Mensagem

"Não permita que aquilo que você chama de amor se transforme em obsessão.
Amor é liberdade.
Amor é vida.
Jamais prisão ou limitação."

Militão Pacheco

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Cura




Como ser pensante, a criatura humana tem em si mesma a capacidade de se elevar ao estado de recuperação ou até mesmo à cura de uma doença, em condições fundamentais para a manutenção de sua vida com qualidade total ou mesmo parcial.

Tanto é verdade, que podemos presenciar a superação de inúmeras pessoas que, mesmo com algum grau de adoecimento, mantêm suas atividades rotineiras, dentro de um limite no qual muitas outra pessoas sequer imaginariam manter.

Mas é importante ressaltar que a cura essencial, total e absoluta nem sempre é factível e para que ela seja alcançada em muitas vezes é de fundamental importância a participação da medicina, seja em problemas de saúde física ou mental.

Sem a medicina, na Terra, não alcançaríamos êxito em curar enorme número de criaturas humanas que vêm adoecendo por todo o período de existência da humanidade em nosso Planeta de Vida.

A medicina é, aliás, um reforço resultado do esforço do homem e da permissão de Deus. Tudo o que temos como possibilidade de terapias, seja pelo conhecimento médico propriamente dito ou pela tecnologia da informação, cibernética, robótica, nanotecnologia e outras expressões da ciência, o temos por permissão do Criador.

Assim, não há qualquer razão para que se questione a utilização de recursos terapêuticos da área da saúde, por conta de que tudo o que temos vem desta resultante que nada mais é do que o preparo para a evolução e a própria evolução da humanidade em termos de conhecimento.

As terapias com medicamentos ultramodernos nas mais variadas especialidades médica, como a oncologia, a psiquiatria, a hepatoterapia, a infectologia e outras são não somente lícitas, mas necessárias para prolongar a Vida e melhorar sua qualidade, que o ser humano tem como compromisso consigo mesmo na sua jornada terrena em todas as circunstâncias possíveis.

Não basta, então, ao homem, a expectativa apenas da autocura, através das transformações de cunho mental, emocional, sentimental e espiritual, sendo necessário e lícito o uso de medicamentos que lhe aprimorem a condição de vida, para que tenha a lucidez possível e o condicionamento físico razoável para que trabalhe, sirva e ame.

Não há erro em aceitar o amparo espiritual, como não há erro em se submeter a tratamento psicoterapêutico e medicamentoso, sempre que adequadamente indicado.

Há erro em rejeitar as possibilidades por simplesmente determinar que "cada um tem dentro de si mesmo o potencial de cura de que necessita". É um equívoco que beira a ingenuidade permeada por uma extraordinária dose de orgulho.

Como poderemos entender em estudos posteriores, tudo de que a humanidade necessita ela mesma vai em busca e, pelo seu esforço e determinação, graças ao desdobramento de uma minoria missionária, e alcança lograr êxito progressivamente mais elevado, aliviando dores e curando doenças.

É preciso afastar o fantasma da mistificação para as curas, é necessário refletir sobre os recursos lançados para auxiliar um doente, sendo o mais racional que se possa ser e abrindo mão de terapias que não condigam com realidades que se possa discutir em bases racionais, mas lembrando sempre que o que hoje não é compreensível, poderá perfeitamente ser amanhã.

Não cerrar a mente para nenhuma questão, não permanecer em postura preconceituosa diante de apresentações terapêuticas, não deixar de flertar com as possibilidades, mas lembrar da importância da lógica e da razão diante de fatos incontestáveis.

Curas e alívios de dores estão intimamente ligados a méritos. Nem sempre estamos em condição de receber do Alto um auxílio definitivo, mas é preciso recordar que, em muitos casos, as dores são um recurso para se alcançar um patamar mais elevado de consciência, por conta de permear a liberdade em função de resgastes na Lei de Ação e Reação que podemos compreender ao estudar a Doutrina Espírita.

Quando algum médium se dispõe a curar, como se espera em um caso destes, ele precisa ter em sua mente que nem sempre alcançará seu objetivo, pois está entrando em universo paralelo de consciências que carregam consigo todo seu passado, com inúmeros equívocos a serem reparados e não há como saber qual é a contabilidade espiritual de cada um.

Evidente que a cura mediúnica é uma oportunidade para o médium de cura e para o doente de haver uma reintegração de oportunidades para o futuro, se não fosse assim, a Divindade não o permitiria existir, pois tudo em a Vida é fruto de nossa necessidade e de propósitos superiores nem sempre claros para nós outros na Terra.

Mas recordar que nem sempre é alcançada a cura por fatores já dispostos é útil e importante.

Como tudo se encadeia em a Natureza, tanto o ponto de vista médico, quanto o psicológico e o espiritual estão intrinsecamente relacionados, mas certamente ainda não há como compreender toda essa relação que a Vida se nos apresenta em muitas situações.

Então resta a necessidade de percepção do que nos atinge, nem sempre entendendo a razão, mas que há uma e que, por isso, não adianta o debater-se, não adianta o revoltar-se ou indignar-se. Essas posturas só levam a um agravamento da doença, do aparente mal que nos atinge.

Também não é questão de conformar-se, mas muito acima disso, de desenvolver resiliência com os obstáculos que a Vida nos apresente, para enfrentar com serenidade e dignidade, pois esta, a dignidade, é ferramenta fundamental para uma melhor qualidade de vida. E ela não diz respeito a orgulho, mas, sim à simplicidade de compreender que, tendo verdadeira fé em Deus, Ele não nos daria absolutamente nada que não pudéssemos dar conta, nenhum peso extra, acima de nossas possibilidades ou necessidades.

Isso não é conformismo: é racionalismo diante da Vida.

Cura ou melhoria é um Bem que precisamos valorizar, mas serenidade diante do que tenhamos de enfrentar é um Bem ainda maior, mais relevante que é necessário, ainda, compreender melhor.

Militão Pacheco

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