Mensagem

"Não permita que aquilo que você chama de amor se transforme em obsessão.
Amor é liberdade.
Amor é vida.
Jamais prisão ou limitação."

Militão Pacheco

terça-feira, 23 de julho de 2013

Léon Denis 1846 - 1927 Um sucessor e propagador da Doutrina codificada por Kardec


Léon Denis (lê-se "Dêni") nasceu num lugarejo chamado Foug, situado nos arredores de Toul, na França, em 01/01/1846. Sua casa era humilde, assim como os pais Josephine (que era materialista) e Ana Lúcia Denis (que era espírita).

Desde os seus primeiros passos neste mundo, sentiu que os amigos invisíveis o auxiliavam. Ao invés de participar de brincadeiras próprias da juventude, procurava instruir-se o mais possível. Lia obras sérias, conseguindo, assim com esforço próprio desenvolver sua inteligência. Era um autodidata sério e competente.

Era seu hábito olhar, com interesse, para os livros expostos nas livrarias. Um dia, ainda com 18 anos, o chamado acaso fez com que sua atenção fosse despertada para uma obra de título inusitado. Esse livro era "O Livro dos Espíritos" de Allan Kardec.

Dispondo do dinheiro necessário, comprou-o e, recolhendo-se imediatamente ao lar, entregou-se com avidez à leitura. O próprio Denis falou: "Nele encontrei a solução clara, completa, lógica, acerca do problema universal. Minha convicção tornou-se firme. A teoria espírita dissipou minha indiferença e minhas dúvidas".

Seu espírito, nessa hora, sentiu-se sacudido em face dos compromissos assumidos no Espaço, para iniciar, em breve, o trabalho de propagação das verdades kardequianas. "Como tantos outros - disse ele -, procurava provas, fatos precisos, de modo a apoiar minha fé, mas esses fatos demoraram muito a vir. A princípio insignificantes, contraditórios, mesclados de fraudes e mistificações, que não me satisfizeram, a ponto de, por vezes, pensar em não mais prosseguir em minhas investigações, mas, sustentado, como estava, por uma teoria sólida e de princípios elevados, não desanimei. Parece que o Invisível deseja experimentar-nos, medir nosso grau de perseverança, exigir certa maturidade de espírito antes de entregar-nos a seus segredos".

A principal obra literária de Denis foi a concernente ao Espiritismo, mas escreveu, outrossim, segundo o testemunho de Henri Sausse, várias outras, como: "Tunísia", "Progresso", "Ilha de Sardenha", etc.

A partir de 1910, a visão de Léon Denis foi, dia-a-dia, enfraquecendo-se. A operação a que se submeteu, dois anos antes, não lhe proporcionara nenhuma melhora. Suportava, com calma e resignação, a marcha implacável desse mal que o castigava desde a juventude.

Em 1911, após despender não pequeno esforço no preparo da nova edição de "O Problema do Ser, do Destino e da Dor", caiu gravemente enfermo.

Quando a guerra aproximava-se de seu fim, a "Revue Spirite" passou a publicar, em todos os seus números, artigos de Léon Denis.

Após a guerra de 1914, aprendeu braile, o que o permitiu ficar atualizado e fixar sobre o papel, por meio de grille (impressão em braile), os elementos de capítulos ou artigos que lhe vinham ao Espírito, pois, já nesta época de sua vida, estava, por assim dizer, quase cego.

Em 1915 iniciava ele nova série de artigos repassados de poesia profunda e serena, sobre a "voz das coisas", preconizando o retorno "à natureza".

Nesta época uma forte vento soprava contra e kardequianismo. O fenomenismo metapsiquista espalhava, aos quatro ventos, a doutrina do filosófico puro. O Sr. P. Heuz‚ fazia muito barulho através de "L'Opinion", com suas entrevistas e comentários tendenciosos.

Após a vigorosa resposta do Sr. Jean Meyer, pela "Revue Spirite", Léon Denis, por sua vez, entrou na discussão, na qualidade de presidente de honra da União Espírita Francesa, em carta endereçada ao "Matin", na qual estabelecia, com admirável nitidez, a diferença existente entre o Espiritismo e o Metapsiquismo.

A partir desse momento, Léon Denis teve que exercer grande atividade jornalística para responder às críticas e ataques de altos membros da Igreja Católica, saindo-se, como era de esperar-se, de maneira brilhante.

Dentre as suas múltiplas ocupações, foi presidente de honra da União Espírita Francesa, membro honorário da Federação Espírita Internacional, Presidente do Congresso Espiritista Internacional, realizado em Paris, no ano de 1925. Dirigiu por muitos anos um grupo experimental de Espiritismo, na cidade de Tours.

Enquanto o Codificador exerceu suas nobilitantes atividades na própria capital francesa, Léon Denis desempenhou a sua dignificante tarefa na província, ou pelo interior do país.

Em março de 1927, com 81 anos de idade, terminara o manuscrito que intitulou: "O Gênio Céltico e o Mundo Invisível", e neste mesmo mês a "Revue Spirite" publicava o seu derradeiro artigo.

Terça-feira, 12 de março de 1927, lá pelas 13 horas, respirava Denis com grande dificuldade; a pneumonia o atacava outra vez. A vida parecia abandoná-lo, mas seu estado de lucidez era perfeito.

Suas últimas palavras, pronunciadas com extraordinária calma, mas com muita dificuldade, foram dirigidas à empregada Georgette: "É preciso terminar, resumir e... concluir". (fazia alusão ao prefácio da nova edição biográfica de Kardec). Neste exato momento, faltaram-lhe completamente as forças para que pudesse articular outras palavras. As 21:00 horas seu Espírito alou-se. Seu semblante parecia ainda em êxtase.

Principais obras de autoria de Léon Denis:

Cristianismo e Espiritismo (FEB);

Depois da Morte (FEB);

Espíritos e Médiuns (CELD);

Joana D'Arc, Médium (FEB);

No Invisível (FEB);

O Além e a Sobrevivência do Ser (FEB);

O Espiritismo e o Clero Católico (CELD);

O Espiritismo na Arte (Lachâtre);

O Gênio Céltico e o Mundo Invisível (CELD);

O Grande Enigma (FEB);

O Mundo Invisível e a Guerra (CELD);

O Porquê da Vida (FEB);

O Problema do Ser, do Destino e da Dor (FEB);

O Progresso (CELD);

Provas Experimentais da Sobrevivência; Socialismo e Espiritismo (O Clarim).


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