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Mensagem
"Não permita que aquilo que você chama de amor se transforme em obsessão.
Amor é liberdade.
Amor é vida.
Jamais prisão ou limitação."
Militão Pacheco
domingo, 31 de julho de 2011
Andar de mãos dadas?
Seguir a Vida é oportunidade que muitos não alcançam, já que a partida considerada precoce não é tão incomum.
Então, quem possa ter a experiência no tempo durante determinada encarnação, assume diante dos mais jovens uma expressão de responsabilidade, pelo menos pelo exemplo de suas palavras e atitudes.
Então há, sim, quem se apresente com função real diante dos outros, por conta de sua experiência, através de seu conhecimento, posição moral e capacidade.
Mas, infelizmente, há quem se valha desta posição apenas para expropriar a liberdade alheia, esquecendo de que tem em sua conta-corrente espiritual créditos para propagar seu conhecimento, condições para compartilhar sua posição do modo correto.
A Vida tem suas leis, as leis de Deus, e claramente impulsiona para a divisão de bens, para estabelecer o crescimento de todos, não alimentando o egoísmo, apagando o exclusivismo e nutrindo a solidariedade vibrante que une corações.
Vejamos o que nos mostra a própria Natureza, nas demonstrações oportunas como a de uma árvore que cresce e distribui seus frutos em abundância para alimentar outras criaturas, a própria Terra irriga o solo com água para satisfazer a sede de muitos.
Tendo adquirido algum grau de experiência, por menor que seja, lembre-se de compartilhar, como a Natureza sempre nos dá demonstração.
De acordo com a Inteligência Divina e como podemos intuir em qualquer detalhe das experiências humanas, o menor é sempre amparado pelo maior.
Façamos o que realmente é nosso compromisso e deixemos de lado o egoísmo.
Alva Luzia.
sábado, 30 de julho de 2011
Vamos abrir a mente?
Em algumas oportunidades a mente humana se comporta como uma parede imensa, longa e alta, pois dificulta o trânsito de informações que poderiam facilmente concatenar novas propostas, novos ideais, novos horizontes de entendimentos dos fatos da Vida.
Cristaliza o Homem suas expectativas em duros propósitos limitadores de entendimento, partindo de um pressuposto realmente cruel para si mesmo, isto é, ele já tem consigo o que precisa e não está interessado em dividir ou compartilhar nada além disso.
Esquece, quem assim se posta, que a Natureza é um perfeito processo de evolução contínua, que não está estagnada acumulando poeira, mas dinamicamente jornadeando em direção à evolução como a própria criatura humana deveria estar continuamente.
Os edifícios mentais, arquitetados pelo seu projetista, que é o Indivíduo comandante de si mesmo, precisa idealizar em seu ambiente construído pelos seus ideais estruturas que permeiem luminosidade, arejamento e troca de energias para que estes edifícios sejam mantidos em condições adequadas e mantenham a Vida que nele circulem.
Nenhuma estrutura é mantida erigida às custas de uma proposta voltada para as sombras, para o claustro e impermeabilização impeditiva de trocas com outras estruturas.
Tudo necessita intercambiar com tudo, guardando a necessária defesa para com excrecências desnecessárias que possam vir a infectar o ambiente, evidentemente.
Aí, no objetivo de auto-preservar a mente construtora, o livre-arbítrio ajuíza as necessidades reais, as possibilidades efetivas, que podem filtrar os fatores que entram para as devidas trocas na construção erigida pelo arquiteto da mente, o Ser Humano.
Se todos os Seres Humanos persistissem em manter a impermeabilidade da mente para com os demais conceitos gerados pelos outros, certamente o mundo não estaria em galopante evolução como tem estado, em termos de tecnologia.
A evolução da Humanidade jamais alcançou tal patamar de evolução tecnológica como em tempos de agora, graças à abertura de mentes capacitadas para assumir o compromisso de angariar posições de comando em conhecimento técnico e distribuir, ainda que a custos de obtenção de ganho material, o que, na verdade ainda faz parte de todo o processo evolutivo da Vida Universal.
Falta agora, para a mente, a abertura da janela mais fundamental para o sopro da Vida, que é a do Amor.
Muitas mentes amoráveis têm reencarnado na Terra, dispostos ao gesto de exemplo no Amor, semeando o terreno para que os demais permitam germinar e crescer o mais nobre de todos os sentimentos do Universo.
Esses Espíritos têm a mente fenestrada, permeável na medida certa, para que o seu Amor possa irrigar o solo das demais mentes, ainda aprisionadas no medo, que inferem em algum grau de impermeabilidade para a jornada para a qual todos somos destinados e do qual é impossível desviar, que é efetivamente o Amor Universal, construtor de Edifícios de União, de Pontes de Amor e Abrigos de Esperança.
Todos precisam permitir o descerramento da mente para a compreensão das divergências, para a compaixão para com as diferenças aparentes e para a construção de um Mundo no qual todos falem a mesma língua: a do Amor.
Abra sua mente, seja diferente, para que todos sejamos iguais!
Sérgio Freire
sexta-feira, 29 de julho de 2011
Esperança
Certamente ao criar o Ser Humano, Deus implantou uma série de recomendações em sua consciência para que ele pudesse aspirar ao futuro, para que não se perdesse no meio do caminho em função dos obstáculos que certamente surgiriam em sua jornada evolutiva e para alcançar a sua destinação primordial, que é a perfectibilidade.
Dentre as recomendações, uma das mais significativa é a que chamamos de esperança!
Graças a ela, tem o Ser Humano, dentro de si, estímulo para o amadurecimento, de modo que pode projetar sua existência num futuro promissor, que vise particularmente o crescimento individual e a elevação espiritual, afinal são os dois que condicionam a finalidade existencial.
Faz, o Ser Humano, seu périplo de vivências e experimentações sucessivas que lhe permitem a caminhada, mas se não fosse por conta dela, claudicaria inúmeras vezes, retardando seus passos para a eternidade.
Aliás, nos momentos em que o homem deixa de lado o brilho do olhar, quando se exime de pensar em um futuro, quando se entrega às lamentações pelas dores, quando se desencontra com as motivações para a Vida, ao se perder nas revoltas e tristezas mais profundas, abandona a esperança e deixa de caminhar, estagnado em terreno movediço em que vai se aprofundando indébito, até que a ausência de ar para a respiração volte a despertá-lo, em busca da superfície, onde há luz para enxergar e ar para aspirar.
Certo é que, mesmo nestas ocasiões, a Sabedoria Divina permite ao homem a parada insana, para que mesmo nela, venha a aprender os valores reais que determinam a Vida, por conta da dor pelo próprio homem gerada, que é em verdade uma das mestras da existência humana.
A esperança permite à Criatura Humana ter força de compreender e esperar. Quando se reencontra com a luz, ao retornar à superfície, o homem, a mulher, o Ser Humano, tem à sua disposição a luz do entendimento, que volta a iluminar seus passos para a eternidade. Assim como tem o ar que nutre os pulmões, o sangue, a Vida, para reiterar suas disposições para a retomada dos passos que precisará dar.
A luz permite a compreensão; o ar a energia e a disposição.
Em a Natureza, somos testemunhas dos exemplos reais que demonstram o excelente trabalho do Criador.
A semente, sob o solo, aguarda, muitas vezes por décadas, a oportunidade para germinar, evoluir para o embrião, nascer o caule, em busca da luz e do ar, nas mesmas necessidades do homem afundado nas tristezas e lamentações.
Ela, a semente, gerará a frondosa árvore que dará frutos, assim como o Ser Humano, que se abrirá para o Alto, recebendo Amor, para distribuí-lo em abundância, ao afastar de si os medos que geram egoísmo.
O coração aberto, os braços abertos, as mãos estendidas, em prontidão para o trabalho, para a dedicação no exercício do Amor cada vez mais profícuos são as expressões que frutificam da esperança, que nada mais é, do que a certeza da destinação humana em o Universo, partícipe que é da Criação Universal, sob a égide do Altíssimo.
Quem mantenha consigo a chama da esperança, tem a lâmpada que irá iluminar sua jornada, seus passos, seus caminhos, suas decisões, seu próximo e seu destino.
Tenha sempre consigo esta mensageira de Deus em seus sonhos, para ter sempre o brilho do futuro em seu olhar.
José Cintra Filho
quinta-feira, 28 de julho de 2011
Para que viver com mágoa?
Uma das situações mais comuns de se encontrar por entre as pessoas é aquela de convívio recheado de ressentimentos e de mágoas.
Os relacionamentos florescem por conta dos encontros que a Vida gera; as pessoas se aproximam, geram amizades, criam vínculos e vivem períodos relativamente longo com sorrisos nos lábios, mas repentinamente, por alguma razão, às vezes tola, há um erro, um mal entendido e pronto! Há uma ruptura nesta relação que foi tão saudável e a mágoa começa a alimentar o afastamento reciprocamente.
O cultivo dos ressentimentos mútuos gera um campo de mentalizações repulsivo de tal monta que infelizmente a tolerância passa a inexistir e, inclusive, encontra-se espaço para que aconteçam as acusações motivadas por absolutamente nada.
Cada parte se julga portadora da razão e se sente incomodada com a presença, mesmo casual, da outra em um mesmo ambiente, o que reforça as indisposições mútuas, agravando os desentendimentos e permeando a perfídia resoluta que impede qualquer mínima expressão de perdão, infortunadamente.
O que cada parte não consegue perceber é que esse campo repulsivo nasce de dentro de cada um e ele gera perturbações no íntimo do próprio ser, causando desconforto em primeiro momento, mal-estar em segundo degrau do avançar das dificuldades e adoecimento em estágios mais avançados da recorrência das mágoas e dos ressentimentos.
Não há como fugir da consciência. Ela aponta continuamente as imperfeições que cada um carrega consigo e mostra para todas as células que compõem o Universo do organismo humano como está a carga vibratória do Espírito que habita este maravilhoso e engenhoso Universo particular sob o comando deste Espírito.
Cada célula vai progressiva e paulatinamente recebendo os venenos mentais gerados pelo governador do corpo e se intoxicando, recebendo cargas negativas, elétrons mesmo, que induzem e conduzem ao seu precoce envelhecimento e apoptose, muitas vezes precoce, graças ao padrão emocional de quem a comanda: o Espírito reencarnado.
A responsabilidade de cada Espírito encarnado em um corpo físico é enorme com seu corpo. E não somente com os necessários cuidados com a higiene física, mas também e primordialmente com a higiene mental, esta sim, elucidadora de todos os cuidados com a Vida.
A mágoa é uma expressão menor do ódio, da raiva, em uma expressão perversa, sorrateira, pois é um pequeno ódio mantido em um pequeno espaço da mente que recorrentemente traz à tona sua motivação.
Há quem diga que não sente raiva da motivação da sua mágoa, mas é por conta de que não percebe que a base, embora nem sempre deseje o mal alheio, é a absoluta falta de perdão aliada ao desejo de justiça embutido em seus pensamentos permanentes, ambos geradores de incômodo e mal-estar diante da pessoa que lhe motiva tais reações, ou mesmo por conta da lembrança, da evocação de seu nome, da citação de algo que lhe diga respeito.
Para que viver neste patamar tão infeliz de conduta mental?
Podemos viver sem pesos, sem amarras, sem âncoras que impeçam a Vida de ser alegre, pois, mesmo em momentos de alegria, há uma sombra no sorriso de quem sente mágoa, uma sombra que impede a total liberdade de pensamentos e convoca para o pesar de uma lembrança doída e, na verdade, desnecessária.
Perdoe para viver e viva para perdoar. Faça tudo o que puder para ter Paz interior. Um dos mais brilhantes recursos para ter a Harmonia íntima é perdoar, viver sem rusgas, sem contendas, sem ressentimentos, sem mágoas, sem desejos de justiça, enfim, livre e sem impedimentos íntimos ou declarados.
Jesus deu o maior de todos os exemplos. Precisamos entender este exemplo e, principalmente, seguir.
Lave a alma perdoando! Livre-se do peso excessivo que o ressentimento lhe provoca! Se quer acumular algo, acumule em seu interior a Paz, tendo atitudes positivas e cultivando sempre a indulgência, a compaixão, o perdão às ofensas!
Ore por quem lhe machuque, sempre, sem desejar-lhe o mal, qualquer que seja. Liberte-se sempre dos liames sombrios da mágoa e viva feliz!
Albino Teixeira
psicografia recebida no NEPT em 27 de julho de 2011
quarta-feira, 27 de julho de 2011
Para que ser mal-humorado?
Podemos notar pessoas de mau humor espalhadas pela vida praticamente o dia todo e, se não cuidarmos, entraremos na mesma faixa vibratória, compactuando com os difíceis pensamentos que corroem o cotidiano sem qualquer necessidade.
Este estado de espírito é uma indisposição para a Vida que gera campo mental degenerativo para a relação com as pessoas, para o convívio com os parentes, para a divisão de trabalhos em qualquer setor, para as células do próprio organismo, para os tecidos que elas compõem, para os órgãos que os tecidos estruturam, enfim para todo o universo individual que cada mau humorado tem dentro de si e à sua volta.
O interessante é que parece que é um estado de coisas que vicia, pois que o tenha e o mantenha por período um pouco mais prolongado, certamente irá se sentir com a razão diante das circunstâncias da vida; então tudo lhe será motivo para a irritação, para a crítica, para a ofensa e para a agressão, verbal ou gestual, já que o mau humorado sempre está com a razão.
Além disso, quem assim proceda, quem assim esteja, também pode se sentir ameaçado por muitas coisas e por muitos que o cerquem, por isso reage, sem saber exatamente o por quê, por conta de se sentir exposto e sob risco. Nota-se, neste caso, claro envolvimento espiritual, em decorrência do estado mental criado.
Aliás,é um estado mental de alerta contínuo, permanente, que produz tensão e desarmonia, criando dificuldades que absolutamente não auxiliam em nada para a Vida. Estresse, na verdade, desnecessário.
Este estresse cria uma fisionomia que denuncia o estado mental, e a facies carrancuda diz a todos à sua volta como as coisas podem estar por dentro,embora nem sempre o mau humorado se dê conta de que está com a tal aparência, justamente por achar natural que tudo seja motivo para que reaja como reage.
Com tal aparência, afasta até mesmo as pessoas mais queridas de seu perímetro habitual, então corre o risco de ficar só, ou quase só, sem companhia. Aí surgem mais uma razão para que mantenha o mau humor: a solidão.
Mas a solidão não é, de modo algum, mais um motivo para que se revolte ainda mais; deveria ser uma razão para reflexão diante das experiências da Vida, no sentido do aprendizado e de reformulação. Seria bom questionar-se qual a razão para o afastamento de tantas pessoas de seu entorno.
Há uma necessidade eminente para quem possa estar assim para que consiga perceber que está neste estado de espírito, em função de que consiga vigiar seu comportamento e comece a mudar sua Vida!
O mau humor é um estado pantanoso de espírito e é preciso sair dele para o terreno sólido e seco das experiências humanas, em harmonia com o Todo Universal.
Então, comece o ainda mau humorado a mudar as coisas, mudando o verbo, a palavra, sendo gentil e educado em todas as situações que possa ser: nem sempre a verdade do indivíduo corresponde à verdade dos demais, por isso, a educação recomenda que as colocações, as opiniões, as sugestões, sejam colocada de forma polida, gentil, adequada para não ofender ninguém, na mesma medida em que o gerador de comentários não gosta de ser ofendido.
Mude a fisionomia, a aparência: sorria, demonstre algo de alegre, para contagiar o ambiente com vibrações suaves e serenas e não com a carrancuda face do mau humor, que contamina a todos com a repugnância e o afastamento.
Cuide da aparência, da pele, da higiene, dos dentes, das unhas, das roupas, para que sejam leves, agradáveis, derramando sobre as outras pessoas uma inspiração de algo produtivo, para que todos gostem de se aproximar e cultivar a sua companhia, afinal, todos gostamos de pessoas agradáveis. E nem precisa ser refinado, rico, chique, mas basta irradiar simpatia e simplicidade. Por incrível que pareça, muitas pessoas que se envolvem em processos desta ordem, não se dão conta de que não se cuidam como deveriam se cuidar.
Em ocasiões difíceis, situações constrangedoras, permeie a gentileza, a educação, o cuidado com as palavras, com a fisionomia, com a gesticulação, para que seja bem recebido em suas reações.
Vigie constantemente sua postura, suas expressões, suas palavras, seu pensamentos, para não recair no estado de contaminação que dificulte sua jornada na Terra.
Busque dentro de si o necessário entusiasmo para seguir sua caminhada com melhores disposições ao se deparar com os problemas, afinal, todos temos problemas e não adianta manter estado de insatisfação, pois este estado mental não melhora em nada a situação que temos de enfrentar.
Por isso, quanto mais leve para superar obstáculos, mais fácil! E não podemos esquecer que, enquanto se está parado, produzindo lamentações mentais, de algum modo o peso toma conta do ser, prendendo-o como se estivesse ancorado ao lugar em que está afixado mentalmente e o tempo está passando e se está perdendo oportunidade redentora de reparação e produção para o próprio bem e para o bem de quem nos acompanhe.
Mudar sempre para melhor: esse o melhor objetivo da Vida!
Nada de mau humor; tudo de boa disposição. Perceba como a criatura bem disposta, de bem com a Vida, não pára e caminha em direção à Luz, instante após instante, sob a tutela do bom humor, sob a égide do Evangelho, que ensina a amar, a perdoar, a viver em comunhão com tudo e com todos, pela inspiração de Jesus!
Augusto dos Anjos
terça-feira, 26 de julho de 2011
O que podemos ser?
Idealiza-se o cristão pela imagem do próprio Cristo, já que Ele é o modelo sublime depositário da esperança e da moral intocável que realmente serve de exemplo para absolutamente todos os habitantes da Terra.
Embora não fosse advogado, sua palavra externava todos os melhores princípios da Justiça, defendendo todos os infelizes em suas dores.
Mesmo não sendo assistente social, instituiu para todos as mais adequadas possibilidades de assistência fraterna, propondo os ideais de afastamento da miséria da face da Terra.
Nunca escreveu uma só palavra, no entanto não só mantém sua obra na memória de todos, como promove inspiração para muitos escritores para obras das mais belas da humanidade, assim como para pintores, escultores e músicos.
Era carpinteiro de profissão, pois naquela época os filhos seguiam o ofício dos pais e, embora nunca tivesse construído edifícios, edificou, criou, as mais sólidas pontes que o homem pode ter, que são aquelas que aproximam as pessoas entre si, através do Amor Sublime.
Não era considerado médico, tampouco psicólogo, mas curava doenças físicas e morais, dando incessante alívio aos doentes de variados matizes.
Entre todos, ensinou a Amar, renunciado que era de si mesmo, pela humanidade em nome do Criador.
Nada tinha para si, a não ser sua veste, mas nos enriqueceu ontem, enriquece hoje e enriquecerá sempre, pois distribui seu Amor Infinito para todas as criaturas da Terra.
Nunca precisou viajar pelos continentes para que fosse conhecido, simplesmente por conta de que sua palavra ecoa em nossas almas, tocando nosso coração, dia após dia e, aos poucos, vem sensibilizando cada ser humano que habita a crosta, encarnado ou desencarnado.
Foi tido como mal-feitor pelos interesses da época, mas foi, na verdade, a mais elevada expressão de Amor que pudemos ter entre nós em todos os tempos conhecidos e imemoriais, pois seu Amor Excelso revela a presença de Deus em nossos corações.
Como não tê-lo como modelo? É n'Ele, em sua expressão que precisamos muito chegar. Pois Ele é o Caminho para a Verdade e a Vida.
Albino Teixeira
segunda-feira, 25 de julho de 2011
Como não atrapalhar o próximo?
Se alguém muito próximo tem um problema que o incomoda, evite interferir neles, a não ser que você seja efetivamente solicitado para esta finalidade ou interrogado para ajudar a dar uma sugestão.
Ninguém está verdadeiramente apto a dar "conselhos", apenas sugestões, a não ser os presunçosos.
Em qualquer circunstância evite palavras de desânimo, frases que gerem medo, insegurança, desespero, aflição, mágoa, ódio, revolta ou qualquer posição difícil por parte de quem quer que seja.
Lembre-se: só temos controle sobre as palavras que não foram ditas, portanto, mesmo que pense algo, considere todas as possibilidades que podem ocorrer em função do que venha a dizer.
As expressões de consolo e esperança a quem sofre são sempre as melhores.
Ao ouvir uma crítica a quem quer que seja, mesmo algum desafeto seu, busque em sua mente, como exercício de prática cristã, elevar a pessoa a um patamar acima daquele em que ela tenha sido colocada.
Se ouvir alguma ofensa, lembre-se de que o ofensor pode não ter razão no presente, mas pode trazer alguma mágoa do passado esquecido, então: perdoe, releve e siga adiante.
Faça todo o possível para ser sempre educado, gentil e gerar em torno de si um campo mental de cunho construtivo, pois isso sempre deporá a seu favor em quaisquer circunstâncias.
Socorra alguém que precisa, sempre que possível, mas não interfira no livre arbítrio alheio, pois esta disposição fará com que você seja o responsável pelo que venha a acontecer com esse alguém, em decorrência de sua interferência.
Consulte sempre sua consciência com relação ao que você pensa, fala e faz. Se ela disser a você que o seu gesto seria reprovável por você mesmo, então corrija-se imediatamente e não permaneça no erro.
Lembre-se: faça ao próximo somente o que você deseja para você mesmo.
Militão Pacheco.
sábado, 23 de julho de 2011
Homeopatia e Espiritismo!
Prepare-se: o texto é longo!
Vivemos momentos decisivos na história da Humanidade, que se refletem em todos os terrenos do conhecimento. Surgem propostas e modelos explicativos para questões antes inabordáveis, na tentativa de dilatar os horizontes da compreensão, hoje ensaiando apreender pontos transcendentais.
Essa Nova Era, predita e esperada, apresenta no seu limbo a diversidade e liberdade de pensamento e expressão. Facetas da Verdade são abordadas de mil maneiras, possibilitando sintonias diversas, em atendimento às necessidades individuais.
Assim, também no âmbito das terapêuticas, multiplicam-se recursos, apresentando o homem e sua linguagem objetiva e subjetiva, como um universo em si mesmo, a ser devassado. Ganha força a vertente espiritual do ser como causa primária de muitas enfermidades, ainda que sob denominações diversas.
Avaliando a Homeopatia (homeo - semelhante, phatos - enfermidade) em sua amplitude filosófica, encontramos inúmeros pontos de interseção com a Doutrina Espírita. Casamento de idéias que nos sustenta a confiança em seus postulados e estimula a continuar buscando, através do seu exercício, auxiliar o homem em crescimento.
A postura do médico diante do enfermo, de onipotência, dono do saber e da arte, cede lugar ao sujeito atuante, participativo, exigindo clareza nas colocações necessárias, paciência diante do limite individual e acima de tudo com compromisso com a Verdade.
"Não te limites a curar apenas os corpos, que tendem a desaparecer nas transformações do túmulo. Trata de elucidar, para curar 'também as almas, por amor de mim, pois essas são eternas, mais necessitadas do que os corpos, e tenho pressa de que se iluminem com os fachos da verdade.''
O objetivo da terapêutica homeopática envolve o estado de saúde gerador de possibilidades mais amplas para se atingir os altos fins da existência. Quais seriam esses altos fins? A felicidade, a paz e serenidade priores, a plena comunhão com a divindade, o encontro do Deus imanente - Deus transcendente?
"O Criador criou todas as criaturas para que todas as criaturas engrandeçam. Para isso, sendo amor, repletou-lhes o caminho de bênçãos e luzes, e, sendo justiça, determinou possuísse cada um de nós vontade e razão." Origem e causas das enfermidades se conjugam, definindo painéis diversos a retratarem a intimidade do ser, como um núcleo gerador de linguagem própria, mediante o influxo do livre-arbítrio, expressão maior do Amor do Pai. ...O verdadeiro homem enfermo é anterior ao corpo enfermo (...) O homem quer e compreende (...) é o que chamamos vontade entendimento."
Vontade e razão são atributos conferidos ao homem em sua marcha evolutiva, corolários da vera justiça. Cabe-nos familiarizarmo-nos com esses componentes de nossa vida psíquica reconhecendo-os e procurando fazer contato com eles, eliminando a ignorância e a lassidão. Cabe à primeira papel notório na governança de nossa vida mental, e, quando em exercício de suas funções, nos capacita a dar respostas às questões: 'Que queres que te faça?" (Lucas 18:41) 'Queres ficar são?" (João 5:6)
Diante dos argumentos acima, perderia o corpo físico a sua importância? De forma alguma buscamos a "admirável e harmoniosa operação, tanto a respeito das sensações como às funções". O corpo concretiza a existência do ser na Terra e é através dos seus sintomas que mais facilmente detectamos o que é digno de se curar. Menosprezando esse instrumento, distanciamo-do indivíduo.
O corpo físico, esse templo sublime", guarda em suas células as impressões das vivências transmitidas pelo plano genético e vibratório, é o repositório de informações de passado longínquo que eclodem em tempo certo. Sem esse dreno do espírito como alcançaríamos o vôo da libertação?
Na grandiosa harmonia universal, é nele que exercitamos o papel de co-criadores em plano menor, sensibilizando elementos celulares com novas cargas eletromagnéticas, nosso bem sentir, bem pensar e bem atuar. Daquilo que estivermos cultivando em nosso íntimo, exalaremos e impregnaremos o ambiente onde vivemos. Portanto, plantemos as virtudes no coração para assegurarmos o equilíbrio gerando equilíbrio onde estivermos.
"O homem do futuro compreenderá que as suas células não representam apenas segmentos de carne, mas companheiras de evolução, credoras de seu reconhecimento e auxílio efetivo." "A saúde real não se origina no equilíbrio orgânico, que, é por sua vez, resultado da estabilidade espiritual." (Carneiro de Campos)
Lições da vida repetem conteúdos não trabalhados e que ainda nos aprisionam, seria essa a mancha da alma a ser tratada -Psora - a causa de todas as expressões da enfermidade, o tema central? Distanciados da didática Superior, fixamos nosso acanhado "perceber" do momento como sendo a "verdade única", vivendo sob a "cortina do eu", condição dualística que procura realçar pontos de vista, diluindo a integração do "ego' com o "Eu Crístico".
"Porque todos buscam o que é seu, e não o que é de Cristo Jesus." (Paulo - Fil. 2:21) Na trilha da evolução, surgem expoentes oferecendo-nos do seu esforço em benefício geral, como a grandiosidade de Hipócrates, este luminar, que através do seu juramento nos legou a ética no exercício de tão nobre função, junto aos irmãos encarnados. Hahnemann, renovador da tradição hipocrática, que perseguia a cura como a maior pretensão do médico, e no plano espiritual, continua investindo na busca de novos e mais eficazes recursos de auxílio à Humanidade. Mas, acima de tudo, acrescentando o que o próprio Mestre, o Médico dos médicos, afirmou: "Vinde a mim todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei." (Mat. 11:28), definindo que a cura definitiva é conquista pessoal, sob o Amor de Deus.
1 - INTRODUÇÃO
A terapêutica terrena representa abençoado esforço para atender às necessidades do Espírito encarnado, conforme o seu progresso científico, entendimento moral e merecimento espiritual. Foram os êxitos imediatos, atestados pela remoção dos sofrimentos, que deram forças para a Alopatia se tornar a Medicina Oficial, em perfeita coerência com a mentalidade imediatista do homem moderno. A Homeopatia busca compreender a enfermidade em sua origem imponderável e na sua vertente espiritual, ou seja, dinâmica psíquica da alma. Ainda são poucos os verdadeiramente interessados, médicos e pacientes, em familiarizam-se com a realidade do mundo psíquico.
O evoluir constante das idéias, fruto da evolução dos seres, especialmente daqueles que se destacam como gênios, grandes artistas, cientistas ou filósofos, abre perspectivas novas que beneficiam a humanidade, impulsionando-a. Ao estudarmos a vida e os passos seguidos por Hahnemann, percebemos como os pilares dessa nova abordagem terapêutica foram formados. Ele completou até onde pode, seus discípulos continuaram seu trabalho, favorecendo nossa penetração na essência da "doutrina". Muito ainda deverá ser acrescido, ao que já conhecemos, pelos homeopatas do futuro, que conseguirem manter-se fiéis aos princípios básicos.
2 - HAHNEMANN
Chrinstian Friedrich Samuel Hahnemann nasceu em 10 de abril de 1755, em Meissen, na Alemanha. Em abril de 1843 foi acometido por um episódio de bronquite, que não cedeu. Faleceu em 2 de julho de 1843, em Paris.
Demonstrou sua natureza especial, desde a infância, com grande facilidade para aprender outros idiomas. Dominou o inglês, francês, italiano, latim, árabe, sírio, espanhol e o grego sendo que aos 14 anos substituiu o professor do último. Esses conhecimentos foram úteis, pois foi graças às traduções que fazia, à noite, que pode completar seus estudos e prover sua numerosa família, durante grande parte de sua vida. Estudou Medicina em Leipzig, depois em Viena, e defendeu sua tese de doutorado em 1779, em Erlangen.
Aos 26 anos, 1781, casou-se pela primeira vez com Enriqueta Leopoldina Küchler, em Dessau. Tiveram onze filhos, num matrimônio que durou quase 50 anos, pois morreu em 31 de março de 1830. Foi esposa dedicada, passou por provações numerosas, teve vida quase nômade. Realça o seu valor o fato de que, mesmo sem compreender a majestosa estatura do Espírito que vivia a seu lado, deu-lhe o apoio que precisou para realizar a sua obra genial. O campo familiar foi repleto de aflições. Alguns dos filhos morreram ainda jovens, as moças casaram-se mal e se separaram, o filho sobrevivente formou-se em Medicina e se perdeu pelo mundo, movido por íntima e inexplicável insatisfação.
Em 1835, com 80 anos, casou-se com a jovem Melaine D'Hevilly, sua filha espiritual, que compreendia o vulto de sua missão. Juntos, em Paris, desenvolveram um trabalho crescente até os últimos dias de sua vida. Foi alopata conceituado, em decorrência, especialmente, do seu caráter humanitário. Na sua época, a Medicina era mais contemplativa, limitando-se às descrições da enfermidade. Até a metade do século XVIII, todas as moléstias eram atribuídas à vacilação de humores, baseando-se a maior parte dos métodos terapêuticos na sangria e nas substâncias purgativas.
Os médicos eram mais homens de pensamento que homens de ação, distanciados do enfermo. Insatisfeito com os métodos terapêuticos e seus resultados, optou por abandonar o exercício profissional e dedicar-se à tradução de trabalhos científicos, em 1789. Essa decisão foi tomada após a morte de um amigo, que não conseguiu salvar; para ele, o grande transtorno estava localizado no fato de não curar as enfermidades, mas só ajudar a morrer.
Em 1790, ao traduzir a Matéria Médica de Cullen, professor da Universidade de Londres, no capítulo consagrado às indicações terapêuticas da cortiça peruana, a casca da quinina, usada no tratamento da malária, teve um rasgo luminoso de sua inspiração genial. Percebeu que havia grande semelhança entre os quadros de intoxicação apresentados pelos trabalhadores da quinina e aqueles da febre intermitente.
Como para obter-se o peso de um corpo é preciso uma balança bem equilibrada, para saber o peso terapêutico de um medicamento seria necessário experimentá-lo no homem são. Resolveu, então, experimentar nele próprio a droga em questão, e sentiu os sintomas, que são comumente característicos da febre palúdica, apareceram um após o outro. Diante dessas observações, chegou à seguinte conclusão: "a casca peruana, que é utilizada como remédio contra a febre intermitente, age porque ela pode produzir sintomas similares aos da Febre Intermitente no homem são". Aí está o princípio da semelhança e a experimentação no homem são.
Hipócrates, pai da Medicina no Ocidente, representante do sintetismo de Cos, viveu entre 460 a 377 a.C. e foi o primeiro a formular a lei de similitude similia similibus curantur. Ele trouxera a teorização, cabendo a Hahnemann a experimentação e a implantação; por isso, o último é considerado o renovador da tradição hipocrática.
Nos próximos seis anos, de 1790 a 1796, mudou-se por seis vezes, estudando e anotando sintomas de todas as drogas tóxicas, ao longo da história da medicina, e fazendo experimentações em si mesmo e em seus colaboradores. Como as agravações iniciais eram muito fortes, reduziu as doses. Feita a diluição, o conteúdo era submetido a sucussões com o objetivo de ficar bem misturado, e, assim, surgiu o medicamento dinamizado. Como não eram doses tóxicas, somente alguns indivíduos apresentavam sintomatologia.
Nessa irregularidade de resposta está a chave da Homeopatia, ou seja, a presença reveladora da individualidade, da sensibilidade peculiar de cada um, quer dizer, a maneira de ver, sentir, reagir de cada pessoa, a idiossincrasia. Viu surgir uma sintomatologia nova da ordem afetivo-instintivo, transtornos de caráter, susceptibilidades alimentares etc. Passou a usar essas doses pequenas e observou que obtinha ótimos resultados, mas ao cabo de algum tempo os sintomas recidivavam. Concluiu por mais uma vez: "eu não curo tão pouco com esta forma de atuar, melhoro, melhoro melhor, mas simplesmente melhoro".
Pensou que deveria existir um transtorno mais profundo, mais sutil, que determinava a persistência da tendência mórbida, quer dizer, um terreno de discrasia. Em 1796, nasceu a Homeopatia, quando iniciou sua aplicação, após publicação do "Ensaio sobre um novo princípio para descobrir as virtudes curativas das substâncias medicinais, seguido de alguns comentários a respeito dos princípios aceitos na época atual".
Neste ponto, faremos uma pausa na vida do homem para abordarmos o espírito, que do plano espiritual continuou o trabalho de auxílio ao progresso da humanidade, tendo sido participante ativo na implantação da Doutrina dos Espíritos. Seguem alguns registros:
• 7/5/1856, em Obras Póstumas sob o título Minha Missão, Allan Kardec conversa com Hahnemann e foi desses contatos preliminares com o mundo espiritual que saíram definidos os contornos de sua missão. É bom lembrar que as primeiras notícias a respeito da comunicação dos Espíritos chegaram a Kardec em 1854.
•10/6/1856, em Obras Póstumas, diálogo sobre a escolha de médiuns, sendo uma delas desaconselhada em função do caráter frágil do médium. A vida do mesmo veio a confirmar as previsões feitas.
•13/3/1863, na Revista Espírita, escreve A Medicina Homeopática, com conteúdo esclarecedor. Alguns pontos: "O Espiritismo lhe será poderoso auxiliar", "Nenhum remédio é indiferente e inofensivo;" "Gostaria de corrigir os abusos e advertir quanto à negligência dos colegas que não estudam o 'Organon'".
•1863, em O Evangelho segundo o Espiritismo, capítulo IX, item 10 - A Cólera, comenta a presença do orgulho de permeio a todas as imperfeições do espírito. "Todas as virtudes e todos os vícios são inerentes ao Espírito." Cabendo a ele modificar suas raízes morais, quando o quer com vontade firme.
3 - NÍVEIS DE CURA
A teoria homeopática repousa no aspecto unitário do ser humano, portanto, o medicamento deve apresentar uma correspondência qualitativa ao desequilíbrio do organismo, naquele momento, e deve ser administrado sozinho. Seus pilares são:
1) Simila Similibus Curantur;
2) Experimentação no homem são;
3) Medicamento em dose infinitesimal;
4) Medicamento único.
Historicamente, existiram duas fases distintas na evolução da Homeopatia.
1ª fase: Toxicológica. Em 1796, utilizava-se o medicamento em substância, matéria; tratava-se a sintomatologia clínica com visão e atuação organicista, ou seja, o primeiro nível. As recidivas não tardavam e com elas a conclusão que não havia sido concretizada a cura.
O primeiro nível de cura é aquele utilizado pelo receituário mediúnico, que muito contribuiu para divulgar e tornar familiar a nova terapêutica.
2ª fase: Idiossincrásica. Surgiu em decorrência da conceituação de enfermo, da inter-relação do corpo e da mente, descritos no Organon de l'Art de Guérir, publicado em 1810, em Torgau. Idiossincrasia refere-se à índole do temperamento e do caráter do sujeito, é a enfermidade individual, a forma com que o sujeito manifesta o seu desequilíbrio. Organon é palavra de origem grega que significa "os meios". Nessa fase, propunha-se curar um Terreno Enfermo, com duas formas de atuar.
No segundo nível de cura, a similitude se cumpre, entre enfermo e medicamento, de acordo com uma imagem obtida de uma soma ou mosaico de sintomas. O que se consegue é fazer desaparecer os sintomas, mas não curar o enfermo.
O terceiro nível levanta a sintomatologia miasmática, porque o que deve ser curado em cada caso é a predisposição mórbida profunda: Psora. Psora é a causa de todas as enfermidades, é a única doença real, a doença da alma. A terapêutica não é capaz de agir nessa essência profunda, sendo que a saúde máxima que se consegue é um estado harmonioso ou Psora Latente, por ação do medicamento Simillimum.
Ramatis, ao discorrer sobre o assunto, elucida: "O verdadeiro temperamento fundamental e congênito desse enfermo, que é torturado e modificado por força do clima angustioso que vive no silêncio de sua alma, é que então o médico homeopata terá que identificar...
Cada pessoa tem um tema central ou desejo principal, que se manifesta na maioria dos seus produtos mentais". Avaliando a vida do indivíduo, observamos que é tentado, exteriormente, pela tentação que alimenta em si próprio.
Assumimos atitudes defensivas na tentativa de driblar a ordem, as quais recebem os nomes de Sicose e Sífilis estabelecendo o movimento pendular, de fluxo e refluxo característico da nossa dinâmica de vida.
4 - OBJETIVO DA TERAPÊUTICA HOMEOPÁTICA
"Parág. 9 - No estado de saúde, a força vital que dinamicamente anima o corpo material, governa com poder ilimitado e conserva todas as partes do organismo em admirável e harmoniosa operação vital, tanto a respeito das sensações como das funções, de modo que o espírito dotado de razão, que reside em nós, possa utilizar livremente estes instrumentos vivos e sãos para os mais altos fins de nossa existência."
Aprendemos com os amigos espirituais que a "saúde é harmonia de vibrações", e que "renascendo no Planeta somos portadores de um fato sujo, para lavar no tanque da vida. Essa roupa imunda é o corpo causal, tecido por nossas mãos, nas experiências anteriores".
A reencarnação, mais do que purgar e sofrer as culpas de ontem, tem por objetivo a construção de um futuro, individual e coletivo, melhor. "Porquanto um anjo descia em certo tempo ao tanque, e agitava a água; e o primeiro que ali descia, depois do movimento da água, sarava de qualquer enfermidade que tivesse." (João 5:4).
5 - PARALELOS
1) Natureza trina do homem:
"...Considerados desse ponto de vista mais interno, teremos a vontade e o entendimento que formam uma unidade no interior do homem; a força vital, ou seja, vice-regente da alma (quer dizer, o limbo da alma, a substância formativa), que é material, e logo o corpo que é material."
Um breve comentário sobre Kent, discípulo de Hahnemann e seguidor de Swedenborg. O último, sábio sueco (1688-1772), dominava, praticamente, todo o conhecimento de sua época. Antecessor e depois cooperador na implantação da Doutrina dos Espíritos, foi o guia espiritual de Andrew Jackson Davis, médium notável americano, que viveu entre 1826 e 1910. Assinou prolegômenos de O Livro dos Espíritos (18/4/1857).
A Doutrina nos diz: "O homem é constituído de Espírito, Perispírito e corpo físico". A Força Vital continua sendo um capítulo de difícil abordagem, recebe sinonímia extensa. Kent introduz a idéia de substância primitiva ou substância simples em perfeita correspondência ao fluido universal ou primitivo.
A forma tem necessariamente algo que a preceda e que é, exatamente, essa substância imaterial modeladora. Cada elemento, cada ser vivente, cada expressão física possui sua própria substância simples identificadora, que define sua natureza essencial. Portanto, toda matéria está sujeita a redução, e pode ser reduzida, continuamente, até que se chegue à sua substância simples somente.
A verdadeira força medicamentosa está imanente na substância natural bruta, escravizada, contida, abafada pela matéria, e é atributo da substância imaterial que lhe deu forma. Do exposto, entendemos como determinados medicamentos homeopáticos de grande utilidade clínica são substâncias inertes, no estado natural ou cru. Por meio da dinamização cada vez mais alta, se modifica e sutiliza até se obter um poder medicinal, não material.
2) Origem da enfermidade:
"... O verdadeiro homem enfermo é anterior ao corpo enfermo, e devemos concluir que o homem enfermo se encontra em alguma parte que não é anulada depois da morte (...) O homem quer e compreende ( ...) é o que chamamos vontade e entendimento. Isto é aquilo que pode ser mudado, ou seja, o que é anterior ao corpo."
"O espírito é que é o ser. Nele se elaboram os quadros da saúde física e mental, tendo em vista as próprias necessidades evolutivas." (Carneiro de Campos)
"As chagas da alma se manifestam através do envoltório humano. O corpo doente reflete o panorama interior do espírito enfermo. A patogenia é um conjunto de inferioridades do aparelho psíquico."
3) Causa da enfermidade:
"... Tão pronto como um homem leva uma vida desordenada, é suscetível a influências exteriores e quanto mais desordenado vive, é tanto mais suscetível à atmosfera em que vive. Se o homem pensa de uma maneira desordenada, também levará uma vida desordenada e se fará enfermo pelos costumes desordenados de pensar e viver.
Exemplo: A causa do depósito tuberculoso está na psora, no miasma crônico. Os bacilos não são a causa da enfermidade, mas vêm depois."
Na visão espírita:"...A falta cometida opera em nossa mente um estado de perturbação, ao qual não se reúnem simplesmente as forças desvairadas do nosso arrependimento, mas também as ondas de pesar e acusação da vítima e de quantos se lhe associam ao sentimento instaurando desarmonias de vastas proporções nos centros da alma, a percutirem sobre a nossa própria instrumentação.
(...) É assim que, muitas vezes, a tuberculose e o câncer, lepra e a ulceração aparecem como fenômenos secundários, residindo a causa primária no desequilíbrio dos reflexos da vida interior".
"...Sublimamos ou desequilibramos o delicado agente de nossas manifestações, conforme o tipo de pensamento que nos flui da vida íntima. (...) Quando a nossa mente, por atos contrários à Lei Divina, prejudica a harmonia de qualquer um desses fulcros de força de nossa alma, naturalmente se escraviza aos efeitos da ação desequilibrante, obrigando-se ao trabalho de reajuste.
(...) A forma de nosso pensamento dá feição ao nosso destino."
Não conhecer-se a si mesmo, eis a etiologia básica; considerar-se exclusivamente matéria a viver como tal, esta a grande ilusão. A doença é o "resultado do desequilíbrio energético do corpo em razão da fragilidade emocional do espírito que o aciona". "Porque do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, os adultérios, as prostituições, os homicídios,(...) Todos estes males procedem de dentro e contaminam o homem." (Marcos 7:21 e 23) Mal pensar, mal sentir e mal atuar constituem as geratrizes básicas dos processos mórbidos.
6 - TRANSTORNOS MENTAIS
Analisando a natureza das doenças crônicas, teríamos a psora como a mais antiga doença miasmática, cuja apresentação é extremamente variável, tornando-a, muitas vezes, irreconhecível. Todas as moléstias miasmáticas que evidenciam transtornos locais peculiares na pele estão sempre presentes na forma de moléstias internas no sistema, antes de se mostrarem. A doença interna fundamental necessita de tratamento para que abandone o corpo. Ainda que sua expressão superficial desapareça espontaneamente, a raiz interna permanece em evolução.
A linguagem da enfermidade é a linguagem dos sintomas. As sensações mórbidas em um organismo sadio deverão ser consideradas em primeiro lugar. O verdadeiro estudo do homem enfermo é a meditação sobre seus sintomas e ao reconhecê-los chegamos à condição de prescrever com habilidade.
As doenças mentais são de origem psórica, com alterações da disposição e da mentalidade. (Parágrafo 210). Elas deverão ser curadas da mesma maneira que as demais doenças, mediante o uso de um medicamento que promova no corpo e na mente um estado patológico tão semelhante quanto possível ao caso patológico que confrontamos. Parágrafo 214 (Organon, Hahnemann). A tomada do caso envolve anotar cuidadosamente as mínimas peculiaridades. Muitos pacientes ficam tão acostumados com seus sofrimentos que não lhe dão importância. Esses sintomas são geralmente cheios de determinação da escolha do medicamento. Deve-se inquirir sobre o quadro completo da doença, dando toda credibilidade à descrição de padecimentos e sensações - Parágrafo 218 (Organon) embora possamos acrescentar o depoimento de familiares e amigos. Parágrafo 218
Os sintomas peculiares falam da idiossincrasia e constituem, portanto, o guia seguro para obtenção da cura. O médico e aqueles que cuidam dos pacientes com distúrbios mentais devem sempre trata-los como se fosse lúcidos.Parágrafo 229 (Organon) Essa postura respeitosa tem sido objeto de estudo e mudança de paradigma no que tange ao saber psiquiátrico, ao em que o paciente "objeto" de interesse e tratamento passa a ser visto como o "sujeito" enquanto cidadão. De elemento passivo, o ser passa a agente ativo com compromisso e responsabilidade na conquista de uma nova expressão da vida. Muitas vezes, o próprio paciente é obstáculo ao tratamento. Sua disposição poderá necessitar ser dirigida, encorajada ou modificada. Parágrafo 205
Outra ordem de obstáculos são a postura do médico que elege medicamentos favoritos, como também a presença na dieta do paciente ou mesmo o uso de qualquer substância de ação medicinal. Na renovação de tais elementos, deveríamos sugerir recreações inocentes morais e intelectuais, exercícios ativos ao ar livre em qualquer condição de tempo. Das colocações clássicas acima, surgem os questionamentos de ordem prática. Com o objetivo de não limitarmos tal exposição ao nosso depoimento pessoal, recorremos a um grupo de 18 homeopatas que ao responder pequeno questionário, enriqueceu e corroborou aquilo que vivenciamos nesses dez anos de exercício da Homeopatia.
Citaremos a síntese de tal procedimento.
1) Você valoriza os sintomas mentais como sendo aqueles de alta hierarquia, "síndrome mínima de valor máximo". Responderam: sim - 10; não - 3; nem sempre - 5. Há valorização do mental desde que este seja realmente um sintoma modalizado.
2) Quais os diagnósticos clínicos, envolvendo "a saúde mental", mais atendidos? Cite cinco. Respostas obtidas: Depressão (9); Ansiedade (8); Sindrome do Pânico (5); Neuroses (3); Disfunção Cerebral Mínima (3); Esquizofrenia (2). Foram feitas 27 citações distintas, fato que demonstra e dilui, naturalmente, a importância do diagnóstico clínico para realçar a valorização de outros diagnósticos: tomada do caso, diagnóstico miasmático, observações prognosticas, diagnóstico do medicamento, diagnóstico de potência, úteis no encaminhamento da abordagem terapêutica.
3) Das queixas abaixo, assinale as cinco mais frequentes.
Agressividade, Alucinação, Angústia, Ansiedade, Delírio, Depressão, Desânimo, Ilusões, Insatisfação, Insônia, Irritabilidade, Medo, Rituais, Sensações, Sintomas Produtivos, Tristeza, Outros (citando-os).
Essas queixas foram eleitas após avaliação feita com grupo de psiquiatras que respondeu outro questionário e as citaram como os cinco sintomas, usualmente, geradores da busca do tratamento psiquiátrico.
Ocuparam destaque: Ansiedade (18), Depressão (15), Insônia (12), Irritabilidade (9) e Insatisfação (7) na enquete feita com os homeopatas.
4) Acha válido e associa o medicamento homeopático, em pacientes que estão em uso de medicamentos alopáticos (psicotrópicos)? Todos responderam sim, postura justificada em decorrência da insegurança do paciente e familiares, tornando-se necessária a manutenção de drogas ativas com o tratamento homeopático.
5) Observa resposta favorável na associação acima?
Novamente todos responderam que sim, percebendo demanda de menores doses dos medicamentos alopáticos, restrição no tempo de uso, sendo muitas vezes suspenso pelo próprio paciente. Há maior tranquilidade do paciente e melhora de alguns sintomas não tocados pelo tratamento inicial isoladamente.
6) Quais as especialidades farmacêuticas integrantes dessa associação? Cite três.
Ansiolítico (12); Antidepressivo (10); Neuroléptico (5). Esse resultado está em perfeita coerência com aqueles encontrados na questão.
7 - CONCLUSÃO:
CONCLUSÃO
Muitos são os caminhos utilizados pelos homens, mas só o caminho interior o levará ao seu objetivo maior, ser feliz e viver em paz. Nossos amigos espirituais vêm nos esclarecendo para que nosso retorno ao Pai se opere de forma serena e segura, o mais prontamente possível. E é no conteúdo de suas mensagens; que buscamos os recursos que corroboram as nossas conclusões.
1 ) Corpo físico é instrumento indispensável em nossa trajetória evolutiva, dreno do espírito.
' ...todas as doenças da patologia médica é de difícil recuperação podem ser consideradas espiritualmente como escoadouros dos Múltiplos Detritos Morais." (Carneiro Campos).
'... A carne, de certo modo, em muitas circunstâncias não é apenas um vaso divino para o crescimento de nossas potencialidades, mas também uma espécie de Carvão Milagroso; absorvendo-nos os tóxicos e resíduos de sombra que trazemos no corpo substancial."
"A enfermidade é um desequilíbrio centrífugo cuja raiz se localiza no Espírito, projeta-se no Perispírito e alcança o corpo em sua última expressão. Nosso estadiamento temporário na carne representa um excelente recurso terapêutico, e o prognóstico é ótimo em todos os indivíduos."
2) O próprio indivíduo é o médico de si
"... E é ainda na alma que reside a fonte primária de todos os recursos, medicamentos definitivos. A assistência farmacêutica do mundo não pode remover as causas transcendentes do caráter mórbido dos indivíduos. O remédio eficaz está na ação do próprio espírito enfermiço.
(..) O homem tratará da saúde do corpo, até que aprenda a preservá-lo e defendê-lo, conservando a preciosa saúde de sua alma.."
Diante da dor, nosso posicionamento íntimo é decisivo. Assumindo uma atitude corajosa de examinar, enfrentar e remover a causa, que caracteriza a resignação dinânimica. O trabalho nas causas pressupõe recursos hábeis: "educação do pensamento, disciplina de hábitos e a segurança das metas".
" Educar a mente, disciplinando a vontade, constitui o passo inicial para extirpar as causas das aflições, infundindo responsabilidades atuais, geradoras, por sua vez, de novos resultados saudáveis, para propiciarem o futuro bem-estar a que se está fadado."
"...Não penses jamais em tua enfermidade e tão pouco ingiras drogas. Basta! Em vinte anos de enfermidade, tratando com as maiores sumidades da terra, não compreendeste ainda que teu mal é de origem psíquica? - Trata, antes, de te renovares para Deus, isso sim! A fim de curares teus sentimentos infelicitados pelas paixões inferiores (...) Se não quiseres, em outra existência porvindoura, renascer em piores condições. Saneia a mente, impondo-te disciplinas reeducativas, com o estudo sobre ti mesmo e as leis da vida, que desconheces. E ressuscita o coração nas claridades do Evangelho, que te descerrará novos horizontes a conquistar." (Ressurreição e Vida)
A lei de Hering, quando em vigência, demonstra que o sentido da cura é o mesmo trilhado pela enfermidade. Os sintomas desaparecem numa das quatro direções seguintes:
• do centro para a periferia do corpo;
• do alto para baixo;
• dos órgãos mais vitais para os menos vitais;
• ou, finalmente, na ordem inversa de sua aparição, isto é, os mais recentes desaparecerão primeiro e os antigos por último.
Quando nos dispomos a trabalhar a reforma íntima, há um período de luta interna, de crise ou conflito e podemos nos deixar levar pelas emboscadas do desânimo recaindo no estado enfermiço anterior. Com a manutenção da vontade ativa, obteremos resultados satisfatórios, pelo reajustamento da personalidade.
"E Jesus, vendo este deitado, e sabendo que estava neste estado havia muito, disse-lhe: QUERES ficar são?" (João 5:6)
Leon Denis, em O Problema do Ser, do Destino e da Dor comenta, com grande poesia, a força da vontade, e o que ela opera em nós. "Cada alma é um foco de vibrações que a vontade põe em movimento. O poder da vontade é ilimitado, o homem consciente de si mesmo, de seus recursos latentes, sente crescerem suas forças na razão dos esforços. Para ser feliz, basta que o queira com energia e constância. Podeis vir a ser o que quiserdes. Da força mental emanam todas as forças magnéticas e físicas. Quando tiverdes conquistado este domínio sobre vós mesmos, não mais tereis que temer os retardamentos nem as quedas, nem as doenças, nem a morte; tereis feito de vosso 'eu' inferior e frágil uma alta e poderosa individualidade." (Léon Denis)
3) Saúde é harmonia da alma.
Através de experiências repetidas, nossa consciência se ampliará e incorporaremos o verdadeiro sentido da saúde.
"... a saúde é a perfeita harmonia da alma, para obtenção da qual, muitas vezes, há necessidade da contribuição preciosa das moléstias e deficiências transitórias da Terra."
"... A saúde real não se origina no equilíbrio orgânico, que é, por sua vez, resultado da estabilidade espiritual." Carneiro de Campos
O apóstolo Paulo demonstrou-nos que a imunidade perfeita vem da posição de sintonia com as leis da vida. Ilustra-nos o episódio ocorrido, logo após o naufrágio, na ilha de Malta: "...mas, quando o Apóstolo atirava um feixe de ramos secos à labareda crepitante, uma víbora cravou-lhe na mão os dentes venenosos.
É que os naturais da ilha, observando o fato, davam alarme, asseverando que o réptil era dos mais venenosos da região, e que as vítimas não sobreviviam mais que horas.
(...) Diante do prognóstico dos nativos da Ilha, Timóteo aproximou-se mais intimamente e buscou cientificá-lo do que diziam a seu respeito. O ex-rabino sorriu e murmurou:
- Não te impressiones. As opiniões do vulgo são muito inconstantes, tenho disso experiência própria. Estejamos atentos aos nossos deveres, porque a ignorância sempre está pronta a transitar da maldição ao elogio e vice-versa. É bem possível que daqui a algumas horas me considerem um deus. Com efeito, quando viram que ele não acusava a mais leve impressão de dor, os indígenas passaram a observá-lo como entidade sobrenatural."
No estado de harmonização interna, ou psora latente, o indivíduo situa o seu tema básico e aprende a conviver com sua carência básica, que é o estímulo para sua ascensão espiritual, sem empreender medidas defensivas para "esconder", de si mesmo, a sua vulnerabilidade.
"Depois Jesus encontrou-o no templo, e disse-lhe: eis que já estás são; não peques mais, para que não te suceda alguma coisa pior." (João 5:14)
Depende de nós a manutenção da saúde ou a queda em novas situações conflitantes, geradoras de sofrimento.
O altruísmo, expressão superior do sentimento de amor enobrecido, dilatação da solidariedade, lição viva de caridade, fomenta a vigência da saúde integral. A sua vivência requer algumas conquistas: generosidade geradora de serenidade; paciência que sabe aguardar a realização almejada; coragem para enfrentar a luta e perseverar; esforço bem direcionado para crescer e melhorar-se; estratégia, ou seja, parar para refletir, recuar para ganhar forças sem perder de vista o objetivo de avançar sempre; e concentração do pensamento nas metas, ampliando os horizontes e fortalecendo o íntimo.
"O pensamento de fraternidade e compreensão com que nos recordamos do próximo transformar-se-á em fator de nosso equilíbrio." (Emmanuel)
4) Evolução na abordagem terapêutica.
Em março de 1875, Hahnemann, em mensagem recebida por madame W. Krell, em Bordeaux, França, nos coloca a par da importância e benefícios obtidos com o uso dos fluidos e afirma: "a Homeopatia é o primeiro passo dado nesse sentido: o segundo, mais amplo, será a medicação por meio dos fluidos, o terceiro será a medicação puramente espiritual".
"(...) lá estaremos novamente para fazê-los avançar mais e experimentar a medicação fluídica, objeto de nossos estudos atuais."
Interessante observar a estreita relação entre o trabalho de médicos homeopatas e a valorização dos recursos terapêuticos espirituais. "Foram, eles, os médicos homeopatas (Bento Mure e Vicente Martins que chegaram ao Brasil por volta de 1840), que iniciaram aqui os passes magnéticos, como imediato auxílio das curas."
Temos progredido na busca das origens profundas de nossas dores, e conseqüentemente, dos meios de saná-las. Recorremos a Emmanuel que tão bem elucida sobre esse novo ciclo evolutivo da Humanidade, caracterizado pela vigência da medicina eminentemente espiritual. Suas bases estão assentadas numa nova postura: "O homem terá de voltar os olhos para a terapêutica natural, que reside em si mesmo, na sua personalidade e no seu meio ambiente". Pois a cura definitiva do Espírito só será alcançada sob a terapêutica sublime e certa dos princípios vividos por nosso Mestre Jesus.
5) Aos profissionais da área de saúde um lembrete:
"Os sãos não necessitam de médico, mas sim os enfermos. Ide e aprendei o que significa: Misericórdia quero, e não holocausto; pois não vim chamar os justos, mas os pecadores ao arrependimento". (Mat. 9:13)
O apelo da misericórdia é o exercício da compaixão, esclarecendo sempre; pois mais doentes do que nós, são aqueles que ainda desconhecem as leis do amor.
"...Não te limites a curar apenas os corpos, que tendem a desaparecer nas transformações do túmulo. Trata de elucidar, para curar também as almas, por amor de mim, pois estas são eternas, mais necessitadas do que os corpos, e tenho pressa de que se iluminem com os fachos da verdade." (Ressurreição e Vida).
Amor
Um belo poema sobre o Amor
Você surgiu como suave melodia trazida pela brisa; dilatou-se no silêncio de minha alma e fez-se moldura em meu viver.
Isso se chama ventura.
Há algo em você que transparece num olhar, como estrela no céu atapetado de astros e exterioriza-se num sorriso como canção tocada na harpa dos ventos.
Isso se chama ternura...
Sem olhar, você me percebe; sem falar, você me diz; sem me tocar, você me abraça...
Isso se chama sensibilidade.
Quando me perco em labirintos escuros, você me mostra o caminho de volta...
Quando exponho meus tantos defeitos, você faz de conta que não nota...
Se enlouqueço, você me devolve a razão...
Isso se chama compaixão.
Nos dias em que as horas passam lentas, sem graça e sem luz, nos seus braços eu encontro alento.
Quando os dias alegres de verão partem e em seu lugar chega o outono, cobrindo o chão com folhas secas, e o verde exuberante cede lugar ao cinza, nos seus braços encontro harmonia.
Isso se chama aconchego.
Quando você está longe, no espelho da saudade eu vejo refletida a certeza do reencontro.
Nas noites sem estrelas, quando a escuridão envolve tudo em seu manto negro, você me aponta a carruagem da madrugada, que vem despertar o dia com suas carícias de luz...
Isso se chama esperança.
Quando as marés dos problemas parecem tragar em suas ondas as minhas forças, em seus braços encontro reconforto.
Se as amarguras pairam sobre meus dias, trazendo desgosto e dor, sua presença me traz tranquilidade.
Você é um raio de sol, nos dias escuros...
É ave graciosa que enfeita a amplidão azul...
Você é alma e é coração.
É poema e é canção...
É ternura e dedicação...
Nada impõe, tudo compreende, tudo perdoa...
Sua companhia é doce melodia, é convite a viver...
... E tudo isso se chama amor!
Surge depois que as nuvens ilusórias da paixão se desvanecem.
Que a alma se mostra nua, sem enfeites, sem fantasias, sem máscaras...
Enfim, o amor é esse sentimento que brota todos os dias, como a flor que explode de um botão, ao mais sutil beijo do sol...
Isso, sim, se chama amor...
Redação do Momento Espírita.
sexta-feira, 22 de julho de 2011
Racismo
Um tema que sempre gera discussões e controvérsias é o que debate sobre as questões raciais, geralmente por conta de questões interpretativas de textos extraídos de vários setores da literatura mundial, afinal de contas as pessoas tendem a gerar em temas deste tipo algumas exaltações devidas ao temperamento de cada um nas discussões, seja em textos, seja em entrevistas ao vivo ou qualquer outro recurso de embate que possa ser utilizado, como imagens, por exemplo.
Todos sabemos que não há nada melhor do que a congregação de almas em afinidades recíprocas, independentemente da cor da pele, da origem étnica ou questões relevantes ligadas às raças humanas.
Em verdade, a inadequação da divisão de raças se deve fundamentalmente às questões de orgulho, que envolvem não só o ponto de vista biológico, que seria o indicador de diferenças do ponto de vista divisional, mas particularmente a ignorância que permite a todos nós imaginar que, pelo fato de termos determinadas características nos tornem melhores do que outras pessoas que tenham outras características divergentes das nossas.
A simples imagem de uma civilização que não apresente evolução tecnológica facilita que nós imaginemos que se trate de seres humanos inferiores àqueles que já têm condições materiais melhores, o que absolutamente não corresponde à verdade do ponto de vista de qualidades morais e mesmo de condições intelectuais para os Espíritos nesta civilização encarnados.
É interessante notar, em primeiro lugar, que se analisarmos fundamentalmente as raças branca e negra, constitucionalmente, isto é, na formação orgânica dos seres humanos destas duas raças, poderemos observar que a raça negra tem uma formação física mais preparada para enfrentar as dificuldades de uma região geográfica inóspita, para a qual o povo do norte europeu, de pele branca, olhos claros, cabelo claro, não tem preparo adequado geneticamente para enfrentar com tanta facilidade. O nórdico não precisa enfrentar o sol a pino e as altas temperaturas tropicais e, naturalmente, não precisa de pigmentação epidérmica para isso. São questões de adaptação orgânica e não questões de evolução espiritual, o que não faz, de modo algum, uma raça melhor do que a outra. Mostra, apenas e claramente, a adequação dos corpos para enfrentar dificuldades em determinadas regiões do Planeta em clara adaptação genética para determinada finalidade.
As variações genéticas são sempre marcadas por mutações nas quais as Entidades Espirituais buscam o aprimoramento para a adaptação e sobrevivência sobre a superfície planetária, nada além disso.
Justamente por esta razão, por não haver outra finalidade que não seja a sobrevivência, para que se possa manter a Vida Humana sobre a Terra é que as Entidades Espirituais, sob os cuidados de Servidores do Cristo, aprimoram sua genética para estabelecer propriedades adaptativas que permitam maior resistência no enfrentamento e na luta para o aprimoramento espiritual.
O objetivo maior é o aprimoramento espiritual, sempre.
Mas a Terra é habitada por grupos de Espíritos que podem ter sido criados no próprio Planeta e outros que migraram para cá, trazido por força das circunstâncias decorrentes do desenvolvimento ético, moral e intelectual de cada grupo, permeando a possibilidade de que esses Espíritos "extra-terrestres", provavelmente a maioria de nós, trouxessem para os povos "primitivos" (este o verdadeiro sentido da palavra, pois são seres humanos originários da Terra e não primitivos no sentido de inferiores) o conhecimento adquirido em outras esferas onde o tivessem conquistado.
A Universalidade do Amor de Deus se expressa em todos os detalhes e este é apenas um: a permanente possibilidade de trocas entre os seres humanos originários de diversas partes do Universo concretiza, por assim dizer, a possibilidade de doação, no aprendizado do Amor Divino.
Assim, o aparentemente degredado de um Planeta vivencia sua experiência de Amor levando o que tenha conquistado para aqueles que estejam em fases iniciais de conquistas.
Infelizmente, o orgulho e a vaidade, pareados com o egoísmo, criam barreiras absurdas que levam pessoas a acreditar, sem qualquer possibilidade de compreensão, que sejam melhores que outras, pelo fato de terem determinadas características físicas, por terem formado uma civilização mais avançada em termos tecnológicos ou por conta da eventual riqueza adquirida na formação desta civilização, esquecidos de que esta riqueza é recurso para o aprimoramento que o Senhor da Vinha nos fornece a título de empréstimo, justamente para possibilitar a evolução humana. Nada além disso.
Assim, em busca de soluções para problemas regionais, enfrentando os obstáculos naturais, as barreiras da Natureza que a Terra impõe, as civilizações vêm produzindo guerras, escravizações e tormentos para elas mesmas, que só tendem a aprisionar transitoriamente tais criaturas (nós) por mais tempo nesta nossa amada esfera, o Planeta Terra.
O Espírito procede de Deus. É criado por vontade d'Ele e carrega consigo o gérmen de Amor que deve propagar em sua imortal existência, das mais variadas maneiras. A troca de conhecimento entre Espíritos é uma das manifestações de Seu Amor Infinito.
Os corpos humanos, na Terra, como certamente em outros Planetas, são os veículos para a manifestação da inteligência humana em seu aprendizado progressivo universal em busca da perfectibilidade.
Estes corpos são a expressão da necessidade do Espírito em determinada fase de sua evolução e não são o próprio Espírito em si. Isto é um fato consolidado em nosso estudo.
Cada Espírito está em uma condição peculiar, particular e única de estado evolutivo, diferente de qualquer outro Espírito.
Grupos de Espíritos têm ligações entre si por questões de afinidades morais, éticas e intelectuais, havendo algum grau de distanciamento quando não há as afinidades inerentes que permitam o intercâmbio natural de trocas, graças às diferenças que existem.
Quanto maior a similitude de forma de pensar entre nós, maior a aproximação que guardamos uns com os outros.
As expressões culturais, as diferenças de hábitos, os costumes de civilizações, as divergências religiosas, as posturas éticas, os ideais de trabalho, os propósitos de estudo, as ligações afetivas, tudo, enfim, que gere algum grau de semelhança ou de divergência, aproxima ou afasta seres humanos entre si.
Assim, no povoamento planetário, muitos agrupamentos espirituais, vindos de vários recantos do Universo, não só de um agrupamento espiritual, constituíram os variados povos, os variados costumes, as diferentes filosofias, as múltiplas expressões religiosas, que criaram verdadeiras civilizações muito distintas umas das outras, todas envolvidas em primeira instância com o próprio desenvolvimento e, em segunda instância, com o necessário aprendizado do Amor Universal, na condução do compartilhamento das reservas naturais da Terra, nos espaços ocupados nela, na passagem recíproca do conhecimento previamente adquirido, na gestão das emoções amadurecidas que são compartilhadas entre si.
Todos estes agrupamentos, vindos como estrangeiros para a Terra, foram acolhidos pelo Governador Planetário, o Cristo-Jesus, por toda a equipe de Espíritos responsáveis pela ordem e evolução de Gaia que são amparados pelo Mestre Nazareno, se misturaram com os nativos da Terra, para reconquistar o que não haviam desenvolvido: o Amor.
Assim, temos observado nesta fase evolutiva da Nossa Morada no Universo, todo o engendramento de construção de oportunidades para que o Amor se propague indefinidamente, mas sendo obliterado pelo orgulho por conta de ilusões alimentadas pela cor da pele, pelo aparente nível intelectual, por questões de cunho religioso ou qualquer outro modelo de pensamento que dificulta o exercício dele, o Amor.
Kardec expressou em vários momentos esclarecimentos sobre essas aparentes diferenças que constituem a humanidade terrena, deixando claro a importância do Espírito sobre a matéria.
Observe como ele cita, em texto da Revista Espírita, as questões ligadas justamente sobre essa necessária troca que deve haver entre os mais experientes e os menos experientes seres humanos:
"As raças são também perfectíveis pelo corpo, mas isso não é senão pelo cruzamento com as raças mais aperfeiçoadas, que lhes trazem novos elementos que as enxertam, por assim dizer, os germes de novos órgãos. Esse cruzamento se faz pelas emigrações, pelas guerras, e pelas conquistas. Sob esse aspecto, há raças, como famílias, que se abastardam que não se misturam com sangues diversos. Então, não se pode dizer que isso seja a raça primitiva pura, porque sem cruzamento essa raça será sempre a mesma, seu estado de inferioridade relacionado à sua natureza; ela degenerará em lugar de progredir, e é o que a conduz ao desaparecimento num tempo dado."
Observe atentamente o texto acima e veja como ele, o codificador da Doutrina Espírita, estimulado pelo Espírito da Verdade, intuído por Ele, coloca francamente a necessidade de troca entre raças, de miscigenação racial, para que aconteça a evolução do Espírito.
Kardec, como Jesus, não poderia defender absurdos, como a pureza racial ou o separação de raças, pois coloca o Amor acima de todas as questões materiais. A matéria é passageira e o Amor é eterno. A carne é o médium do Espírito em seu processo de evolução, nada além disso, portanto, as aparências das raças não expressariam a realidade da Vida, do Amor de Jesus e tampouco a mensagem do Espiritismo.
Quem imagine Kardec racista, não estudou ou não entendeu Kardec. Não entendeu Jesus, pois o Espiritismo é a palavra de Jesus, nada além disso.
Ainda há que se considerar muitas outras questões a respeito do tema, como os níveis de evolução de cada ser humano, em detalhes. Mas deixaremos estes pontos para estudos do futuro.
Todos estamos aqui, na Terra, para aprender. A amar.
Militão Pacheco.
psicografia recebida em 14 de fevereiro de 1992.
quinta-feira, 21 de julho de 2011
Vingança
O relacionamento interpessoal gera uma série de conquistas, em função do aprendizado do respeito e da fraternidade, e de dificuldades entre as pessoas, em decorrência fundamentalmente do egoísmo que ainda paira nos corações de modo amplo.
No segundo grupo citado observamos que existe algo bem definido quando um dos lados, ou ambos, se sente ofendido ou tenha efetivamente sido ofendido, que limita profundamente a existência humana em postura equivocada, que é a falta de perdão, muitas vezes tão enraizada na memória que conduz a criatura a gerar dentro de si postura paranoica, delirante e má em busca de possibilidades de cobrança do equívoco cometido ou não pela outra parte envolvida no episódio.
Tomando mais apropriadamente o foco daquele que realmente seja alguém que apenas se sinta o ofendido, observamos os conflitos interiores que produz em seu campo mental, carregando consigo matrizes agressivas que se irradiam em todas as direções e encontram pares mentais que se aproximam para alimentar tais conflitos que buscam a chamada justiça, que é praticada pelas próprias mãos, em pensamentos incontidos, em palavras descabidas desferidas a esmo e em gestos agressivos, algumas vezes criadores de crimes.
Mesmo que o ofendido não tenha sido ofendido, sente-se como tal e leva consigo a carga vibratória coerente com tal sensação. Mentaliza aquele que o teria ferido de modo relativamente contínuo, carregando-o consigo por onde trilhe, faça o que fizer e em todas as circunstâncias.
Parece evidente que esta postura gera um processo inicial de auto-obsessão que se propaga para a obsessão propriamente dita, a partir do momento no qual encontre reforço de inteligências exteriores que se compatibilizam com os ideais menores que o primeiro alimenta em seu íntimo.
Cresce progressivamente dentro da mente do ofendido o desejo de levar a justiça a termo, de se vingar pela ofensa que realmente não fora cometida, a não ser dentro de si mesmo.
Este tipo de processo acontece com relativa frequência em relacionamentos dos mais variados tipos, como relacionamentos profissionais, amorosos, entre colegas de estudo, entre familiares próximos ou distantes, entre conhecidos, vizinhos, desconhecidos e casos furtivos entre as pessoas em qualquer época da história da humanidade.
É absolutamente comum dentro de Centros Espíritas, por conta das obsessões que as pessoas já carregam consigo dificuldades de base, mantidas fundamentalmente pelo orgulho e pela vaidade, que dão aos médiuns a ideia de que têm condição de praticar uma série de atitudes mediúnicas em qualquer lugar, mesmo que desrespeitem as regras eventualmente criadas em cada Casa pelo grupo que a dirija.
Por exemplo, um médium inicia a frequência em um Centro Espírita e, em algum momento, começa a implantar um comportamento discreta, parcial ou totalmente avesso àquele que a Instituição tenha como rotina para os trabalhos habituais. Por exemplo, um médium "de cura" que ao aplicar passes, trabalho para o qual tenha sido convidado, resolva passar a "fazer orientações mediúnicas na sala de passes", como se isso fosse realmente correto e seu direito, em função da sua "condição mediúnica privilegiada". Nota-se, claramente, envolvimento com orgulho e vaidade. No momento que algum dos dirigentes do Centro Espírita coloque a impropriedade de suas atitudes, o médium descompassa seus pensamentos por se sentir ofendido, graças ao seu melindre mais que exaltado e se afasta da Casa, mas munido de uma mágoa intransigente que o carrega para um envolvimento espiritual progressivamente mais profundo quanto mais se permita alimentar a mágoa que se permitiu sentir quando foi chamado atenção no tal episodio.
A partir daí, desferirá imagens mentais desnecessárias para a Casa Espírita que o havia acolhido e dado a oportunidade de estudo, trabalho e aprendizado. Poderá ter em mente a pessoa que o tenha abordado e para esta pessoa mentalizará o foco adoecido de sua mágoa, de sua raiva, de seu desejo de justiça com as próprias mãos, de sua vingança, enfim. Desta maneira, cada vez que tenha uma oportunidade, seja ao encontrar alguém, seja ao discursar em outro lugar, seja ao escrever em alguma publicação, irá, em sua crueldade, exacerbar suas potencialidades equivocadas e citar "as verdades" sobre o sujeito de sua vingança.
Infelizmente este exemplo é comum e real e não apenas em uma Casa, mas em todas elas, sem qualquer exceção. Mas a mente concentrada neste tipo de postura, que se pode abstrair para qualquer outra circunstância da Vida, cria campo mental que banha seus neurônios de toxinas invisíveis e que passam a produzir substâncias equivalentes em termos vibracionais e, paulatinamente, graças a isso, vão se deteriorando, tirando do médium a ferramenta mais importante para sua própria recuperação de nível de consciência, de lucidez, para conduzi-lo a um ganho lentamente elevado de danos orgânicos e espirituais, de tal modo, que tais dificuldades serão impressas até mesmo na carga genética que irá impregnar em uma ou mais das próximas encarnações, com registros perispirituais que só se desfarão com as experiências repetitivas para o exercício da prática do perdão, do aprendizado de servir ao próximo e da humildade diante da Vida.
Na mesma vida em que iniciou tal processo, estará mais sujeito às doenças mentais, às demências que impossibilitam uma vida considerada normal para todos nós, além de carregar consigo os germens de outras doenças, tais como o câncer, por exemplo.
A maior vítima da vingança é o próprio vingador, que cega a si próprio, e se faz surdo para a realidade e se conduz à loucura por conta de uma obsessão criada por ele mesmo.
Cuidemos de perdoar qualquer ofensa, por maior que seja a razão que julguemos ter em qualquer situação. Esta é a chave para a Paz Interior.
Militão Pacheco.
quarta-feira, 20 de julho de 2011
Pequenas Missões
As frustrações têm sido muito comuns no Planeta Terra, não só na época atual, mas, na verdade, desde que a humanidade alcançou algum grau de elevação do nível de consciência relativa à própria existência, de si mesma, de sua relação com as pessoas, com as experiências que o convívio em sociedade permite e exige de todos.
Elas são, inclusive, as causas mais importantes para a inveja, para o ciúme, para a insatisfação e para a revolta silenciosa que muitos cultivam dentro de si, o que leva ao cometimento de crimes dos mais variados graus, acarretando compromissos entre as pessoas progressivamente mais complexos com o passar das eras e reencarnações.
Esquecemos, não só quando estamos encarnados, mas também e infelizmente, quando desprovidos do corpo físico, que na maioria das oportunidades, temos como missão algo que nos parece pequeno, insignificante, desprovido de qualquer importância, mas que em verdade é o que é o mais importante para nós mesmos naquela etapa de evolução pela qual estamos fluindo. Nada deveria ser mais importante do que aquele núcleo familiar inconsistente que nos acolhe em determinada Vida; nada deveria ter mais valor do que a esposa refratária que não permite ressonância com as aspirações de um marido ingênuo ou um filho que teima em não ouvir as sugestões de um pai endurecido nas cobranças e esquecido da importância de doar atenção e carinho.
A moça que simplesmente não entende a razão pela qual não "consegue casar", o rapaz que "não encontra a parceira ideal, embora se debata em inúmeras tentativas" e o homem maduro que "não encontra satisfação em nada que faça, embora tenha algum sucesso profissional", estão todos na mesma expressão de executar uma tarefa que lhes parece sem importância, mas que, na verdade é de fundamental importância para suas existências, por conta de suas provas e expiações, que, certamente não recorda, embora tenha inato em suas provisões mentais.
Ninguém está na Terra por nada. Cada existência tem uma necessária função, embora nem sempre se possa avaliar. Depende de cada um absorver a importância de sua missão em cada reencarnação e mesmo entre elas, pelo poder de observação que a própria capacidade de entendimento permite, mesmo que a Vida não tenha sido ou não esteja sendo de fácil enfrentamento, pois, todos já passamos, estamos passando ou passaremos por momentos complexos, já que construímos incessantemente o momento seguinte, por conta das atitudes atuais.
Se porventura há dentro de você algum tipo de emoção ou de sentimento que lhe faça infeliz graças ao que você interpreta como sendo uma injustiça da Vida para consigo, reavalie sua posição diante das suas experiências. Observe que qualquer pequeno obstáculo pode ser um grande recurso para sua redenção, não por castigo, mas por necessidade, pois este entrave amargo é, na realidade, um trecho do caminho pelo qual você mesmo "solicitou" passar por conta de suas atitudes em passado atual ou remoto.
Embora pareça, não existe injustiça na Natureza. Nada é permeado em todo o Universo que escape da Consciência Divina, do Pensamento de Deus, pois Seu Amor Infinito nos dá o que precisamos ter, indubitavelmente e sempre no momento para o qual nos encontramos adequadamente preparados.
Por isso que se diz popularmente que "cada um carrega a cruz que pode carregar". Não como "castigo de Deus", não como "teste para ver se superamos mais um obstáculo", mas simplesmente por conta de que encontramos pela trajetória com tudo o que deixamos pendente no passado, pois não há como fugir da própria consciência e tampouco dos desafetos que cultivamos.
Assim como não há como esquecer os amigos que construímos ou como eles nos esquecerem. Sempre seremos lembrados por alguém a quem possamos ter beneficiado ocasionalmente, ainda que nossa atitude não tenha sido espontânea ou mesmo praticada de boa-vontade. Recordamos o auxílio-prece recebido por André Luiz e relatado por ele mesmo na obra "Nosso Lar", em função de poucos atendimentos efetuados por ele, enquanto médico, mesmo de má-vontade, para exemplificar a importância de nossas atitudes diante do próximo e como isso enriquece nosso "currículo" diante da Vida Maior.
É isso o que nos liberta, efetivamente: o gesto de amor, de afeto, de doação, de respeito, de carinho que possamos ter diante de quem quer que seja, por menor nos pareça a importância de nossa Vida diante dos outros.
Reformular nossas posturas diante das frágeis expectativas que temos diante do espelho, para engrandecer os pensamentos, as palavras e os gestos diante do que podemos considerar problemas é de fundamental importância para que tenhamos uma evolução gradativa para o bem efetivo de nós mesmos. Ainda mais se estes problemas sejam pessoas que convivam conosco.
Mas não é só isso: a eventual ausência de alguém, a frustração por não se unir a outra pessoa para constituir uma família, e dificuldade de ser ter um filho ou uma gravidez que chegue a termo, o fato de ter de se cuidar de alguém de modo que se limite a própria vida são dificuldades que levam muitas pessoas a imaginar que isso é um castigo que verdadeiramente não é.
São provas, são expiações que permitem, quando enfrentadas com resignação e determinação, liberdade para o Espírito. Liberdade por agir com espírito de Amor, sem perder tempo com pensamentos improdutivos de insatisfação, revolta ou inconformismo.
São, ao mesmo tempo, pequenas missões que engrandecem o Ser diante da Vida, desde que, novamente, enfrentadas com a devida racionalização. E racionalizar é compreender estas questões de causa e efeito, é perceber a necessidade de não se debater diante do que não temos absolutamente qualquer controle e ter dentro de si a compreensão de que Deus tudo vê e provê, em acordo com nossas necessidades e possibilidades, isto é, racionalizar é TER FÉ!
No Espiritismo encontramos as consolações para nossas dificuldades, mas, acima disso, encontramos a lógica que nos permite asserenar o coração para cumprir com nossas tarefas, com nossas missões, dignamente, com pensamentos altivos e construtivos.
Sigamos em frente.
Militão Pacheco
terça-feira, 19 de julho de 2011
A VESTIMENTA DE CADA UM
Todos nós com o passar da idade vamos adquirindo experiências progressivas.
Muitas vezes as dores, as dificuldades, nos permitem aprender de forma acelerada, mas outras vezes nós ficamos retidos, repetindo de ano, por teimosia ou por ignorância.
Nós sabemos, por exemplo, que a experiência pode ser um reflexo das vidas sucessivas que cada um de nós têm, e nos recordamos de uma história chinesa antiga que fala sobre um mandarim.
Hoje em dia, mandarim é considerado como um idioma e é um idioma, é verdade, mas na China mais antiga, os mandarins que deram origem ao idioma, eram pessoas muito importantes, que faziam parte da corte do imperador chinês e cada pessoa que era nomeada mandarim tinha a oportunidade de representar uma comunidade com bastante respeito diante de todos.
Determinado homem na flor da idade, por volta dos trinta e dois anos, fora nomeado mandarim pelo antigo imperador amarelo e, na sua experiência curta como mandarim, sabia que precisava de um manto apropriado, pois era da lei que todo mandarim utilizasse um manto adequado para o seu cargo e para sua função.
Então evidentemente procurou um amigo que indicou um alfaiate, dizendo a ele que era muito recomendado e que já havia feito e fazia as vestimentas de muitos mandarins.
Quando este homem chegou ao alfaiate, o alfaiate lhe perguntou, depois de tirar todas as medidas apropriadas: "Há quanto tempo o senhor é mandarim?"
E o mandarim desconfiado disse:
"Não é da sua conta."
Aí o alfaiate lhe disse: "Mas é da minha conta, por que eu preciso saber o tempo que o senhor tem de experiência. Normalmente, os mandarins jovens, fazemos o manto com a parte da frente mais longa que a parte de trás, porque o mandarim jovem tem aquela empáfia característica e ele eleva o pescoço e o nariz, então a parte da frente do manto fica erguida e a parte de trás do manto fica na medida certa, porque se fizermos as duas partes iguais, a parte de trás irá encostar no chão.vO mandarim mais experiente nós fazemos sim, as duas partes idênticas porque ele já está mais centrado, já não tem aquela empáfia e já coloca os olhos na linha do horizonte, não tendo nem a tendência de colocar-se para cima e tampouco para baixo. Mas o mandarim mais experiente, com o decorrer do tempo fica mais arcado pelo peso dos anos e também fica mais servil, porque aprende que precisa servir e ser útil, então ele cede a fronte e a parte de trás então, precisa ser mais longa que a parte da frente para que as duas fiquem iguais conforme ele caminha e faça as suas coisas..."
O homem saiu do alfaiate tendo encomendado a roupa, mas tendo compreendido perfeitamente a lição que o grande amigo lhe havia dado, recomendando aquele alfaiate.
Assim somos nós na vida.
Quando jovens ou inexperientes, temos a empáfia própria dos jovens porque a juventude é efetivamente, má conselheira.
Conforme a idade avança a experiência passa se nós nos dermos a oportunidade evidentemente, nós temos ali a condição de ficarmos isentos e conforme passa mais o tempo, compreendemos que precisamos aprender a servir e abaixamos a fronte e cedemos para todos aqueles que estão diante de nós, pois aprendemos um pouquinho sobre o que é a humildade diante dos outros e diante da Vida.
Que Jesus nos abençoe, meus irmãos.
Psicofonia recebida no Nept em 13/07/2011
segunda-feira, 18 de julho de 2011
QUAL O MELHOR?
As preocupações que nos acossam o coração, são muitas.
E muitas vezes, não sabemos exatamente qual o melhor momento para abordarmos uma pessoa, se devemos abordar, se podemos abordar, se temos o direito de alguma forma de interferir.
Enfim, esses questionamentos atingem todos, pobres, ricos, súditos, reis e imperadores.
Na Antiguidade, o caso verdadeiro de um imperador que muito se questionava sobre isso, porque todos nós podemos imaginar que cuidar de um reino, de um império é uma tarefa bastante complexa e esse nosso amigo imperador, ele tinha em sua mente essas duvidas muito difíceis.
Era um grande pensador na verdade.
Elaborou três perguntas que espontaneamente não conseguiria responder.
Resolveu então, compartilhar com seu império, pedindo resposta para as três perguntas e, inclusive sugerindo uma gratificação bastante generosa para quem respondesse as perguntas a contento.
As três perguntas eram simples.
Qual o melhor momento?
Qual a melhor pessoa?
Qual o melhor objetivo?
Muitas pessoas enviaram respostas.
Naqueles tempos antigos, ele leu todas as respostas manuscritas, mas nenhuma o satisfez.
Havia de tudo nas respostas.
Então ele resolveu ir mais longe.
E ele sabia de um eremita, idoso, experiente, que viva nos limites do seu império e que era tido como um homem sábio, experiente e respeitado.
Aí resolveu ir até lá e levou as três questões ao eremita.
Depois de uma jornada, chegou então, onde morava o eremita, no alto de uma colina, o eremita estava capinando o terreno onde morava, cuidando para plantar a sua horta e evidentemente, recebeu o imperador com todo respeito pois era um homem vivido e todo homem vivido e maduro sabe se colocar diante de uma autoridade.
Ouviu as perguntas que o imperador lhe fez, virou-se e voltou a capinar.
O imperador por algum tempo observou a atitude do velho mas percebeu que o velho já estava cansado.
Chegou perto dele e lhe disse: dá-me aqui a tua enxada, capinarei.
Descanse, repouse à sombra da arvore.
E começou a capinar, o imperador.
Arregaçou as mangas e começou a capinar.
Já no final do dia, com o sol se pondo, pousou a enxada e dirigiu-se ao velho eremita.
-Eu já estou indo, você não me deu as respostas.
Eu irei procurá-las em outro lugar.
Quando de repente, o eremita percebeu um movimento.
-Imperador, o senhor vê alguém correndo?
Imediatamente prestaram atenção entre as arvores, havia um homem cambaleante.
Os dois foram até lá para socorrer e perceberam que o homem estava gravemente ferido.
Recolheram o homem e o próprio imperador tirou a sua camisa para ajudar a estancar o sangramento do seu ferimento.
Levaram-no para dentro, limparam a ferida, higienizaram o homem.
E o homem: - "estou com sede".
O imperador imediatamente se levantou e foi ao lago, pegou água e voltou para oferecer ao homem.
O homem sorveu a água e, cansado, exausto, adormeceu ali mesmo.
O imperador colocou-se ao seu lado, observando e cansado também por ter capinado, adormeceu.
No dia seguinte, acordou com aquele homem que ele havia socorrido, de pé diante dele. Ele olhou para o homem.
- Imperador, o senhor deve me perdoar.
- Perdoar de que, homem? O que foi que você me fez para eu lhe perdoar? Você estava ferido, eu lhe socorri.
- Pois então imperador, até então eu o via como um grande inimigo, dos piores, porque durante a guerra... Eu resido aqui perto, um pouco além do seu império, o seu exército dizimou a minha família, tomou as minhas terras, matou o meu irmão e eu jurei vingança. Ontem, quando eu vi que o senhor vinha para cá, eu me preparei para assassiná-lo, porque eu havia jurado vingança. E me coloquei num determinado lugar esperando que Vossa Majestade se retirasse daqui. E como o senhor não saía, acabei entrando em desespero e saí em busca do senhor. Os seus soldados me viram, me reconheceram, me agrediram e o resto de historia o senhor já conhece. Então o senhor precisa me perdoar!
O imperador chocado, olhou para o homem e disse:
- Sim, você está perdoado! Mas além disso, vou lhe devolver as terras, já que não posso lhe devolver o seu irmão e, vou lhe dar uma condição de vida um pouco melhor.
Tudo resolvido, o imperador levou o homem para os soldados, instruiu todos como agir, e ele retornou para se despedir do eremita.
- Meu amigo eremita, eu vou me retirar porque até agora o senhor não me deu as respostas as minhas perguntas.
- Mas Vossa Majestade já teve as respostas.
- Já tive?
- Já. Ontem quando o senhor, tomou a enxada e trabalhou capinando para mim, o senhor evitou ser assassinado. Aquele foi o melhor momento! Logo em seguida, o homem entrou ferido. Ele foi a pessoa mais importante e o maior objetivo era ajudá-lo, cuidando das feridas, alimentando, higienizando... Então Vossa Majestade deve reconhecer que o melhor momento, é agora! A pessoa mais importante é aquela que está diante de nós e o melhor objetivo é fazer o bem a ela.
- Você está certo meu velho. É isso! Você me deu as respostas.
- Não, Vossa Majestade já as teve mas não fui eu que as dei...
Vamos em paz então meus irmãos.
O melhor momento é agora.
A pessoa mais importante é aquela que está ao nosso lado.
E o melhor objetivo é ajudá-la.
Que Deus nos abençoe.
Psicofonia recebida no Nept em 29/06/2011
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