Mensagem

"Não permita que aquilo que você chama de amor se transforme em obsessão.
Amor é liberdade.
Amor é vida.
Jamais prisão ou limitação."

Militão Pacheco

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Vingança




O relacionamento interpessoal gera uma série de conquistas, em função do aprendizado do respeito e da fraternidade, e de dificuldades entre as pessoas, em decorrência fundamentalmente do egoísmo que ainda paira nos corações de modo amplo.

No segundo grupo citado observamos que existe algo bem definido quando um dos lados, ou ambos, se sente ofendido ou tenha efetivamente sido ofendido, que limita profundamente a existência humana em postura equivocada, que é a falta de perdão, muitas vezes tão enraizada na memória que conduz a criatura a gerar dentro de si postura paranoica, delirante e má em busca de possibilidades de cobrança do equívoco cometido ou não pela outra parte envolvida no episódio.

Tomando mais apropriadamente o foco daquele que realmente seja alguém que apenas se sinta o ofendido, observamos os conflitos interiores que produz em seu campo mental, carregando consigo matrizes agressivas que se irradiam em todas as direções e encontram pares mentais que se aproximam para alimentar tais conflitos que buscam a chamada justiça, que é praticada pelas próprias mãos, em pensamentos incontidos, em palavras descabidas desferidas a esmo e em gestos agressivos, algumas vezes criadores de crimes.

Mesmo que o ofendido não tenha sido ofendido, sente-se como tal e leva consigo a carga vibratória coerente com tal sensação. Mentaliza aquele que o teria ferido de modo relativamente contínuo, carregando-o consigo por onde trilhe, faça o que fizer e em todas as circunstâncias.

Parece evidente que esta postura gera um processo inicial de auto-obsessão que se propaga para a obsessão propriamente dita, a partir do momento no qual encontre reforço de inteligências exteriores que se compatibilizam com os ideais menores que o primeiro alimenta em seu íntimo.

Cresce progressivamente dentro da mente do ofendido o desejo de levar a justiça a termo, de se vingar pela ofensa que realmente não fora cometida, a não ser dentro de si mesmo.

Este tipo de processo acontece com relativa frequência em relacionamentos dos mais variados tipos, como relacionamentos profissionais, amorosos, entre colegas de estudo, entre familiares próximos ou distantes, entre conhecidos, vizinhos, desconhecidos e casos furtivos entre as pessoas em qualquer época da história da humanidade.

É absolutamente comum dentro de Centros Espíritas, por conta das obsessões que as pessoas já carregam consigo dificuldades de base, mantidas fundamentalmente pelo orgulho e pela vaidade, que dão aos médiuns a ideia de que têm condição de praticar uma série de atitudes mediúnicas em qualquer lugar, mesmo que desrespeitem as regras eventualmente criadas em cada Casa pelo grupo que a dirija.

Por exemplo, um médium inicia a frequência em um Centro Espírita e, em algum momento, começa a implantar um comportamento discreta, parcial ou totalmente avesso àquele que a Instituição tenha como rotina para os trabalhos habituais. Por exemplo, um médium "de cura" que ao aplicar passes, trabalho para o qual tenha sido convidado, resolva passar a "fazer orientações mediúnicas na sala de passes", como se isso fosse realmente correto e seu direito, em função da sua "condição mediúnica privilegiada". Nota-se, claramente, envolvimento com orgulho e vaidade. No momento que algum dos dirigentes do Centro Espírita coloque a impropriedade de suas atitudes, o médium descompassa seus pensamentos por se sentir ofendido, graças ao seu melindre mais que exaltado e se afasta da Casa, mas munido de uma mágoa intransigente que o carrega para um envolvimento espiritual progressivamente mais profundo quanto mais se permita alimentar a mágoa que se permitiu sentir quando foi chamado atenção no tal episodio.

A partir daí, desferirá imagens mentais desnecessárias para a Casa Espírita que o havia acolhido e dado a oportunidade de estudo, trabalho e aprendizado. Poderá ter em mente a pessoa que o tenha abordado e para esta pessoa mentalizará o foco adoecido de sua mágoa, de sua raiva, de seu desejo de justiça com as próprias mãos, de sua vingança, enfim. Desta maneira, cada vez que tenha uma oportunidade, seja ao encontrar alguém, seja ao discursar em outro lugar, seja ao escrever em alguma publicação, irá, em sua crueldade, exacerbar suas potencialidades equivocadas e citar "as verdades" sobre o sujeito de sua vingança.

Infelizmente este exemplo é comum e real e não apenas em uma Casa, mas em todas elas, sem qualquer exceção. Mas a mente concentrada neste tipo de postura, que se pode abstrair para qualquer outra circunstância da Vida, cria campo mental que banha seus neurônios de toxinas invisíveis e que passam a produzir substâncias equivalentes em termos vibracionais e, paulatinamente, graças a isso, vão se deteriorando, tirando do médium a ferramenta mais importante para sua própria recuperação de nível de consciência, de lucidez, para conduzi-lo a um ganho lentamente elevado de danos orgânicos e espirituais, de tal modo, que tais dificuldades serão impressas até mesmo na carga genética que irá impregnar em uma ou mais das próximas encarnações, com registros perispirituais que só se desfarão com as experiências repetitivas para o exercício da prática do perdão, do aprendizado de servir ao próximo e da humildade diante da Vida.

Na mesma vida em que iniciou tal processo, estará mais sujeito às doenças mentais, às demências que impossibilitam uma vida considerada normal para todos nós, além de carregar consigo os germens de outras doenças, tais como o câncer, por exemplo.

A maior vítima da vingança é o próprio vingador, que cega a si próprio, e se faz surdo para a realidade e se conduz à loucura por conta de uma obsessão criada por ele mesmo.

Cuidemos de perdoar qualquer ofensa, por maior que seja a razão que julguemos ter em qualquer situação. Esta é a chave para a Paz Interior.

Militão Pacheco.

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