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"Não permita que aquilo que você chama de amor se transforme em obsessão.
Amor é liberdade.
Amor é vida.
Jamais prisão ou limitação."
Militão Pacheco
sábado, 1 de setembro de 2012
Fundamentalismos
Para não dizer fanatismo, resolvi chamar o texto com o nome acima, mas a expressão correta é realmente esta segunda opção.
E é uma situação que preocupa realmente em qualquer posição de trabalho, de religião ou de ideal, afinal de contas os fundamentalistas são pessoas aprisionadas a conceitos inflexíveis que não dão conta de permitir que alguma outra forma de expressão possa se manifestar dentro de seu meio de manifestação.
Evidente que esta situação também é existente no espiritismo. Há certo número de pessoas que mantêm posição extremista com relação a essa religião que faz apologia exatamente da liberdade de compreensão.
Não se pode fechar o círculo de compreensão evitando conhecer outras ideias, sendo necessário conhecer a realidade dos pensadores de forma mais ampla e sem restrições absolutas.
Entrementes, também não é aceitável aceitar tudo sem a análise necessária para que se respeite a lógica dos ideais propostos dentro do que se pode considerar fraterno e respeitoso.
Lembrando Kardec, podemos dizer que é melhor rejeitar uma verdade do que aceitar uma mentira, isto quer dizer que é aceitável o engano de rejeitar uma verdade que não pareça uma do que aceitar uma mentira que tenha aparência oposta.
Mas o foco deste texto é uma particularidade interessante das posturas fundamentalistas que vem se apresentando mais frequente do que era de costume no meio espírita. Trata-se da pessoa que faz uso de uma crença espírita através de meios mediúnicos específicos, somente ou de preferência.
Vou explicar melhor: acredita-se em determinado tipo de mediunidade, como a vidência ou a psicografia, quase que exclusivamente.
Se não se recebe uma instrução, uma diretriz, através de um destes meios, a informação enviada não apresenta o mesmo valor, ainda que guarde coerência absoluta com o contexto.
Afasta-se a possibilidade de se receber mensagens através das psicofonias ou das inspirações, sob a alegação de que há uma interferência do médium, de modo mais direto e que, portanto, não há como crer de modo “mais firme”.
Cai por terra o bom senso e entra a discriminação em nome de uma postura surreal que em absoluto não demonstra a fé raciocinada apresentada pelo codificador nos textos básicos da Doutrina Espírita.
Nesses casos, a pessoa, ou as pessoas que creem assim, fazem a apologia de uma mediunidade “mais confiável”, ainda que venham as informações através de um médium que não demonstre equilíbrio em suas posturas habituais como cidadão ou como cidadã.
Passa-se por cima do crivo da razão como se apenas uma ou duas formas de manifestação dos Espíritos pudessem ser o mecanismo pelo qual a canalização não sofresse interferências do próprio médium não existisse, o que é mais difícil ainda de se compreender, pois qualquer médium apresenta em suas manifestações suas próprias impressões, por mais “preparado” que ele seja.
Só para recordar, a mediunidade da vidência é uma das mais sujeitas às impressões pessoais, da personalidade do médium. Assim como a psicografia e como todas as expressões mediúnicas, afinal, somos humanos e plenos de impressões de todos os lados.
Em todas as situações, a limitação da compreensão, dos recursos de contato com a vida espiritual só faz reduzir o potencial de desenvolvimento de trabalhos mediúnicos que podem ser efetuados com seriedade e humildade.
É preciso que se faça diariamente uma consulta à própria consciência para averiguar se a disposição para com o Espiritismo envolve a abertura necessária para o bom andamento da própria mediunidade e para o serviço em favor da Doutrina e do próximo.
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