Mensagem

"Não permita que aquilo que você chama de amor se transforme em obsessão.
Amor é liberdade.
Amor é vida.
Jamais prisão ou limitação."

Militão Pacheco

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Racismo




Um tema que sempre gera discussões e controvérsias é o que debate sobre as questões raciais, geralmente por conta de questões interpretativas de textos extraídos de vários setores da literatura mundial, afinal de contas as pessoas tendem a gerar em temas deste tipo algumas exaltações devidas ao temperamento de cada um nas discussões, seja em textos, seja em entrevistas ao vivo ou qualquer outro recurso de embate que possa ser utilizado, como imagens, por exemplo.

Todos sabemos que não há nada melhor do que a congregação de almas em afinidades recíprocas, independentemente da cor da pele, da origem étnica ou questões relevantes ligadas às raças humanas.

Em verdade, a inadequação da divisão de raças se deve fundamentalmente às questões de orgulho, que envolvem não só o ponto de vista biológico, que seria o indicador de diferenças do ponto de vista divisional, mas particularmente a ignorância que permite a todos nós imaginar que, pelo fato de termos determinadas características nos tornem melhores do que outras pessoas que tenham outras características divergentes das nossas.

A simples imagem de uma civilização que não apresente evolução tecnológica facilita que nós imaginemos que se trate de seres humanos inferiores àqueles que já têm condições materiais melhores, o que absolutamente não corresponde à verdade do ponto de vista de qualidades morais e mesmo de condições intelectuais para os Espíritos nesta civilização encarnados.

É interessante notar, em primeiro lugar, que se analisarmos fundamentalmente as raças branca e negra, constitucionalmente, isto é, na formação orgânica dos seres humanos destas duas raças, poderemos observar que a raça negra tem uma formação física mais preparada para enfrentar as dificuldades de uma região geográfica inóspita, para a qual o povo do norte europeu, de pele branca, olhos claros, cabelo claro, não tem preparo adequado geneticamente para enfrentar com tanta facilidade. O nórdico não precisa enfrentar o sol a pino e as altas temperaturas tropicais e, naturalmente, não precisa de pigmentação epidérmica para isso. São questões de adaptação orgânica e não questões de evolução espiritual, o que não faz, de modo algum, uma raça melhor do que a outra. Mostra, apenas e claramente, a adequação dos corpos para enfrentar dificuldades em determinadas regiões do Planeta em clara adaptação genética para determinada finalidade.

As variações genéticas são sempre marcadas por mutações nas quais as Entidades Espirituais buscam o aprimoramento para a adaptação e sobrevivência sobre a superfície planetária, nada além disso.

Justamente por esta razão, por não haver outra finalidade que não seja a sobrevivência, para que se possa manter a Vida Humana sobre a Terra é que as Entidades Espirituais, sob os cuidados de Servidores do Cristo, aprimoram sua genética para estabelecer propriedades adaptativas que permitam maior resistência no enfrentamento e na luta para o aprimoramento espiritual.

O objetivo maior é o aprimoramento espiritual, sempre.

Mas a Terra é habitada por grupos de Espíritos que podem ter sido criados no próprio Planeta e outros que migraram para cá, trazido por força das circunstâncias decorrentes do desenvolvimento ético, moral e intelectual de cada grupo, permeando a possibilidade de que esses Espíritos "extra-terrestres", provavelmente a maioria de nós, trouxessem para os povos "primitivos" (este o verdadeiro sentido da palavra, pois são seres humanos originários da Terra e não primitivos no sentido de inferiores) o conhecimento adquirido em outras esferas onde o tivessem conquistado.

A Universalidade do Amor de Deus se expressa em todos os detalhes e este é apenas um: a permanente possibilidade de trocas entre os seres humanos originários de diversas partes do Universo concretiza, por assim dizer, a possibilidade de doação, no aprendizado do Amor Divino.

Assim, o aparentemente degredado de um Planeta vivencia sua experiência de Amor levando o que tenha conquistado para aqueles que estejam em fases iniciais de conquistas.

Infelizmente, o orgulho e a vaidade, pareados com o egoísmo, criam barreiras absurdas que levam pessoas a acreditar, sem qualquer possibilidade de compreensão, que sejam melhores que outras, pelo fato de terem determinadas características físicas, por terem formado uma civilização mais avançada em termos tecnológicos ou por conta da eventual riqueza adquirida na formação desta civilização, esquecidos de que esta riqueza é recurso para o aprimoramento que o Senhor da Vinha nos fornece a título de empréstimo, justamente para possibilitar a evolução humana. Nada além disso.

Assim, em busca de soluções para problemas regionais, enfrentando os obstáculos naturais, as barreiras da Natureza que a Terra impõe, as civilizações vêm produzindo guerras, escravizações e tormentos para elas mesmas, que só tendem a aprisionar transitoriamente tais criaturas (nós) por mais tempo nesta nossa amada esfera, o Planeta Terra.

O Espírito procede de Deus. É criado por vontade d'Ele e carrega consigo o gérmen de Amor que deve propagar em sua imortal existência, das mais variadas maneiras. A troca de conhecimento entre Espíritos é uma das manifestações de Seu Amor Infinito.

Os corpos humanos, na Terra, como certamente em outros Planetas, são os veículos para a manifestação da inteligência humana em seu aprendizado progressivo universal em busca da perfectibilidade.

Estes corpos são a expressão da necessidade do Espírito em determinada fase de sua evolução e não são o próprio Espírito em si. Isto é um fato consolidado em nosso estudo.

Cada Espírito está em uma condição peculiar, particular e única de estado evolutivo, diferente de qualquer outro Espírito.

Grupos de Espíritos têm ligações entre si por questões de afinidades morais, éticas e intelectuais, havendo algum grau de distanciamento quando não há as afinidades inerentes que permitam o intercâmbio natural de trocas, graças às diferenças que existem.

Quanto maior a similitude de forma de pensar entre nós, maior a aproximação que guardamos uns com os outros.

As expressões culturais, as diferenças de hábitos, os costumes de civilizações, as divergências religiosas, as posturas éticas, os ideais de trabalho, os propósitos de estudo, as ligações afetivas, tudo, enfim, que gere algum grau de semelhança ou de divergência, aproxima ou afasta seres humanos entre si.

Assim, no povoamento planetário, muitos agrupamentos espirituais, vindos de vários recantos do Universo, não só de um agrupamento espiritual, constituíram os variados povos, os variados costumes, as diferentes filosofias, as múltiplas expressões religiosas, que criaram verdadeiras civilizações muito distintas umas das outras, todas envolvidas em primeira instância com o próprio desenvolvimento e, em segunda instância, com o necessário aprendizado do Amor Universal, na condução do compartilhamento das reservas naturais da Terra, nos espaços ocupados nela, na passagem recíproca do conhecimento previamente adquirido, na gestão das emoções amadurecidas que são compartilhadas entre si.

Todos estes agrupamentos, vindos como estrangeiros para a Terra, foram acolhidos pelo Governador Planetário, o Cristo-Jesus, por toda a equipe de Espíritos responsáveis pela ordem e evolução de Gaia que são amparados pelo Mestre Nazareno, se misturaram com os nativos da Terra, para reconquistar o que não haviam desenvolvido: o Amor.

Assim, temos observado nesta fase evolutiva da Nossa Morada no Universo, todo o engendramento de construção de oportunidades para que o Amor se propague indefinidamente, mas sendo obliterado pelo orgulho por conta de ilusões alimentadas pela cor da pele, pelo aparente nível intelectual, por questões de cunho religioso ou qualquer outro modelo de pensamento que dificulta o exercício dele, o Amor.

Kardec expressou em vários momentos esclarecimentos sobre essas aparentes diferenças que constituem a humanidade terrena, deixando claro a importância do Espírito sobre a matéria.

Observe como ele cita, em texto da Revista Espírita, as questões ligadas justamente sobre essa necessária troca que deve haver entre os mais experientes e os menos experientes seres humanos:

"As raças são também perfectíveis pelo corpo, mas isso não é senão pelo cruzamento com as raças mais aperfeiçoadas, que lhes trazem novos elementos que as enxertam, por assim dizer, os germes de novos órgãos. Esse cruzamento se faz pelas emigrações, pelas guerras, e pelas conquistas. Sob esse aspecto, há raças, como famílias, que se abastardam que não se misturam com sangues diversos. Então, não se pode dizer que isso seja a raça primitiva pura, porque sem cruzamento essa raça será sempre a mesma, seu estado de inferioridade relacionado à sua natureza; ela degenerará em lugar de progredir, e é o que a conduz ao desaparecimento num tempo dado."

Observe atentamente o texto acima e veja como ele, o codificador da Doutrina Espírita, estimulado pelo Espírito da Verdade, intuído por Ele, coloca francamente a necessidade de troca entre raças, de miscigenação racial, para que aconteça a evolução do Espírito.

Kardec, como Jesus, não poderia defender absurdos, como a pureza racial ou o separação de raças, pois coloca o Amor acima de todas as questões materiais. A matéria é passageira e o Amor é eterno. A carne é o médium do Espírito em seu processo de evolução, nada além disso, portanto, as aparências das raças não expressariam a realidade da Vida, do Amor de Jesus e tampouco a mensagem do Espiritismo.

Quem imagine Kardec racista, não estudou ou não entendeu Kardec. Não entendeu Jesus, pois o Espiritismo é a palavra de Jesus, nada além disso.

Ainda há que se considerar muitas outras questões a respeito do tema, como os níveis de evolução de cada ser humano, em detalhes. Mas deixaremos estes pontos para estudos do futuro.

Todos estamos aqui, na Terra, para aprender. A amar.

Militão Pacheco.

psicografia recebida em 14 de fevereiro de 1992.

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