Mensagem

"Não permita que aquilo que você chama de amor se transforme em obsessão.
Amor é liberdade.
Amor é vida.
Jamais prisão ou limitação."

Militão Pacheco

sábado, 5 de novembro de 2011

O AMOR E A TOLERÂNCIA





Nós temos o hábito bastante comum de confundir valores e expressões.

Infelizmente, algumas vezes nós imaginamos que amar é deixar acontecer de tudo.

É não mostrar limite, é não mostrar as dificuldades.

Mas também confundimos, por outro lado, cultivando a dificuldade de tolerar as limitações dos outros e desenvolvemos uma tolerância limitada, uma tolerância contida que muitas vezes se confunde com a própria intolerância.

Os pais educam os filhos sem tempo para ouvi-los, para vivenciar a presença e a companhia desses filhos, e os filhos por sua vez, vão se afastando dos pais por conta da dificuldade de compreensão recíproca e vamos cultivando um mundo muito particular e muito próprio.

Mas as crianças às vezes nos ensinam.

Desses pais intolerantes, chegando na sala de casa, dá de cara com a filha abrindo um papel de presente, desses que estavam enroladinhos num canto da estante, e diz a filha que ele já havia ensinado a ela que não mexesse nas coisas, nos papeis, não estragasse os papeis de presente que teriam a sua utilidade no momento apropriado.

-Mas papai, eu quero lhe dar um presente.

-Um presente?

-Um presente.

-Está bem. Depois de algumas horas a mocinha chega para o pai e lhe dá uma caixinha embrulhada naquele papel de presente.

Cuidadosamente, o pai abre o presente, em seguida abre a caixinha que está vazia...

-Eu já não lhe disse minha filha para não brincar. Não se dá um presente vazio para ninguém! Isso é uma afronta!

-Mas papai, eu coloquei tantos beijinhos nesta caixa! São todos para você!

-Colocou beijinhos?

-Coloquei.

E o pai se emociona, muito. Pavio curto, intolerante.

O tempo passou, a moça cresceu, mudou de cidade, mudou de estado, mudou de país e o pai guardava a caixinha.

Cada vez que tinha saudade, abria a caixinha e sentia os seus beijinhos tocando sua pele para matar a saudade que a distância provocava...


Psicofonia recebida no Nept em 10/08/2011

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