Mensagem

"Não permita que aquilo que você chama de amor se transforme em obsessão.
Amor é liberdade.
Amor é vida.
Jamais prisão ou limitação."

Militão Pacheco

quarta-feira, 29 de junho de 2011

O dever




Imensa maioria de criaturas terrenas não se possibilita o mínimo de esforço com os compromissos básicos para com a vida cotidiana e se entrega ao fugaz prazer da preguiça destrutiva que impede a caminhada efetiva para diante.

Entretanto, permanecem impassíveis observando as atitudes alheias, como juízes indébitos que teriam o poder de controlar, através do pensamento e da palavra, estas atitudes que estão distantes realmente de seu controle.

Sabem, entretanto, reprovar com veemência, embora a própria postura seja de profunda reprovação diante dos fatos que provoca e promove.

Além de saber julgar com acidez, ainda se dão o direito de agravar as faltas dos outros, dando feição criminosa àquilo que é apenas um equívoco humano, involuntário e, muitas vezes, inconsciente, isto, quando o erro realmente acontece.

A compaixão pelos demais passa ao largo. A crueldade se lhes avizinha a alma, azedando a vida, por conta das vibrações incessantes que irradiam à sua volta continuamente. Funcionam como verdadeiros inquisidores e levam para a sala de tortura, em suas mentes adoecidas, todos aqueles que julgam como criminosos diante de seus olhos reprovadores contumazes.

Não é nem um pouco incomum terem como alvo uma personagem de destaque da sociedade, particularmente alguém que tenha o compromisso com a fortuna, com a possibilidade de gerir trabalho e mercado, em uma civilização que se fundamenta no capitalismo produtivo e que se torna ao seu olhar não o gerador de oportunidades, mas o parasita da sociedade. Leva-o verbalmente ao tribunal e inquere de modo pouco delicado, como fazem os inquisidores até hoje, desde a idade média.

Não vêem os responsáveis por famílias, por trabalhos, por empreendimentos, mas apenas, sob sua ótica, vampiros que se aproveitam dos outros a sangue frio. Mas a visão deles está deturpada pela inveja que adoece e cria monstros inexistentes.

Vemos, assim, pessoas que realmente sofrem muito, por conta do nível de adoecimento que os envolve, por incapazes de perdoar a felicidade alheia, a capacidade do outro, a oportunidade de alguns, caracterizando a indolência e a inveja que corroem a alma e impedem a caminhada livre para a Luz.

Quem assim sofre, precisa despertar para a Vida de verdade, libertando-se das amarras dos sentimentos e das emoções inferiores, criando possibilidades de cuidar da própria vida, dos próprios pensamentos, das próprias palavras e atitudes diante das experiências que certamente terão.

Precisa perceber que precisa de auxílio, antes de mais nada.

Entretanto, a barreira do orgulho é quase inviolável e dificulta muito o despertar.

Muitas, mas muitas vezes, a dor é o único recurso para que a criatura acabe por despertar, pois tudo aquilo que despeja no mundo a criatura recebe de volta, isto é, o amargor, a acidez, a maledicência, a revolta nem sempre calada; tudo lhe permeia a vida e nisso tudo fica mergulhado, atolando-se em lama mental até que se afogue em lágrimas de dor profunda, levando-se pelo desânimo, que funciona a conta de uma âncora, até encontrar o fundo, no pântano da tristeza em que está mergulhando momento após momento.

Ao tocar o fundo, após algum tempo variável, pedirá socorro, por não mais suportar este estado de coisas. Aí, rogando por auxílio, consentirá com o Amparo do Alto e se deixará levar para cima, aos poucos, lenta ou rapidamente, em acordo com suas forças e com sua vontade, facultando ouvir o que precisa, receber energias reparadoras e renovadoras que lhe elevem acima do mal que produziu, por conta de sua indolência, preguiça e revolta.

Somente então estará disposto a cumprir seu dever de ser a expressão do Criador na Vida, gerando em torno de si o Amor através do qual foi criado, como nós todos o fomos, pois permitirá, através do arrependimento sincero, ser amparado e entender os verdadeiros papéis que cada um de nós cumpre em cada existência terrena.

Ainda mais: será permeável ao perdão. Pela Vida, pelo próximo, pelas circunstâncias, inclusive aquelas que eventualmente lhe façam sofrer, por sentir dentro de si o potencial de Amor Infinito que a Divindade emana permanentemente por todo Universo. Estará, então, reposicionado intimamente e se permitirá compartilhar das inúmeras alegrias de cultivar a compaixão, a indulgência, de servir ao próximo, de ser útil na Casa de Deus, mediante o trabalho, por mais humilde, em favor do todo e para todos, esquecendo-se de si e doando-se incansavelmente.

Muitos já exemplificaram assim, entre nós. Basta entender e seguir. Aí virá a sensação do dever em cumprimento.

Militão Pacheco

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