar, vai colocando na mão do filhinho, dentro da cesta, tudo aquilo que precisasse comprar.
Mas, uma senhora que observou a situação, chega perto da criança jovem de sete ou oito anos, e lhe pergunta:
Meu filho, esta cesta não é muito pesada para você?
O menino olha para a senhora e lhe diz respeitosamente: não precisa se preocupar, o meu papai sabe quanto eu posso carregar.
É assim a nossa vida.
Habitualmente, nós carregamos conosco a reclamação pelo fardo pesado que temos que carregar no ombro, mas nós nos esquecemos que na verdade, Deus não nos daria um fardo mais pesado do que aquele que nós poderíamos carregar.
Que pai colocaria um sobrepeso na cesta do filho?
Que pai colocaria um fardo mais pesado sobre os ombros do seu filho que ele pudesse carregar?
Se o Pai, se o Criador é justo e bom, não há porque duvidar daquilo que nós passamos em nossas existências terrenas.
Mas, muitas vezes diante de uma doença cruel, nós nos revoltamos e nos indispomos contra o Criador.
A Divindade sofre então, as nossas injunções no pensamento e nas palavras. Algumas vezes desferimos palavras duras contra o Criador como se isso resolvesse a nossa contenda e não agravasse ainda mais o peso que temos sobre o ombro.
Mas, Paulo em sua sabedoria profunda sobre a vida, recomenda aos romanos que glorifiquemos as tribulações, os problemas, as dores, as cargas que a vida nos dá porque ele sabe perfeitamente, que as tribulações nos forçam a persistir para vencê-las, para superá-las, para alcançar o verdadeiro objetivo que é evoluir.
Há quase dois mil anos, Paulo já nos preconiza termos a serenidade diante das tribulações.
Bendito Paulo.
Abençoadas tribulações que nos fazem crescer e evoluir.
Mas antes, precisamos criar a consciência de que não é um castigo e de que o fardo não é mais pesado do que nós possamos carregar.
Que Jesus nos abençoe.
Psicofonia recebida no Nept em 05/01/2011
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
Segurança Íntima
Embora atingido pela maleivosa insinuação da inveja, não te deixes arrastar à inquietação.
Não obstante a urdidura da
maledicência tentando envolver-te em suas malhas, não te perturbes com a sua insídia.
Mesmo que te percebas incompreendido,
quando não caluniado pelos frívolos
e despeitados, não te aflijas.
Segurança interior deve ser a tua
força de equilíbrio, a resistência dos teus propósitos.
Quem é fiel a um ideal dignificante não consegue isentar-se da animosidade gratuita, que grassa soberana, ou sequer logra permanecer inatacável pela pertinácia da incúria...
Somente os inúteis poderiam acreditar-se não agredidos.
O bom operário, todavia, quando na
desincumbência dos deveres, experimenta as agressões de todo porte com que os cômodos e insatisfeitos pretendem desanimá-lo.
De forma alguma concedas acesso à
irritação ou à informação malsã na tua esfera de atividades.
Quando te sentires compreendido, laureado pelos sorrisos e beneplácitos humanos, quiçá estejas atendendo aos interesses do mundo, contudo não te encontrarás em
conduta correta em relação aos compromissos com Jesus.
Quem serve ao mundo e a ele se submete certamente não dispõe de tempo para os deveres relevantes, em relação ao espírito.
A recíproca, no caso, é verdadeira.
Não te eximirás, portanto, à calúnia, à difamação, às artimanhas dos famanazes da irresponsabilidade, exceto se estiveres de acordo com eles.
Não produzem e sentem-se atingidos por aqueles que realizam, assim desgastando-se e partindo para a agressividade, com as
armas que lhes são afins.
Compreende-os, malgrado não te concedas sintonizar com eles nas faixas psíquicas em que atuam.
Não reajas, nem os aceites.
Suas farpas não devem atingir-te.
Eles estão contra tudo. Afinal estão
contra eles mesmos, por padecerem de
hipertrofia dos sentimentos e enregelamento da razão.
Segurança íntima é fruto de uma consciência tranqüila, que decorre do dever retamente cumprido, mediante um comportamento vazado nas lições que haures na Doutrina de Libertação espiritual, que é o Espiritismo.
Assim, não te submetas ou te condiciones às injunções de homens ou Entidades, se pretendes servir ao Senhor...
Toda sujeição aos transitórios impositivos das paixões humanas, em nome do Ideal de vida espiritual, se transforma em escravidão com lamentável desrespeito aos compromissos reais assumidos em relação ao Senhor.
Recorda-te d’Ele, crucificado, desprezado, odiado por não se
submeter aos impositivos da mentira e das vacuidades humanas, todavia
triunfante sempre pela Sua fidelidade ao Pai.
Autor: Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Franco. Do livro: As Leis Morais da Vida
Não obstante a urdidura da
maledicência tentando envolver-te em suas malhas, não te perturbes com a sua insídia.
Mesmo que te percebas incompreendido,
quando não caluniado pelos frívolos
e despeitados, não te aflijas.
Segurança interior deve ser a tua
força de equilíbrio, a resistência dos teus propósitos.
Quem é fiel a um ideal dignificante não consegue isentar-se da animosidade gratuita, que grassa soberana, ou sequer logra permanecer inatacável pela pertinácia da incúria...
Somente os inúteis poderiam acreditar-se não agredidos.
O bom operário, todavia, quando na
desincumbência dos deveres, experimenta as agressões de todo porte com que os cômodos e insatisfeitos pretendem desanimá-lo.
De forma alguma concedas acesso à
irritação ou à informação malsã na tua esfera de atividades.
Quando te sentires compreendido, laureado pelos sorrisos e beneplácitos humanos, quiçá estejas atendendo aos interesses do mundo, contudo não te encontrarás em
conduta correta em relação aos compromissos com Jesus.
Quem serve ao mundo e a ele se submete certamente não dispõe de tempo para os deveres relevantes, em relação ao espírito.
A recíproca, no caso, é verdadeira.
Não te eximirás, portanto, à calúnia, à difamação, às artimanhas dos famanazes da irresponsabilidade, exceto se estiveres de acordo com eles.
Não produzem e sentem-se atingidos por aqueles que realizam, assim desgastando-se e partindo para a agressividade, com as
armas que lhes são afins.
Compreende-os, malgrado não te concedas sintonizar com eles nas faixas psíquicas em que atuam.
Não reajas, nem os aceites.
Suas farpas não devem atingir-te.
Eles estão contra tudo. Afinal estão
contra eles mesmos, por padecerem de
hipertrofia dos sentimentos e enregelamento da razão.
Segurança íntima é fruto de uma consciência tranqüila, que decorre do dever retamente cumprido, mediante um comportamento vazado nas lições que haures na Doutrina de Libertação espiritual, que é o Espiritismo.
Assim, não te submetas ou te condiciones às injunções de homens ou Entidades, se pretendes servir ao Senhor...
Toda sujeição aos transitórios impositivos das paixões humanas, em nome do Ideal de vida espiritual, se transforma em escravidão com lamentável desrespeito aos compromissos reais assumidos em relação ao Senhor.
Recorda-te d’Ele, crucificado, desprezado, odiado por não se
submeter aos impositivos da mentira e das vacuidades humanas, todavia
triunfante sempre pela Sua fidelidade ao Pai.
Autor: Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Franco. Do livro: As Leis Morais da Vida
O sol voltará a brilhar
Fazendo uma referência ao evangelho de Marcos, no capítulo 5, versículo 36, onde há a seguinte recomendação: "não temas, creia somente", podemos recordar uma história em tempos passados, quando os jornais ainda eram vendidos nas ruas, geralmente por jovens adolescentes, como este que vem à memória, sendo ele mirrado, magro, com roupas simples e parcas, enfrenta o frio e a chuva do inverno, gritando em voz estridente "olha o jornal matutino!" ao mesmo tempo em que procura se aquecer ao retirar o calçado de um pé para esfregá-lo no outro e alternando o mesmo movimento com o outro pé, além de se agitar de um lado para o outro com a mesma intenção de se esquentar um pouco, embora com as vestes encharcadas da água da fina chuva fria daquela manhã.
Do outro lado da rua, passa um senhor bem agasalhado com um casaco grosso e protegido por um guarda-chuva e que atravessa a rua em direção ao rapaz, para comprar o jornal daquela manhã e se inteirar das notícias do dia. Ele estende uma moeda para o rapaz para pagar o jornal, recebe-o em sua mão, mas, preocupado, não se contém e afirma ao jovem:
- Meu filho, você está passando muito frio aqui na rua, debaixo desta chuva, protegido apenas por esta marquise...
E o jovem, com um sorriso nos lábio olha para ele e olha para o céu e lhe diz:
- Ah, meu senhor, mas eu não me importo muito, pois eu tenho certeza de que o sol voltará a brilhar!
É exatamente esta a lembrança que Marcos nos traz à mente: a confiança de que precisamos dispor diante das dificuldades da vida, pois, assim como o jovem que passa por um momento de dificuldade, nós em nossos problemas precisamos ter a certeza de que após a escuridão virá a luz, de que assim que chega a meia noite, inicia-se outro dia no segundo seguinte e os raios de luz do sol virão para iluminar nossas vidas.
Quem de nós, mergulhados nas trevas das dificuldades consegue se lembrar de que elas, as trevas irão esvanecer para dar lugar à claridade? Muitos, a maioria das pessoas, a maioria das vezes, ficam mergulhados na escuridão, por causa da insegurança que experimentam, por conta do medo de que as situações da vida não se resolvam.
Há medo do momento seguinte, do final do dia, do dia de amanhã, medo da Vida... Quando alguém próximo de nós está passando por uma dificuldade, nossos corações se agitam, o estômago dói, o suor vem à pele, há toda uma reação no corpo, provocada pelo medo. E o medo é puro reflexo da falta de fé...
Podemos até afirmar que as pessoas ansiosas e que se preocupam constantemente com o instante seguinte ainda não têm fé! Por isso a importância da recomendação de Marcos; mas, no momento da dor é difícil acreditar que a escuridão irá passar. Entretanto, não é isso o que a Doutrina Espírita ensina? Não é isso que o Divino Mestre Jesus nos ensina em seu Evangelho?
Ele nos diz: "não vos preocupeis com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã a ele pertence".
Jesus, o terapêuta por excelência, não só nos ensinou, mas deu o exemplo também, quando maltratado por aqueles que o perseguiram, não recuou diante da dificuldade e a enfrentou de frente. Precisamos apenas tentar seguir a Jesus, na medida do possível.
psicofonia recebida no NEPT em 12 de janeiro de 2011
Do outro lado da rua, passa um senhor bem agasalhado com um casaco grosso e protegido por um guarda-chuva e que atravessa a rua em direção ao rapaz, para comprar o jornal daquela manhã e se inteirar das notícias do dia. Ele estende uma moeda para o rapaz para pagar o jornal, recebe-o em sua mão, mas, preocupado, não se contém e afirma ao jovem:
- Meu filho, você está passando muito frio aqui na rua, debaixo desta chuva, protegido apenas por esta marquise...
E o jovem, com um sorriso nos lábio olha para ele e olha para o céu e lhe diz:
- Ah, meu senhor, mas eu não me importo muito, pois eu tenho certeza de que o sol voltará a brilhar!
É exatamente esta a lembrança que Marcos nos traz à mente: a confiança de que precisamos dispor diante das dificuldades da vida, pois, assim como o jovem que passa por um momento de dificuldade, nós em nossos problemas precisamos ter a certeza de que após a escuridão virá a luz, de que assim que chega a meia noite, inicia-se outro dia no segundo seguinte e os raios de luz do sol virão para iluminar nossas vidas.
Quem de nós, mergulhados nas trevas das dificuldades consegue se lembrar de que elas, as trevas irão esvanecer para dar lugar à claridade? Muitos, a maioria das pessoas, a maioria das vezes, ficam mergulhados na escuridão, por causa da insegurança que experimentam, por conta do medo de que as situações da vida não se resolvam.
Há medo do momento seguinte, do final do dia, do dia de amanhã, medo da Vida... Quando alguém próximo de nós está passando por uma dificuldade, nossos corações se agitam, o estômago dói, o suor vem à pele, há toda uma reação no corpo, provocada pelo medo. E o medo é puro reflexo da falta de fé...
Podemos até afirmar que as pessoas ansiosas e que se preocupam constantemente com o instante seguinte ainda não têm fé! Por isso a importância da recomendação de Marcos; mas, no momento da dor é difícil acreditar que a escuridão irá passar. Entretanto, não é isso o que a Doutrina Espírita ensina? Não é isso que o Divino Mestre Jesus nos ensina em seu Evangelho?
Ele nos diz: "não vos preocupeis com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã a ele pertence".
Jesus, o terapêuta por excelência, não só nos ensinou, mas deu o exemplo também, quando maltratado por aqueles que o perseguiram, não recuou diante da dificuldade e a enfrentou de frente. Precisamos apenas tentar seguir a Jesus, na medida do possível.
psicofonia recebida no NEPT em 12 de janeiro de 2011
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
Para pensar sobre o Centro Espírita...
Mais uma vez estamos aqui presentes, para apaziguar alguns corações em desalinho.
Irmãos que em questão, se encontram descontentes com a casa que se encontram.
Devemos dizer que ficamos contentes com os trabalhadores, que se dispõem a trabalhar, e trabalham de boa vontade.
Porém, alguns que aqui na casa se encontram, ainda descontentes estão.
Não se encontraram ainda.
Ainda pensam como os encarnados, querem o reconhecimento de seu trabalho, pelo superior.
Assim não se sentem em conforme com as diretrizes dos trabalhos.
Esperamos que possam se situar, e entender a proposta de uma casa espírita.
Proposta esta de amor, doação e que possam estabelecer diálogos com todos.
Que a paz do divino amigo esteja entre todos.
Humberto
psicografia recebida no NEPT em 12 de janeiro de 2011
Irmãos que em questão, se encontram descontentes com a casa que se encontram.
Devemos dizer que ficamos contentes com os trabalhadores, que se dispõem a trabalhar, e trabalham de boa vontade.
Porém, alguns que aqui na casa se encontram, ainda descontentes estão.
Não se encontraram ainda.
Ainda pensam como os encarnados, querem o reconhecimento de seu trabalho, pelo superior.
Assim não se sentem em conforme com as diretrizes dos trabalhos.
Esperamos que possam se situar, e entender a proposta de uma casa espírita.
Proposta esta de amor, doação e que possam estabelecer diálogos com todos.
Que a paz do divino amigo esteja entre todos.
Humberto
psicografia recebida no NEPT em 12 de janeiro de 2011
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
A disciplina das pequenas coisas.
Quando Carla chegou à porta, o Sr. Manolo não teve dúvidas:
- A senhorinha não pode mais entrar! Sinto muito, dona Carla!
- Mas "seu" Maneco, eu peguei um baita trânsito! Corri tanto prá chegar aqui, por favor!
- Sinto muito, dona Carla, mas o "seu" Geraldo foi bem claro ontem: "passou de cinco minutos ninguém mais entra na sessão"! A senhorinha já passou dos dez minutos, então...!
Nesse momento, Carla percebeu que não iria adiantar discutir: baixou a cabeça e foi para o corredor. Lá ela encontra com a Jandira, que, de imediato, perguntou:
- E aí, Carla, não de tempo de entrar na sessão?
- Como? Seu Maneco não deixa entrar! Disse que o Geraldo não permite mais que quem chegue atrasado entre na sessão! Caramba! A gente tá em São Paulo, menina! Como cobrar que se chegue sempre na hora certinha?! Assim, vai ter a maior evasão de trabalhadores e muita gente vai acabar desistindo, você vair ver só! - disse Carla em tom profético.
- É, mas o Maneco tem razão! Eu ouvi mesmo o Geraldo falando ontem sobre este assunto. Ele foi bem claro, sabe? Eu só não tinha me dado conta de que já passaram quinze minutos das sete horas, aí não vai dar mesmo para ninguém entrar!
- Mas eu cheguei já tem uns sete minutos, Jandira!
- Mas Carla, o pessoal tem abusado bastante, você não acha? No começo, todo mundo entrava na ponta do pé, abria a porta devagarinho, entrava com cuidado. Ultimamente, o povo vai entrando que nem adolescente no quarto, quer dizer, abre a porta com tudo, escancara a porta, deixa entrar a luz e o barulho da sala de espera e praticamente bate a porta ao fechar. Isso atrapalha muito o andamento do trabalho. O médium precisa de silêncio e uma certa penumbra para se concentrar, você sabe disso!
- Mas eu sempre entro com muito cuidado, Jandira! Eu não faço escândalo prá entrar. Sou muito cuidadosa!
- Acontece que ele não pode aplicar esta regra para uns e não aplicar para outros, senão todo mundo vai se sentir no direito de entrar do mesmo jeito e a indisciplina vai continuar!
- Ah! Sei lá! Eu vou embora, sabe? Acho que é melhor...
- Mas Carla, você mora longe prá caramba! Não é melhor você ficar tomar o passe e assistir um estudo? Assim você aproveita o tempo positivamente, quase do mesmo modo!
- Acontece que eu corri tanto, tentando chegar para a sessão, prá nada? Na verdade, parece que ele não quer que a gente fique nas sessões... - falou com tom de voz amarga.
- Minha amiga, não é nada disso! O Geraldo só quer fazer as coisas funcionarem direito! Ele está pensando no respeito que a gente deve ter para com o trabalho dos Espíritos. Você sabia que eles preparam a sala de sessão desde o período da manhã? Sabia que é tudo higienizado, limpo, que os Espíritos necessitados são trazidos, às vezes na véspera, preparados para ouvir, para participar e aproveitar, nem que seja um pouco do trabalho? E a nossa parte, como fica? Não temos de fazer o melhor, o mais certo possível? Claro que temos! A gente também precisa de disciplina, ora! E pode ter certeza de que não é nada pessoal por parte do Geraldo. Ele faz isso pensando no trabalho e não nos trabalhadores, quer dizer, não é que não pense na gente, pensa sim, mas quando pensa no trabalho, ele faz o possível para que isso beneficie a nós mesmos, afinal, sem regras, sem ordem, nada funciona direito, não é verdade?
- Pôxa! Você virou advogada dele? Tá defendendo bem, não? - Carla tinha, nesse momento, uma pontinha de malícia para com Jandira, afinal, por quê tanta questão em defendê-lo?
- Nada disso! Eu estudo, eu leio e estou defendendo o trabalho, assim como ele. Não pense bobagem, Carla. Não tenho qualquer motivo para defendê-lo em pessoa, mas penso como ele e quero que o trabalho ande bem, afinal de contas, eu gosto tanto daqui, me sinto tão bem nesta Casa Espírita, por qual razão não iria me esforçar para que tudo aqui corresse bem? Então não sou advogada do Geraldo, mas da Casa. Sou relativamente nova aqui, mas como me sinto em casa, eu defendo mesmo! - Jandira não tinha qualquer preocupação em se defender da malícia de Carla, mas queria deixar claro a postura dela diante da colega.
- Ô Jandira! - falou Carla em interjeição sem qualquer afetação - Eu gostei de uma coisa que você disse! - Seu tom de voz agora era mais amistoso, deixando de lado o equívoco anterior para colocar-se em posição mais madura que a anterior e querendo ao mesmo tempo corrigir-se - "O quê você está lendo tanto?"
- Aí você entrou em um assunto mais proveitoso, Carla. Eu acabei de ler o livro Desobsessão, do André Luiz. É ótimo e poucas pessoas procuram-no para ler, ou por que acham que é cansativo ou por desconhecimento mesmo! Ele não é muito divulgado entre os espíritas de um modo geral, mas é um grande livro que dá diretrizes fundamentais para o trabalho mediúnico prático, que toda Casa Espírita deveria ter. Claro que certas circunstâncias citadas nele precisam de adaptação para a época atual, pois ele já foi escrito faz tempo, mas que ele é bom, eu não tenho a mínima dúvida!
- Quem sugeriu que você o lêsse?
- A dona Minerva, da livraria! Eu estava procurando algo prá ler e ela ficou do meu lado. Perguntou o que eu estava interessada e acabou me sugerindo este livro que eu gostei muito. Já li muitos romances. Gosto muito das obras da Vera Lúcia Marinzeck de Carvalho, aquela médium que psicografou o "Violetas na Janela", sabe qual?
- Sei sim, eu já li. Gostei, mas achei impossível que tudo aquilo seja de verdade. Tenho a impressão que o pessoal "viaja" um pouco, sabe?
- É, mas não viaja não! Aquilo tudo é de verdade, Carla, pode ter certeza!
- Como você pode ter tanta certeza?
- Ah, vem do fundo do coração! Eu sinto, eu pressinto, não tenho a mínima dúvida de que tudo o que ela conta não é conto de fadas, que é autêntico, que é verdadeiro! Além do mais, Kardec colocou, na Codificação, nas Obras Básicas, que tudo aquilo é possível, portanto, como não vi qualquer contradição na proposta dele, não tenho por qual motivo desconfiar!
- Vai me dizer que você já leu tudo de Kardec! - o olhar de descrédito era evidente por conta de Carla.
- Já li, sim! Mas só uma vez. Ainda não deu tempo de ler estudando, mesmo, sabe como? Ler para pensar, para refletir de verdade. Li, mas ainda quero estudar prá valer, pois vejo nesta Doutrina a diretriz que irá me orientar pelo resto da Vida e depois dela também!
- Mas você estava falando do livro do André Luiz...
- É verdade! Então, o livro descreve como deveria ser feita uma sessão de desobsessão. Conta prá gente como a gente deve se portar desde o início do dia, com relação à alimentação, pensamentos, horários, disciplina, enfim tudo. É muito bom! Embora não se possa aplicar tudo o que está ali, pois os tempos já são outros, quer dizer, tudo é corrido, ainda assim é muito bom! É só fazer algumas pequenas adaptações que tudo se encaixa para as nossas necessidades em um trabalho mediúnico para o socorro às Entidades desencarnadas necessitadas, como nós, diga-se...
- Você acha que eu entenderia a linguagem do André Luiz? Acho que ele e o Emmanuel escrevem tão rebuscado, tem umas palavras difíceis no meio do texto!
- Olha, eu ainda não li nenhuma obra do Emmanuel, afinal, como te disse, eu comecei no Espiritismo faz pouco tempo, dois anos mais ou menos, então, eu não sei dele, mas o André Luiz não é assim tão complexo e esse livro é muito fácil de ler. Tem capítulos pequenos, linguagem clara e objetiva, algumas fotos que demonstram o que ele cita no texto, enfim, eu acho este livro muito bom para quem quer aprender sobre sessões de tratamento espiritual. Eu acho que você vai entender e gostar dele como eu gostei.
No corredor já estavam se acumulando as pessoas que iriam passar pelo tratamento espiritual e Jandira fez um sinal para Carla, no sentido de que se afastassem um pouco do aglomerado de pessoas.
- É melhor a gente se afastar um pouco, afinal de contas, todos ali estão se preparando para um tratamento espiritual, portanto necessitam de um ambiente apropriado para isso. Eu me lembro de um Centro Espírita no qual eu fui umas duas vezes e que o local onde as pessoas aguardavam pelo tratamento era enfeitado com uma vegetação muito bem cuidada, plantas lindas, em vasos, em xaxins, penduradas na parede, o que fazia com que o ambiente ficasse mais sereno e dava a impressão de que fosse um pequeno pedaço do paraíso. Não que fosse, mas pelo menos dava boa impressão e todo mundo ficava em silêncio, sem convesas com voz elevada, com temas picantes. Só conversas doutrinárias e muito respeito com os trabalhos da Casa. Senti-me muito bem ali, mas infelizmente é muito distante e não dá prá encarar dois ônibus mais um metrô prá ir até lá. Iria demorar umas duas horas prá ir e outras duas prá voltar. Só nisso, já dá prá fazer muitas coisas por aqui, onde a gente mora.
- É eu não moro perto, não! Mas o carro ajuda. - arrematou Carla, já não tão tensa como no início da conversa - Mas, às vezes dá vontade de procurar um Centro Espírita perto de casa ou do meu trabalho. Será que encontro um?
- Porque não? Deve ter... É questão de procurar. Se você quiser, a gente dá uma busca depois. Podemos ir lá em casa e a gente começa a procurar pela internet. Nem todas as Casas Espíritas estão informatizadas, mas mesmo assim, a gente acaba encontrando.
- Olha, hoje eu agradeço, mas não vai dar. Acho que eu vou embora, mesmo. Estou cansada e preciso tomar um banho e ir prá cama, que ela me chama! - as duas sorriram - Quem sabe assim, eu esfrio um pouco mais a cabeça e penso com carinho em tudo que você me disse hoje?
- É, certamente lhe faria bem, mas porque você não fica só mais um pouquinho e assiste o estudo do Dorival? Ele faz estudo do Livro dos Médiuns. É bem legal! Você vai gostar, com certeza!
- Ah, tá legal, Jandira! Você me convenceu! Vamos lá assistir a palestra do Dorival. Eu gosto dele e me parece que ele sabe muito da Doutrina Espírita.
- De fato, ele sabe muito, você tem razão. Então, vamos lá para o Salão Bezerra. Já deve estar começando...
Ambas entraram no grande salão, que tem a porta estrategicamente postada na parte posterior, para não atrapalhar as palestras já começadas. Sentaram-se na última fileira e entenderam que Dorival estava começando sua preleção.
- "Todos os dias a experiência nos traz a confirmação de que as dificuldades e os desenganos, com que muitos topam na prática do Espiritismo, se originam da ignorância dos princípios desta ciência e feliz nos sentimos de haver podido comprovar que o nosso trabalho, feito com o objetivo de precaver os adeptos contra os escolhos de um noviciado, produziu frutos e que à leitura desta obra devem muitos o ter logrado evitá-los.
Natural é, que entre os que se ocupam com o Espiritismo, o desejo de poderem pôr-se em comunicação com os Espíritos. Esta obra se destina a lhes achar o caminho, levando-os a tirar proveito dos nossos longos e laboriosos estudos, porquanto muita falsa idéia formaria aquele que pensasse bastar, para se considerar perito nesta matéria, saber colocar os dedos sobre uma mesa, a fim de fazê-la mover-se, ou segurar um lápis, a fim de escrever." Esta citação do Livro dos Médiuns - fala Dorival - que pode ser lida bem no início da Obra, pode ajudar-nos a entender a importância do estudo sobre a mediunidade e as responsabilidades que ela nos traz a todos. Não é a mediunidade uma atribuição que deveria ser exercida de modo leviano, sem estudo, sem interesse, sem pesquisa, mas, ao contrário, procurando entender e praticar com toda responsabilidade. Somente assim o médium reduz o risco de obsessões fatigantes que acabam por desestruturar ao indivíduo, à sua família, à casa espírita que freqüenta, enfim, a todos que o acompanhem na encarnação.
Após tomar um pequeno gole de água, de um copo que havia sobre a pequena mesa que lhe servia de apoio para colocar os livros e o material de que se utilizava para o seu trabalho quase diário do Centro Espírita que freqüenta há cerca de dez anos, ele retoma a palavra:
- “Entretanto, a maioria das pessoas, que procura o centro espírita, acaba freqüentando-o, sem desenvolver a devida consciência de que precisa ler, precisa estudar e aprimorar seus conhecimentos e práticas mediúnicas de modo sistemático, contínuo, persistente, afastando a preguiça e o descaso para dar vazão a este sexto sentido que temos na Vida que permite o intercâmbio com dois níveis da Vida. A maioria de nós vem em busca de ajuda, é verdade, mas acaba por se acomodar e não procura a auto-ajuda, o auxílio interior de que realmente necessita. Deveríamos, com certeza, receber o amparo que vem do Alto através dos emissários de Jesus dentro das Casas Espíritas, mas, somente no momento inicial, para adquirir a base, o princípio que impulsiona para a continuidade da Jornada que leva à liberdade. Assim, munidos de base, poderíamos manter a trilha e seguir em diante, portadores da vontade que constrói para a liberdade.
O primeiro grande recurso é a leitura e o estudo, a procura de informações através das palestras em Casas Espíritas, em reuniões, em seminários, enfim, onde se possa aprender. O segundo grande recurso é freqüentar sessões mediúnicas, desde que exista a condição para isso, colocando em prática a própria mediunidade, semana a semana, com a orientação dos mais experientes, com a prece no coração e a mínima disciplina para isso. O terceiro, após a conscientização da verdade e o início da prática, é a transformação interior, a mudança da personalidade, promovendo aquilo que alguns dizem estar ultrapassado, que é a reforma íntima. Sim, a transformação interior, os passos para a verdadeira transformação de si mesmo, seguindo os passos do Evangelho, em acordo com os ensinamentos do Cristo-Jesus.”
-“Se ouvíssemos a voz do Cristo dentro de nós, daríamos vazão á necessária verdade que transforma, compreendendo o que significa perdoar setenta vezes sete ou orar pelos inimigos e por aqueles que nos querem mal. Essa seria meta de nós todos. Mas ainda estamos por aqui, na tentativa de entender o que exatamente Jesus nos disse e, assim, por não compreender totalmente, às vezes confundimos conceitos e nos perturbamos com eles. Acontece, por exemplo, quando nos deparamos com uma situação na qual o chamado ao perdão é confundido com a necessidade da lição.”
-“Tendo alguém nos traído a confiança, ficamos à mercê de nossa própria desconfiança e, toda vez que esse alguém se aproxima de nós, nos causa um certo desconforto, gerando mal-estar físico e alterações emocionais diversas, na dependência do momento. Isso nos mostra que estamos adoecidos por conta da falta do perdão, pois se tivéssemos efetivamente perdoado esse alguém, sua presença não nos abalaria de modo algum.”
-“Aí deve vir o questionamento para si mesmo: O que há de errado em mim, que me faz passar tão mal diante desse alguém? Se a pergunta não trouxer nenhuma resposta, é por conta de que ainda não entendemos que é preciso perdoar, relevar, ter indulgência com esse alguém. Sua presença ainda nos incomoda e perturba, gerando desconforto, por que ainda temos guardado dentro de nós algo que precisaria ser despejado nesse alguém. Mas essa é uma postura destrutiva, infelizmente. Não há como ter paz íntima se não estivermos livres de pensamentos de cobrança de quem quer que seja ou do que quer que seja.”
Carla estava impressionada com as colocações de Dorival. Ele falava de forma tão natural e tão clara ao mesmo tempo. Suas palavras entravam em sua mente e tocavam seu coração. Aquele episódio deste mesmo dia, há poucos momentos, quando ele havia se irritado com o Sr. Manolo e carregado consigo uma certa raiva, que Jandira havia acalmado, já a deixava com um certo sentimento de culpa. Mas Dorival parecia ler sua mente:
-“Entretanto, é natural ter reações. Se alguém lhe agride, ou se você se sente agredido por alguém, seu organismo apresenta reações e há descarga de substâncias químicas no sangue que fazem seu coração acelerar, seu rosto enrubescer, suas mãos suarem... Trata-se de uma reação normal. Então é normal você sentir algo desconfortável em seguida a algo que você interprete como uma agressão. Mas não é normal que você mantenha esse desconforto por um período prolongado, gerando mal-estar e adoecimento, com o passar do tempo. Todo pensamento desagradável que permanece em nós por período prolongado, é gerador de doenças. Mas se conseguimos trabalhar o mais rápido possível esse distúrbio, nós ficamos livres das toxinas mentais que poderiam prejudicar nossas células, nossos tecidos, nosso organismo e, assim, evitamos doenças.”
A palestra já se encaminhava para seu final e Dorival dava início às preces de encerramento, evocando a memória dos suicidas, daqueles que arquitetam mentalmente o suicídio, dos agressores, dos obsessores, enfim, dos que sofrem por algum motivo e Carla estava de certa forma divagando, quando Jandira lhe dá um toque no ombro para que ambas saíssem para o jardim que havia em frente à lanchonete e tomassem um café. Carla aquiesceu e delicadamente se retiraram do ambiente.
Já na lanchonete, pediram o café se sentaram naqueles bancos de madeira que lembravam efetivamente uma praça cercada de vegetação natural pendurada nas paredes, alguns pequenos arbustos plantados em vasos espalhados com sabedoria por alguém que certamente tinha muita afinidade de carinho com as plantas e que havia transformado aquele pequeno pedaço de terreno em um cartão de visitas da Natureza, como, Carla achava, deveria ser em toda Casa Espírita.
Conversaram por alguns minutos e, em seguida Carla deu uma carona para Jandira até perto de sua casa e foi para a sua, afinal já era hora de descansar para retomar suas atividades do dia seguinte.
Foi impossível colocar a cabeça no travesseiro e não pensar no que ela havia vivenciado na Casa Espírita. Desde o momento de tensão com o Sr. Manolo até a agradável despedida de Jandira, tudo intenso e bem lúcido. Carla pensava que nunca havia tido tanta consciência das coisas como estava tendo naquele dia! Sentia que estava com algo diferente dentro de si mesma e que não voltaria a repetir equívocos como aquele que havia cometido em sua entrada na Casa. Teria de ser mais comportada de haveria de se comportar quando viesse a ser interpelada com alguma advertência, pois as pessoas naquele contexto estão tentando manter uma coisa muito importante para que um trabalho possa ter bom andamento: disciplina. Sem ela, como se pode ter bons resultados? É verdade, não há como! E de nada adianta ficar se debatendo quando alguém venha a nos advertir por conta de nossas limitações. Seja como for, é preciso manter a calma e entender que aquela pessoa está tentando ajudar com seu trabalho e seguindo determinações para que o trabalho siga em ordem com disciplina, para que seja efetivamente produtivo.
Nada de manter aqueles pensamentos, afinal, ninguém é meu adversário naquele lugar onde todos são trabalhadores e cada um que lá freqüenta também pode vir a ser e tentar fazer as mesmas coisas com a intenção de ajudar. É isso! Pacificar o pensamento, ter isenção de atitudes. Jamais tentar tirar proveito de qualquer situação que seja. Viver em equipe, pensar em equipe, ter indulgência, afastar o orgulho do coração, das atitudes, da vida, progressivamente. Com esforço, muito esforço, pois afinal de contas o maior beneficiado é aquele que se esforça. Adquirir disciplina e lembrar quão importante é esta característica para cada um de nós. Sem ela, não se conquista os demais atributos que a pessoa humana
Depois de muitas reflexões, Carla caiu no sono e descansou profundamente.
Curiosamente Carla se vê, sonhando, de volta na Casa Espírita. Ela nem mesmo saberia como voltou lá, mas lá estava ela já no corredor principal que dava acesso ao salão maior e às outras dependências da Casa. E olha que tinha muita gente na Casa,einh! Muito interessante! Muitas fisionomias que ela ainda não conhecia e algumas já familiares, mas estas passavam por ela sem notar sua presença. Como se ela não estivesse efetivamente no lugar. Mas ela conseguia entender a razão: todos muito ocupados, alguns aplicando passes, outros fluindo a água – Fluindo a água? Que estranho! – outros, ainda, limpando as paredes, as janelas, as plantas – Mais estranho ainda, pensou – De qualquer modo, a agitação era intensa e realmente não dava para dar atenção a quem chegasse assim, sem aviso prévio.
Subitamente algo lhe chamou atenção no panorama do ambiente: a sala de repouso estava muito florida, muito perfumada! Como pode ter mudado tanto e tão rapidamente?
Ester, a moça da livraria passou por ela e comentou:
- Oi, Carla! Não estranhe, nesse plano as coisas são diferentes do plano material!
- Nesse plano???
Só aí é que Carla se deu conta de que estava “sonhando”. Como poderia ser chamado um sonho assim? Sonho vivência? É, talvez seja isso mesmo! Uma vivência espiritual enquanto se está dormindo, pois era tudo muito vivo, muito natural, claro e ao mesmo tempo sereno. Surreal e real ao mesmo tempo. Nada assustador: simplesmente natural.
Mas foi através desta vivência que Carla teve a oportunidade de experimentar o convívio mais próximo com pessoas que ela nem mesmo conhecia da Casa Espírita. E foi ótimo! Parecia não caber em si de alegria, mas o tempo foi passando e chegou a hora de fecharem o trabalho com a prece. Todos se reuniram no salão Bezerra e sentiram a presença daquele que pode ser chamado de mentor da Casa. Carla, pelo menos ela, não conseguia vê-lo, mas ela percebeu que algumas pessoas olhavam para um ponto fixo, como que acompanhando alguém a falar. Eram os preparativos para a prece, que aconteceram por alguns segundos, não mais que um minuto.
Na seqüência, um rapaz conhecido de todos, chamado carinhosamente por Navi, um apelido, iniciou a prece com voz calma, pacífica e as pessoas acompanharam com muita serenidade, até o final e logo após Carla viu todos se retirando.
Acordou sentindo uma paz e lembrando do que sonhara. Parecia algo impossível. Será que era isso mesmo, meu Deus? Como ter certeza? Levantou e foi se preparar para ir para o trabalho.
O dia passou e as recordações referentes àquela experiência foram se esmaecendo. Entretanto, Carla ainda guardava consigo as sensações de seu "sonho vivência" e, quando podia dar uma paradinha em suas atividades, recordava algo, já com alguma dificuldade e se irradiava de uma nova fé. Pelo menos era assim que ela sentia: como se estivesse renovada em algo, como se tivesse passado uma etapa de sua vida e iniciado outra. Era uma sensação muito agradável e reconfortadora.
Mas sentia, neste dia, uma enorme necessidade de ir à Casa Espírita, não só pelo carinho que se acentuou naquela noite especial, mas por conta de procurar por Jandira - se ela lá estivesse - e compartilhar as lembranças de uma noite tão agradável. O que será que Jandira iria dizer?
"Ah, não importa! Tenho certeza de que ela vai gostar de saber que eu estou disposta a mudar e conhecer mais a Doutrina Espírita!" pensou Carla.
- A senhorinha não pode mais entrar! Sinto muito, dona Carla!
- Mas "seu" Maneco, eu peguei um baita trânsito! Corri tanto prá chegar aqui, por favor!
- Sinto muito, dona Carla, mas o "seu" Geraldo foi bem claro ontem: "passou de cinco minutos ninguém mais entra na sessão"! A senhorinha já passou dos dez minutos, então...!
Nesse momento, Carla percebeu que não iria adiantar discutir: baixou a cabeça e foi para o corredor. Lá ela encontra com a Jandira, que, de imediato, perguntou:
- E aí, Carla, não de tempo de entrar na sessão?
- Como? Seu Maneco não deixa entrar! Disse que o Geraldo não permite mais que quem chegue atrasado entre na sessão! Caramba! A gente tá em São Paulo, menina! Como cobrar que se chegue sempre na hora certinha?! Assim, vai ter a maior evasão de trabalhadores e muita gente vai acabar desistindo, você vair ver só! - disse Carla em tom profético.
- É, mas o Maneco tem razão! Eu ouvi mesmo o Geraldo falando ontem sobre este assunto. Ele foi bem claro, sabe? Eu só não tinha me dado conta de que já passaram quinze minutos das sete horas, aí não vai dar mesmo para ninguém entrar!
- Mas eu cheguei já tem uns sete minutos, Jandira!
- Mas Carla, o pessoal tem abusado bastante, você não acha? No começo, todo mundo entrava na ponta do pé, abria a porta devagarinho, entrava com cuidado. Ultimamente, o povo vai entrando que nem adolescente no quarto, quer dizer, abre a porta com tudo, escancara a porta, deixa entrar a luz e o barulho da sala de espera e praticamente bate a porta ao fechar. Isso atrapalha muito o andamento do trabalho. O médium precisa de silêncio e uma certa penumbra para se concentrar, você sabe disso!
- Mas eu sempre entro com muito cuidado, Jandira! Eu não faço escândalo prá entrar. Sou muito cuidadosa!
- Acontece que ele não pode aplicar esta regra para uns e não aplicar para outros, senão todo mundo vai se sentir no direito de entrar do mesmo jeito e a indisciplina vai continuar!
- Ah! Sei lá! Eu vou embora, sabe? Acho que é melhor...
- Mas Carla, você mora longe prá caramba! Não é melhor você ficar tomar o passe e assistir um estudo? Assim você aproveita o tempo positivamente, quase do mesmo modo!
- Acontece que eu corri tanto, tentando chegar para a sessão, prá nada? Na verdade, parece que ele não quer que a gente fique nas sessões... - falou com tom de voz amarga.
- Minha amiga, não é nada disso! O Geraldo só quer fazer as coisas funcionarem direito! Ele está pensando no respeito que a gente deve ter para com o trabalho dos Espíritos. Você sabia que eles preparam a sala de sessão desde o período da manhã? Sabia que é tudo higienizado, limpo, que os Espíritos necessitados são trazidos, às vezes na véspera, preparados para ouvir, para participar e aproveitar, nem que seja um pouco do trabalho? E a nossa parte, como fica? Não temos de fazer o melhor, o mais certo possível? Claro que temos! A gente também precisa de disciplina, ora! E pode ter certeza de que não é nada pessoal por parte do Geraldo. Ele faz isso pensando no trabalho e não nos trabalhadores, quer dizer, não é que não pense na gente, pensa sim, mas quando pensa no trabalho, ele faz o possível para que isso beneficie a nós mesmos, afinal, sem regras, sem ordem, nada funciona direito, não é verdade?
- Pôxa! Você virou advogada dele? Tá defendendo bem, não? - Carla tinha, nesse momento, uma pontinha de malícia para com Jandira, afinal, por quê tanta questão em defendê-lo?
- Nada disso! Eu estudo, eu leio e estou defendendo o trabalho, assim como ele. Não pense bobagem, Carla. Não tenho qualquer motivo para defendê-lo em pessoa, mas penso como ele e quero que o trabalho ande bem, afinal de contas, eu gosto tanto daqui, me sinto tão bem nesta Casa Espírita, por qual razão não iria me esforçar para que tudo aqui corresse bem? Então não sou advogada do Geraldo, mas da Casa. Sou relativamente nova aqui, mas como me sinto em casa, eu defendo mesmo! - Jandira não tinha qualquer preocupação em se defender da malícia de Carla, mas queria deixar claro a postura dela diante da colega.
- Ô Jandira! - falou Carla em interjeição sem qualquer afetação - Eu gostei de uma coisa que você disse! - Seu tom de voz agora era mais amistoso, deixando de lado o equívoco anterior para colocar-se em posição mais madura que a anterior e querendo ao mesmo tempo corrigir-se - "O quê você está lendo tanto?"
- Aí você entrou em um assunto mais proveitoso, Carla. Eu acabei de ler o livro Desobsessão, do André Luiz. É ótimo e poucas pessoas procuram-no para ler, ou por que acham que é cansativo ou por desconhecimento mesmo! Ele não é muito divulgado entre os espíritas de um modo geral, mas é um grande livro que dá diretrizes fundamentais para o trabalho mediúnico prático, que toda Casa Espírita deveria ter. Claro que certas circunstâncias citadas nele precisam de adaptação para a época atual, pois ele já foi escrito faz tempo, mas que ele é bom, eu não tenho a mínima dúvida!
- Quem sugeriu que você o lêsse?
- A dona Minerva, da livraria! Eu estava procurando algo prá ler e ela ficou do meu lado. Perguntou o que eu estava interessada e acabou me sugerindo este livro que eu gostei muito. Já li muitos romances. Gosto muito das obras da Vera Lúcia Marinzeck de Carvalho, aquela médium que psicografou o "Violetas na Janela", sabe qual?
- Sei sim, eu já li. Gostei, mas achei impossível que tudo aquilo seja de verdade. Tenho a impressão que o pessoal "viaja" um pouco, sabe?
- É, mas não viaja não! Aquilo tudo é de verdade, Carla, pode ter certeza!
- Como você pode ter tanta certeza?
- Ah, vem do fundo do coração! Eu sinto, eu pressinto, não tenho a mínima dúvida de que tudo o que ela conta não é conto de fadas, que é autêntico, que é verdadeiro! Além do mais, Kardec colocou, na Codificação, nas Obras Básicas, que tudo aquilo é possível, portanto, como não vi qualquer contradição na proposta dele, não tenho por qual motivo desconfiar!
- Vai me dizer que você já leu tudo de Kardec! - o olhar de descrédito era evidente por conta de Carla.
- Já li, sim! Mas só uma vez. Ainda não deu tempo de ler estudando, mesmo, sabe como? Ler para pensar, para refletir de verdade. Li, mas ainda quero estudar prá valer, pois vejo nesta Doutrina a diretriz que irá me orientar pelo resto da Vida e depois dela também!
- Mas você estava falando do livro do André Luiz...
- É verdade! Então, o livro descreve como deveria ser feita uma sessão de desobsessão. Conta prá gente como a gente deve se portar desde o início do dia, com relação à alimentação, pensamentos, horários, disciplina, enfim tudo. É muito bom! Embora não se possa aplicar tudo o que está ali, pois os tempos já são outros, quer dizer, tudo é corrido, ainda assim é muito bom! É só fazer algumas pequenas adaptações que tudo se encaixa para as nossas necessidades em um trabalho mediúnico para o socorro às Entidades desencarnadas necessitadas, como nós, diga-se...
- Você acha que eu entenderia a linguagem do André Luiz? Acho que ele e o Emmanuel escrevem tão rebuscado, tem umas palavras difíceis no meio do texto!
- Olha, eu ainda não li nenhuma obra do Emmanuel, afinal, como te disse, eu comecei no Espiritismo faz pouco tempo, dois anos mais ou menos, então, eu não sei dele, mas o André Luiz não é assim tão complexo e esse livro é muito fácil de ler. Tem capítulos pequenos, linguagem clara e objetiva, algumas fotos que demonstram o que ele cita no texto, enfim, eu acho este livro muito bom para quem quer aprender sobre sessões de tratamento espiritual. Eu acho que você vai entender e gostar dele como eu gostei.
No corredor já estavam se acumulando as pessoas que iriam passar pelo tratamento espiritual e Jandira fez um sinal para Carla, no sentido de que se afastassem um pouco do aglomerado de pessoas.
- É melhor a gente se afastar um pouco, afinal de contas, todos ali estão se preparando para um tratamento espiritual, portanto necessitam de um ambiente apropriado para isso. Eu me lembro de um Centro Espírita no qual eu fui umas duas vezes e que o local onde as pessoas aguardavam pelo tratamento era enfeitado com uma vegetação muito bem cuidada, plantas lindas, em vasos, em xaxins, penduradas na parede, o que fazia com que o ambiente ficasse mais sereno e dava a impressão de que fosse um pequeno pedaço do paraíso. Não que fosse, mas pelo menos dava boa impressão e todo mundo ficava em silêncio, sem convesas com voz elevada, com temas picantes. Só conversas doutrinárias e muito respeito com os trabalhos da Casa. Senti-me muito bem ali, mas infelizmente é muito distante e não dá prá encarar dois ônibus mais um metrô prá ir até lá. Iria demorar umas duas horas prá ir e outras duas prá voltar. Só nisso, já dá prá fazer muitas coisas por aqui, onde a gente mora.
- É eu não moro perto, não! Mas o carro ajuda. - arrematou Carla, já não tão tensa como no início da conversa - Mas, às vezes dá vontade de procurar um Centro Espírita perto de casa ou do meu trabalho. Será que encontro um?
- Porque não? Deve ter... É questão de procurar. Se você quiser, a gente dá uma busca depois. Podemos ir lá em casa e a gente começa a procurar pela internet. Nem todas as Casas Espíritas estão informatizadas, mas mesmo assim, a gente acaba encontrando.
- Olha, hoje eu agradeço, mas não vai dar. Acho que eu vou embora, mesmo. Estou cansada e preciso tomar um banho e ir prá cama, que ela me chama! - as duas sorriram - Quem sabe assim, eu esfrio um pouco mais a cabeça e penso com carinho em tudo que você me disse hoje?
- É, certamente lhe faria bem, mas porque você não fica só mais um pouquinho e assiste o estudo do Dorival? Ele faz estudo do Livro dos Médiuns. É bem legal! Você vai gostar, com certeza!
- Ah, tá legal, Jandira! Você me convenceu! Vamos lá assistir a palestra do Dorival. Eu gosto dele e me parece que ele sabe muito da Doutrina Espírita.
- De fato, ele sabe muito, você tem razão. Então, vamos lá para o Salão Bezerra. Já deve estar começando...
Ambas entraram no grande salão, que tem a porta estrategicamente postada na parte posterior, para não atrapalhar as palestras já começadas. Sentaram-se na última fileira e entenderam que Dorival estava começando sua preleção.
- "Todos os dias a experiência nos traz a confirmação de que as dificuldades e os desenganos, com que muitos topam na prática do Espiritismo, se originam da ignorância dos princípios desta ciência e feliz nos sentimos de haver podido comprovar que o nosso trabalho, feito com o objetivo de precaver os adeptos contra os escolhos de um noviciado, produziu frutos e que à leitura desta obra devem muitos o ter logrado evitá-los.
Natural é, que entre os que se ocupam com o Espiritismo, o desejo de poderem pôr-se em comunicação com os Espíritos. Esta obra se destina a lhes achar o caminho, levando-os a tirar proveito dos nossos longos e laboriosos estudos, porquanto muita falsa idéia formaria aquele que pensasse bastar, para se considerar perito nesta matéria, saber colocar os dedos sobre uma mesa, a fim de fazê-la mover-se, ou segurar um lápis, a fim de escrever." Esta citação do Livro dos Médiuns - fala Dorival - que pode ser lida bem no início da Obra, pode ajudar-nos a entender a importância do estudo sobre a mediunidade e as responsabilidades que ela nos traz a todos. Não é a mediunidade uma atribuição que deveria ser exercida de modo leviano, sem estudo, sem interesse, sem pesquisa, mas, ao contrário, procurando entender e praticar com toda responsabilidade. Somente assim o médium reduz o risco de obsessões fatigantes que acabam por desestruturar ao indivíduo, à sua família, à casa espírita que freqüenta, enfim, a todos que o acompanhem na encarnação.
Após tomar um pequeno gole de água, de um copo que havia sobre a pequena mesa que lhe servia de apoio para colocar os livros e o material de que se utilizava para o seu trabalho quase diário do Centro Espírita que freqüenta há cerca de dez anos, ele retoma a palavra:
- “Entretanto, a maioria das pessoas, que procura o centro espírita, acaba freqüentando-o, sem desenvolver a devida consciência de que precisa ler, precisa estudar e aprimorar seus conhecimentos e práticas mediúnicas de modo sistemático, contínuo, persistente, afastando a preguiça e o descaso para dar vazão a este sexto sentido que temos na Vida que permite o intercâmbio com dois níveis da Vida. A maioria de nós vem em busca de ajuda, é verdade, mas acaba por se acomodar e não procura a auto-ajuda, o auxílio interior de que realmente necessita. Deveríamos, com certeza, receber o amparo que vem do Alto através dos emissários de Jesus dentro das Casas Espíritas, mas, somente no momento inicial, para adquirir a base, o princípio que impulsiona para a continuidade da Jornada que leva à liberdade. Assim, munidos de base, poderíamos manter a trilha e seguir em diante, portadores da vontade que constrói para a liberdade.
O primeiro grande recurso é a leitura e o estudo, a procura de informações através das palestras em Casas Espíritas, em reuniões, em seminários, enfim, onde se possa aprender. O segundo grande recurso é freqüentar sessões mediúnicas, desde que exista a condição para isso, colocando em prática a própria mediunidade, semana a semana, com a orientação dos mais experientes, com a prece no coração e a mínima disciplina para isso. O terceiro, após a conscientização da verdade e o início da prática, é a transformação interior, a mudança da personalidade, promovendo aquilo que alguns dizem estar ultrapassado, que é a reforma íntima. Sim, a transformação interior, os passos para a verdadeira transformação de si mesmo, seguindo os passos do Evangelho, em acordo com os ensinamentos do Cristo-Jesus.”
-“Se ouvíssemos a voz do Cristo dentro de nós, daríamos vazão á necessária verdade que transforma, compreendendo o que significa perdoar setenta vezes sete ou orar pelos inimigos e por aqueles que nos querem mal. Essa seria meta de nós todos. Mas ainda estamos por aqui, na tentativa de entender o que exatamente Jesus nos disse e, assim, por não compreender totalmente, às vezes confundimos conceitos e nos perturbamos com eles. Acontece, por exemplo, quando nos deparamos com uma situação na qual o chamado ao perdão é confundido com a necessidade da lição.”
-“Tendo alguém nos traído a confiança, ficamos à mercê de nossa própria desconfiança e, toda vez que esse alguém se aproxima de nós, nos causa um certo desconforto, gerando mal-estar físico e alterações emocionais diversas, na dependência do momento. Isso nos mostra que estamos adoecidos por conta da falta do perdão, pois se tivéssemos efetivamente perdoado esse alguém, sua presença não nos abalaria de modo algum.”
-“Aí deve vir o questionamento para si mesmo: O que há de errado em mim, que me faz passar tão mal diante desse alguém? Se a pergunta não trouxer nenhuma resposta, é por conta de que ainda não entendemos que é preciso perdoar, relevar, ter indulgência com esse alguém. Sua presença ainda nos incomoda e perturba, gerando desconforto, por que ainda temos guardado dentro de nós algo que precisaria ser despejado nesse alguém. Mas essa é uma postura destrutiva, infelizmente. Não há como ter paz íntima se não estivermos livres de pensamentos de cobrança de quem quer que seja ou do que quer que seja.”
Carla estava impressionada com as colocações de Dorival. Ele falava de forma tão natural e tão clara ao mesmo tempo. Suas palavras entravam em sua mente e tocavam seu coração. Aquele episódio deste mesmo dia, há poucos momentos, quando ele havia se irritado com o Sr. Manolo e carregado consigo uma certa raiva, que Jandira havia acalmado, já a deixava com um certo sentimento de culpa. Mas Dorival parecia ler sua mente:
-“Entretanto, é natural ter reações. Se alguém lhe agride, ou se você se sente agredido por alguém, seu organismo apresenta reações e há descarga de substâncias químicas no sangue que fazem seu coração acelerar, seu rosto enrubescer, suas mãos suarem... Trata-se de uma reação normal. Então é normal você sentir algo desconfortável em seguida a algo que você interprete como uma agressão. Mas não é normal que você mantenha esse desconforto por um período prolongado, gerando mal-estar e adoecimento, com o passar do tempo. Todo pensamento desagradável que permanece em nós por período prolongado, é gerador de doenças. Mas se conseguimos trabalhar o mais rápido possível esse distúrbio, nós ficamos livres das toxinas mentais que poderiam prejudicar nossas células, nossos tecidos, nosso organismo e, assim, evitamos doenças.”
A palestra já se encaminhava para seu final e Dorival dava início às preces de encerramento, evocando a memória dos suicidas, daqueles que arquitetam mentalmente o suicídio, dos agressores, dos obsessores, enfim, dos que sofrem por algum motivo e Carla estava de certa forma divagando, quando Jandira lhe dá um toque no ombro para que ambas saíssem para o jardim que havia em frente à lanchonete e tomassem um café. Carla aquiesceu e delicadamente se retiraram do ambiente.
Já na lanchonete, pediram o café se sentaram naqueles bancos de madeira que lembravam efetivamente uma praça cercada de vegetação natural pendurada nas paredes, alguns pequenos arbustos plantados em vasos espalhados com sabedoria por alguém que certamente tinha muita afinidade de carinho com as plantas e que havia transformado aquele pequeno pedaço de terreno em um cartão de visitas da Natureza, como, Carla achava, deveria ser em toda Casa Espírita.
Conversaram por alguns minutos e, em seguida Carla deu uma carona para Jandira até perto de sua casa e foi para a sua, afinal já era hora de descansar para retomar suas atividades do dia seguinte.
Foi impossível colocar a cabeça no travesseiro e não pensar no que ela havia vivenciado na Casa Espírita. Desde o momento de tensão com o Sr. Manolo até a agradável despedida de Jandira, tudo intenso e bem lúcido. Carla pensava que nunca havia tido tanta consciência das coisas como estava tendo naquele dia! Sentia que estava com algo diferente dentro de si mesma e que não voltaria a repetir equívocos como aquele que havia cometido em sua entrada na Casa. Teria de ser mais comportada de haveria de se comportar quando viesse a ser interpelada com alguma advertência, pois as pessoas naquele contexto estão tentando manter uma coisa muito importante para que um trabalho possa ter bom andamento: disciplina. Sem ela, como se pode ter bons resultados? É verdade, não há como! E de nada adianta ficar se debatendo quando alguém venha a nos advertir por conta de nossas limitações. Seja como for, é preciso manter a calma e entender que aquela pessoa está tentando ajudar com seu trabalho e seguindo determinações para que o trabalho siga em ordem com disciplina, para que seja efetivamente produtivo.
Nada de manter aqueles pensamentos, afinal, ninguém é meu adversário naquele lugar onde todos são trabalhadores e cada um que lá freqüenta também pode vir a ser e tentar fazer as mesmas coisas com a intenção de ajudar. É isso! Pacificar o pensamento, ter isenção de atitudes. Jamais tentar tirar proveito de qualquer situação que seja. Viver em equipe, pensar em equipe, ter indulgência, afastar o orgulho do coração, das atitudes, da vida, progressivamente. Com esforço, muito esforço, pois afinal de contas o maior beneficiado é aquele que se esforça. Adquirir disciplina e lembrar quão importante é esta característica para cada um de nós. Sem ela, não se conquista os demais atributos que a pessoa humana
Depois de muitas reflexões, Carla caiu no sono e descansou profundamente.
Curiosamente Carla se vê, sonhando, de volta na Casa Espírita. Ela nem mesmo saberia como voltou lá, mas lá estava ela já no corredor principal que dava acesso ao salão maior e às outras dependências da Casa. E olha que tinha muita gente na Casa,einh! Muito interessante! Muitas fisionomias que ela ainda não conhecia e algumas já familiares, mas estas passavam por ela sem notar sua presença. Como se ela não estivesse efetivamente no lugar. Mas ela conseguia entender a razão: todos muito ocupados, alguns aplicando passes, outros fluindo a água – Fluindo a água? Que estranho! – outros, ainda, limpando as paredes, as janelas, as plantas – Mais estranho ainda, pensou – De qualquer modo, a agitação era intensa e realmente não dava para dar atenção a quem chegasse assim, sem aviso prévio.
Subitamente algo lhe chamou atenção no panorama do ambiente: a sala de repouso estava muito florida, muito perfumada! Como pode ter mudado tanto e tão rapidamente?
Ester, a moça da livraria passou por ela e comentou:
- Oi, Carla! Não estranhe, nesse plano as coisas são diferentes do plano material!
- Nesse plano???
Só aí é que Carla se deu conta de que estava “sonhando”. Como poderia ser chamado um sonho assim? Sonho vivência? É, talvez seja isso mesmo! Uma vivência espiritual enquanto se está dormindo, pois era tudo muito vivo, muito natural, claro e ao mesmo tempo sereno. Surreal e real ao mesmo tempo. Nada assustador: simplesmente natural.
Mas foi através desta vivência que Carla teve a oportunidade de experimentar o convívio mais próximo com pessoas que ela nem mesmo conhecia da Casa Espírita. E foi ótimo! Parecia não caber em si de alegria, mas o tempo foi passando e chegou a hora de fecharem o trabalho com a prece. Todos se reuniram no salão Bezerra e sentiram a presença daquele que pode ser chamado de mentor da Casa. Carla, pelo menos ela, não conseguia vê-lo, mas ela percebeu que algumas pessoas olhavam para um ponto fixo, como que acompanhando alguém a falar. Eram os preparativos para a prece, que aconteceram por alguns segundos, não mais que um minuto.
Na seqüência, um rapaz conhecido de todos, chamado carinhosamente por Navi, um apelido, iniciou a prece com voz calma, pacífica e as pessoas acompanharam com muita serenidade, até o final e logo após Carla viu todos se retirando.
Acordou sentindo uma paz e lembrando do que sonhara. Parecia algo impossível. Será que era isso mesmo, meu Deus? Como ter certeza? Levantou e foi se preparar para ir para o trabalho.
O dia passou e as recordações referentes àquela experiência foram se esmaecendo. Entretanto, Carla ainda guardava consigo as sensações de seu "sonho vivência" e, quando podia dar uma paradinha em suas atividades, recordava algo, já com alguma dificuldade e se irradiava de uma nova fé. Pelo menos era assim que ela sentia: como se estivesse renovada em algo, como se tivesse passado uma etapa de sua vida e iniciado outra. Era uma sensação muito agradável e reconfortadora.
Mas sentia, neste dia, uma enorme necessidade de ir à Casa Espírita, não só pelo carinho que se acentuou naquela noite especial, mas por conta de procurar por Jandira - se ela lá estivesse - e compartilhar as lembranças de uma noite tão agradável. O que será que Jandira iria dizer?
"Ah, não importa! Tenho certeza de que ela vai gostar de saber que eu estou disposta a mudar e conhecer mais a Doutrina Espírita!" pensou Carla.
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
VENENOS
Recordo um grande amigo, companheiro de trabalhos na Doutrina que usa uma expressão interessante para falar a respeito de fofocas. Ele chama as conversas de corredor de “rádio peão”. Há quem chame esse perverso mecanismo de comunicação de “telefone sem fio”, também, além de outros apelidos jocosos e desengonçados a respeito dessa situação tão comum em Casas Espíritas.
Por falar nesse amigo, a quem quero muito bem, ele também foi vítima dessa mesma “rádio peão” e acabou se afastando de trabalhos em Casas Espíritas. Aliás, esse é o grande perigo das fofocas: destruir o trabalho. Por qual razão não dizer que o é também o grande objetivo delas: destruir o trabalho.
Não há nada que justifique carregar pelos corredores e pelas salas das Instituições Espíritas a conversação inútil que denigre, difama, calunia e promove as aparentes injustiças no convívio que poderia ser saudável entre os freqüentadores e trabalhadores delas. Nada.
No entanto, nesses trinta anos de convívio em Casas Espíritas (e não foram muitas Casas, apenas três), o que mais tenho assistido é a miséria das fofocas e as pessoas perdendo o vínculo umas com as outras por conta dela.
Um fator predisponente importante para que a fofoca tenha sucesso é o melindre. Não há terreno mais fértil para a cizânia do que ele, aja vista que a pessoa melindrosa tem em si o gene do orgulho e não aceita qualquer espécie de crítica, seja ela justa ou não; seja ela de boa intenção ou não.
O melindre é a ferrugem que o ácido da fofoca corrói com maior facilidade e permeia a desestruturação das relações em qualquer ambiente – não precisa ser em um Centro Espírita.
A Casa Espírita que tem em seu ambiente o hálito do falatório desmesurado praticado por trabalhadores portadores do orgulho e da vaidade, tem todo potencial para ter vida curta. Se os dirigentes dali forem pretensiosos, vaidosos e presunçosos, todo o restante dos trabalhadores terá enormes chances para a contaminação do comportamento infeliz.
Precisamos lembrar, também, que o mundo espiritual é enxameado de seres humanos invisíveis aos olhos encarnados que são portadores de características semelhantes dos habitantes do mundo material. Eles carregam consigo semelhanças de pensamento e, muitas vezes, o desejo de destituir o trabalho promovido pela Instituição que os encarnados freqüentam, por conta de que estes últimos fazem algum esforço no sentido de se auxiliarem mutuamente, apesar, evidentemente de suas falhas de personalidade, que na verdade são comuns a todos nós. Não há quem não as tenha.
A cizânia eleva a vaidade; a vaidade alimenta a cizânia. A proteção contra esses fatores depreciativos da ética humana é a postura moral correta e, para alcançá-la adequadamente podemos seguir as diretrizes propostas pelas orientações herdadas do Cristo, em seu Evangelho.
O Evangelho Segundo o Espiritismo contém a essência moral do necessário para que cada um dos seguidores na Doutrina dos Espíritos possa se redirecionar em busca da Luz que o Cristo nos oferece, abandonando, assim, hábitos milenares e pequenos como o hábito de falar da vida alheia.
Aliás, uma sugestão: quando você precisar falar de alguém, procure suas qualidades para denunciar; quando falarem de alguém para você, exalte as qualidades da pessoa que é o alvo da conversa
Por falar nesse amigo, a quem quero muito bem, ele também foi vítima dessa mesma “rádio peão” e acabou se afastando de trabalhos em Casas Espíritas. Aliás, esse é o grande perigo das fofocas: destruir o trabalho. Por qual razão não dizer que o é também o grande objetivo delas: destruir o trabalho.
Não há nada que justifique carregar pelos corredores e pelas salas das Instituições Espíritas a conversação inútil que denigre, difama, calunia e promove as aparentes injustiças no convívio que poderia ser saudável entre os freqüentadores e trabalhadores delas. Nada.
No entanto, nesses trinta anos de convívio em Casas Espíritas (e não foram muitas Casas, apenas três), o que mais tenho assistido é a miséria das fofocas e as pessoas perdendo o vínculo umas com as outras por conta dela.
Um fator predisponente importante para que a fofoca tenha sucesso é o melindre. Não há terreno mais fértil para a cizânia do que ele, aja vista que a pessoa melindrosa tem em si o gene do orgulho e não aceita qualquer espécie de crítica, seja ela justa ou não; seja ela de boa intenção ou não.
O melindre é a ferrugem que o ácido da fofoca corrói com maior facilidade e permeia a desestruturação das relações em qualquer ambiente – não precisa ser em um Centro Espírita.
A Casa Espírita que tem em seu ambiente o hálito do falatório desmesurado praticado por trabalhadores portadores do orgulho e da vaidade, tem todo potencial para ter vida curta. Se os dirigentes dali forem pretensiosos, vaidosos e presunçosos, todo o restante dos trabalhadores terá enormes chances para a contaminação do comportamento infeliz.
Precisamos lembrar, também, que o mundo espiritual é enxameado de seres humanos invisíveis aos olhos encarnados que são portadores de características semelhantes dos habitantes do mundo material. Eles carregam consigo semelhanças de pensamento e, muitas vezes, o desejo de destituir o trabalho promovido pela Instituição que os encarnados freqüentam, por conta de que estes últimos fazem algum esforço no sentido de se auxiliarem mutuamente, apesar, evidentemente de suas falhas de personalidade, que na verdade são comuns a todos nós. Não há quem não as tenha.
A cizânia eleva a vaidade; a vaidade alimenta a cizânia. A proteção contra esses fatores depreciativos da ética humana é a postura moral correta e, para alcançá-la adequadamente podemos seguir as diretrizes propostas pelas orientações herdadas do Cristo, em seu Evangelho.
O Evangelho Segundo o Espiritismo contém a essência moral do necessário para que cada um dos seguidores na Doutrina dos Espíritos possa se redirecionar em busca da Luz que o Cristo nos oferece, abandonando, assim, hábitos milenares e pequenos como o hábito de falar da vida alheia.
Aliás, uma sugestão: quando você precisar falar de alguém, procure suas qualidades para denunciar; quando falarem de alguém para você, exalte as qualidades da pessoa que é o alvo da conversa
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
O Cooperador
Imagina-te à frente de um violino. Instrumento que te espera sensibilidade e inteligência, atenção e carinho para vibrar contigo na execução da melodia.
Se o tomas de arranco, é possível te caia das mãos, desafinando-se, quando não seja perdendo alguma peça.
Se esquecido em algum recanto, é provável se transforme em ninho de insetos que lhe dilapidarão a estrutura.
Se usado, a feição de martelo, fora da função a que se destina, talvez se despedace.
Entretanto, guardado em lugar próprio e manejado na posição certa, como a te escutar o coração e o cérebro, ei-lo que te responde com a sublimidade da música.
Assim, igualmente na vida, é o companheiro de quem esperas apoio e colaboração.
*
Chame-se familiar ou companheiro, chefe ou subordinado, colega ou amigo, se lhe buscas o auxílio, a golpes de azedume e brutalidade, é possível te escape da área de ação, magoando-se ou perdendo o estímulo ao trabalho.
Se largado ao menosprezo, é provável se entregue a influências claramente infelizes, capazes de lhe envenenarem a alma.
Se empregado por veículo de intriga ou maledicência, fora das funções edificantes a que se dirige, talvez termine desajustado por longo tempo.
Mas, se conservado com respeito, no culto da amizade, e se mobilizado na posição certa, como a te receber as melhores vibrações do coração e do cérebro, ei-lo que te corresponde com a excelência e a oportunidade da colaboração segura, em bases de amor que é, em tudo e em todos, o supremo tesouro da vida.
*
Pensemos nisso e concluiremos que é impossível encontrar cooperadores eficientes e dignos, sem indulgência e compreensão.
* * *
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Caridade.
10a edição. Araras, SP: IDE, 1996.
Se o tomas de arranco, é possível te caia das mãos, desafinando-se, quando não seja perdendo alguma peça.
Se esquecido em algum recanto, é provável se transforme em ninho de insetos que lhe dilapidarão a estrutura.
Se usado, a feição de martelo, fora da função a que se destina, talvez se despedace.
Entretanto, guardado em lugar próprio e manejado na posição certa, como a te escutar o coração e o cérebro, ei-lo que te responde com a sublimidade da música.
Assim, igualmente na vida, é o companheiro de quem esperas apoio e colaboração.
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Chame-se familiar ou companheiro, chefe ou subordinado, colega ou amigo, se lhe buscas o auxílio, a golpes de azedume e brutalidade, é possível te escape da área de ação, magoando-se ou perdendo o estímulo ao trabalho.
Se largado ao menosprezo, é provável se entregue a influências claramente infelizes, capazes de lhe envenenarem a alma.
Se empregado por veículo de intriga ou maledicência, fora das funções edificantes a que se dirige, talvez termine desajustado por longo tempo.
Mas, se conservado com respeito, no culto da amizade, e se mobilizado na posição certa, como a te receber as melhores vibrações do coração e do cérebro, ei-lo que te corresponde com a excelência e a oportunidade da colaboração segura, em bases de amor que é, em tudo e em todos, o supremo tesouro da vida.
*
Pensemos nisso e concluiremos que é impossível encontrar cooperadores eficientes e dignos, sem indulgência e compreensão.
* * *
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Caridade.
10a edição. Araras, SP: IDE, 1996.
sábado, 8 de janeiro de 2011
Cirurgias Espirituais: precisa?
Filas imensas, muita gente reunida, pacientes portadores de variados tipos de doenças, carros e mais carros tomando as ruas no entorno do local onde o “Centro Espírita” está localizado, senhas para ordenação dos atendimentos e um médium ou um pequeno grupo de médiuns, porta-vozes de entidades espirituais médicas, médicos desencarnados, alguns com nomes sui-generis, alemães, japoneses, enfim, espíritos “estrangeiros”, que se manifestam, inclusive com sotaque carregado, “tomando” os médiuns de forma impressionante, mudando a fisionomia, o olhar, a postura, os trejeitos, fazendo com que os pacientes que os procuram fiquem hipnotizados com suas palavras e seus gestos.
Algumas dessas entidades desencarnadas se apresentam como “pai alguma coisa”, numa referência direta a “preto-velho”, “caboclo”, “baiano”, ou alguma referência de criaturas de determinada época ou região brasileira, sempre, claro, com características peculiares no intuito de marcar sua presença de maneira firme.
Roupas brancas, macas, essências vaporizadas no ambiente, música suave espalhada por todos os ambientes, médiuns em transe, procedimentos “cirúrgicos” efetuados simbolicamente ou efetivamente, com cortes e curativos, medicamentos variados doados ou vendidos em farmácia anexa.
Médiuns muito bem intencionados que deixam seu lares, seus afazeres, suas vidas, para servir, para doarem seu trabalho, suas energias em favor de pessoas doentes e necessitadas de algum auxílio, seja físico, moral ou espiritual.
Médiuns nem sempre tão bem intencionados, portadores de uma mediunidade ostensiva, mas interesseiros, focados no sucesso e no dinheiro, embora, também com intensa dedicação ao trabalho de assistência ao próximo.
Do outro lado “da avenida”, uma Casa Espírita pequena, discreta, com assistência menor, trabalhos espirituais coordenados, tratamentos voltados para todos os problemas: físicos, mentais e espirituais; médiuns adaptados ao serviço de assistência discreta, sem alardes, aplicando passes, verbalizando as mensagens elevadas de entidades espirituais consagradas, que psicografaram através de médiuns conhecidos, como das benditas mãos de Chico Xavier, por exemplo.
Médiuns dedicados, também, ao auxílio e à assistência ao próximo, entregando-se de coração à causa.
Todo processo de formação de uma Casa Espírita envolve a mediunidade; esta, por sua vez existe em profusão em nosso Planeta, por bondade de Deus, que nos permite o intercâmbio natural com a Verdadeira Vida – a Vida Espiritual, de modo contínuo. Mas Centro Espírita sem mediunidade, não é Centro Espírita realmente.
Há variadas expressões da mediunidade, sendo fundamentalmente duas: de efeitos físicos e de efeitos psíquicos. A psicografia, a psicofonia, por exemplo, são psíquicas. A materialização, o transporte de objetos, são de ordem física, isto é, envolvem a matéria em sua efetivação.
As cirurgias espirituais são conhecidas há bom tempo e fazem sucesso diante da população que não conhece com maior profundidade a Doutrina Espírita, pois auxiliam um sem número de pacientes que buscam pelo menos o alívio para suas dores.
José Arigó (Zé Arigó) ficou conhecido internacionalmente por suas capacidades mediúnicas, juntamente com uma Entidade Espiritual que se denominava Dr. Fritz, de cura cruenta, isto é, invasiva, com auxílio de “instrumentos cirúrgicos peculiares”, como uma colher, sem anestesia ou assepsia (cuidados de higiene para evitar infecções) e com resultados admiráveis.
Há muitos outros casos de médiuns que promoveram curas através de recursos cruentos ou não cruentos, que podem ter curado enorme massa de pacientes com as mais variadas doenças.
Do segundo grupo (médiuns com atividade não cruenta), nota-se que há uma divisão didática, a se entender: os que promovem seu trabalho declarando tratar-se de um “procedimento cirúrgico” e os que simplesmente atuam com a imposição das mãos, no passe, declarando simplesmente que se trata de um tratamento espiritual.
Lembrando de Chico Xavier, de casos citados por pessoas que o conheceram mais intimamente, podemos dizer que ele curou muitas pessoas, por conta de sua mediunidade, sem fazer qualquer divulgação de que estaria curando a quem quer que fosse. Muitas vezes nem mesmo o passe era aplicado: a simples presença diante dele poderia levar à cura, não só por conta de suas condições magnéticas e mediúnicas, mas também por conta da fé do paciente que buscava sua ajuda.
Ele simplesmente praticava a mediunidade. Os fenômenos ocorriam naturalmente, sem necessidade de que se declarasse o que iria acontecer ou o que houvera acontecido.
Entre as duas posturas, qual será a mais adequada? A extravagante ou a discreta? O que diria Kardec a respeito disso?
Algumas dessas entidades desencarnadas se apresentam como “pai alguma coisa”, numa referência direta a “preto-velho”, “caboclo”, “baiano”, ou alguma referência de criaturas de determinada época ou região brasileira, sempre, claro, com características peculiares no intuito de marcar sua presença de maneira firme.
Roupas brancas, macas, essências vaporizadas no ambiente, música suave espalhada por todos os ambientes, médiuns em transe, procedimentos “cirúrgicos” efetuados simbolicamente ou efetivamente, com cortes e curativos, medicamentos variados doados ou vendidos em farmácia anexa.
Médiuns muito bem intencionados que deixam seu lares, seus afazeres, suas vidas, para servir, para doarem seu trabalho, suas energias em favor de pessoas doentes e necessitadas de algum auxílio, seja físico, moral ou espiritual.
Médiuns nem sempre tão bem intencionados, portadores de uma mediunidade ostensiva, mas interesseiros, focados no sucesso e no dinheiro, embora, também com intensa dedicação ao trabalho de assistência ao próximo.
Do outro lado “da avenida”, uma Casa Espírita pequena, discreta, com assistência menor, trabalhos espirituais coordenados, tratamentos voltados para todos os problemas: físicos, mentais e espirituais; médiuns adaptados ao serviço de assistência discreta, sem alardes, aplicando passes, verbalizando as mensagens elevadas de entidades espirituais consagradas, que psicografaram através de médiuns conhecidos, como das benditas mãos de Chico Xavier, por exemplo.
Médiuns dedicados, também, ao auxílio e à assistência ao próximo, entregando-se de coração à causa.
Todo processo de formação de uma Casa Espírita envolve a mediunidade; esta, por sua vez existe em profusão em nosso Planeta, por bondade de Deus, que nos permite o intercâmbio natural com a Verdadeira Vida – a Vida Espiritual, de modo contínuo. Mas Centro Espírita sem mediunidade, não é Centro Espírita realmente.
Há variadas expressões da mediunidade, sendo fundamentalmente duas: de efeitos físicos e de efeitos psíquicos. A psicografia, a psicofonia, por exemplo, são psíquicas. A materialização, o transporte de objetos, são de ordem física, isto é, envolvem a matéria em sua efetivação.
As cirurgias espirituais são conhecidas há bom tempo e fazem sucesso diante da população que não conhece com maior profundidade a Doutrina Espírita, pois auxiliam um sem número de pacientes que buscam pelo menos o alívio para suas dores.
José Arigó (Zé Arigó) ficou conhecido internacionalmente por suas capacidades mediúnicas, juntamente com uma Entidade Espiritual que se denominava Dr. Fritz, de cura cruenta, isto é, invasiva, com auxílio de “instrumentos cirúrgicos peculiares”, como uma colher, sem anestesia ou assepsia (cuidados de higiene para evitar infecções) e com resultados admiráveis.
Há muitos outros casos de médiuns que promoveram curas através de recursos cruentos ou não cruentos, que podem ter curado enorme massa de pacientes com as mais variadas doenças.
Do segundo grupo (médiuns com atividade não cruenta), nota-se que há uma divisão didática, a se entender: os que promovem seu trabalho declarando tratar-se de um “procedimento cirúrgico” e os que simplesmente atuam com a imposição das mãos, no passe, declarando simplesmente que se trata de um tratamento espiritual.
Lembrando de Chico Xavier, de casos citados por pessoas que o conheceram mais intimamente, podemos dizer que ele curou muitas pessoas, por conta de sua mediunidade, sem fazer qualquer divulgação de que estaria curando a quem quer que fosse. Muitas vezes nem mesmo o passe era aplicado: a simples presença diante dele poderia levar à cura, não só por conta de suas condições magnéticas e mediúnicas, mas também por conta da fé do paciente que buscava sua ajuda.
Ele simplesmente praticava a mediunidade. Os fenômenos ocorriam naturalmente, sem necessidade de que se declarasse o que iria acontecer ou o que houvera acontecido.
Entre as duas posturas, qual será a mais adequada? A extravagante ou a discreta? O que diria Kardec a respeito disso?
sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
A Promessa
“Senhor, meu Deus, me ajude! Cura-me desta doença cruel, que me atinge nem sei por qual razão!”
“Pai, de misericórdia, o que fiz para merecer tão duras dificuldades? O que farei agora, sem emprego?”
“Não aceito a perda de minha filha! Deus está sendo injusto comigo!”
Frases assim, que demonstram o desespero e o despreparo das pessoas, algumas vezes são expressadas dentro de um Centro Espírita, ouvidas por pessoas que estão nos corredores, muitas vezes sem qualquer preparo para poder dar uma palavra de consolo para esses irmãos que passam por períodos tão duros e difíceis.
Quando possível e sempre que possível, quem tenha a oportunidade de conversar com alguém que está neste padrão de pensamentos tão doídos, precisa encaminhá-lo ou encaminhá-la para o atendimento fraterno ou para o atendimento mediúnico, para que seja adequadamente esclarecido, ou esclarecida, da visão espírita destas perdas que temos a oportunidade de sofrer eventualmente em nossas vidas.
Mesmo que a pessoa inspire um alto grau de piedade, mesmo que a compaixão venha à tona com toda intensidade, mesmo que seja traçado um paralelo com a própria vida, é mais adequado que se faça tal encaminhamento, se necessário em caráter de urgência, para que nosso irmão ou nossa irmã sejam socorridos em breve período, com o objetivo de consolá-los ou pelo menos aliviar tais dores intraduzíveis para as demais pessoas que não estejam vivenciando a dificuldade.
Não é correto o socorro no corredor, por algumas questões que precisamos compreender, como, por exemplo, a exposição da intimidade de quem esteja neste processo. Como “conversar” sobre particularidades, com outros irmãos passando ao lado, prontos para ouvir e “compartilhar” sobre o assunto.
Já tive a oportunidade de vivenciar uma “rodinha” de pessoas discutindo sobre o que fazer para ajudar um novato do Centro Espírita a respeito de uma gravidez “indesejada” de sua namorada. O rapaz chorava copiosamente e as pessoas tentavam consolá-lo ou encorajá-lo para as mais variadas soluções para o problema, inclusive o abortamento.
A ingenuidade, o desconhecimento doutrinário, aliados a um desejo de ajudar ou mesmo uma necessidade de “aparecer” diante dos outros, pode favorecer para que estes “encontros” que as pessoas “promovem” instintivamente com o objetivo de “auxiliar” outras pessoas.
Dentro da proposta correta e séria do atendimento fraterno, a pessoa que passa por esta dificuldade, seja ela qual for, irá ser ouvida e receberá os esclarecimentos necessários propostos pela bendita Doutrina dos Espíritos, para que sua dor possa, no mínimo, ser aliviada.
O médium que recebe o irmão em desespero tem o amparo da espiritualidade, a inspiração, a intuição, algumas vezes a vidência, a clarividência, audiência, ou seja, a presença de verdadeiros amigos do Bem, que darão condições para que seja efetuado o consolo para o irmão ou a irmã que sofre.
Importante ressaltar que nestas condições nunca se faz promessa alguma, ao contrário, mostra-se a realidade da Vida, a palavra do Evangelho Segundo o Espiritismo, a clareza do Livro dos Espíritos, enfim o que representa a dor para nossa existência, mas sem assumir qualquer compromisso de cura, de melhora, do que quer que seja. Em condição alguma pode haver compromisso com algo que não se pode prometer.
Por isso é importante encaminhar o necessitado de esclarecimento para o setor adequado: atendimento fraterno ou mediúnico.
“Pai, de misericórdia, o que fiz para merecer tão duras dificuldades? O que farei agora, sem emprego?”
“Não aceito a perda de minha filha! Deus está sendo injusto comigo!”
Frases assim, que demonstram o desespero e o despreparo das pessoas, algumas vezes são expressadas dentro de um Centro Espírita, ouvidas por pessoas que estão nos corredores, muitas vezes sem qualquer preparo para poder dar uma palavra de consolo para esses irmãos que passam por períodos tão duros e difíceis.
Quando possível e sempre que possível, quem tenha a oportunidade de conversar com alguém que está neste padrão de pensamentos tão doídos, precisa encaminhá-lo ou encaminhá-la para o atendimento fraterno ou para o atendimento mediúnico, para que seja adequadamente esclarecido, ou esclarecida, da visão espírita destas perdas que temos a oportunidade de sofrer eventualmente em nossas vidas.
Mesmo que a pessoa inspire um alto grau de piedade, mesmo que a compaixão venha à tona com toda intensidade, mesmo que seja traçado um paralelo com a própria vida, é mais adequado que se faça tal encaminhamento, se necessário em caráter de urgência, para que nosso irmão ou nossa irmã sejam socorridos em breve período, com o objetivo de consolá-los ou pelo menos aliviar tais dores intraduzíveis para as demais pessoas que não estejam vivenciando a dificuldade.
Não é correto o socorro no corredor, por algumas questões que precisamos compreender, como, por exemplo, a exposição da intimidade de quem esteja neste processo. Como “conversar” sobre particularidades, com outros irmãos passando ao lado, prontos para ouvir e “compartilhar” sobre o assunto.
Já tive a oportunidade de vivenciar uma “rodinha” de pessoas discutindo sobre o que fazer para ajudar um novato do Centro Espírita a respeito de uma gravidez “indesejada” de sua namorada. O rapaz chorava copiosamente e as pessoas tentavam consolá-lo ou encorajá-lo para as mais variadas soluções para o problema, inclusive o abortamento.
A ingenuidade, o desconhecimento doutrinário, aliados a um desejo de ajudar ou mesmo uma necessidade de “aparecer” diante dos outros, pode favorecer para que estes “encontros” que as pessoas “promovem” instintivamente com o objetivo de “auxiliar” outras pessoas.
Dentro da proposta correta e séria do atendimento fraterno, a pessoa que passa por esta dificuldade, seja ela qual for, irá ser ouvida e receberá os esclarecimentos necessários propostos pela bendita Doutrina dos Espíritos, para que sua dor possa, no mínimo, ser aliviada.
O médium que recebe o irmão em desespero tem o amparo da espiritualidade, a inspiração, a intuição, algumas vezes a vidência, a clarividência, audiência, ou seja, a presença de verdadeiros amigos do Bem, que darão condições para que seja efetuado o consolo para o irmão ou a irmã que sofre.
Importante ressaltar que nestas condições nunca se faz promessa alguma, ao contrário, mostra-se a realidade da Vida, a palavra do Evangelho Segundo o Espiritismo, a clareza do Livro dos Espíritos, enfim o que representa a dor para nossa existência, mas sem assumir qualquer compromisso de cura, de melhora, do que quer que seja. Em condição alguma pode haver compromisso com algo que não se pode prometer.
Por isso é importante encaminhar o necessitado de esclarecimento para o setor adequado: atendimento fraterno ou mediúnico.
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