Mensagem

"Não permita que aquilo que você chama de amor se transforme em obsessão.
Amor é liberdade.
Amor é vida.
Jamais prisão ou limitação."

Militão Pacheco

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Trabalho Voluntário





O Trabalho Voluntário pode ser definido como um gesto participativo do indivíduo no sentido de doar-se espontaneamente para uma causa, sem que receba, por isso, algum provento, alguma vantagem, algum obséquio ou algum favor.

Através dele, pode-se dedicar algum tempo da Vida para o esforço do Bem comum e para a doação de trabalho, de mão de obra espontânea, em benefício de pessoas desfavorecidas ou de Instituições que as atendam rotineiramente.

É possível generalizar a atuação de quem se dedique à causa do Trabalho Voluntário, como sendo um gesto de caridade, pois ele realmente o é, mas também é necessário desenvolver a crítica sobre o método de aplicação deste Trabalho, sobre as diretrizes que o norteiam, a clareza com a qual ele é aplicado, como os trabalhadores voluntários se sentem com relação a ela, como os beneficiados por ele se sentem, também.

Enfim, é preciso uma avaliação crítica construtiva sobre a aplicação deste recurso tão importante em muitos setores da sociedade, com objetivo de elevá-lo acima das tradições que ditam ser desnecessário o real compromisso com o voluntariado, por não se tratar de um vínculo contratual ou remunerado.

Não se deveria aceitar que o Trabalho Voluntário seja algo encarado sem disciplina, sem seriedade, pelo simples fato de que não é remunerado materialmente ou mesmo ideologicamente ou desinteressadamente. Aliás, o desinteresse em relação ao voluntariado é artigo relativo às circunstâncias, pois a experiência prova que as trocas existentes entre os voluntários e as instituições ocorrem como uma moeda transitando entre pessoas, de modo sutil ou declarado, na maioria das vezes sem que seja uma troca material, mas sim de gestos ou atitudes de benefício recíproco.

Então, mesmo que a pessoa voluntária não tenha iniciado sua participação no trabalho com qualquer interesse de recolher vantagem, estará sob “risco” de receber alguma benesse independente de sua vontade inicial, graças às trocas naturais que ocorrem entre as pessoas em seus intercâmbios espontâneos. O interesse nascerá em algum momento, por conta dessas relações naturais.

Portanto a pessoa, embora não tenha interesses declarados, fará parte de um círculo natural de trocas que poderão favorecê-la de algum modo, não exatamente com benefícios de ordem material, mas, inclusive e principalmente com benefícios de ordem ética, moral, social e até mesmo afetiva.

O envolvimento com uma causa desta ordem, sempre cria elos de ligação variados entre todos os trabalhadores. Não há como não acontecer isso! Estes elos são a causa mais importante para a consolidação e efetivação da produtividade no Trabalho Voluntário.

A adesão da pessoa voluntária para com a causa está ligada, sim, ao comprometimento com a Instituição foco do voluntariado, mas se não acontecerem ligações que unam as pessoas em torno de propósitos semelhantes, torna-se mais complexa a cadeia de produtividade em cada setor desta Instituição.

Nota-se que é necessário que aqueles que se envolvam em um Trabalho Voluntário, tenham o contato com os propósitos, meios e finalidades que envolvem a Instituição (sempre que a Instituição existir, pois isso não deve ter valor para outras instâncias de voluntariado que não abracem causas institucionalizadas).

Para que este contato ocorra, é importante, que aqueles que o antecederam tenham o cuidado de esclarecer a respeito do organismo para o qual irá prestar serviço.

As pessoas voluntárias mais experientes no trabalho já adquiriram alguma fluência no que diga respeito a ele, com relação ao fluxo, ordem, disposição, trato com o próximo e detalhes que levam à elevação da produtividade e manutenção da ordem natural dos fatos cotidianos, sem inversões de valores ou de disposições gerais.

A conscientização com relação à dinâmica dos eventos envolvidos no Trabalho Voluntário gerará segurança recíproca entre trabalho e trabalhador e criará ambiência apropriada para os demais participantes da mesma equipe. Quanto mais consciente das responsabilidades e das possibilidades de trabalho estiver a Pessoa Voluntária, mais potencial produtivo terá, particularmente se tiver em mãos, além deste fator, o adequado convívio com os demais Trabalhadores Voluntários da Equipe.

A harmonia entre as Pessoas Voluntárias, formando um todo harmônico, carrega em seus braços a responsabilidade de aprimorar o potencial produtivo da equipe, elevando a uma potência acima os resultados do trabalho. Sem harmonia, com o gerar de desencontros e desentendimentos, parcialidades e individualizações, o fluxo natural dos fatos deixa de existir e emperra o mecanismo de elaboração das tarefas que necessitam ser executadas.

O Trabalhador Voluntário precisa ter olhar mais amplo, deixando de olhar para baixo, na altura de sua cintura, para vislumbrar novos horizontes, novos potenciais na união de todos para o trabalho de todos e por todos, abraçando a causa para a qual se colocou à disposição de trabalhar, de doar-se, de entregar-se por alguns instantes da semana, sem ideais pré-concebidos, sem anseios desnecessários e o mais ligado positivamente possível às pessoas com quem irá trabalhar.

É importante para quem vai para o voluntariado ter em mente algumas disposições pró-ativas. Qual o significado dessa proposta? Ser voluntarioso, disposto a resolver problemas antes que alguém venha a determinar que isso precisa ser feito; procurar soluções para problemas corriqueiros e repetitivos por sua própria conta. Isso é importante, mas vale lembrar que, apesar da necessidade de proatividade, é ainda mais importante o respeito pelas regras das Instituições.

Assim, jamais "passar por cima" das regras é postura fundamental para o bom andamento dos trabalhos e para um resultado efetivamente produtivo.

Ser voluntário é isso: disciplina, boa vontade, proatividade e disposição para servir, sem jamais pensar em ser mais ou melhor do que qualquer outra pessoa.

E esta posição deve partir daqueles que guiam os trabalhos, para servir de exemplo para todos os demais...


Militão Pacheco

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