Mensagem

"Não permita que aquilo que você chama de amor se transforme em obsessão.
Amor é liberdade.
Amor é vida.
Jamais prisão ou limitação."

Militão Pacheco

sábado, 15 de setembro de 2012

Drogas





- Preciso saber se minha filha está usando drogas, senhor!

- Por qual razão a senhora precisa saber disso?

- Por que me apavora pensar na possibilidade de que ela seja uma drogada! Isso, só de pensar, me dá arrepios!

- Mas... O que a senhora faria se porventura seja ou venha a ser usuária de drogas?

- Não sei dizer...

- Se a senhora quer tanto saber sobre essa possibilidade, certamente a senhora tem em mente alguma reação, alguma postura caso sua suspeita fosse confirmada!

- Então... Eu acho que vou tentar entender, sabe? Acho mesmo! Mas na verdade, ao pensar, eu sinto o sangue subindo nas têmporas, meu coração acelera e me dá ódio! Ela não tem o direito de fazer isso comigo! Não tem! Dei tudo de mim para essa menina. Dei do bom e do melhor a vida toda!

- E o que tem isso?!

- Como assim, “o que tem isso”? O senhor ficou maluco? Tem tudo a ver! A minha vida inteira foi dedicada a essa criança! Trabalhei muito, duro, sem repouso, em ambientes hostis, chegando em casa exausta, arrebentada, louca por uma refeição, banho e cama, dia após dia...

- Prossiga, por favor!

- Foi minha vida toda dedicada a ela! Melhores escolas, melhores roupas, alimentação de primeira qualidade, melhores médicos, nutricionistas, ginástica, aulas de inglês, francês, tudo do melhor, tudo para ela! Ela não pode me trair! Não pode!

- Minha senhora, vou me atrever a lhe perguntar quantas vezes a senhora teve momentos de lazer com sua filha? Em quantas oportunidades a senhora pousou aquela linda cabecinha em seu colo e lhe afagou os longos cabelos? Em quantas ocasiões vocês duas puderam conversar como amigas, para que sua filha pudesse lhe confidenciar as dúvidas da infância, as ansiedades normais da adolescência? Quantas vezes vocês riram juntas, comentando sobre as pequenas bobagens que a vida nos oferece?

- Com que tempo, meu senhor? Com que tempo? Não acabei de lhe contar que minha vida foi um imenso sacrifício em prol dela mesma? Que vivi minha vida para ela? Nunca me importei comigo para que ela florescesse como criatura de Deus em vida e sucesso, para cresça e venha a constituir a família que não pude ter por conta de o pai dela ter me abandonado logo após o nascimento dela, que, a partir daí, passou a ser a razão de minha vida! Queria, de qualquer modo, suprir todas as suas necessidades!

- Quais necessidades, senhora?

- Todas!

- Mas, e o seu amor? Seu carinho? Sua ternura? Sua amizade? Sua cumplicidade?
Silêncio...

- É verdade! – aos prantos – eu me concentrei muito mais nas necessidades que talvez não tenham tanta importância...

- Vamos, em nossas preces, rogar a Deus que sua filha não tenha feito amizades diversas e tomado atalhos equivocados nesse inicio de vida. Embora seja jovem demais, muitas cicatrizes podem ser deixadas em situações assim.

psicografia recebida no NEPT em 15 de setembro de 2012

Militão Pacheco

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