Mensagem

"Não permita que aquilo que você chama de amor se transforme em obsessão.
Amor é liberdade.
Amor é vida.
Jamais prisão ou limitação."

Militão Pacheco

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Histórias






A moça aguardava por passar no atendimento fraterno e sua mente fervilhava de perguntas e dúvidas que guardava consigo.

Qual a razão de tantas frustrações amorosas? Por quais motivos não acertava de vez com um rapaz? Cinco namoros, uma vez noiva e tudo foi “por água abaixo”...

Tristeza...

Enquanto aguardava fica pensativa e ao mesmo tempo olhava o vai e vem das pessoas que participavam das atividades do centro espírita. Era impressionante de ver como um lugar tão pequeno acolhia tanta gente!

Sua amiga, que a levara, já havia se envolvido em algum tipo de trabalho nos fundos.

Ela não entendia bem do que a amiga falava... Algo como “leitura fraterna”! Sei lá o que é isso... Soa estranho!

Notava a chegada de mais pessoas, o movimento do bazar, na livraria, da biblioteca e o burburinho da lanchonete que ficava do outro lado.

Aquilo tudo tinha muita vida! Bonito de ser visto e vivido. Pena que ela mesma não se sentia alegre o bastante para pensar em ajudar em alguma coisa... Tristeza!

Aquilo que a moça havia dito no outro Centro Espírita ficava martelando sua cabeça.

Será que tudo isso que ela estava passando, já com vinte e quatro anos de idade, selava sua vida? Não havia de ter jeito para ela encontrar alguém que pudesse passar a vida com ela? Seria uma vida solitária? Sem ninguém, sem filhos, sem marido? Meu Deus! Por quê?

- Bom, a tal da moça disse que eu fui uma traidora! Que tive vários maridos e que agora era a oportunidade de pagar pelos meus erros! Às vezes eu não me incomodo e acho que tudo bem, que se é para ser assim, vamos em frente assim mesmo! Mas tem horas que eu me sinto com um vazio tão enorme dentro de mim, parece que a vida não tem sentido, pensar que vou ficar só a vida toda! Dá até dó de mim mesma! Que vergonha ter dó de mim mesma! Mas eu tenho!
É... Seus pensamentos eram assim desde aquela ocasião em que ela foi àquela casa espírita. Foi bem atendida, com atenção e carinho. Mas escutou essas “verdades” que ecoam em sua mente com muita frequência.

Agora chegou a sua vez de ser atendida na “nova” casa espírita. Um novo sopro de esperança, semeado pela amiga que a levou para ouvir uma “outra opinião” sobre o assunto.

Vamos ver o que sai desse atendimento fraterno...

- Boa noite, milha amiga! – disse com carinho a médium responsável pelo atendimento.

- Boa noite!

- Como se chama?

- Débra.

- Débora?

- Não, Débra, mesmo. Acho que erraram no cartório! E sorriu!

- Tudo bem, Débra! Vamos tentar ser úteis nesta sua vinda! O que lhe aflige?

- Não sei bem, eu estou meio confusa...

- Coisa de coração não é minha amiga?

- É isso mesmo! Coisas de coração! (ficou um pouco impressionada com a colocação tão direta sobre o problema dela)

- Pois então! Não há qualquer razão para que você fique com ansiedade, Débra! As coisas da vida seguem um rumo natural, como você deve imaginar. E sua vida terá seu curso natural, como de todos nós!

- Mas, será que terei um companheiro? Uma família? – extravazando sua imensa ansiedade.

- Tão difícil responder as coisas assim, Débra! Mas, você é muito jovem – quantos anos tem? Vinte e três, vinte e quatro?

- É, vinte e quatro anos!

- Então, moça, você é muito jovem! A vida está apenas se descortinando para você!

- Ah, mas eu já tive tantas experiências difíceis! Já fui noiva e não deu certo! Aliás, nada disso dá certo para mim! Parece que não nasci para ter alguém e para constituir família, mesmo!

- Não diga isso! Ninguém pode afirmar disso, particularmente nessa idade em que você está! Somente Deus pode ter esse conhecimento.

- Mas já me disseram que eu fui uma grande traidora em outras vidas e que agora terei de pagar pelo que fiz no passado! – sua voz ecoava soturna.

- Nada disso! Você é jovem, bonita e inteligente! Tem uma família linda que a ama muito!

- Como sabe?

- Eu vejo! Os Espíritos, os Guias Espirituais da Casa me mostram Débra!

- Então a senhora pode ver se eu fui uma grande traidora na vida passada?

- Como assim, Débra? Do que você está falando?

- É que em outro lugar que eu fui me disseram que nessa vida eu não terei ninguém por que na outra vida eu tive muitos homens, muitos amantes e não respeitava ninguém. Agora tenho de pagar pelos meus erros...

- É, moça, as coisas não são assim, não... Ninguém pode afirmar que você tenha feito tais coisas, como foi dito. Perdoe, mas acredito que tenha havido um equívoco nas colocações para você.

- É, mas eu não consigo tirar essas coisas da cabeça e isso tem me deixado confusa. Às vezes eu acho que tudo bem ficar sozinha e às vezes acho que é injusto não poder construir uma família...

- E você tem certa razão. A natureza nos conduz para isso. Em nosso íntimo há muito que considerar para constituir família e não deveríamos simplesmente ignorar essa possibilidade em nossa vida, particularmente se somos ainda jovens como você é e com potencial para isso, embora , como você disse, tenha tido decepções amorosas. Não há outra possibilidade que não seja o equívoco de um médium que esteja causando sofrimento a você. Então, Débra, comece a fazer uma reciclagem de seus pensamentos. Faça um tratamento aqui nesta Casa, para seu apoio. Procure ouvir as leituras fraternas, venha tomar passes, tente ler obras espíritas dignas que lhe inspirem confiança e alegria. Dê a si o direito de reconsiderar tudo o que ouviu e lembre-se de que ninguém pode afirmar quem você foi ou o que você fez em encarnação anterior.

- Não pode mesmo?

- Claro que não! Pode até ser visto como algo leviano, moça! Não há razão para que a espiritualidade superior permita essas informações, sabendo do risco que a pessoa tem de se desequilibrar em função disso, como aconteceu com você, nessa situação.

- É verdade, eu fiquei completamente perturbada esse tempo todo!

- Então, Débra, relaxe a mente, acalme o coração. Tenha confiança na Vida, no futuro e em Deus. Faça como lhe pedi: venha, tome seus passes semanalmente e tudo mais. Aqui está uma fichinha com as diretrizes para que você comece vida nova!

- Então eu não fui uma grande traíra?

- Ninguém pode afirmar isso, moça! Ninguém! Fique tranquila com relação a esse ponto. Deixe sua vida acontecer naturalmente, não mantenha esses medo em seu coração e tampouco essa culpa inútil que você tem carregado sem qualquer necessidade. A vida precisa seguir seu rumo, de forma completamente independente das vidas anteriores. O que tivermos de colher de frutos, iremos colher. Mas há o momento adequado e somente Deus pode prover essas questões a nós todos, seus filhos, suas criaturas.

- Então eu posso “me” sentir livre! Graças a Deus! Muito obrigada! Não sei como agradecer! Muito obrigada!

- Não há o que agradecer moça! Vá lá e cuide de você! É tudo o que precisamos! Jesus a acompanhe!

E lá se foi Débra, para sua nova etapa de vida, desprendida de compromissos que haviam “plantado” em sua mente ainda ingênua, em um atendimento de boa intenção, mas cultivado em preconceitos e equívocos doutrinários.

Deus nos abençoe!

Psicografia recebida no NEPT em 12 de setembro de 2012.
Militão Pacheco

Um comentário:

Anônimo disse...

Ja percorri este rio de lagrimas 3 ou 4 vezes e sei o quanto e dificil não ter alguem,ou uma pessoa com quem possamos dividir lagrimas e sorrisos.
Então tbem me pergunto se um dia vou achar esta pessoa, continuo minha procura mas dentro da casa espirita tenho suporte para continuar minha busca.
Jesus e o caminho mais seguro tenho certeza pois sei que ninguem e de ninguem ficamos com alguem porque gostamos e queremos estar com esta pessoa.