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Mensagem
"Não permita que aquilo que você chama de amor se transforme em obsessão.
Amor é liberdade.
Amor é vida.
Jamais prisão ou limitação."
Militão Pacheco
sábado, 22 de setembro de 2012
Fascinações
- Não dá para viver lá de jeito nenhum!
- Onde, minha irmã?
- Em minha casa, quer dizer, na casa dos meus pais. É, porque a casa não é minha. Aliás, tenho a sensação de que os pais também não são meus e meus irmãos são estranhos com quem tenho de conviver o tempo todo. Sou obrigada a aguentar aquilo tudo. A gritaria, a correria, a bagunça, o mau humor do velho...
- Que velho?
- “Meu pai”, ué!
- Ah, “o velho”! Entendo.
- Então! Eu sou uma alienígena, uma extraterrestre vivendo em uma casa de estranhos. Eu não sou desse lugar e eles são todos esquisitos.
- Quantos anos tem, moça?
- Dezesseis. Bem vividos!
- Que bom! E, se você não é dessa família, de qual família você é, por favor?
- De alguma família de outro planeta. Eu me sinto como se não fizesse parte daqui. Olho para as estrelas e sinto uma saudade imensa de algum lugar distante...
- Esse pensamento não deve lhe deixar feliz...
- Não senhor, me dá uma sensação de vazio. Uma frustração indefinida, vaga e, realmente, não me faz bem. Na verdade fico revoltada com tudo e tenho vontade de ir embora. Quando vejo aquela bagunça toda naquela casa, aquele vozerio todo, eu quero sumir.
- Tem algum sentimento mais difícil com algum de seus familiares de forma mais direta, moça? Tem alguém que lhe incomode mais?
- Bom, meu pai é duro de engolir. Minha mãe uma desequilibrada, fala tudo gritando. Meus dois irmãos são um porre, o tempo todo correndo prá lá e prá cá, cansando minha beleza. É, não tem ninguém especial. Todo mundo é chato, mesmo!
- E você?
- Que tem, “eu”?
- Você é uma pessoa agradável, ou pelo menos tenta ser?
- Como? Diante de todos esses problemas, o senhor acha que dá para ser agradável? Ninguém me entende naquela casa, ninguém respeita minha privacidade! Tudo conspira prá que eu saia de lá o mais rápido que eu possa!
- Com quem?
- Por que o senhor pergunta isso?
- Necessidade.
- Necessidade de quê?
- De tentar ajudá-la. Parece-me que você está muito envolvida com alguém que lhe induz a ficar na defensiva o tempo todo com relação à sua família.
- Não, não tenho ninguém. Não tenho namorado, não tenho amigas, nem amigos. Como eu disse pro senhor, eu sou uma alienígena.
- Você não acha estranho não ter amizades, não ter relacionamentos, não se sentir “daqui”?
- Ah, mas eu tenho um grande amigo!
- Não entendi...
- É que ninguém pode vê-lo. Nem mesmo eu o vejo, só em sonhos. Converso muito com ele e ele sabe do meu sofrimento e me ajuda muito a pensar e refletir sobre todas essas coisas.
- Será que eu poderia conversar com ele?
- Não! Ele só tem olhos para mim. E eu para ele. Somos como se fôssemos um só. Integração total!
- Ele também não é daqui? Deste planeta?
- Ele me afirma que é do mesmo lugar que eu, só que eu não consigo entender direito isso e acabo deixando prá lá, porque eu sei que um dia volto para meu lugar. Nem que tenha de dar um jeito para me livrar de tudo isso...
- Que jeito, minha filha?
- Ah, já pensei em muitos! Mas acho que o mais fácil é resolver a história comigo mesma...
- Você aceitaria acompanhar um estudo conosco?
- Não sei... Acho essa história de Espiritismo um horror! O senhor sabe, eu estou aqui porque minha mãezinha me obrigou...
- Sim, mas o estudo não é somente sobre a Doutrina. É um estudo voltado para jovens e nele os jovens, como você, aprendem sobre as dificuldades da vida, filosofia, drogas, relacionamentos, família, enfim, um estudo espiritualizado sobre “as coisas da vida”. Que tal? Gostaria?
- Eu posso pensar um tempo?
- Claro que sim! É seu direito refletir sobre tudo, com calma, cuidado e atenção. Essa casa é de todos nós para nos acolher e ajudar em nossos problemas existenciais, assim como esse seu problema tão importante. De qualquer modo, enquanto você pensa, eu gostaria de sugerir que venha para o passe duas vezes por semana, pode ser?
- Uma vez por semana já é muito!
- Tudo bem, uma vez por semana. Feito! Mas já deixo marcado para que você volte a conversar comigo na próxima semana. Afinal, esse seu problema é muito importante para nós todos. Queremos ajudar você a dar a melhor solução possível para ele, tudo bem?
- Tudo bem! Gostei de conversar com o senhor. Até a semana que vem, em então!
Psicografia recebida no NEPT em 22 de setembro de 2012
Militão Pacheco
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