Mensagem

"Não permita que aquilo que você chama de amor se transforme em obsessão.
Amor é liberdade.
Amor é vida.
Jamais prisão ou limitação."

Militão Pacheco

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Tudo o que faço




- Tenho um irmão que não acerta na vida. Já fiz muitos esforços para ajudá-lo, já emprestei dinheiro, já abri um negócio para ele, já dei emprego, já ajudei com alimentos em sua casa, enfim, já fiz muito para tentar e nada adianta...

- Já tentou conversar com ele?

- Muitas vezes! Nada adiantou!

- Qual o teor de suas conversas com ele?

- Ah, nem me lembro! Mas, acho que sempre dei bons conselhos tentando ensiná-lo como controlar seu dinheiro, a cuidar melhor das suas finanças...

- Alguma vez tentou mostrar para ele o que você fez por ele?

- Não! Isso, eu acho, seria meio que "jogar na cara" dele, cobrar, sei lá! Soa mal para mim falar assim!

- Mas, ele tem consciência do que você fez por ele?

- Não sei... Acho que tem! Como vou saber?

- Pelas atitudes. Quando se recebe auxílio, vindo do exterior, nem sempre se tem consciência disso e, então, a atitude "pródiga" é mantida e tem-se uma postura egoística e até mesmo perdulária. Gasta-se mais do que tem e a vida continua como era, quer dizer, não há evolução efetiva. Fica tudo "do mesmo jeito".

- Bom, parece que é o caso dele, ora!

- Ele não mudou nada em sua postura diante da vida?

- Não sei, mas pelo menos as dificuldades que ele enfrenta até hoje são muito parecidas com as que ele enfrentava, digamos, há vinte anos!

- Então, parece que ele não conseguiu gerar consciência de que recebe auxílio e tampouco conseguiu libertar-se do egoísmo...

- Qual a solução para ajudá-lo de vez?

- Permitir que sofra as consequências de seus atos!

- Mas, aí ele irá sofrer!

- Exatamente!

- Mas, eu não estaria deixando de agir como cristão, permitindo que ele sofra sem necessidade?

- Como você sabe que é sem necessidade?

- Se eu posso ajudar...

- Ajudando, você está atrapalhando, por não permitir o processo de amadurecimento de seu irmão. Ele terá mais dificuldades para compreender que necessita lutar por si, ainda que receba algum auxílio externo.

- Não posso ajudar nem um pouco?

- Quanto é um pouco?

- Sei lá! Alguma coisa para que ele não passe privações, por exemplo!

- De quanto ele necessita para não passar privações?

- Também não sei dizer...

- Para solucionar a situação na qual você se coloca, faça uma colocação simples para si mesmo: imagine que você não existisse. Quanto você poderia ajudá-lo? Como poderia evitar que ele passasse por privações? Como ele buscaria recursos para se manter? Teria ele o direito de dispender de mais do que teria? Poderia acomodar-se? Aí você terá as respostas para suas dúvidas. E não se esqueça: algumas vezes perder pode significar ganhar. E vice-versa.

- Entendi...

Um comentário:

Carlos Alberto Rey disse...

Todo homem, o selvagem ou de moral inferior e o muito adiantado, tem um Espírito que por ele vela, mas as missões são relativas ao fim que visam. Não dais a uma criança, que está aprendendo a ler, um professor de filosofia. O progresso do Espírito protetor guarda relação com o do Espírito protegido. Tendo um Espírito que vela por vós, podeis tornar-vos, a vosso turno, o protetor de outro que vos seja inferior e os progressos que este realize, com o auxílio que lhe dispensardes, contribuirão para o vosso adiantamento. Deus não exige do Espírito mais do que comportem a sua natureza e o grau de elevação a que já chegou.