Mensagem

"Não permita que aquilo que você chama de amor se transforme em obsessão.
Amor é liberdade.
Amor é vida.
Jamais prisão ou limitação."

Militão Pacheco

sábado, 16 de julho de 2011

Não basta um!




Evidente que as pessoas são beneficiadas com a aplicação do passe, já que ele harmoniza não só o corpo físico, mas o corpo espiritual e os pensamentos quando ele é aplicado.

Muito se tem recomendado para as pessoas, mesmo aquelas que têm dificuldades em aceitar o Espiritismo, para que recebam um passe por semana, justamente no intuito de auxiliar no equilíbrio geral, tão necessário para enfrentar as dificuldades ordinárias, ou comuns, da Vida.

Mas é sempre bom recordar uma expressão popular: "uma andorinha, não faz verão". Esta frase contém, na verdade, uma sabedoria que se encaixa muito bem nesta situação, aja vista a expectativa que eventualmente pode ser despertada para essas pessoas que recebem o passe, particularmente quem não conheça minimamente o Espiritismo, como se ele fosse algo para resolver um todo improvável de ser solucionado, por conta de que o passe solitário funciona como mecanismo auxiliar de terapia energética e espírita, mas não como diretriz definitiva para resolver todos os problemas das pessoas.

Ele, o passe, mesmo para os espiritistas mais acostumados a recebê-lo com frequência habitual, não é sabidamente o mais importante recurso terapêutico, mas um dos recursos dos fundamentos espíritas que os médiuns e os centros espíritas têm para a assistência de quem necessite dela.

É um dos pontos, por assim dizer, cardeais, nas diretrizes do Espiritismo, mas sozinho não permitirá que tudo se solucione para quem quer que seja, embora, em muitas ocasiões possamos ter assistidos verdadeiros "milagres" na aplicação de apenas um passe em determinado médium que o estivesse recebendo.

Esses "milagres" são as oportunidades que muitos têm para o "chamamento" para a realidade, quer dizer, para despertar para o reconhecimento de que há uma força maior, de que não está só, por conta do término de uma prova a que estava submetido até então.

Entretanto, é preciso ter em mente que o passe é terapia solitária que não tem condição habitual para penetrar nos recessos da mente para impregnar novos ideais e novas disposições que levem à elaboração de uma transformação real e conduza para uma nova expectativa da experiência reencarnatória, permitindo alcançar a sonhada paz que todos aspiram.

O passe alivia a dor, muitas vezes cura suas causas, permeia o equilíbrio psíquico, promove o bem-estar, fortalece para a Vida, asserena a mente conturbada, ajuda na harmonização do lar, ampara em muitas ocasiões em que é necessário definir algo, enfim, é uma ferramenta preciosa para o tratamento espiritual.

Mas não é tudo. Não é somente através dele que se tem todo o necessário, apesar de sua importância fundamental. Ele não é recurso transformador, é recurso amenizador apenas.

É importante ressaltar a necessidade de que o médium, o paciente, que se submeta à terapêutica de passes, que ele deve se interessar pela Doutrina, precisa conhecê-la, aprofundar-se para ter conhecimento, mergulhando no Evangelho do Cristo-Jesus de tal modo que compreenda as questões fundamentais para sua própria transformação, recolhendo recursos para auto-conhecimento, auto-correção, amor-próprio, desapego material, respeito para com a Vida, para com o próximo, lei de causa e efeito e tudo aquilo que o Espiritismo pode fornecer verdadeiramente para a cura real de seus males.

Há quem diga que não se pode transformar o passe num hábito mecânico e até mesmo quem propague a não recomendação do passe sem qualquer razão, apenas por tomar. Chegam a divulgar que só deveria tomar o passe quem precisa. Mas, pode-se perguntar: "quem não precisa?".

Entretanto, em reflexão não tão profunda, percebe-se que o passe pode ser a porta de entrada para o Espiritismo, o meio pelo qual a pessoa pode se interessar em conhecer a Doutrina, mais e melhor, se for o caso.

Mesmo para pessoas de outras religiões ou sem religião definida, o passe pode ser, por causar alívio e conforto, o melhor dos caminhos para amparar quem sofra e não pode ser colocado à conta de um artifício desnecessário da mesma maneira que não pode ser encarado como um mágico recurso de cura fantasiosa.

Deve ser propagado o recurso terapêutico do passe para quem precise de mais um mecanismo para harmonização, sempre. Mas também deve ser divulgado que o passe não é tão extraordinário que exima o paciente de maiores responsabilidades para consigo mesmo e que é altamente recomendável busque o conhecimento doutrinário para sua própria luz e entendimento, a fim de encontrar o caminho para a Verdade e a Luz.

Não podemos estipular número de passes a serem aplicados para ninguém, pois somente com o tempo e com os esforços do próprio paciente no sentido de encontrar os próprios recursos que o equilibrem e ocasionalmente o levem à cura, este poderá dizer se a transferência de energias podem ser dispensada de seu processo terapêutico através de médiuns pela imposição das mãos, sempre com a supervisão dos responsáveis pelos trabalhos do centro espírita que prescreva o tratamento.

Já lemos textos que dizem que um determinado número de passes é o suficiente para resolver problemas de qualquer ordem, mas temos sistematicamente discordado desta proposição, pois, assim como na medicina, na psicologia, enfim, nas questões humanas de toda ordem, quanto á saúde, cada um tem suas necessidades e a aplicação de passes não é diferente.

Assim, recomendamos o passe para todos, por período indeterminado, sempre que possível e necessário, mas com a ressalva já disposta: "uma andorinha, não faz verão"...

Militão Pacheco

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