Mensagem

"Não permita que aquilo que você chama de amor se transforme em obsessão.
Amor é liberdade.
Amor é vida.
Jamais prisão ou limitação."

Militão Pacheco

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Inveja





Se há algo que inspire algum tipo de indignação por parte da própria espécie humana, é inveja. Certamente, quem perceba alguém com esse tipo de reação vibra negativamente e reage com algum grau de indignação, pois é realmente uma indisposição que inspira cuidados para com quem a demonstre declaradamente.

Embora seja algo tão antigo quanto a existência do ser humano, é uma forma de expressão que demonstra claramente a inferioridade presente na essência primária de um ser egoísta e capaz de dirigir pensamentos, palavras e atitudes contra o alvo escolhido para suas intolerâncias íntimas.

Nos três níveis, o projetor da inveja sofre profundamente, mas muitas vezes sem perceber que sofre.

No primeiro nível, do pensamento, contido em seu próprio mundo interior, o invejoso faz um périplo de projeções que aprofundam suas emoções a nível tormentoso e desnecessário, de tal modo que tudo o que irradia em torno de si, atrai circunstâncias progressivamente mais problemáticas para ele ou para ela mesma. Corrói seu íntimo com pensamentos circulantes que o congelam em posição de esterilidade evidentemente improdutiva, de tal modo que suas experiências passam sem que perceba, por conta do foco de sua lamentação por não ter o que têm os demais. Algumas vezes, a pessoa não tem condição de interferir construtivamente na própria vida pessoal, familiar, profissional ou religiosa, uma vez mergulhado nas aspirações de ter o que têm outros ou, mesmo, de ser o que são os outros.

O segundo estágio, que permite expressar seus pensamentos, a pessoa se expõe, algumas vezes intencionalmente, outras sem perceber o que faz, por conta do envolvimento profundo que tem com as emoções geradas pelas aspirações indevidas da inveja descontrolada. É uma situação delicada que não só gera as vibrações destrutivas para a sua própria vida, como já citado, mas também afasta as pessoas que percebem sua situação pelas declarações explicitadas pela verbalização ingênua e pueril.

O último deles é o cartão postal da criminalização das emoções, aja vista a desproporcionalidade de atitudes quanto às suas aspirações, por conta de que toma atitudes evidentemente desonestas para assumir e apropriar-se do que não é seu, por agir de modo a caluniar, difamar, roubar, desapropriar, mentir, roubar, enfim, criminalizar-se em decorrência de suas aspirações inferiores decorrentes da inveja.

Em todos os níveis temos os potenciais para esta criminalização do indivíduo, mas este último afetiva e materializa tal potencial, gerando dores e sofrimentos para os alvos da inveja e para quem conviva com o portador de tal atrofia do amor e hipertrofia do egoísmo.

Dizem que a inveja, por si mesma, sem ação direta, pelos pensamentos do invejoso, tem potencial para desequilibrar. Isso só se transforma em realidade se quem estiver na mira da inveja efetivamente se incomodar com ela, pois estará entrando em plena sintonia com vibrações destrutivas que gerarão reais problemas para si mesmo ou si mesma.

Na realidade o problema da inveja deve permanecer apenas com o invejoso. Não se incomode com ela, a inveja e tampouco com quem a gere, o invejoso ou a invejosa. Não absorva suas emanações mentais equivocadas. Se é que isso é uma verdade, pois temos observado muitas vezes que criaturas humanas acabam por se perturbar por conta própria, sem que exista uma causa real para isso. A imaginação termina por lhe causar problemas e desestabilizando sua vida.

A recomendação, se somos alvos da inveja, é simples: não devemos "nem mesmo perceber que somos"!

Presenciamos inúmeros casos de violência provocados por este mal humano, que é implacável em determinadas situações, chegando a tirar a vida, tendo uma cruel justificativa como pano de fundo, declarada nas injustiças sociais, que absolutamente não consegue justificar qualquer expressão criminosa da criatura humana.

Precisamos recordar que a inveja não é uma expressão humana que se vincule unicamente às questões de cunho material, isto é, o homem não inveja outro homem apenas por conta do que ele tenha de bens materiais, mas por tudo o que outro possa "possuir" e que não "pertença" ao primeiro, ao invejoso.

Há um dito popular que afirma que podemos "morrer de inveja". De certo modo, isso pode ser verdadeiro, já que quem sinta inveja se envenena com pensamentos e vibrações densas, obscuras, equivocadas e termina por impregnar as próprias células com tais venenos da alma. Morrer de inveja, portanto, pode ser um fato, tanto por isso, como pela exposição à qual o doente se exponha.

Conhecimento, afeto, bondade, caridade, beleza física, fraternidade, honestidade e tantas conquistas humanas também são alvos da inveja.

Quem, na Terra, seja portador de qualquer virtude, é francamente alvo de inveja, em maior ou menos grau. É de admirar como missionários providos de virtudes doam-se ao Planeta, mesmo plenamente cientes dos riscos que correm em decorrência das dificuldades que este desdobramento do egoísmo gera para as vidas humanas. Aliás, não fosse por eles, emissários do Cristo, que se desdobram para exemplificar-nos em nossas necessidades mais infelizes, não teríamos referências elevadas paras mudar o nível de consciência para um patamar acima deste no qual muitos seres humanos ainda patinam, por conta da inconsciência real da qual são portadores.

Felizmente temos o Evangelho do Cristo para direcionar nossas Vidas. Jesus foi o maior de todos os alvos da inveja, da cobiça, da maledicência, da maldade, do ciúme sobre a Terra em todos os tempos. Sabia disso quando encarnou entre nós e mesmo assim veio trazer sua mensagem de Amor Eterno pela humanidade, seu testemunho de absoluto desprendimento pelas criaturas humanas, que somos suas ovelhas, pelas quais zela com absoluta dedicação, como um Pastor que somente deseja que nos elevemos.

A nós, espíritas, é designado o compromisso de mudar efetivamente nosso modo de pensar, de falar e de agir, diante das circunstâncias que possamos precisar enfrentar em nossas Vidas. Mas, acima de tudo, precisamos da educação mental que nos liberte do egoísmo,criador de tantas dificuldades para nós mesmos e para a humanidade.

Os sinais de que somos responsáveis, minimamente, pelas exemplificações diante das nossas famílias, dos nossos colegas, dos nossos amigos e da sociedade, são tantos que não há como deixar de pensar em mudanças interiores.

Diante do invejoso é indicada a compaixão e o bom exemplo, para que ele ou ela reflita em sua própria disposição íntima e se modifique diante das circunstâncias e das próprias experiências, para retomar o caminho para o qual foi criado, que é o caminho que nos leva para a Luz, para o Amor, para Jesus e para o Criador.

Militão Pacheco

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