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Mensagem
"Não permita que aquilo que você chama de amor se transforme em obsessão.
Amor é liberdade.
Amor é vida.
Jamais prisão ou limitação."
Militão Pacheco
sexta-feira, 24 de outubro de 2014
Aparências
A "aparência" tem dois significados diametralmente opostos:
1) ocultação da realidade;
2) manifestação ou revelação da realidade.
No primeiro caso, a aparência vela ou esconde a realidade das coisas.
É preciso transpô-la; no segundo caso, a "aparência" é o que manifesta ou revela a realidade, de tal modo que este encontra na aparência a sua verdade, a sua revelação.
No primeiro caso, conhecer significa libertar-se das aparências; no segundo, conhecer é confiar na aparência, deixá-la aparecer.
Em metafísica, depois de Kant, o termo "aparência" caiu em desuso.
Em seu lugar deve-se usar fenômeno.
O termo "aparência" hoje em dia conserva um sentido psicológico, ou seja, toda a representação, ou melhor, toda a presentação que se considere diferente do objeto que lhe corresponde.
O termo "antitético" é realidade.
O adjetivo real concerne às coisas e qualifica o que é dado, o que existe efetivamente.
Indica, assim, o modo de ser das coisas existentes fora da mente humana ou independentemente dela.
Consequentemente opõe-se por um lado ao que é aparente e ilusório, e, por outro lado, ao que é abstrato.
Para o Espírita o mundo material é a Vida de aparência, enquanto a vida espiritual é a Vida verdadeira!
Esta questão remete-nos ao próprio pensar do ser humano.
Podemos simplesmente absorver uma informação (de modo passivo) ou, ao contrário, indagar se ela tem fundamento, se condiz com a verdade dos fatos.
O nosso procedimento, como seres racionais, é o de questionar se a informação recebida tem um fundo de verdade.
João, em seu Evangelho, já nos alertava para não acreditarmos em todos os espíritos.
Antes disso, deveríamos verificar se eles são de Deus, ou se são mistificadores.
Em outras palavras, desconfiemos das aparências.
Descartes analisa o conhecimento vigente e conclui que nada se lhe oferece, de modo indubitável, sobre o que possa fundamentar o seu trabalho. Tem que buscar alguma coisa fora da tradição, uma idéia, uma única que seja, mas que resista a todas as dúvidas.
Ele coloca uma dúvida, não para simplesmente duvidar, mas para extrair da sua dúvida a verdade.
Aristóteles, por outro lado, dizia: "... o que é diferente de alguma coisa é sempre diferente por qualquer coisa, e tanto assim que deve necessariamente haver algo de idêntico, pelo que são diferentes".
A Psicologia oferece-nos o termo "apercepção tendenciosa", enfatizando que não apreendemos o mundo segundo um dado objetivo. O nosso psiquismo procede por seleção. Retém certos acontecimentos, esquece ou recusa outros e deforma aqueles que apenas lhe convém em parte.
Para exemplificar, vejamos alguns tipos de distorções perceptivas:
1) estereotipagem - É o processo de usar uma impressão padronizada de um grupo de pessoas para influenciar a nossa percepção de um indivíduo em particular. Estigma.
2) efeito halo - Consiste em deixar que uma característica de um indivíduo ou grupo encubra todas as demais características daquele indivíduo ou grupo.
3) expectativas - Consiste em "vermos" e "ouvirmos" o que esperamos ver e ouvir e não o que realmente está acontecendo.
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