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"Não permita que aquilo que você chama de amor se transforme em obsessão.
Amor é liberdade.
Amor é vida.
Jamais prisão ou limitação."
Militão Pacheco
terça-feira, 15 de outubro de 2013
Estudos e Curiosidades
Consciente das implicações de sua descoberta revolucionária, em 1856, Darwin começou a escrever o livro que lançaria três anos depois, dentro de todo o rigor científico do século XIX. Em 1858, ficou muito surpreso com o conteúdo de uma carta que recebera de Alfred Russel Wallace, jovem naturalista que estava trabalhando no Arquipélago Malaio e que chegara às mesmas conclusões quanto à evolução das espécies.
Na carta, Wallace resumira de forma impecável, sem o conhecer, o próprio trabalho de Darwin, desenvolvido em mais de 20 anos de pesquisa. Diante do impacto, Darwin decidiu que ambos apresentariam a Teoria da Evolução das Espécies, o que de fato aconteceu em 1º de julho de 1858 na Sociedade Lineana de Londres.
Alfred Russel Wallace participaria, mais tarde, do movimento renovador do Espiritualismo Moderno, tornando-se um fiel defensor dos princípios espíritas à luz da Ciência.
Mas Wallace não seria o único elo entre as ideias de Darwin e o Espiritismo.
Finalmente, em 24 de novembro de 1859, foi lançada em Londres A Origem das Espécies.
Estabeleceu-se com a Teoria Darwinista a ideia fundamental da evolução biológica, que expandia os sete dias bíblicos da Criação para bilhões de anos e afirmava que não havia Deus ou uma Força Superior, no princípio, mas, simplesmente, o encontro casual de algumas substâncias químicas, formadas na era pré-biótica (anterior à vida), as quais, sob determinadas condições ambientais, adquiriam características especiais e desenvolviam-se lenta e gradualmente, passando de seres unicelulares a pluricelulares, em progresso contínuo.
Na base de toda essa espantosa transformação estava uma força única, poderosa, até então insuspeitada – a seleção natural.
Se Darwin estivesse aqui, entre nós, eu iria sugerir a ele a leitura e o estudo do livro "A caminho da luz", do Espírito Emmanuel, para compreender mais profundamente do que se trata esta "seleção natural".
O curioso é que, no início, Darwin não incluiu o ser humano nessa escala progressiva. Somente mais tarde o fez com a publicação de seu outro livro, "A Descendência do Homem".
Como era de se esperar, o novo postulado científico encontrou forte resistência entre os religiosos, sobretudo entre os criacionistas, aferrados à letra da Bíblia, ocasionando desgostos a Darwin.
Ainda nos dias de hoje a polêmica continua entre os cientistas e os que defendem intransigentemente princípios religiosos dogmáticos.
Darwin afirmava que a montagem do ser vivo parecia ser intencional, mas, na verdade, não o era, porque é a seleção natural a responsável por sua construção primorosa.
É ela quem garante a sobrevivência e a multiplicação dos seres vivos mais aptos, permitindo que eles permaneçam adaptados a um dado conjunto de circunstâncias e, sobretudo, às mais novas.
A evolução biológica darwinista não se dá, porém, em termos individuais, são as populações que evoluem.
O ser mantém-se o mesmo, ao longo de toda a sua vida, mas a estrutura dos indivíduos sofre mudanças e, com o passar de muitas gerações, as populações mudam.
Constituem requisitos, portanto, para a evolução por seleção natural: a replicação, de tempos em tempos, de membros de uma mesma população; a ocorrência de mudanças (mutações) no decorrer dessa replicação, que tornam as réplicas ou cópias ligeiramente diferentes dos originais; e essas mudanças devem influir na rapidez e eficiência com que os indivíduos se replicam.
Em 1900, com o achado dos trabalhos de Mendel sobre as leis fundamentais da hereditariedade, que haviam permanecido desconhecidos por quase 35 anos, o evolucionismo ganhou enorme reforço, passando a prevalecer o neodarwinismo – uma fusão de ambas as teorias.
Não há como negar a enorme importância do trabalho de Darwin para a compreensão global do processo evolutivo das espécies, no entanto, as Ciências da Vida têm progredido a passos largos, apontando enormes lacunas na sua estrutura.
É fato recente, por exemplo, a reabilitação da Teoria de Lamarck, abandonada há quase 200 anos, que preconizava a mudança dos indivíduos através de caracteres adquiridos na existência por influência do meio, e isso graças ao desenvolvimento da epigenética, especialidade que estuda a influência dos fatores externos sobre os genes e, consequentemente, sobre a hereditariedade.
Inúmeras teorias suplementares têm sido apresentadas na tentativa de reajustar os pressupostos da Teoria Darwinista com explicações mais convincentes.
Todas elas, porém, permanecem engessadas pelo dogma científico do acaso criador – a seleção natural – o que tem impedido o salto quântico necessário para uma visão abrangente.
Do inanimado para o animado há um salto enorme sem explicações científicas convincentes, quando se credita ao acaso um poder tão grande, sem que se investigue a força que está por trás dele, quer dizer, da seleção natural.
Realmente, é preciso uma fé cega para acreditar que o acaso transforma átomos em homens.
Desde março de 1860, com a saída da 2ª edição de O Livro dos Espíritos, portanto, três meses depois do lançamento de "A Origem das Espécies", os Espíritos Instrutores desvendaram o mistério da verdadeira linha evolucionária humana nas questões 540, 560, 604, 606 e 607 desse livro basilar da Doutrina Espírita.
Nessas questões, Kardec colecionou expressas referências à evolução, abrangendo todos os reinos − do mineral aos espíritos puros –, incluindo, portanto, o homem, demarcando, assim, não somente a evolução biológica, mas também a espiritual dos seres, todos eles emergentes do mundo atômico.
Assim, em 1860, antes de Darwin, os Espíritos Instrutores já incluíam o homem na saga evolutiva.
Com as revelações do século XX, na obra Chico Xavier / Emmanuel, os mentores reforçaram os ensinamentos, afirmando que a evolução se dá nos dois planos da vida, tanto no espiritual como no material, através de encarnações sucessivas.
Desde o seu estágio nos seres unicelulares, até o momento em que deu seus primeiros passos humanos no planeta, o espírito percorreu um longo caminho, construindo seus próprios envoltórios, os sutis e o mais denso.
De fato, não há como negar, Darwin indicou o caminho das pedras: iniciamos a nossa saga evolutiva nos primeiros albores do princípio inteligente no planeta, vestindo os corpos simples de amebas, bactérias e vírus. Sem a reencarnação, porém, os elos da Teoria Darwinista não se fecham, do mesmo modo que, sem a inteligência e o planejamento dos Espíritos Superiores, a seleção natural não conduziria o princípio inteligente à sua verdadeira destinação.
o texto é baseado em informações da Dra. Marlene Nobre
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