Mensagem

"Não permita que aquilo que você chama de amor se transforme em obsessão.
Amor é liberdade.
Amor é vida.
Jamais prisão ou limitação."

Militão Pacheco

sábado, 12 de outubro de 2013

Cornélio Pires


Nascido na cidade de Tietê - SP, no dia 13/07/1884, e desencarnado em São Paulo - SP, no dia 17/02/1958.

Com 17 anos veio de Tietê para São Paulo, para participar de um vestibular na Faculdade de Farmácia.

Não conseguindo realizar seu intento, dedicou-se à carreira jornalística, passando a trabalhar na redação do jornal "O Comércio de São Paulo".

Posteriormente trabalhou no jornal "O São Paulo", ocupando também o cargo de revisor de "O Estado de São Paulo", tradicional jornal paulista.

Em 1914, passou a contribuir para o jornal "O Pirralho".

Em "A Vida Pitoresca de Cornélio Pires", Joffre Martins Veiga escreve: "Ninguém amou tanto sua gente como Cornélio Pires; ninguém se preocupou tanto com seus semelhantes como esse homem, que foi, antes de tudo, um bom".

O célebre poeta Martins Fontes, por sua vez, afirmou: "... um bandeirante puro, um artista incansável, enobrecedor da Pátria e enriquecedor da língua".

Aconselhado pelo grande jornalista Amadeu Amaral, Cornélio Pires resolveu tornar-se regionalista, salientando-se então como um dos maiores divulgadores do folclore brasileiro.

Pelos idos de 1910, lançou "Musa Caipira", livro que foi saudado pela crítica, devido ao seu conteúdo tipicamente brasileiro.

Silvio Romero, crítico dos mais preeminentes do Brasil, em carta dirigida ao poeta, exprimiu-se da seguinte forma: "Apreciei imensamente o chiste, a cor local, a graça, a espontaneidade de suas produções que, além de seu valor intrínseco, são um ótimo documento para o estudo dos brasileirismos da nossa linguagem...".

Abandonando a carreira jornalística, Cornélio Pires decidiu viajar pelo interior do Estado de São Paulo e de outros Estados brasileiros, estreando na condição de caipira humorista.

Alguns anos depois, chegou a organizar o "Teatro Ambulante Gratuito Cornélio Pires", perambulando de cidade em cidade, tornando-se admirado por toda população brasileira.

Alguns anos antes da sua desencarnação, voltou para Tietê, comprou uma chácara nas vizinhanças da cidade e fundou a "Granja de Jesus", lar destinado à criança desamparada, tendo desencarnado sem poder ver a conclusão de sua obra.

Ainda pouco antes de sua desencarnação, já espírita convicto, trabalhava na preparação da "Coletânea Espírita".

Nessa época já havia publicado duas obras de fundo nitidamente espírita: "Onde Estás, ó Morte?" e "Coisas do Outro Mundo", nos anos de 1944 e 1945.

Narrou Cornélio Pires que, em 1901, começou a frequentar a Igreja Presbiteriana, entretanto, não conseguiu conciliar os ensinamentos dessa igreja com o seu modo de pensar.

As idéias das penas eternas e da preferência de Deus por membros de determinadas religiões, não encontraram guarida em seu coração.

Não conseguindo extrair dos Evangelhos os ensinamentos segundo a inspiração do Espírito, mas apegando-se mais ao formalismo da letra que mata, acabou quase descambando para o materialismo.

Nessa época não conhecia ainda o Espiritismo, porém, quando começou a viajar para o exterior, aconteceram com ele vários fenômenos mediúnicos, que muito o impressionaram, principalmente algumas comunicações recebidas do Espírito Emílio de Menezes.

Interessando-se por essa Doutrina, passou a ler os livros de Allan Kardec, Léon Denis, Stainton Moses, Albert de Rochas, os livros psicografados por Chico Xavier e outros.

Daí em diante integrou-se resolutamente ao Espiritismo, interessando-se particularmente pelos fenômenos de efeitos físicos e materializações, tendo publicado várias fotos de Espíritos desencarnados em seu livro "Onde estás ó Morte?"

De sua vasta bibliografia destacamos: "Musa Caipira", "Versos Velhos", "Cenas e Paisagens de Minha Terra", "O Monturo", "Quem Conta um Conto", "Conversas ao Pé do Fogo", "Estrambólicas Aventuras de Joaquim Bentinho, o Queima Campo", "Tragédia Cabocla", "Patacoadas", "Seleta Caipira", "Almanaque do Saci", "Mixórdias", "Meu Samburá", "Sambas e Cateretês", "Tarrafadas", "Chorando e Rindo", "De Roupa Nova", "Só Rindo", "Tá no Bocó", "Quem Conta um Conto... e Outros Contos...", "Enciclopédia de Anedotas e Curiosidades", além dos já anteriormente citados.

Francisco Cândido Xavier psicografou alguns livros ditados por Cornélio Pires, do Plano Espiritual:

Título Ano Editora - SP
O Espírito de Cornélio Pires 1965 FEB
Retratos da Vida 1974 CEC
Conversa Firme 1975 CEC
Baú de Casos 1977 IDEAL
Coisas deste Mundo 1977 CLARIM

Foi um humorista em sua mais elevada expressão, empolgando as platéias com seu gênero característico, cativando a simpatia de todos os brasileiros.

Num dos escritos sobre a Doutrina Espírita, dizia ele: “O Espiritismo, mais cedo ou mais tarde, fará aos católicos romanos, aos protestantes e aos adeptos de outros credos, a caridade de robustecer-lhes a Fé, com todos os fatos que provam a imortalidade da alma, que se transforma em Espírito ao deixar o invólucro material". E mais adiante: "Como religião o Espiritismo nos religa ao um Pai que é Amor e não chibata, e que, sendo Amor não iria matar o seu próprio Filho Jesus em benefício de uma humanidade perversa. O Espiritismo nos proporciona a FÉ RACIOCINADA, nos arrebata ao jugo do dogma e nos ensina a compreender Deus como Ele é".


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