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"Não permita que aquilo que você chama de amor se transforme em obsessão.
Amor é liberdade.
Amor é vida.
Jamais prisão ou limitação."

Militão Pacheco

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

História do Espiritismo: Yvonne do Amaral Pereira


Yvonne do Amaral Pereira nasceu na antiga Vila de Santa Tereza de Valença, hoje Rio das Flores, sul do estado do Rio de Janeiro.

Aos 29 dias de nascida, depois de um acesso de tosse, sobreveio uma sufocação que a deixou como morta (catalepsia ou morte aparente).

O fenômeno foi fruto dos muitos complexos que carregava no espírito, já que, na última existência terrestre, morrera afogada por suicídio.

Durante 6 horas permaneceu nesse estado.

O médico e o far-macêutico atestaram morte por sufocação. O velório foi preparado. A suposta defunta foi vestida com grinalda e vestido branco e azul.

O caixãozinho branco foi encomendado.

A mãe se retirou a um aposento, onde fez uma sincera e fervorosa prece a Maria de Nazaré, pedindo para que a situação fosse definida, pois, não acreditava que a filha estivesse morta.

Instantes depois, a criança acorda aos prantos. Todos os preparativos foram desfeitos.

O funeral foi cancelado e a vida seguiu seu curso normal.

Aos 4 anos já se comunicava audio-visualmente com os espíritos, aos quais considerava pessoas normais encarnadas.

Duas entidades eram particularmente caras: o Espírito Charles, a quem considerava pai terreno real, devido a lembranças vivas de uma encarnação passada, em que este espírito fora seu pai carnal.

Charles, o Espírito elevado, foi seu orientador durante toda a sua vida e atividade mediúnica.

O espírito Roberto de Canalejas, que foi médico espanhol em meados do século XIX era a outra entidade pela qual nutria um profundo afeto e com a qual tinha ligações espirituais de longa data e dívidas a saldar.

Mais tarde, na vida adulta, manteria contatos mediúnicos regulares com outras entidades não menos evoluídas, como o Dr. Bezerra de Menezes, Camilo Castelo Branco, Frederic Chopin e outras.

Aos 8 anos repetiu-se o fenômeno de catalepsia, associado a desprendimento parcial.

Aconteceu à noite e a visão que teve, a marcou pelo resto da vida.

Em espírito, foi parar ante uma imagem do “Senhor dos Passos”, na igreja que freqüentava.

Pedia socorro, pois sofria muito. A imagem, então, cobrando vida, lhe dirigiu as seguintes palavras: “Vem comigo minha filha, será o único recurso que terás para suportar os sofrimentos que te esperam”, aceitou a mão que lhe era estendida, subiu os degraus e não lembra de mais nada.

De fato, Yvonne Pereira foi uma criança infeliz.

Vivia acossada por uma imensa saudade do ambiente familiar que tivera na sua última encarnação na Espanha e que lembrava cm extraordinária clareza.

Considerava seus familiares, principalmente seu pai e irmãos, como estranhos. A casa, a cidade onde morava, eram totalmente estranhas.

Para ela, o pai verdadeiro era o espírito Charles e a casa, a da Espanha.

Esses sentimentos desencontrados e o afloramento das faculdades mediúnicas, faziam com que tivesse comportamento considerado anormal por seus fa-miliares.

Por esse motivo, até os dez anos, passou a maior parte do tempo na casa da avó paterna.

O seu lar era espírita. Aos 8 anos teve o primeiro contato com um livro espírita.

Aos 12, o pai deu-lhe de presente “O Evangelho segundo o Espiritismo” e o “Livro dos Espíritos”, que a acompanharam pelo resto da vida, sendo a sua leitura repetida, um bálsamo nas horas difíceis.

Aos 13 anos começou a freqüentar as sessões práticas de Espiritismo, que muito a encantavam, pois via os espíritos comunicantes.

Como já vimos, a mediunidade apresentou-se nos primeiros dias de vida terrena, através do fenômeno de catalepsia, vindo a ser este, um fenômeno comum na sua vida a partir dos 16 anos.

A maior parte das reportagens de além-túmulo, dos romances, das crônicas e contos relatados por Yvonne Pereira, foram coletados no mundo espiritual através deste processo, na hora do sono reparador.

A sua mediunidade, porém, foi diversificada.

Foi médium psicógrafa e receitista (Homeopatia) assistida por entidades de grande elevação, como Bezerra de Menezes, Charles, Roberto de Canalejas, Bittencourt Sampaio.

Praticou a mediunidade de incorporação e passista.

Possuía mediunidade de efeitos físicos, chegando a realizar algumas sessões de materialização, mas nunca sentiu atração por esta modalidade mediúnica. Os trabalhos, no campo da mediunidade, que mais gostava de fazer eram os de desdobramento, incorporação e receituário.

Como foi dito, através do desdobramento noturno que Yvonne Pereira navegava através do mundo espiritual, amparada por seus orientadores, coletando as crônicas, contos e romances com os quais hoje nos deleitamos. Como médium psicofônico, pode entrar em contato com obsessores, obsediados, e suicidas, aos quais, devotava um carinho especial, sendo que muitos deles tornaram-se espíritos amigos.

No receituário homeopático trabalhou em diversos centros espíritas de várias cidades em que morou durante os 54 anos de atividade.

Foi uma médium independente, que não se submetia aos entraves burocráticos que alguns centros exercem sobre seus trabalhadores, seguia sempre a “Igreja do Alto” e com ela exercia a caridade a qualquer hora e a qualquer dia em que fosse procurada pelos sofredores.

Foi uma esperantista convicta e trabalhou arduamente na sua propaganda e difusão, através de correspondência que mantinha com outros esperantistas, tanto no Brasil, quanto no exterior.

Desde muito pequena cultivou o estudo e a boa leitura. Aos 16 anos já tinha lido obras dos grandes autores como Goethe, Bernardo Guimarães, José de Alencar, Alexandre Herculano, Arthur Conan Doyle e outros.

Escreveu muitos artigos publicados em jornais populares.

Todos foram perdidos.

A obra mediúnica de Yvonne Pereira consta de 20 livros.

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