Mensagem

"Não permita que aquilo que você chama de amor se transforme em obsessão.
Amor é liberdade.
Amor é vida.
Jamais prisão ou limitação."

Militão Pacheco

domingo, 30 de setembro de 2012

A Verdade





Numa pequena cidade de interior havia algumas casas bem arborizadas, com terreno grande em torno delas e havia também um famoso pastor que costumava passear por entre elas nas tardes de domingos, como quem visita suas ovelhas para acompanhá-las em seu repouso domenical.

Em um ensolarado domingo destes nos quais tudo parece muito tranquilo, nosso amigo pastor inicia seu périplo por entre as casas e, após uma longa caminhada, depara-se com uma cena inusitada.

Um de seus melhores amigos, comerciante respeitável e amoroso, muito cuidadoso com sua família, estava correndo atrás de sua esposa, tendo algum objeto em sua mão, com o qual batia sobre a cabeça dela, que, agitada, gritava ‘socorro’ muito alto.

Diante de tal cena, o pastor, estarrecido, recua e muito pensativo, retorna pelo mesmo caminho pelo qual havia chegado até ali.

Ele foi até a igreja que cuidava e lá, ainda impressionado, conversou com vários veteranos que puderam ouvir atenta e atonitamente à sua narrativa que, com muita cautela, ainda tentava imaginar alguma razão lógica para que aquele esposo tão dedicado chegasse ao ponto de agredir sua amada esposa.

A tal comissão, formada de improviso, resolveu que iria abordar o comerciante após o próximo culto, em reunião reservada, na qual participariam apenas os veteranos, o pastor e o próprio comerciante, que fora, então notificado na manhã seguinte, através de um portador de uma pequena carta a ele endereçada.

Ignorando as razões para tal reunião, o comerciante foi ao culto de quarta-feira sem seus familiares, afinal, teria de permanecer até mais tarde e não julgava adequado que todos permanecessem até tarde na igreja, sem algum motivo plausível.

Findada a reunião todos foram para a sala de reunião, que, em breves momentos teve iniciada uma seção que para o comerciante parecia muito solene e ficara sem nada entender.

O pastor iniciou, então, o relato da cena que havia assistido.

Após tudo sido dito, pasmo, o comerciante ficou parado por alguns momentos e começou a rir. Ria sem conseguir parar e deixou a todos os demais ainda mais estarrecidos.

Com calma, o comerciante iniciu, então, sua narrativa. Disse que a verdade é que havia uma colméia se formando em uma das árvores de sua casa . Sua esposa estava aparando a grama com a máquina elétrica e, por infelicidade, a máquina bateu na árvore que tinha a tal coméia e esta se desprendeu, caindo sobre a cabeça da esposa e as abelhas começaram a atacá-la. Nesse momento, desesperada, ela começou sua corrida e o comerciante, na tentativa de ajudar, pegou em sua mão um jornal de domingo e saiu correndo atrás dela, agitando o jornal sobre sua cabeça, para afastar as abelas, querendo protegê-la e não agredi-la.

Embora, de início, a sua versão parecesse inverossímil, todos ficaram parados por alguns instantes olhando eu seu rosto, que parecia impassível, sereno. Tal serenidade convenceu a todos de modo natural e, em dado momento, todos começaram a rir. O ambiente, de pesado, imediatamente partiu para uma leveza e uma alegria impressionantes.

O pastor, após os momentos de agitação, abaixou sua cabeça e, estendendo a mão direita pediu perdão ao comerciante e todos se cumprimentaram fraternamente, afastando dúvidas e mal-estares.

sábado, 29 de setembro de 2012

Primeiro contato




- Que lugar é esse?

- Uma casa de orações, um pronto-socorro, uma escola...

- Não pode ser! Tudo em um lugar só?

- Isso mesmo, meu irmão. Um lugar simples que nos acolhe sempre que precisamos para nos oferecer segurança, esperança e consolo.

- Eu preciso muito disso tudo... não entendo direito o que aconteceu, é tudo tão estranho, tão diferente... procuro as pessoas e elas não me respondem, sei lá! O que o senhor acha?

- Tenho certeza de que você está em uma nova etapa da vida, meu irmão.

- Uma nova etapa... uma nova etapa? Como assim? O que significa isso?

- Significa que somos Espíritos imortais e que, em algum momento da vida deixamos o corpo material para viver essa vida que você está experimentando, a vida do Espírito, que como nos ensinam as obras básicas codificadas por Allan Kardec, é a verdadeira vida de todos nós.

- Vida do Espírito? Então, agora, eu sou um Espírito? Uma alma penada?

- Não, meu irmão, você sempre foi um Espírito. Agora é um Espírito desencarnado. Enquanto estava na posse transitória do corpo físico, era uma alma. Assim nos ensina Kardec.

- Kardec? Então aqui é um centro espírita?

- Isso mesmo!

- Mas não foi o que o senhor me disse no começo!

- Foi, sim: uma casa de orações, um pronto-socorro e uma escola, ou seja, um centro espírita, que é tudo isso para nós todos, encarnados ou não.

- Então, de fato, eu morri?

- Não, meu irmão, você não morreu. Seu corpo de carne pereceu, mas você permanece vivo, como sempre. Tanto é que está aqui a conversar comigo!

- E como o senhor pode conversar comigo se meu corpo já se foi?

- Através de um médium, uma pessoa de boa vontade que se dispõe a servir àqueles que precisam de uma instrução, mas ainda não têm os ouvidos espirituais aguçados o bastante para ouvir os demais desencarnados. Um intermediário entre a vida maior e a vida terrena.

- Então não é minha voz que o senhor ouve?

- É a voz do médium, meu irmão. Você fala através dele.

- Que loucura!

- Que benção! Que oportunidade que o Senhor da Vida nos dá! Você podendo se comunicar e receber instruções básicas para seguir sua jornada de modo equilibrado, buscando evoluir, como todos nós necessitamos.

- É verdade, o senhor tem razão, é uma benção! Agora alguém me ouve! E isso é muito, muito bom! O que eu devo fazer agora? Para onde eu vou?

- Não se preocupe, meu irmão, você será auxiliado nos próximos passos, pois a Instituição Espiritual que acolhe essa Casa tem em sua equipe vários irmãos desencarnados como você que têm esclarecimento bastante para lhe ajudar. Você certamente será acolhido por eles.

- Muito agradecido! Nem sei o que dizer...

- Não diga nada, apenas ore...


Psicografia recebida no NEPT em 29 de setembro de 2012.
Militão Pacheco

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

A Caminho da Luz - parte 3





Vamos continuar estudando o capítulo “A Gênese Planetária”.

A “grande bola de fogo”, onde as forças telúricas e as descargas elétricas, agiam com tamanha força, que para nós é inimaginável, começou a se solidificar, e naquele turbilhão de forças começou a se diferenciar a matéria ponderável, ou seja, a matéria do mundo físico, dando origem ao hidrogênio, que é o elemento químico, mais abundante no universo, constituindo cerca de 75% da massa elementar do universo. É quando o frio do espaço começa a atuar sobre a massa incandescente, o espaço chega a temperatura de 272°C negativos.

Os vapores que sobem provocam as primeiras grandes tempestades, que vão ajudar no resfriamento e na solidificação, da crosta terrestre e limpar a atmosfera, permitindo a penetração da luz solar.

O caos se acalma e começa uma nova etapa na evolução do planeta.

Novamente Jesus e seus prepostos se reúnem, para continuar o trabalho da cocriação do Planeta Terra. Estabeleceu os fenômenos físicos que são: as marés, as chuvas, os raios, a lei da gravidade, as estações do ano, entre outros.

Todos estes fenômenos têm até hoje Espíritos (de alta hierarquia) responsáveis por eles.

Jesus, sob a supervisão de Deus, pensou em tudo, que fosse indispensável à nós seres humanos. Tudo foi pensado, aprimorado e criado para que tivéssemos o melhor, pois, Jesus já conhecia como seria a evolução humana, neste novo planeta.

Nada é por acaso, tudo tem seu papel, sua importância na vida, até o menor dos insetos.

Na Gênese, de Allan Kardec, no Capítulo VII – Esboço Geológico da Terra podemos aprender que todo o processo da criação foi dividido em seis períodos, que na Bíblia são os seis dias da Criação, estes períodos são:

PERÍODO PRIMÁRIO: quando o planeta começa a esfriar, e se forma a primeira camada da crosta, e as matérias que estavam em estado gasoso, começaram a se liquefazer e vieram as primeiras chuvas.

PERÍODO DE TRANSIÇÃO: aparecem os primeiros seres vivos, os vegetais e animais marinhos.

PERÍODO SECUNDÁRIO: o calor começa a diminuir, os vegetais também são menores, e os animais são enormes (dinossauros), e começam a aparecer os primeiros animais terrestres.

PERÍODO TERCIÁRIO: neste período as águas começam a ser represadas e surgem as primeiras montanhas, os animais terrestres e as aves.

PERÍODO DILUVIANO: foi quando houve um dos maiores cataclismos da história, é como tivesse havido um grande tsunami e não deu tempo para nada, que extinguiu várias espécies de vegetais e animais. Foi também nesta época que os pólos começaram a congelar.

PERÍODO PÓS-DILUVIANO OU ATUAL: após o período diluviano, onde a Lei da destruição agiu, houve o “renascimento”, as forças naturais ficaram mais calmas e estabilizadas, o Sol passou a brilhar no céu, a vida animal e vegetal ressurge com animais mais dóceis e vegetais mais delicados, atmosfera mais leve, calor ameno, tudo pronto para receber os primeiros seres humanos.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Seguir adiante





- Nada mais me importa na vida... Ela não tem sentido algum... Não sirvo para coisa alguma... É triste, mas não tenho motivação para viver...

- Todos nós temos alguma missão nesta vida e em todas elas, meu irmão.

- Eu não tenho! Não vejo sentido em nada. Não tenho ninguém, ninguém me quer bem, meu pai morreu, minha mãe logo depois, minha irmã teve leucemia e também se foi, aí, para ficar um pouco pior, o meu tio, que eu tinha como pai, sofreu um acidente e acabou falecendo depois de alguns dias de uti. Minha vida é muito triste, muito triste... Para quê ficar aqui? Não vejo razão alguma...

-Você não tem mais nenhum parente? Acredito que tenha, por intuição.

- Tenho um filho, mas é de uma união que não deu certo. Minha ex me traiu com aquele que foi meu melhor amigo. Ela pediu perdão, ele também, mas eu mandei os dois pro inferno e nem quero ver a cara daqueles dois traíras! Só restou meu filho, mas não tenho vontade de vê-lo, me falta ânimo, coragem... Ele pode viver muito bem sem mim! Tem a mãe para cuidar dele..

- Que idade tem seu filho?

- Oito anos.

- Quando você o viu pela última vez?

- Faz um mês.

- Ele não sente sua falta?

- Acho que não.

- Mas ele já tem idade para ter iniciativa de procurar por você. Não tentou?

- Tentou o quê?

- Entrar em contato com você...

- Ah, tentou sim!

- E você? O que fez?

- Ah, eu nem atendi! Eu não sou importante para ele, mesmo! Nem para ninguém... Tenho é que sumir dessa vida!

- Não, meu irmão! Nada disso! Você tem um compromisso muito importante com seu filho! Pode ser um bom exemplo para ele e auxiliá-lo a ser um bom homem, honrado, de respeito, digno!

- Acho que não! Eu sou um farrapo!

- Na verdade, você tem muitos motivos para se sentir assim: um farrapo. Então eu posso lhe afirmar que você está um farrapinho, por enquanto, mas não É um farrapo. Nenhum de nós É um farrapo, meu irmão! Nenhum de nós. Somos filhos de um mesmo Criador, que nos dá a vida para que ela seja vivida e para que nos aprimoremos, dia a dia, momento a momento. Reflita um pouco mais sobre tudo o que a vida tem lhe dado...

- Ah, o senhor me desculpe, mas a vida só tem me tirado. Tudo o que eu tinha de melhor, Deus levou embora! Que dureza! O senhor não sabe como é duro perder tanto como eu perdi!

- Realmente eu não tenho como avaliar sua experiência. Mesmo assim, eu consigo ver um lado educativo de sua vida. Ela é pautada em perdas, mas ao mesmo tempo de grandes lições para todos nós.

- Como assim? Que lições?

- Todos os que conhecem você devem julgá-lo um herói, um guerreiro.

- É o que dizem. Mas entre o que dizem e o que eu sou tem uma longa distância... Não sou nada disso...

- Você é, sim, um guerreiro. Como todo soldado, está combalido, mas não foi abatido e nem se deixará abater, tenho muita confiança! Você pode ser exemplo real de vitória na vida para muitas pessoas.

- O senhor só pode estar de brincadeira!

- De modo algum, meu irmão! Jamais brincaria com você ou com quem quer que fosse! Estou sendo sincero e sei que você tem em seu filho a pedra fundamental para iniciar um novo caminho, uma nova jornada!

- Sabe que eu já pensei que Deus vai tirar de mim até mesmo meu filho?

- Meu irmão, a única certeza que temos é que iremos deixar o corpo de carne em algum momento. Mas, esse momento não nos pertence e não deveria nos preocupar. Se isso viesse a acontecer, certamente seria mais um enorme obstáculo a ser superado, mas nunca uma razão para se entregar. Seria, muito mais, uma motivação a mais para a vida, mostrando ao Criador que se dá real valr à própria vida, pois a nossa vida, como indivíduos, não deve ser pautada na vida de outra pessoa. Deve ser a nossa vida, sempre! Estamos aqui para o próprio aprimoramento e somos Espíritos imortais. Somente o corpo perece, a inteligência que nele habita, certamente persiste.

- Então o senhor acha que não devo desistir da vida e que devo voltar para meu filho? Será que posso servir de alguma coisa para ele?

- Certamente, meu irmão, certamente! Ele verá em você o guerreiro que é e terá um ótimo exemplo para seguir a própria vida. Mas, se você se entregar, será uma sombra a acompanhar o próprio filho, que verá o pai como um derrotado.

- Não, isso eu não sou! Um derrotado, não!

- Então? Vamos seguir em frente?

- Vou, sim! Muito obrigado!

- Não agradeça a mim, meu irmão, mas a Jesus, que nos dá toda possibilidade, dia a dia de recomeçar sob suas luzes de Amor.

Psicogragia recebida no NEPT em 27 de setembro de 2012
Militão Pacheco

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Desequilíbrio Mediúnico





- Vejo Espíritos o tempo todo. Isso me incomoda muito, muito!

- E o que você faz para tentar controlar essa situação?

- No começo eu rezava, rezava... Mas aí eu vi que não adiantava e tentei começar a distrair a cabeça com outras coisas, como música, programas de televisão bem alto, até a vizinha reclamava da altura da tv. Não adiantou, também. Sei lá! Isso é desesperador, sabia?

- Eu imagino. Mas, dê-me uma informação: como são esses Espíritos que você vê?

- São sombras escuras. Algumas vezes eu vejo rostos, faces, caretas. Querem me assustar, eu sei. Eles não conseguem. Só conseguem me irritar. Eu fico muito irritado. Aì eu xingo, mando pro inferno. Tem vezes que parece que eles riem da minha cara. É muito chato!

- Então você conversa com eles?

- Ah, eu converso muitas vezes! Falo, grito! Mando embora! Mas não resolve. Da impressão que estão grudados em mim. Acordo e durmo com esse povo me atormentando. Dá vontade de falar palavrão, só de lembrar. Só não falo porque estou aqui...

- Mas está pensando! Dá quase no mesmo, meu amigo! Nem pense nisso. Aliás, eu sugiro com firmeza que você pare de conversar com essas Entidades que lhe povoam a vida. Pare de conversar inclusive mentalmente, como tem feito.

- Como o senhor sabe que converso pelo pensamento com eles?

- Não é difícil de concluir que isso acontece. Questão de observação e de lógica, nada demais. Mas, retomando, não converse mais com Entidade Espiritual alguma, seja ela qual for, pelo menos enquanto você estiver nesse padrão de sofrimento, pois nessa situação sua dor persistirá. Você tentou buscar um certo isolamento através de coisas que serviriam para distrair você e não deu certo, como você mesmo me contou, não é verdade?

- Verdade. Não resolveu mesmo! Só que não é que eu converse com eles: eu mando eles embora e eles não arredam o pé de perto de mim!

- Então, será preciso que você tenha muita força de vontade para conseguir afastar de você essas Entidades que lhe perturbam. Mas, para isso, é importante que você saiba de um detalhe: o segredo para se equilibrar está dentro de você mesmo. É preciso mudar a forma de pensar, afastar do coração fatores que podem atrair esses Espíritos.

- Como? Quais são "esses fatores"?

- Egoísmo, vaidade, medo, maledicência, enfim, essas coisas que nós todos temos ainda, como uma espécie de rotina para a vida, como se fossem normais. Para você entender melhor, é preciso se conhecer melhor, sabe? Para isso eu sugiro a você que comece a ler.

- Ler? Detesto ler! Não suporto a ideia de ficar horas inerte, sem fazer nada lendo qualquer coisa!

- Mas é importante aprender, meu amigo, muito importante!

- Ah, não vai dar, não! Por falar nisso, eu não sou egoísta, não sou vaidoso, não tenho medo de nada e nem falo mal da vida alheia. Nem sequer saio de casa. Só para as coisas que não tem jeito. Tudo que posso faço pela internet. Não tenho amigos, não visito parentes, não fico com ninguém. Não suporto o convívio com as pessoas por muito tempo. Vim aqui porque na internet me disseram que seria um lugar legal para mandar esses Espíritos pro lugar deles: o inferno. Não é justo que me persigam assim, pois não faço mal a ninguém.

- Não quis lhe ofender, meu amigo. Disse que todos nós temos esses problemas, não diria que você tem, de modo algum!

- Por isso mesmo eu não me ofendi, senhor. Mas, o senhor vai dar um jeito nesse “pessoal” ou não?

- Só posso lhe ajudar se você também quiser se ajudar, meu amigo. Se fizer também a sua parte.

- Não sou seu amigo. Pelo que vejo, vocês são uns tratantes e não ajudam ninguém. Com certeza vai querer que eu compre algum livro “para ajudar a instituição” esperando que uma leitura qualquer resolva meus problemas. Pois pode tirar o cavalinho da chuva, porque não vou comprar nada!

- Não, eu vou lhe dar um livro. Chama-se “O Evangelho Segundo o Espiritismo”. Se puder ler, certamente irá lhe auxiliar um pouco. Quem sabe uma leitura, por menor que seja, não lhe inspire às transformações que lhe sugeri, não é verdade?

- Agradeço o presente, mas não aceito. Não faço parte disso. Vou embora pois não há mais nada a fazer aqui. Adeus!

- Vá em paz! Jesus nos abeçoe.

Psicografia recebida no NEPT em 26 de setembro de 2012.

Militão Pacheco.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Paixões





- Na época do namoro tudo era muito diferente, sabe?

- Isso é uma situação natural, não acha?

- Acho que deveria ser sempre como no namoro! Por que uma pessoa muda tanto, só porque casou? Não faz sentido, sinceramente!

- Mas isso não é razão para que se busquem outras experiências...

- Inevitável! Se você não encontra o que precisa em seu próprio lar, acaba encontrando alguém que vai lhe complementar os anseios, a necessidade de atenção, de um diálogo, enfim, uma parceira de verdade.

- Por isso, você está decidido?

- Na verdade, se eu estivesse realmente decidido, não estaria aqui conversando com a senhora... Tenho dúvidas, é claro! Afinal, já temos dois filhos e deixar tudo isso para trás não é tão simples para mim.

- Diga uma coisa, por favor: a vida com sua esposa é insuportável?

- Não. É frustrante. Principalmente depois do primeiro filho. Parece que ela se esqueceu de mim. Nem sei como “aconteceu” o segundo filho! Não tínhamos mais “aquela” sintonia, sabe como?

- Sei, sim. Mas, se seu convívio não é ruim...

- Mas é ruim!

- Calma, deixe-me completar o que ia dizer. Se seu convívio não é ruim, não é insustentável, por que não tentar recuperá-lo?

- Acho que não consigo mais. Sabe já me envolvi com outra pessoa...

- Já era de imaginar... Que pena!

- Por que, “que pena”? É minha “cara-metade”! É a pessoa que eu procurei minha vida toda! Minha alma gêmea!

- Pois tenho certeza de que você está completamente equivocado!

- Ah, não é possível! Ela é tudo o que sempre quis ter na vida. A integração que existe entre nós ultrapassa a barreira do pensamento. Eu sei o que ela pensa e vice-versa! Além, é claro, da nossa integração física, que não cabe dizer aqui, é claro.

- Mas, já disse. Permaneço com minha opinião, meu irmão. Você está envolvido com um equívoco emocional. Sua razão está nublada por uma paixão e não por uma real emoção. Você pensa que é emoção, mas é apenas uma paixão, transitória, claro, como todas. Quando você despertar, será tarde. A não ser que tome uma doída decisão agora: pare tudo e volte para sua família.

- Não é possível voltar atrás. Já assumi um compromisso “maior”. A moça está grávida. Mas nem mesmo quero voltar atrás. Eu adoro aquela mulher, adoro! E vou provar para a senhora que está enganada. Nem sei realmente por qual razão vim até aqui! Foi engano de minha parte acreditar que espíritas são compreensivos. São inflexíveis, isso sim!

- O Espiritismo é muito flexível, meu irmão. Nós, é que não somos! Temos imensas dificuldades de aceitar os limites alheios e enormes facilidades para aceitar os nossos problemas, normalizando-os. E você veio até aqui para ouvir uma “benção” para seu equívoco, mas infelizmente para você, não a terá. Fico devendo esta aprovação. Seus passos já foram dados e não há volta, como você mesmo disse. Agiu mal e, de um lado ou de outro, terá de enfrentar consequências difíceis, queira ou não.

- Eu não agi mal! Só buscava a minha felicidade, só isso!

- Então, buscava a felicidade individual, mas esqueceu-se da felicidade de seus filhos e de sua esposa. Além disso, por egoísmo, deixou-se levar por uma paixão e envolveu mais uma, agora duas pessoas em sua história. Não sei se você acha tudo isso justo, mas se acha, ainda, após ouvir tudo isso, é porque ainda não entendeu o que está lhe acontecendo...

- É, não consigo entender o que a senhora fala, não! Faz com que eu me sinta um monstro, mas o que eu quero é ser feliz. E não seria feliz ao lado daquela mulher, de modo algum! Além disso, iria fazer dela uma criatura imensamente infeliz se permanecesse ao lado dela. Não errei: a senhora está enganada. Se me permite, irei me retirar e não retorno mais a esta casa.

- Fique à vontade, meu irmão. Jesus nos ampare, sempre!

psicografia recebida no NEPT em25 de setembro de 2012

Militão Pacheco

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Insegurança mediúnica




Folheando periódicos espíritas nota-se a escassez de mensagens recentes, de bom conteúdo e com a colaboração de médiuns ainda pouco conhecidos. A maioria são reproduções de comunicações antigas através de Ivone Pereira, Suely C. Schubert, Chico Xavier ou, as mais atuais, através da mediunidade de Divaldo Franco ou J. Raul Teixeira.

Será que o movimento espírita está se tornando incapaz de produzir bons médiuns, competentes, confiáveis e seguros? Talvez sim se considerarmos que o movimento espírita de certo modo andou meio perdido em teorias e na casuística nessas últimas duas décadas e, possivelmente, descuidou da formação de novos médiuns dentro de padrões seguros.

Por falta de formação mediúnica adequada, apesar de boa formação doutrinária, vemos por aí, dentro das casas espíritas, o crescimento do mediunismo e não da mediunidade, para usarmos aqui as expressões propostas por Emmanuel para a prática mediúnica sem conhecimento e com conhecimento.

Particularmente detectamos um empecilho que julgamos o mais grave de todos para a formação de bons médiuns.

Pode ser que a explicação não sirva para todos os recantos do país, mas vale pensar na questão do animismo, posta como um verdadeiro espantalho diante dos médiuns iniciantes e incutindo em suas mentes um verdadeiro terror diante da possibilidade da mistificação.

A quem caberia a responsabilidade por essa situação? A nosso ver aos orientadores dos médiuns que não explicam adequadamente o que é o animismo e qual a sua importância para a atividade mediúnica. Com isso, o médium noviço infere que o animismo é, por si só e sempre, um mal, algo que desqualifica o médium, e a insegurança na atividade de intérprete da Espiritualidade seguida de entraves outros postos pelo médium são conseqüência inevitável.

O resultado são comunicações medíocres, truncadas, convencionais e repetitivas onde nada de novo aparece. Levando as coisas ao extremo, desse jeito os médiuns se tornam dispensáveis, pois não precisamos de repetições daquilo que já está disponível na literatura espírita. Naturalmente, não estamos entrando aqui nas atividades de ordem desobsessiva, cujas características são diferentes, embora sofram os efeitos do problema exposto acima.

É importante lembrar que não existe comunicação mediúnica pura, totalmente sem a participação do médium. O que existe é uma participação maior ou menor do médium conforme as circunstâncias e a condição do intérprete e do Espírito comunicante. Portanto, as comunicações serão sempre anímico-mediúnicas em maior ou menor grau. Quanto menos o médium interfere melhor, pois maior será a pureza do conteúdo da mensagem. Pode ocorrer que a colaboração do médium seja essencial no caso de haver dificuldades do Espírito comunicante para com o idioma. Em muitos casos o médium traduz adequadamente o pensamento do Espírito com suas próprias palavras, sem interferir no conteúdo.

O problema da insegurança mediúnica se agrava quando o médium se deixa levar por seus próprios atavismos e condicionamentos. Sem perceber, passa a reproduzir falas de expositores que ouviu, mensagens que leu, livros que conhece, tudo dentro de suas preferências pessoais, sem poder dar a certeza de que há, de fato, naquele momento, um Espírito comunicante.

Num caso desses o animismo torna-se um grave entrave para as atividades do grupo, pois o que se tem é a comunicação do Espírito-médium atribuída a um Espírito-comunicante. É comum essa ser a porta para processos obsessivos que envolvem toda uma equipe prejudicando o trabalho.

Será possível uma reversão desse quadro, de modo a termos um número maior de médiuns de boa formação doutrinária e mediúnica? Sem dúvida. Basta que os cursos de formação de médiuns se preocupem em reciclar seus medianeiros, avaliando bem os erros de formação, especialmente no que se refere ao animismo, reforçando a segurança pessoal do médium através do conhecimento e da prática mediúnica.

Cabe ao médium checar a procedência da mensagem ou comunicação e à equipe o conteúdo. Nada de credulidade excessiva e nem de prevenção exagerada, ao ponto de inibir a ação dos médiuns em atividade. A atividade mediúnica acaba sendo necessariamente um trabalho de equipe, onde deve haver mais atenção do que prevenção.

Muitas obras recém publicadas de médiuns ainda pouco conhecidos são repetições de material já clássico na literatura mediúnica espírita. Isso não é um mal em si. São formas de reapresentar assuntos de interesse geral sob uma nova vestimenta e numa linguagem muitas vezes mais agradável e acessível ao grande público leitor.

Problemas de redação, estilo e linguagem podem ser corrigidos pelas editoras sérias, que querem oferecer ao leitor um bom material para reflexão. Esses novos médiuns poderão tornar-se excelentes colaboradores da Espiritualidade se receberem a formação adequada, o que não poderá ser feito por orientadores despreparados, desconhecedores da Doutrina ou simples aventureiros.

Paulo Roberto

sábado, 22 de setembro de 2012

Fascinações





- Não dá para viver lá de jeito nenhum!

- Onde, minha irmã?

- Em minha casa, quer dizer, na casa dos meus pais. É, porque a casa não é minha. Aliás, tenho a sensação de que os pais também não são meus e meus irmãos são estranhos com quem tenho de conviver o tempo todo. Sou obrigada a aguentar aquilo tudo. A gritaria, a correria, a bagunça, o mau humor do velho...

- Que velho?

- “Meu pai”, ué!

- Ah, “o velho”! Entendo.

- Então! Eu sou uma alienígena, uma extraterrestre vivendo em uma casa de estranhos. Eu não sou desse lugar e eles são todos esquisitos.

- Quantos anos tem, moça?

- Dezesseis. Bem vividos!

- Que bom! E, se você não é dessa família, de qual família você é, por favor?

- De alguma família de outro planeta. Eu me sinto como se não fizesse parte daqui. Olho para as estrelas e sinto uma saudade imensa de algum lugar distante...

- Esse pensamento não deve lhe deixar feliz...

- Não senhor, me dá uma sensação de vazio. Uma frustração indefinida, vaga e, realmente, não me faz bem. Na verdade fico revoltada com tudo e tenho vontade de ir embora. Quando vejo aquela bagunça toda naquela casa, aquele vozerio todo, eu quero sumir.

- Tem algum sentimento mais difícil com algum de seus familiares de forma mais direta, moça? Tem alguém que lhe incomode mais?

- Bom, meu pai é duro de engolir. Minha mãe uma desequilibrada, fala tudo gritando. Meus dois irmãos são um porre, o tempo todo correndo prá lá e prá cá, cansando minha beleza. É, não tem ninguém especial. Todo mundo é chato, mesmo!

- E você?

- Que tem, “eu”?

- Você é uma pessoa agradável, ou pelo menos tenta ser?

- Como? Diante de todos esses problemas, o senhor acha que dá para ser agradável? Ninguém me entende naquela casa, ninguém respeita minha privacidade! Tudo conspira prá que eu saia de lá o mais rápido que eu possa!

- Com quem?

- Por que o senhor pergunta isso?

- Necessidade.

- Necessidade de quê?

- De tentar ajudá-la. Parece-me que você está muito envolvida com alguém que lhe induz a ficar na defensiva o tempo todo com relação à sua família.

- Não, não tenho ninguém. Não tenho namorado, não tenho amigas, nem amigos. Como eu disse pro senhor, eu sou uma alienígena.

- Você não acha estranho não ter amizades, não ter relacionamentos, não se sentir “daqui”?

- Ah, mas eu tenho um grande amigo!

- Não entendi...

- É que ninguém pode vê-lo. Nem mesmo eu o vejo, só em sonhos. Converso muito com ele e ele sabe do meu sofrimento e me ajuda muito a pensar e refletir sobre todas essas coisas.

- Será que eu poderia conversar com ele?

- Não! Ele só tem olhos para mim. E eu para ele. Somos como se fôssemos um só. Integração total!

- Ele também não é daqui? Deste planeta?

- Ele me afirma que é do mesmo lugar que eu, só que eu não consigo entender direito isso e acabo deixando prá lá, porque eu sei que um dia volto para meu lugar. Nem que tenha de dar um jeito para me livrar de tudo isso...

- Que jeito, minha filha?

- Ah, já pensei em muitos! Mas acho que o mais fácil é resolver a história comigo mesma...

- Você aceitaria acompanhar um estudo conosco?

- Não sei... Acho essa história de Espiritismo um horror! O senhor sabe, eu estou aqui porque minha mãezinha me obrigou...

- Sim, mas o estudo não é somente sobre a Doutrina. É um estudo voltado para jovens e nele os jovens, como você, aprendem sobre as dificuldades da vida, filosofia, drogas, relacionamentos, família, enfim, um estudo espiritualizado sobre “as coisas da vida”. Que tal? Gostaria?

- Eu posso pensar um tempo?

- Claro que sim! É seu direito refletir sobre tudo, com calma, cuidado e atenção. Essa casa é de todos nós para nos acolher e ajudar em nossos problemas existenciais, assim como esse seu problema tão importante. De qualquer modo, enquanto você pensa, eu gostaria de sugerir que venha para o passe duas vezes por semana, pode ser?

- Uma vez por semana já é muito!

- Tudo bem, uma vez por semana. Feito! Mas já deixo marcado para que você volte a conversar comigo na próxima semana. Afinal, esse seu problema é muito importante para nós todos. Queremos ajudar você a dar a melhor solução possível para ele, tudo bem?

- Tudo bem! Gostei de conversar com o senhor. Até a semana que vem, em então!

Psicografia recebida no NEPT em 22 de setembro de 2012
Militão Pacheco

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

A caminho da Luz





ESTUDO DO LIVRO – A CAMINHO DA LUZ
(Espírito de Emmanuel)
2ª. parte


Continuando nossos estudos, vamos dar início ao capítulo, A Gênese Planetária.
Existe no Universo a Comunidade dos Espíritos Puros, da qual Jesus e seus prepostos fazem parte, porque Jesus não é o único Espírito Puro, que existe. Iguais a Ele, existem vários Espíritos Puros, e nós mesmos, um dia, ainda muito distante, seremos Espíritos Puros.

Esta comunidade de Espíritos trabalha como auxiliar direta de Deus, comandando todos os fenômenos do universo, com a supervisão de Deus.

Jesus, especificamente é o co-criador e governador de nosso amado Planeta Terra. Segundo as informações dadas por Emmanuel, apenas duas vezes, em milênios, esta comunidade de Espíritos Puros, se reuniu próximo a Terra.

A primeira quando Deus desprendeu o orbe terrestre do Sol, (a criação dos outros planetas, do nosso Sistema Solar, também pode ter tido o mesmo processo), e entregou a Jesus a co-criação, estes Espíritos Puros, que trabalham com Jesus, se reuniram para começar a planejar os esboços, de nosso planeta, vamos dizer assim.

A segunda foi para programar e organizar a vinda do Cristo, até nós. O que não foi nada fácil.

Se para nós Espíritos ainda imperfeitos, encarnar num corpo como o nosso não é fácil, o Espírito se sente aprisionado, imaginemos Jesus, com a grandeza de espírito que ele tem, quantos séculos até milênios, foram necessários, para ele “apagar” sua luz e se preparar para reencarnar entre nós.

Sabemos que a luz de Jesus é imensa, temos testemunho disso, na transfiguração do Tabor, quando Jesus, se mostra tal qual Ele é na Sua Grandeza, para Pedro, João e Thiago, que mal puderam fixar os olhos nele, tamanha luz que irradiava do Cristo. Outro exemplo é quando Jesus apareceu para Paulo de Tarso na entrada de Damasco, que Paulo ficou cego com a luz de Jesus.

O objetivo deste livro, não é fazer comparações ou acrescentar, seja o que for às descobertas feitas pelas ciências, mas, mostrar o trabalho paralelo, exercido pela Espiritualidade, desde o momento do primeiro átomo.

Todos os grandes cientistas e descobridores foram grandes missionários, que vieram trazer conhecimento para alavancar o progresso do planeta.
Estes Espíritos já traziam estes conhecimentos, em si, e também foram intuídos pelos Espíritos amigos do Plano Espiritual. Todos eles fizeram suas “descobertas” de acordo com o que eles tinham de recursos na época.

Hoje ainda temos estes Espíritos missionários entre nós, trabalhando com os recursos de hoje, muitas vezes aprimorando o trabalho feito, por seus precursores. Podemos dar como exemplo destes missionários: Graham Bell, Charles Darwin, Pasteur, entre outros.

Todas as revelações que estes espíritos nos trouxeram, foram feitas gradativamente, de acordo com o grau de evolução e amadurecimento da humanidade.

Todos estes Espíritos, inspirados do Altíssimo, tiveram seus estudos, trabalhos e descobertas, revistas e muitas delas substituídas, de acordo com as novas descobertas feitas por novos missionários, mas mesmo assim, ele teve papel muito importante e fundamental, na evolução do Planeta e da humanidade, sendo os precursores das ciências atuais.

Vamos falar um pouco da criação do planeta.

Que força grandiosa, para conservar a grande bola de fogo, que acabara de se deslocar do grande astro, o Sol. De acordo com as Leis Divinas, iam se manifestar a inteligência Superior e a vontade Divina, durante milênios. Conforme aquela massa incandescente ia se solidificando, de acordo com a sua evolução, foram se testando e se adaptando várias formas de vida, até chagar no que ela é hoje.

Só não acredita em Deus, quem não quer, tudo neste mundo, foi feito pelo amor de Deus, em tudo tem a Sua Marca Divina, até em nós. Tudo foi feito pensando em nós, para que tivéssemos o melhor, neste planeta escola/hospital.

A grande "bola incandescente", onde o conflito das forças telúricas, ou melhor dizendo, a força gerada pelos três grandes reinos da Natureza, produto dos fluídos magnéticos mineral, vegetal e animal.

São essas forças que provocam os terremotos, explosões vulcânicas, e outros fenômenos naturais. E as energias físico-químicas, criam, como diz lindamente Emmanuel, o teatro da vida.

Neste grande laboratório, onde forças e energias se debatiam, foram feitos os grandes ensaios, para a edificação do Planeta Terra.

Todos estes procedimentos estão registrados na própria geologia do planeta, cada camada que se solidificou esta lá, onde teve água, há as marcas da água, onde houve tremores lá estão as marcas, outros exemplos são as minas de carvão, que comprovam a existência de florestas, de vegetação e os poços de petróleo que comprovam a existência de matéria orgânica, pois o petróleo é constituído de matéria orgânica fóssil. Poderemos estudar sobre isto mais detalhadamente no Livro A Gênese, de Allan Kardec, no capítulo VII (Esboço geológico da Terra).

Para completar, o processo de criação e transformação no planeta, continua até hoje, porque a vida não é estática ela obedece a Lei do Progresso, só que hoje esta transformação é mais lenta e sutil, do que nos primeiros tempos do planeta.

Em falar de criação não podemos esquecer a Lua, satélite natural da Terra.
Os trabalhadores do Cristo, reunidos com o Divino Mestre, decidem pela formação da Lua. Para que os trabalhos da formação do planeta corressem de forma harmoniosa, a criação da Lua seria imprescindível. Ela daria equilíbrio ao movimento de translação do planeta, que é o movimento que a Terra faz em volta do Sol, o qual estabelece o período de um ano e as quatro estações. O magnetismo da Lua seria e é de primordial importância, para a vida no planeta. Como sabemos a Lua, influência nas marés, nas plantações, nos partos, na reprodução das espécies.

Nada é por acaso, no reino e na criação Divina, tudo tem seu papel sua importância, para a harmonia e equilíbrio da vida.

Também no livro A Gênese, capítulo VI (Uronografia Geral), a parte que fala de satélites, nos explica mais detalhadamente, sobre a formação da Lua. Vale a pena ler.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Inconformismo






- Eu não suporto mais minha vida assim!

- O que acontece com sua vida, minha irmã? É tão dura assim?

- Dura? Duríssima! Insuportável! Desde sempre procuro minha identidade e não consigo me encontrar em nada, em ninguém...

- Conte um pouco mais, por favor.

- Não há muito que contar, senhor. Fiz uma faculdade de ciências contábeis, digna, diga-se de passagem, mas não me encontro nessa profissão. Aliás, nunca surgiu uma única oportunidade para que eu exercesse a profissão. Sempre “dando cabeçadas” e nada. Fiz de tudo um pouco: fui massagista, manicure, artista plástica, bailarina, trabalhei em bares, em escritórios e advocacia como recepcionista, até que minha irmã me convenceu a prestar um concurso público para trabalhar em banco e eu passei.

- Isso foi bom para você, minha irmã? Um trabalho fixo, com um salário garantido, segurança...

- Eu odeio, odeio, trabalhar no banco!

- Por qual razão?

- Eu me sinto emburrecida! As pessoas de lá me fazem sentir uma burra, uma incapaz! Até que saio de casa com vontade de ir, mas a cada dia encontro mai pessoas intolerantes, difíceis, enfim, um ambiente horroroso! Desagradável! Insuportável, mesmo!

- Assim é realmente difícil!

- Ainda bem que o senhor concorda comigo...

- Ao contrário, minha irmã, eu discordo plenamente de você.

- O quê? Não entendi!

- Fica difícil manter esse padrão de pensamentos continuamente como você mantém, minha irmã. Não há como sustentar a vida permanecendo o tempo todo com uma mentalização ligada à insatisfação. Isso faz com que você derrame sobre o próprio organismo uma vibração deletéria, desordenada, que gera paulatinamente uma desagregação e finalmente doenças.

- É, eu tenho tido dores o tempo todo. Passo mal, tenho náuseas, mal estar, vertigens, fico incomodada internamente o tempo todo.

- Pudera, moça, você mesma nutre isso em seu organismo, mantendo pensamentos de insatisfação o tempo todo e, pelo que você descreveu, “desde sempre”!

- Mas como eu posso ficar bem se tudo dá errado em minha vida? Além disso, o senhor está me acusando de ser culpada pelo meu próprio sofrimento? É isso mesmo?

- Não, minha irmã, eu não acuso você de nada. Apenas estou dizendo que discordo de um ponto de vista seu e que você tem o poder de mudar as diretrizes de sua vida se tiver um objetivo mais interessante de valorizar o que tem conquistado em sua jovem vida!

- Mas o que foi que eu conquistei? Não tenho um namorado, não ganho de salário o quanto gostaria e mereço ganhar. Estou de mão atadas, sem possibilidade de fazer coisa alguma! Tenho tudo para ser infeliz e sou infeliz! Aliás, foi por isso que eu vim aqui, para que o senhor me ajudasse a ser feliz, a mudar as coisas da minha vida para que eu possa pelo menos ver uma luz no fim do túnel, por que até agora, com quase quarenta anos eu não vi!

- Onde você mora?

- Com meus pais.

- Tem seu quarto?

- Tenho, sim senhor.

- Tem seu carro?

- Claro que tenho!

- Fez faculdade de ciências contábeis, não foi?

- Foi o que eu lhe contei, mas fiz também de letras e direito.

- É uma moça bonita, de aparência saudável, bem cuidada, com boa higiene, dentes bem cuidados. Mas falta uma coisa para que você “veja uma luz no fim do túnel”. Apenas uma coisa.

- E qual é?

- Dar valor a tudo que tem e tudo que conquistou na vida.

- E por acaso eu não dou?

- Certamente não. Se desse, não estaria aqui conversando comigo com tanta amargura no coração. Se você quiser, o Espiritismo pode lhe ajudar, mas sugeriria também que, dentro de suas possibilidades, buscasse fazer um tratamento terapêutico, para autoconhecimento, pois isso lhe faria muito bem.

- Pois eu não preciso de terapia alguma! Dou conta de mim mesma. Sempre fui auto-suficiente e continuarei sendo. Muito agradecida...


psicografia recebida no NEPT em 20 de setembro de 2012

Militão Pacheco

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Depende...




- Gostaria de fazer uma pergunta...

- Pois não, meu irmão! Queira Deus que eu possa auxiliá-lo!

- Eu pretendo montar um negócio, um comércio... Sei lá fico tão sem jeito de perguntar isso, mas minha mulher insistiu tanto que eu perguntasse e aqui eu estou... Será que vai dar certo?

- Depende!

- Como assim? Depende de quê?

- Esse seu projeto envolve quem?

- Ah, sim, é verdade... Eu e meu primo. Juntos, queremos dar uma guinada na vida e poder ter um pouco mais de paz!

- Então, depende ainda mais!

- Como assim? O senhor está me deixando confuso!

- É que quanto mais pessoas se envolvem em um projeto, em um trabalho, seja ele da espécie que for, mais variáveis precisam ser consideradas. Cada pessoa carrega consigo um universo particular composto pelas suas experiências anteriores e pelas suas aspirações com relação ao futuro. Muitas vezes não há congruência entre as “formas pensamentos” daqueles que constituem o projeto formado e, desta maneira, há a geração de um fulcro de complexas divergências que levam a delicada formação de uma espécie de rede de dificuldades nem sempre de fácil solução.

- Então, não vai dar certo?

- Eu não disse isso!

- Mas então, o que o senhor disse?

- Disse que depende!

- Mas, depende de quê?

- Do livre arbítrio de todos os envolvidos no projeto!

- Como assim?

- Assim, simples, meu amigo. Se todos fizerem o esforço na mesma direção, se não houver obstáculo que a própria natureza do projeto pode se deparar na trajetória, se tudo tiver sendo favorável para que este projeto seja vitorioso, então ele dará certo!

- Ah, mas disso eu já sabia! Não precisaria vir aqui para ouvir isso!

- Exatamente!




Psicografia recebida no NEPT em 19 de setembro de 2012.

Militão Pacheco

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Divórcio e Espiritismo




Como encarar o princípio "Não separeis o que Deus Uniu" nos colocado pelo próprio Jesus e utilizado durante tanto tempo para significar a bênção religiosa a um matrimônio? O Espiritismo adota esse princípio em algum momento para afirmar alguma união seja duradoura ou não, abençoando-a ou não? Como encara essa afirmação de Jesus?

O próprio Kardec no cap. XII de "O Evangelho Segundo o Espiritismo", tratou desta afirmativa. No próprio diálogo narrado por Matheus, Jesus se reporta à dureza do vosso coração, como causa da separação entre marido e mulher. Deus une pelo amor. Quando existe o amor e a afeição não existe a separação. O Espiritismo é uma Doutrina de liberdade e responsabilidade, cada um de nós é livre para tomar as decisões que nos competem. No entanto, recolhemos em forma de bênçãos ou aflições o resultado de nossas próprias atitudes.

Dentro da questão do divórcio e das relações afetivas, gostamos de citar Emmanuel, um profundo conhecedor da alma humana, quando nos diz que "a Sabedoria Divina jamais institui princípios de violência, e o Espírito com quanto em muitas situações agrave os próprios débitos, dispõe da faculdade de interromper, recusar, modificar, discutir ou adiar, transitoriamente, o desempenho dos compromissos que abraça."

Será que o divórcio pode ser parte do aprendizado que temos que viver, ou será que é uma "desistência" nos compromissos que assumimos perante a espiritualidade?

Acreditamos que a maioria dos divórcios esteja na conta das desistências ou fugas que realizamos ao longo da nossa vida. A responsabilidade de cada um de nós é que muda em relação às situações que se apresentam. Muitas vezes os casamentos são desfeitos em concordância dos parceiros, digamos "Desistência a dois?", que não causa grandes perdas. Em outras situações, um dos parceiros pode se sentir bastante lesado nos seus sentimentos. Cada caso é diferente e, portanto, as responsabilidades também.

O divórcio, muitas vezes, não é tão suave como descrito: "separar o que já é separado", mas acompanhado de muita carga de ódio, mágoa, ressentimento e dor. Seria em relação a esses casos que o espírito Emmanuel certa feita nos falou sobre "não arrebentar os nós que podemos desatar"? Como encarar esse princípio no caso de um divórcio que se aproxima?

É perfeita a fala do nosso querido Emmanuel, conquanto nem sempre sabemos agir no sentido de desatar e não romper. Acredito que este é um dos grandes aprendizados que precisamos realizar, agora que, racionalmente, entendemos o valor das ações pacificadoras nas nossas vidas. Veja bem que eu disse, racionalmente, viver isto é colocar este entendimento no sentimento. Em relação às separações, Emmanuel nos fala que o melhor é que não sejamos nós aqueles que a busquemos, mas quando nosso parceiro quiser partir que nós o libertemos. O significado desta libertação é o trabalho interno de nossas almas no sentido de não acolhermos mágoas, ressentimentos, ódios. É um exercício que precisamos começar a realizar.

Serão os filhos motivo para se manter uma união em que não existe amor? O espírita deveria continuar com o cônjuge pelo bem dos filhos, mesmo que não o ame mais?

De que amor estamos falando? Que tipo de amor temos buscado? Estamos falando de amor, ou romance eterno, ou sentimento de plenitude constante? Entendemos que a separação deve acontecer no momento em que o convívio entre os dois cônjuges esgotou todas as possibilidades e pode levar a um mal maior, neste caso é preferível a separação. Os filhos são sempre um motivo para se tentar, com boa vontade, resolver as situações delicadas que se apresentam dentro de um casamento de forma a dar-lhes segurança para seu desenvolvimento. Em "O Evangelho Segundo o Espiritismo" encontramos os seguintes dizeres: "Quis Deus que os seres se unissem não só pelos laços da carne, mas também pelos da alma, afim de que a afeição mútua dos esposos se lhes transmitissem aos filhos, e que fossem dois, e não um somente, a amá-los, a cuidar deles e a fazê-los progredir."

Quanto ao princípio não separar o que Deus juntou, como podemos ver o amor neste principio?

Eu entendo que o que Deus juntou, juntou com amor, porque o amor é a essência do Universo. No momento em que aprendermos a amar INCONDICIONALMENTE, o que significa dizer não às nossas próprias necessidades, não haverá mais separação para nós.

Muitos dizem que nos programamos os casamentos ainda na espiritualidade, como entender o número crescente de divórcios?

Realmente muitos, ou a maioria dos casamentos, é programada ou acertada no plano Espiritual, no entanto nos diz também Emmanuel que a maioria dos casamentos, aqui na Terra, visa reajustes, ou seja, são casamentos provacionais e certamente o relacionamento não será dos mais fáceis. Enquanto desencarnados podemos perceber com muita clareza a extensão de nossos débitos e aceitamos nos reunir para diminuir ou saldar estes mesmos débitos. Uma vez encarnados, com a benção do esquecimento dos desajustes passados, nos deixamos envolver, mais uma vez, pelos prazeres que o mundo nos oferece e voltamos quase sempre a falir nos compromissos assumidos. O número crescente de divórcios deve-se a um entendimento equivocado de felicidade e objetivos principais de estarmos vivos.

Uma vez que as pessoas devem estar unidas por sentimentos, e que toda a hipocrisia será posta à vista depois da morte, porque agüentar um casamento infeliz?

Na realidade não temos que agüentar um casamento infeliz. o que realmente precisamos é tentar transformar esta infelicidade. Tudo nos é lícito mas nem tudo nos convêm. Quando "agüentamos" um casamento infeliz, na maioria das vezes não estamos construindo uma relação saudável. O que buscamos não é "agüentar" é transformar, buscar soluções, buscar observar a vida sob um outro ponto de vista, estendendo as nossas percepções para além de nosso mundo acanhado.


Respostas de Regina De Agostini em 25/02/2000, no Rio de Janeiro, em Palestra Virtual
promovida pelo IRC-Espiritismo.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

A ira.





Na vida atual, nos dias de hoje, passando pelas ruas, observando os automóveis, nós temos a percepção de que o sentimento predominante não é um sentimento construtivo.

As pessoas abandonam a urbanidade, os bons modos, a gentileza e a educação, deixam de lado a diplomacia do convívio.

Carregam consigo um grande lastro de ira e de revolta.

Parece que a ira, o despejar de palavras revoltosas, tem se transformado no grande escoadouro das insatisfações humanas, mas nos parece evidente também que este comportamento tem causado na humanidade um grande numero de moléstias, de doenças, de tal sorte que vemos essas pessoas que esquecem que viver de bom humor faz bem à saúde e estão cada vez mais adoecidas.

A grande terapeuta para quem quer que seja, sem qualquer sombra de duvida, é o amor.

Abandonar estes costumes azedos, amargos, desnecessários, mudar os hábitos das palavras, eliminar os palavrões do dicionário, julgar menos para servir mais.

Desenvolver a indulgência, a compreensão, a tolerância.

Seguir basicamente aquelas velhas instruções que recebemos há dois mil anos e que parecem esquecidas na maioria das pessoas.

A ira meus irmãos, em todas as suas graduações, mata.

Que Deus nos abençoe.

Psicofonia recebida no Nept em 12/09/2012

Aprender a fazer




A sabedoria popular afirma que "na prática a teoria é diferente". É uma frase um tanto mal elaborada, mas expressa bem o entendimento de que só a teoria não resolve.

Na hora de aplicar o conhecimento surgem dificuldades que só serão superadas com o exercício, com a prática. Realmente entre o saber e o fazer há grande diferença. Achamos que sabemos, mas quando vamos fazer nos damos conta de que, na verdade, não sabíamos.

A Pedagogia, que é a ciência da educação e do ensino, nos esclarece que só aprendemos, verdadeiramente, fazer, fazendo. Ou seja, só podemos dizer que sabemos algo depois que o praticamos, e não, por informações ou teoria. Em outras palavras, só aprendemos a nadar, nadando; aprendemos a tocar um instrumento musical, tocando esse instrumento; aprendemos uma profissão, trabalhando nela.

O conhecimento teórico, a informação, é de grande utilidade, mas não basta. Só ele nada resolve. É como a seta que nos indica a direção, a placa de sinalização na estrada que nos informa o roteiro a seguir, para chegarmos ao destino desejado. Ela é importante, mas se ficarmos só com a informação e não realizarmos o trajeto, nada terá valido.

As palavras de Jesus são claras: "Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as fizerdes". Felizes se as fizermos, se as praticarmos, e não apenas por saber. Que "coisas" são estas? Naturalmente são os ensinos sobre as questões espirituais, sobre como convivermos com o nosso próximo, como nos relacionarmos, enfim como vivermos para alcançar a finalidade de nossa vida que é a evolução espiritual. É o perdão, a tolerância, a solidariedade, a fraternidade, o amor.

O Mestre resumiu todos os ensinos em "amar a Deus sobre todas as coisas, e amar o próximo como a nós mesmos". Emmanuel, com a sabedoria que lhe é peculiar, considera que "todas as seitas religiosas, de modo geral, somente ensinam o que constitui o bem. Todas possuem serventuários, crentes e propagandistas, mas os apóstolos de cada uma escasseiam cada vez mais". Apóstolo é o que vive o ensinamento, que exemplifica, que exige de si mesmo, e não dos outros.

A advertência de Emmanuel é oportuna, porque, muitas vezes, ficamos empenhados em aprender, em conhecer sempre mais, e queremos divulgar os ensinos, e esquecemos do mais importante que é a sua aplicação. É como se estivéssemos doente, fôssemos ao médico, exames, diagnósticos concluídos; recebemos a receita. Compramos os medicamentos mas os deixamos na prateleira, não os utilizamos.

A enfermidade não vai ser debelada, é preciso tomar o medicamento, fazer o tratamento como indicado. E que pensar daquele que fica procurando passar o medicamento para outras pessoas?.. André Luiz nos lembra que não devemos gastar o tempo na tentativa ansiosa de divulgar princípios que nós mesmos não conseguimos, ou não queremos, vivenciar. Nesse caso, falta autoridade ao divulgador, e sua atividade tem um pouco de hipocrisia, porque prega para os outros aquilo que ele não experimenta, não procura aplicar em sua vida.

Alguém poderá dizer: Mas se formos esperar, alguém que vive integralmente os ensinos para poder divulgá-los, não haverá divulgador, porque todos somos imperfeitos. Concordamos, em parte, com o argumento. É claro que somos imperfeitos e que ninguém, ainda, vive, plenamente de acordo com os ensinos, mas não podemos nos acomodar com as nossas imperfeições.

Necessário estarmos sempre conscientes de que o valor da palavra, a autoridade do divulgador depende sempre daquilo que ele é, de como ele pensa, sente e age. Paulo já nos alertava que ele podia falar a língua dos Anjos, isto é, ensinar muito bem, com as palavras mais belas possíveis, mas se não tivesse caridade, isto é, se não sentisse amor, solidariedade, interesse pelos ouvintes, seria como um sino.

Há algum tempo ouvíamos a exposição de uma grande educadora. Uma pessoa da assistência perguntou: O que fazer com o aluno que não tem interesse em aprender, que só procura criar dificuldades para o professor na sala de aula, enfim aquele jovem mal comportado que só cria problemas, demonstrando total falta de interesse pelo aprendizado? A educadora, depois de falar em técnicas, em recursos pedagógicos a serem utilizados, concluiu: "O êxito do educador, em último caso, dependerá da sua capacidade de amar, da sua vontade sincera em ajudar o educando".

Acentua Emmanuel: "Há sempre vozes habilitadas a indicar caminhos. É a palavra dos que sabem. Raras criaturas penetram valorosamente a vereda, muita vez em silêncio, abandonadas e incompreendidas. É o esforço supremo dos que fazem. Jesus compreendeu a indecisão dos filhos da Terra e, transmitindo-lhes a palavra da verdade e da vida, fez a exemplificação máxima, através de sacrifícios culminantes."

E mais adiante: "Somente os que concretizam os ensinamentos do Senhor podem ser bem-aventurados. Aí reside, no campo do serviço cristão, a diferença entre a cultura e a prática, entre saber e fazer".

sábado, 15 de setembro de 2012

Drogas





- Preciso saber se minha filha está usando drogas, senhor!

- Por qual razão a senhora precisa saber disso?

- Por que me apavora pensar na possibilidade de que ela seja uma drogada! Isso, só de pensar, me dá arrepios!

- Mas... O que a senhora faria se porventura seja ou venha a ser usuária de drogas?

- Não sei dizer...

- Se a senhora quer tanto saber sobre essa possibilidade, certamente a senhora tem em mente alguma reação, alguma postura caso sua suspeita fosse confirmada!

- Então... Eu acho que vou tentar entender, sabe? Acho mesmo! Mas na verdade, ao pensar, eu sinto o sangue subindo nas têmporas, meu coração acelera e me dá ódio! Ela não tem o direito de fazer isso comigo! Não tem! Dei tudo de mim para essa menina. Dei do bom e do melhor a vida toda!

- E o que tem isso?!

- Como assim, “o que tem isso”? O senhor ficou maluco? Tem tudo a ver! A minha vida inteira foi dedicada a essa criança! Trabalhei muito, duro, sem repouso, em ambientes hostis, chegando em casa exausta, arrebentada, louca por uma refeição, banho e cama, dia após dia...

- Prossiga, por favor!

- Foi minha vida toda dedicada a ela! Melhores escolas, melhores roupas, alimentação de primeira qualidade, melhores médicos, nutricionistas, ginástica, aulas de inglês, francês, tudo do melhor, tudo para ela! Ela não pode me trair! Não pode!

- Minha senhora, vou me atrever a lhe perguntar quantas vezes a senhora teve momentos de lazer com sua filha? Em quantas oportunidades a senhora pousou aquela linda cabecinha em seu colo e lhe afagou os longos cabelos? Em quantas ocasiões vocês duas puderam conversar como amigas, para que sua filha pudesse lhe confidenciar as dúvidas da infância, as ansiedades normais da adolescência? Quantas vezes vocês riram juntas, comentando sobre as pequenas bobagens que a vida nos oferece?

- Com que tempo, meu senhor? Com que tempo? Não acabei de lhe contar que minha vida foi um imenso sacrifício em prol dela mesma? Que vivi minha vida para ela? Nunca me importei comigo para que ela florescesse como criatura de Deus em vida e sucesso, para cresça e venha a constituir a família que não pude ter por conta de o pai dela ter me abandonado logo após o nascimento dela, que, a partir daí, passou a ser a razão de minha vida! Queria, de qualquer modo, suprir todas as suas necessidades!

- Quais necessidades, senhora?

- Todas!

- Mas, e o seu amor? Seu carinho? Sua ternura? Sua amizade? Sua cumplicidade?
Silêncio...

- É verdade! – aos prantos – eu me concentrei muito mais nas necessidades que talvez não tenham tanta importância...

- Vamos, em nossas preces, rogar a Deus que sua filha não tenha feito amizades diversas e tomado atalhos equivocados nesse inicio de vida. Embora seja jovem demais, muitas cicatrizes podem ser deixadas em situações assim.

psicografia recebida no NEPT em 15 de setembro de 2012

Militão Pacheco

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Perdido?





- Perdido?

- Acho que sim! Não sei bem onde estou...

- Recorda de alguma coisa, por pequena que seja? Algum detalhe?

- Não sei... Talvez um hospital? Uma maca, uma enfermeira...

- Lembra por onde tem andado?

- Tenho tentado encontrar minha casa, mas rodo, rodo e não encontro!

- Consegue me dizer onde fica sua casa?

- Na verdade não! É confuso! Tenho em minha mente a imagem dela, mas não sei dizer onde ela é...

- Por qual razão precisa ir para casa?

- Ué? Por que não iria para casa? É para lá que vou sempre!

- Já parou para perceber como você está? Quais suas condições físicas?

- Não... Há algo errado comigo?

- Olhe-se, irmão, olhe-se!

- Meu Deus! O que aconteceu comigo?

- Você sofreu um acidente e pelo jeito, grave...

- É verdade! Por isso eu me lembro de um hospital...

- Certamente você foi atendido em um hospital após esse tal acidente, não é verdade?

- Então, mas como me deixaram sair assim, todo sujo e ensanguentado? Que coisa horrível!

- Eles não deixaram você sair assim, meu irmão, você saiu assim por estar à deriva.

- Mas eu não podia sair assim, nesse estado! Parece que tenho vários ossos quebrados e tem sangue por todo lado...

- Isso mesmo! Se você estivesse numa situação habitual, seu corpo físico não permitiria que você andasse nessa situação!

- Mas então, como estou andando?

- Preste atenção em você mesmo, meu irmão. Preste atenção!

- O que aconteceu comigo?

- Você nem imagina?

- As cenas, as coisas que aconteceram! Estou me lembrando agora! Nossa! Que capotada! Caramba, o SAMU está me levando de helicóptero!

(Silêncio demorado)

- Quer ajuda, irmão? Posso ajudá-lo!

- Eu preciso, por favor!

- Então entre nessa Casa Espírita. Lá irmãos em nossa situação e irmãos ainda encarnados irão ajudá-lo. Venha, fique em paz!

psicografia recebida no NEPT em 14 de setembro de 2012

Militão Pacheco

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Exigências






- Primeira vez que a senhora vem aqui?

- Sim senhor, primeira vez. Onde posso ser atendida? Estou com problemas horríveis! O senhor nem acreditaria!

- Melhor a senhora passar pelo atendimento fraterno. Lá poderá expor suas dificuldades e será adequadamente atendida, fique segura.

- Mas, quem faz o atendimento? É de confiança? Posso me abrir de verdade?

- Hoje quem atende é nosso companheiro Maurílio e fique tranquila, pois os médiuns da Casa são todos preparados para atender com segurança e ética.

- É como se fosse um terapeuta?

- Isso mesmo, mas todos os médiuns que fazem o atendimento fraterno são inspirados por Entidades Espirituais que são os verdadeiros responsáveis pelo trabalho na esfera mediúnica.

- Então quer dizer que não é o próprio médium quem atende, é o Espírito?

- Não senhora, o médium não atende “incorporado”, apenas inspirado pelos planos mais elevados da vida, como precisa ser para que as pessoas sejam bem amparadas e conduzidas pelo Evangelho de Nosso Senhor.

- Mas eu queria passar em atendimento por um médium “de verdade”, sabe, aquele que fica incorporado e o Espírito fala tudo, tudinho, até sem a gente perguntar.

- Mas, senhora, nossa Casa não é um oráculo! É apenas uma Casa Espírita e tem por objetivo a nossa transformação moral para o Bem, como Jesus Cristo nos orienta em seu Evangelho...

- Ah,mas pessoas comuns não vão poder me ajudar. Preciso de um “médium de verdade”! Não tem nenhum nesse Centro Espírita, pelo amor de Deus?

- Não senhora, infelizmente todos somos simples médiuns tentando ter boa vontade para o trabalho e esforçados para afastar de nós nossas próprias imperfeições...

- Então não vai dar! Eu vou embora, por que esse lugar é muito fraco para mim!

- Deus a ampare, senhora...

psicografia recebida no NEPT em 13 de setembro de 2012

Militão Pacheco

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Histórias






A moça aguardava por passar no atendimento fraterno e sua mente fervilhava de perguntas e dúvidas que guardava consigo.

Qual a razão de tantas frustrações amorosas? Por quais motivos não acertava de vez com um rapaz? Cinco namoros, uma vez noiva e tudo foi “por água abaixo”...

Tristeza...

Enquanto aguardava fica pensativa e ao mesmo tempo olhava o vai e vem das pessoas que participavam das atividades do centro espírita. Era impressionante de ver como um lugar tão pequeno acolhia tanta gente!

Sua amiga, que a levara, já havia se envolvido em algum tipo de trabalho nos fundos.

Ela não entendia bem do que a amiga falava... Algo como “leitura fraterna”! Sei lá o que é isso... Soa estranho!

Notava a chegada de mais pessoas, o movimento do bazar, na livraria, da biblioteca e o burburinho da lanchonete que ficava do outro lado.

Aquilo tudo tinha muita vida! Bonito de ser visto e vivido. Pena que ela mesma não se sentia alegre o bastante para pensar em ajudar em alguma coisa... Tristeza!

Aquilo que a moça havia dito no outro Centro Espírita ficava martelando sua cabeça.

Será que tudo isso que ela estava passando, já com vinte e quatro anos de idade, selava sua vida? Não havia de ter jeito para ela encontrar alguém que pudesse passar a vida com ela? Seria uma vida solitária? Sem ninguém, sem filhos, sem marido? Meu Deus! Por quê?

- Bom, a tal da moça disse que eu fui uma traidora! Que tive vários maridos e que agora era a oportunidade de pagar pelos meus erros! Às vezes eu não me incomodo e acho que tudo bem, que se é para ser assim, vamos em frente assim mesmo! Mas tem horas que eu me sinto com um vazio tão enorme dentro de mim, parece que a vida não tem sentido, pensar que vou ficar só a vida toda! Dá até dó de mim mesma! Que vergonha ter dó de mim mesma! Mas eu tenho!
É... Seus pensamentos eram assim desde aquela ocasião em que ela foi àquela casa espírita. Foi bem atendida, com atenção e carinho. Mas escutou essas “verdades” que ecoam em sua mente com muita frequência.

Agora chegou a sua vez de ser atendida na “nova” casa espírita. Um novo sopro de esperança, semeado pela amiga que a levou para ouvir uma “outra opinião” sobre o assunto.

Vamos ver o que sai desse atendimento fraterno...

- Boa noite, milha amiga! – disse com carinho a médium responsável pelo atendimento.

- Boa noite!

- Como se chama?

- Débra.

- Débora?

- Não, Débra, mesmo. Acho que erraram no cartório! E sorriu!

- Tudo bem, Débra! Vamos tentar ser úteis nesta sua vinda! O que lhe aflige?

- Não sei bem, eu estou meio confusa...

- Coisa de coração não é minha amiga?

- É isso mesmo! Coisas de coração! (ficou um pouco impressionada com a colocação tão direta sobre o problema dela)

- Pois então! Não há qualquer razão para que você fique com ansiedade, Débra! As coisas da vida seguem um rumo natural, como você deve imaginar. E sua vida terá seu curso natural, como de todos nós!

- Mas, será que terei um companheiro? Uma família? – extravazando sua imensa ansiedade.

- Tão difícil responder as coisas assim, Débra! Mas, você é muito jovem – quantos anos tem? Vinte e três, vinte e quatro?

- É, vinte e quatro anos!

- Então, moça, você é muito jovem! A vida está apenas se descortinando para você!

- Ah, mas eu já tive tantas experiências difíceis! Já fui noiva e não deu certo! Aliás, nada disso dá certo para mim! Parece que não nasci para ter alguém e para constituir família, mesmo!

- Não diga isso! Ninguém pode afirmar disso, particularmente nessa idade em que você está! Somente Deus pode ter esse conhecimento.

- Mas já me disseram que eu fui uma grande traidora em outras vidas e que agora terei de pagar pelo que fiz no passado! – sua voz ecoava soturna.

- Nada disso! Você é jovem, bonita e inteligente! Tem uma família linda que a ama muito!

- Como sabe?

- Eu vejo! Os Espíritos, os Guias Espirituais da Casa me mostram Débra!

- Então a senhora pode ver se eu fui uma grande traidora na vida passada?

- Como assim, Débra? Do que você está falando?

- É que em outro lugar que eu fui me disseram que nessa vida eu não terei ninguém por que na outra vida eu tive muitos homens, muitos amantes e não respeitava ninguém. Agora tenho de pagar pelos meus erros...

- É, moça, as coisas não são assim, não... Ninguém pode afirmar que você tenha feito tais coisas, como foi dito. Perdoe, mas acredito que tenha havido um equívoco nas colocações para você.

- É, mas eu não consigo tirar essas coisas da cabeça e isso tem me deixado confusa. Às vezes eu acho que tudo bem ficar sozinha e às vezes acho que é injusto não poder construir uma família...

- E você tem certa razão. A natureza nos conduz para isso. Em nosso íntimo há muito que considerar para constituir família e não deveríamos simplesmente ignorar essa possibilidade em nossa vida, particularmente se somos ainda jovens como você é e com potencial para isso, embora , como você disse, tenha tido decepções amorosas. Não há outra possibilidade que não seja o equívoco de um médium que esteja causando sofrimento a você. Então, Débra, comece a fazer uma reciclagem de seus pensamentos. Faça um tratamento aqui nesta Casa, para seu apoio. Procure ouvir as leituras fraternas, venha tomar passes, tente ler obras espíritas dignas que lhe inspirem confiança e alegria. Dê a si o direito de reconsiderar tudo o que ouviu e lembre-se de que ninguém pode afirmar quem você foi ou o que você fez em encarnação anterior.

- Não pode mesmo?

- Claro que não! Pode até ser visto como algo leviano, moça! Não há razão para que a espiritualidade superior permita essas informações, sabendo do risco que a pessoa tem de se desequilibrar em função disso, como aconteceu com você, nessa situação.

- É verdade, eu fiquei completamente perturbada esse tempo todo!

- Então, Débra, relaxe a mente, acalme o coração. Tenha confiança na Vida, no futuro e em Deus. Faça como lhe pedi: venha, tome seus passes semanalmente e tudo mais. Aqui está uma fichinha com as diretrizes para que você comece vida nova!

- Então eu não fui uma grande traíra?

- Ninguém pode afirmar isso, moça! Ninguém! Fique tranquila com relação a esse ponto. Deixe sua vida acontecer naturalmente, não mantenha esses medo em seu coração e tampouco essa culpa inútil que você tem carregado sem qualquer necessidade. A vida precisa seguir seu rumo, de forma completamente independente das vidas anteriores. O que tivermos de colher de frutos, iremos colher. Mas há o momento adequado e somente Deus pode prover essas questões a nós todos, seus filhos, suas criaturas.

- Então eu posso “me” sentir livre! Graças a Deus! Muito obrigada! Não sei como agradecer! Muito obrigada!

- Não há o que agradecer moça! Vá lá e cuide de você! É tudo o que precisamos! Jesus a acompanhe!

E lá se foi Débra, para sua nova etapa de vida, desprendida de compromissos que haviam “plantado” em sua mente ainda ingênua, em um atendimento de boa intenção, mas cultivado em preconceitos e equívocos doutrinários.

Deus nos abençoe!

Psicografia recebida no NEPT em 12 de setembro de 2012.
Militão Pacheco

terça-feira, 11 de setembro de 2012

O administrador infiel




Certo grupamento angélico buscando melhor compreender os mecanismos da evolução da alma humana e seu livre-arbítrio, estudava antigos documentos sobre a história da civilização de um planeta, chamado Terra.

Ali, vencidos os estágios evolutivos a partir dos organismos primitivos da natureza e alcançada a condição hominal, por incontáveis séculos a selvajaria da espécie havia se constituído em um único e premente mecanismo de sobrevivência, impressionando fortemente seus registros mentais.

Dobradas as incontáveis eras, após longo tempo de sofrimento e experiências angustiosas, a espécie humana enceta então seus primeiros passos em direção à civilização.

Mas um fato admirável se destaca, para surpresa daquelas estudiosas entidades! não eram os sábios ou os filósofos que estavam a moldar os contornos do porvir, no planeta. Cabia tão essencial iniciativa aos espíritos gananciosos e empreendedores; aos comerciantes e aos articuladores das políticas de hegemonia.

As necessidades básicas promovem o trabalho, estimulam o cultivo, a lavoura, a caça; mas as regras da troca e do lucro são definidas pela inteligência e pela ambição.

Chocados pela inusitada observação, foi indagado do Pai Eterno quanto ao papel dos filósofos, dos idealistas e mártires, que no conceito geral eram os legítimos credores de todos os formidáveis impulsos da marcha civilizatória.

Com sua proverbial paciência o Senhor da Vida, remexendo em um imenso e antiquado cofre, dali retirou um pergaminho onde se encontrava grafada uma das mais brilhantes parábolas de um certo espírito chamado Jesus, que há milhares de anos havia encarnado naquele planeta, e era de sua concepção essa delicada jóia do pensamento espiritualista.

Parábola do administrador infiel

(Jesus, em Lucas XVI, versículos de 1 a 12)

E Jesus disse aos seus discípulos: "havia um homem rico, que tinha um administrador; e este lhe foi denunciado como esbanjador dos seus bens. 2-Chamou-o e perguntou-lhe: que é isto que ouço dizer de ti? Dá conta da tua administração, pois já não podes mais ser meu administrador. 3-Disse o administrador consigo: Que hei de fazer, já que o meu amo me tira a administração? Não tenho forças para cavar; de mendigar tenho vergonha. 4-Eu sei o que hei de fazer para que, quando for despedido do meu emprego, me recebam em suas casas. 5-Tendo chamado cada um dos devedores do seu amo, perguntou ao primeiro: Quanto deves ao meu amo? 6-Respondeu ele: Cem cados de azeite. Disse-lhe então: Toma a tua conta, senta-te depressa e escreve cinqüenta. 7-Depois perguntou a outro: E tu, quanto deves? Respondeu ele: Cem coros de trigo. Disse-lhe: Toma a tua conta e escreve oitenta. 8-E o amo louvou o administrador iníquo, por haver procedido sabiamente; porque os filhos deste mundo são mais sábios para com a sua geração que os filhos da luz. 9-E eu vos digo: granjeai amigos com as riquezas da iniqüidade, para que, quando estas vos faltarem, vos recebam eles nos tabernáculos eternos. 10-Quem é fiel no pouco, também é fiel no muito; e quem é injusto no pouco, também é injusto no muito. 11-Se, pois, não fostes fiéis nas riquezas injustas, quem vos confiará as verdadeiras? 12-E se não fostes fiéis no alheio, quem vos dará o que é vosso?

Quedaram-se todos, absortos e admirados, pois em princípio aquilo não fazia tanto sentido como quisera demonstrar o Todo Poderoso.

Resolveram, estimulados pelo Sapientíssimo, re-estudar as palavras daquele que foi o maior dos Mestres Crísticos a visitar a Terra.

No frontispício do encarquilhado volume encontrava-se a seguinte anotação:

"...enquanto o espírito do homem se engolfa em cálculos e raciocínios, os Evangelhos de Jesus não lhe parecem mais que repositório de ensinamentos comuns; mas quando se lhe despertam os sentimentos superiores verifica que as lições do Mestre têm vida própria e revelam expressões desconhecidas da inteligência..." (A. Luiz).

Perceberam então, que o texto que lhes fora oferecido, continha vasto material para a investigação sobre o comportamento humano e sua história.

Interpretação da parábola

Em termos gerais o Mestre da Galiléia nos advertia para que fôssemos "tolerantes e até mesmo agradecidos" para com aqueles que supomos iníquos, gananciosos e infiéis (versículo 8 ...e o amo louvou o administrador iníquo), pois que na verdade prestam um serviço à causa da humanidade, no fomento da economia e do progresso. Eles, e somente eles, estão capacitados a realizar aqueles cometimentos, pois em termos evolutivos encontram-se desonerados, consciencialmente, dos impositivos abrangentes da moral e da ética cristã, os quais poderiam obstacular tal avanço. - (versículo 8) "os filhos deste mundo são mais sábios para com a sua geração que os filhos da luz."

Analisemos o papel de cada personagem.

O Homem rico: - como em todas as parábolas onde existe um senhor, quer seja ele dono de uma vinha, ou um pai de família, estará este personagem representando a providência divina ou o "Pai Celestial", e seus julgamentos e sentenças encerram a essência do ensinamento trazido e detêm o aval das esferas superiores.

O Administrador Infiel - Os Filhos Deste Mundo e a Sua Geração.

A malversação consciente de talentos e patrimônios a nós confiados, tem-nos constrangido à rigorosa prestação de contas ao longo do carreiro evolutivo.

O administrador infiel, assim apodado pelos que o acusavam, representa hoje, os possuidores de grandes bens e negócios, provocando a revolta e o despeito dos que lhes sofrem as imposições.

A bem da verdade, era aquele administrador da parábola bastante competente, e assim que a situação o exigiu, habilmente reverteu uma situação de perda irreparável, em investimento futuro, favorável ao seu amo, pois não apenas preservou o ritmo dos negócios como também a cordial e amistosa relação com a clientela.

Uma característica notável dos mundos de expiações e provas é o convívio providencial e necessário entre criaturas incipientes nas questões espirituais, para as quais a matéria ainda é parâmetro aferidor das mais importantes conquistas - "mordomos dos bens terrenos" - e aquelas outras que, em testemunhos de fé, razão e lógica, razoavelmente aquinhoadas na área do conhecimento espiritual (religioso, se o preferirem) podem prestar contributo significativo para o equilíbrio moral e para a paz, no ambiente planetário - são os filhos da luz.

Os primeiros, buscando maiores lucros movimentam a economia, estimulam as pesquisas, dão impulso ao progresso material e fornecem o pão do trabalho ao imenso aglomerado humano que dele necessita.

Seus métodos, sob nossa ótica, são questionáveis, pois que um vasto contingente muito sofrerá, pela ambição e relativa falta de sensibilidade deste grupamento, fato cármico este, que representa o embate entre os "filhos deste mundo e a sua geração" (não os Filhos da Luz).

Mas os resultados correspondem, minuciosamente, aos diversos aspectos previstos pela espiritualidade nesta particular quadra da evolução, na qual as contas cármicas são liquidadas sem solução de cotinuidade quanto às experiências necessárias e o avanço evolutivo.

O grupamento denominado, "filhos da luz", como já foi dito, é composto por criaturas que já demonstram a influência da moral evangélica na sua personalidade, mas ainda idealizam a conquista do paraíso de forma utópica, pois, considerando o enorme despreparo da grande maioria que com ele compartilha as dádivas do planeta, sente-se em condições de superioridade moral e, acomodado, menospreza o valor da iniciativa e do esforço próprio (na conquista material), julgando e condenando aos demais: vers. 1 "...e este lhe foi denunciado como esbanjador dos seus bens."

Inobstante, a misericórdia divina é onipresente e mesmo nestes ambientes conturbados, "a Luz do Mundo e o Sal da Terra", deambulando aqui e acolá, amparam e esclarecem, oferecendo valiosa ensancha para os que, exauridos pelo atrito com a matéria grosseira, já apresentam "olhos para ver e ouvidos para ouvir". O atrito com os ambientes exteriores e os acicates da alma os reconduzirão, como filhos pródigos, à mansão paterna.

"Granjeai amigos com as riquezas da iniqüidade, para que, quando estas vos faltarem, vos recebam eles nos tabernáculos eternos."

Os bens auferidos em negociatas lucrativas; as fortunas erigidas sob as sombras da ilegitimidade; os patrimônios alargados à custa da dor alheia, e que são denominados, de uma forma geral, "as riquezas da iniqüidade", quando devotadamente empregadas a favor da parentela (o próximo mais próximo), ou na manutenção dos vínculos da afeição e da amizade; ou mesmo quando visando lucros, são habilmente utilizadas na criação de empregos e salários que proverão o alimento na mesa do trabalhador; ainda assim, essa riqueza iníqua atestará perante o Juízo Divino a favor de tal criatura, "o mordomo infiel", pois o que estará sendo julgado é o sentimento de gratidão por parte dos favorecidos, que não leva em conta a origem do auxílio recebido, e o Bem, feito a quem quer que seja, e por qual motivo seja, será sempre o Bem.

Por outro lado, a criatura que jamais abriu seu coração para alguém, jamais doou de si, mesmo que em parcelas mínimas, sentir-se-á entregue ao isolamento, relegada ao abandono. Não será recebida nos tabernáculos eternos, quais sejam, os corações que amam e nos sustentam a alma através das vibrações da simpatia e da amizade.

Quem é fiel no pouco, também é fiel no muito...

Nestas simples palavras existe um ensinamento profundo: as realizações, no infinito, para as quais o espírito vem sendo preparado, exigem fidelidade desde as suas mais incipientes tarefas.

Para que nos seja confiada, um dia, a direção de um orbe, haveremos de administrar corretamente, hoje, o nosso lar. Se não somos responsáveis perante os "humildes" compromissos assumidos voluntariamente, nos descredenciamos quanto às tarefas de maior responsabilidade e merecimento.

Mundo Moderno





A humanidade tem aprendido muitas coisas no correr dos séculos deste nosso planeta.

Neste ultimo século particularmente, tem aprendido coisas um pouco diferentes.

Tem aprendido, por exemplo, a ter pressa, mas não tem aprendido a esperar.

Tem aprendido a comer muito, a beber muito, a fumar muito, mas não tem aprendido a cuidar da própria saúde.

A humanidade tem construído grandes monumentos, muitos, mas tem construído poucos bons monumentos.

Tem aprendido a falar muito, a odiar muito, a desprezar em demasia, mas tem esquecido que é preciso amar muito.

O século XXI tem sido marcado por duas particularidades, a pressa e o medo.

Tanto uma quanto outra afasta o homem de Deus.

Nós espíritas precisamos aprender que devemos conquistar bens, mas não bens materiais e sim bens morais.

Devemos guardar para o futuro, guardar amor, caridade e fraternidade e não guardar tantas provisões, roupas, objetos, imóveis.

O ser humano atual assiste muito televisão, conecta-se muito à internet, mas lê pouco, se instrui menos ainda porque a instrução dá trabalho.

Esses são os tempos modernos do século XXI que em plena caminhada da humanidade recebe o amparo do Cristo para que desperte o seu lado mais nobre, afastando-se do apego material, do medo de morrer e da vontade de ter para aproximar-se daquele que precisa na verdade ser, para ser, humano.

Que Deus nos abençoe.

Psicofonia recebida no Nept em 05 09 2012

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Membro "fantasma"




Foi o médico norte-americano Silas Weir Mitchell que cunhou a expressão “membro fantasma” depois da Guerra Civil. Ainda não havia, naquela época, os antibióticos, daí as amputações de milhares de membros infectados pela gangrena e muitos soldados voltavam para casa com membros fantasmas.

O cirurgião francês Ambroise Paré (1509-1590) considerado o “pai da cirurgia moderna”, também foi testemunha da persistência da sensação em membros depois de amputados.

Depois de perder o braço direito em um ataque que não deu certo a Santa Cruz de Tenerife, Lord Nelson (1758-1805] sofreu dores terríveis no membro fantasma com a inconfundível sensação de dedos se fincando na palma da mão inexistente. Essas sensações fantasmagóricas levou o ilustre almirante dizer que o membro fantasma era “uma prova direta da existência da alma.” Se um braço pode existir depois de retirado, por que a pessoa inteira não pode sobreviver à aniquilação física do corpo?

O ilustre pensador e Codificador Espírita Allan Kardec vem ao encontro do notável almirante britânico, ratificando e complementando:

“O perispírito é o laço que à matéria do corpo prende o Espírito, que o tira do meio ambiente, do fluido universal. Participa ao mesmo tempo da eletricidade, do fluido magnético e, até certo ponto, da matéria inerte. Poder-se-ia dizer que é a quintessência da matéria. É o princípio da vida orgânica, porém não o da vida intelectual, que reside no Espírito. É, além disso, o agente das sensações exteriores. No corpo, os órgãos, servindo-lhes de condutos, localizam essas sensações.”

E mais adiante volta a esclarecer:

“Do mesmo modo, se o Espírito não tivesse perispírito, seria inacessível a toda e qualquer sensação dolorosa.”

Segundo o neurologista V. S. Ramachadran não são apenas pernas e braços fantasmas, há muitos casos de seios fantasmas em muitas pacientes que sofreram uma mastectomia radical (retirada da mama). O renomado neurologista registra também um caso de apêndice fantasma onde o paciente se recusava a acreditar que o cirurgião o tinha retirado devido as dores que persistiam.

O neurocirurgião norte-americano Wilder Graves Penfild (1891-1976) durante as décadas de 1940 e 1950, estabeleceu uma distribuição topográfica detalhada das áreas sensoriais e motoras do cérebro, isto é, um mapa desenhado com informações compiladas de cérebros humanos reais. Penfild fez várias cirurgias de cérebro em pacientes sob anestesia local e como em muitas vezes grande parte do cérebro ficava exposta durante a operação, ele aproveitava a oportunidade para fazer experiências que nunca tinham sido tentadas antes.

Estimulando regiões específicas dos cérebros de pacientes com um eletrodo e simplesmente perguntando o que sentiam, Penfild trouxe a tona todos os tipos de sensações, imagens e lembranças, e as áreas do cérebro puderam ser mapeadas. Penfield descobriu surpreso que a área envolvida com os lábios ou com os dedos, ocupava tanto espaço quanto a área envolvida com todo o tronco do corpo e concluiu que assim seria porque os lábios e os dedos são altamente sensíveis ao toque e capazes de discriminação muito apurada, enquanto o tronco seria menos sensível. Muito bem!

Essas questões levaram Tim Pons e seus colegas a entrarem na pesquisa:

“Sua estratégia foi registrar sinais dos cérebros de macacos que tinham sido submetidos a uma rizotomia dorsal – um procedimento em que todas as fibras nervosas que transportam informações sensoriais de um braço para a medula espinhal são completamente cortadas. Onze anos depois da cirurgia, eles anestesiaram os animais, abriram seus crânios e fizeram registros a partir do mapa somatossensório. Como o braço paralisado do macaco não estava enviando mensagens ao cérebro, não se esperava registrar quaisquer sinais quando você tocasse na mão inútil do macaco e registrasse a partir da “área da mão” no cérebro. Deveria haver um grande nesga de córtex silenciosa correspondente à área afetada.

De fato, quando os pesquisadores bateram na mão inútil, não houve nenhuma atividade nesta região. Mas, para sua surpresa, eles descobriram que, quando tocaram no rosto do macaco, as células cerebrais correspondentes à mão “morta” começaram a se excitar vigorosamente. (O mesmo aconteceu com as células correspondentes à face, mas isso já era esperado.) Aparentemente, a informação sensorial da face do macaco não somente ia para a área da face no córtex, como aconteceria num animal normal, mas também tinha invadido o território da mão paralisada!”

O Dr. Ramachadran resolveu também embarcar na pesquisa e descobre no rosto de Tom (um de seus pacientes com membro fantasma), um mapa completo da mão fantasma e concluiu que a maneira de explicar o toque, que gerou sensações na mão fantasma numa área tão distante do tronco (o rosto), seria no mapeamento peculiar das partes do corpo no cérebro, como rosto se localizando logo abaixo da mão.

Não satisfeito o Dr. Ramachadran continuou a explorar a superfície do corpo de Tom. Quando tocava seu tórax, o ombro direito, a perna direita ou a parte inferior das costas, ele tinha sensações apenas nesses lugares e não no fantasma. Mas pesquisa vai, pesquisa vem e o Dr. Ramachadran descobri um segundo e bem traçado mapa de sua mão desaparecida, agora na parte superior do braço esquerdo, acima poucos centímetros da linha da amputação. Quando tocava a superfície da pele deste mapa no braço de Tom, o Dr. Ramachadran provocava sensações localizadas precisamente em cada dedo. Uau!

Não demorou muito e o neurologista italiano, Dr. Salvatore Aglioti descobriu que muitas mulheres submetidas a mastectomia radical sentiam nítidos seios fantasmas. Procurando por respostas ele resolve pesquisar e descobre que estimulando regiões adjacentes no tórax, isto é, partes do esterno e da clavículas, produzia sensações no mamilo do seio fantasma.

A causa destes fenômenos não é o cérebro, como querem os acadêmicos reducionistas e sim o Espírito via perispírito. Com a palavra Allan Kardec:

“...Ora, não sendo o perispírito, realmente, mais do que simples agente de transmissão, pois que no Espírito é que está a consciência, lógico será deduzir-se que, se pudesse existir perispírito sem Espírito, aquele nada sentiria, exatamente como um corpo que morreu.”

Não se pode negar que há um grau de "ignorância" dos neurocientistas que pensam que o cérebro é tudo.

Mais uma vez vamos ao encontro de Kardec, para ouvir suas advertências:

“Tomando em consideração apenas o elemento material ponderável, a Medicina, na apreciação dos fatos, se priva de uma causa incessante de ação. Não cabe, aqui, porém, o exame desta questão. Somente faremos notar que no conhecimento do perispírito está a chave de inúmeros problemas até hoje insolúveis.”

Vale a pena lembrar que no fenômeno da amputação o que é cortado ou retirado é a parte física do corpo. A chave para explicação dos membros ou sensações fantasmas, é o perispírito...