Mensagem

"Não permita que aquilo que você chama de amor se transforme em obsessão.
Amor é liberdade.
Amor é vida.
Jamais prisão ou limitação."

Militão Pacheco

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Carmas alheios





A sensibilidade humana é uma característica bastante curiosa quando se trata de avaliar o sofrimento dos outros.

Costumam as pessoas avaliar a dor dos outros e desenvolver no pensamento uma piedade inconsistente quando diante de pessoas que em verdade têm pouco a ver com a própria realidade usual.

Não que as pessoas que sofrem não sejam dignas de compaixão: pelo contrário! São, sim, dignas de compaixão.

Mas acontece que muitas vezes se tem a oportunidade de desenvolver este tipo de sensibilidade por pessoas que estão bem próximas, mas isso não acontece.

Ao contrário, é bem comum observar que quem mantenha convívio bem próximo não receba qualquer traço de compaixão.

Mesmo tendo algum familiar uma enorme carga de dor, a pessoa é tida a conta de cínica ou fingida.

Há uma referência de que deveríamos endurecer o relacionamento com os parentes mais próximos, para impedir que abusem da liberdade e se acomodem com as situações.

Há uma indisposição natural para com os doentes da família, que podem passar a ser verdadeiros obstáculos para o livre trânsito dos demais.

Entretanto esquecem os intolerantes que aqueles que estão mais próximos são verdadeiramente o produto de suas vidas anteriores e é exatamente com eles que precisam desenvolver a compaixão e não para com aqueles mais distantes, não só do núcleo familiar como do convívio habitual.

É preciso desenvolver a compaixão dentro do lar.

Dentro de casa.

Na vida familiar.

Para com os pais, com os filhos, com os irmãos, com os pares dos irmãos, com os sobrinhos, enfim, com quem esteja aí, ao seu lado.

E compaixão leva sistematicamente ao perdão.

Pois todos cometem falhas, sem exceção.

Ter compaixão de quem não conhecemos pode até ser um erro, já que as aparências iludem. E muito, muitas vezes.

Mas quem está aí ao seu lado, tem menor chance de lhe enganar.

Você já sabe quem é.

Sabe que não pode esperar mais do que a pessoa consegue oferecer.

Afinal, cada um dá apenas o que tem.

Cumpra com seu carma: este que está aí ao seu lado.

Os outros, ajude sempre que possível, mas sem abandonar o seu, que lhe diz respeito e que você precisa cumprir para seu próprio desenvolvimento e evolução.


Ângelo Lúcio

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