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"Não permita que aquilo que você chama de amor se transforme em obsessão.
Amor é liberdade.
Amor é vida.
Jamais prisão ou limitação."
Militão Pacheco
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
Segunda vista
Muita gente gostaria de ser vidente e muita gente se faz de vidente por conta de certa frustração inerente ao desejo de ser médium desta categoria.
Mas, antes de qualquer citação, é interessante observar que a expressão vidente dá um ar mais adequadamente místico do que propriamente correto para tal característica mediúnica.
Não que não se possa chamar o médium com este potencial de “vidente”, mas seria mais correto chamá-lo de médium portador de segunda vista, ou visão espiritual.
Pode ser que alguém interprete minha afirmação como sendo algo desnecessário, mas na verdade, é apenas interesse de adequar nomenclaturas para interpretar corretamente os aspectos sobre a mediunidade.
O médium portador da segunda vista ou vista espiritual pode ser capaz de observar o mundo espiritual de infinitas maneiras peculiares à sua possibilidade pessoal, pois cada médium tem suas particularidades infinitamente variáveis, como cada ser humano é um ser humano.
Allan Kardec cita, em um relato sobre uma médium portadora da segunda vista, caso publicado no Reformador – órgão de divulgação da FEB – em 1975, no mês de outubro, de forma inédita, que demonstra ser ela capaz de ver Espíritos em seu estado normal, mesmo sem estar sonambulizada ou mediunizada, o que não é uma situação habitual para a maioria das pessoas portadoras de tal faculdade.
Essa senhorita, de acordo com o documento elaborado pelo mestre lionês, era capaz de se desdobrar lucidamente e observar outros ambientes com relativa facilidade.
Tanto é verdade, que a esposa de Kardec teve a oportunidade de conversar com ela e Kardec nos conta como foi o diálogo, como se pode ler abaixo:
“Uma vez em Paris, aonde veio passar alguns dias, deliberou visitar-me, na Rue Sainte-Anne, tendo encontrado minha esposa, vez que, desde meu retorno de Sante-Adresse, me havia eu retirado para seguir a fim de, com mais tranqüilidade, trabalhar em minha obra sobre o Evangelho. Nosso encontro foi impossível, em vista de ter a senhorita empreendido viagem de regresso, ainda naquela tarde. Mas durante a conversa com minha esposa, diz esta:
- Uma vez que não poderei avistar-vos com meu marido, o que ele muito lamentará, não podereis transportar-vos em Espírito até onde se encontra, e vê-lo?
Por um instante, recolheu-se a senhorita e disse:
- Sim, vejo-o; acha-se num aposento muito iluminado, no pavimento térreo, ali há três janelas... Oh!... e como tudo é alegre! A casa é circundada por jardins... por toda parte árvores e flores... Tudo respira a calma e a tranqüilidade... Ele está sentado, próximo a uma janela, trabalhando... Está cercado por uma multidão de Espiritos que lhe conservam boa saúde... alguns há que parecem muito elevados, e o inspiram; um deles especialmente parece ser superior a todos os demais, sendo-lhes objeto de deferências.
Pergunta: - Acaso percebeis a natureza do trabalho de que meu marido se ocupa?
Resposta: - Um momento... vejo um Espírito que segura um livro de grandes proporções... abre-o e mostra-me o que se acha escrito... leio-o: Evangelho.
Observação: com efeito trabalhava eu em meu livro sobre os Evangelhos e cujo título constituía-se um segredo para todos. A senhorita V... não poderia conhecê-lo. Quanto à minha esposa, ignorava ela se, naquele momento, me ocupava disso ou de outro assunto qualquer. Nada, consequentemente, poderia influenciar o pensamento da clarividente.
A descrição dos recantos é, além do mais precisa, sendo de ressaltar que ela jamais viu esses lugares.
A peça onde me instalara está provida exatamente de três janelas, o que não é comum, e, de todos os lados, confina com os jardins. Minha esposa ignorava estivesse eu nesse cômodo, que é o salão. Poderia, com muito maior probabilidade, supor-me no escritório. Todas as circunstâncias comungam na prova de que, em realidade, a senhorita V... a tudo presenciava, não sendo joguete da própria imaginação. Tal fato constitui-se, para mim, numa prova do interesse que os Espíritos tinham por esse trabalho, bem como da assistência que a mim dispensam e às minhas atividades.”
Allan Kardec.
É um caso clássico de segunda vista, ou clarividência, como se pode ler. Para tentar tirar o peso da palavra clarividência, Kardec intuiu a expressão segunda vista, que na verdade exprime ainda melhor o fato de que o médium pode efetivamente ter uma visão espiritual mais ampla, independente dos olhos físicos.
Leopoldo
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