Mensagem

"Não permita que aquilo que você chama de amor se transforme em obsessão.
Amor é liberdade.
Amor é vida.
Jamais prisão ou limitação."

Militão Pacheco

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Falar ou não falar?





Mentir é pecado!

Bem, pelo menos é assim que se acredita ainda que funciona, pois há uma intensa impregnação de “pecados” na vida.

As crenças atávicas, carregadas por gerações, motivam os seres humanos a corrigirem suas posturas. Era a forma que se tinha para coibir as tendências que faziam e fazem parte da chamada “natureza humana”.

Pecado é, na essência, errar o alvo, fugir do objetivo que traz benefícios.

Pecado não é um atentado contra Deus. É cometer erros diante dos outros, diante da própria consciência.

É gerar uma sombra para a si mesmo, algo que irá acompanhar o “pecador” até que ele possa corrigir o erro e retomar a paz de espírito necessária para uma Vida produtiva.

Mas algumas vezes é preciso “pecar”!

E a omissão é o pecado efetivamente necessário para se preservar algo.

A mentira pode ser o recurso para se preservar toda uma estrutura.

Mas, mentir não é “pecado”?

Não, mentir é um equívoco.

Entretanto, mais uma vez, precisamos abalizar a questão da intenção.

Quando se mente ou se omite para preservar uma vida, uma relação, para se ganhar algum tempo, até que a informação correta possa ser colocada, a intenção pode ser nobre e produtiva.

Ainda assim, haverá alguma conseqüência em função da omissão ou da mentira praticada.

Sempre há resultado não positivo em função delas, da mentira ou da omissão, pois as duas são erros de objetivo.

Adequado é poder expressar aquilo que parece correto.

Mas nem sempre a situação permite que se despeje sobre as circunstâncias o que parece autêntico.

Nem sempre as pessoas estão habilitadas para ouvir, ver ou sentir objetivamente os fatos.

Muitas vezes é preciso florear, dar a volta, aliviar, enfeitar, parafrasear o que efetivamente esteja a acontecer.

Então dispor o que parece ser “verdade” requer cuidados, pois o problema não é ela, a “verdade”, são as pessoas que ainda não têm preparação para enfrentá-la.

Ganha-se um tempo, as coisas são colocadas de modo sutil, cautelosamente, sem efetivamente mentir, e no momento oportuno retira-se o véu que encobria a situação, clareando todo o quadro.

A Vida é assim: precisa que se desenvolva técnicas para bem-viver. Ninguém é dono da “verdade”.

Portanto, arvorar-se o direito de disparar a “verdade” por todos os cantos é dar-se a capacidade de ser dono dela. E ninguém é!

E ainda, por mais que se tenha certeza de qualquer coisa, é preciso muita cautela para se falar sobre tal convicção. Particularmente quando é provável que se gere comprometimento de muitas Vidas na experiência da Vida.



Ângelo Lúcio.

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