Mensagem

"Não permita que aquilo que você chama de amor se transforme em obsessão.
Amor é liberdade.
Amor é vida.
Jamais prisão ou limitação."

Militão Pacheco

sábado, 27 de outubro de 2012

Trabalhos Missionários




- Eu realmente não sei o que fazer! Às vezes fico horas pensando e não chego a conclusão alguma. Já fiz teste vocacional e não adiantou, pois continuo na dúvida.

- É, escolha de profissão é uma situação séria. Nem sempre se vem para a vida sabendo o que se deve fazer.

- Então, tem gente, tem colegas meus que já sabiam o que fazer desde pequenos. Por que essa diferença?

- Cada pessoa antes de encarnar tem seu projeto, suas necessidades, suas pequenas missões e, às vezes, a missão particular é justamente definir uma área da vida para a qual se dedicar. Assim, alguns já vêm para a vida com a situação definida, o que é mais comum em algumas profissões, que têm caráter missionário, do ponto de vista social, como é o caso dos médicos e dos professores.

- Então, ser médico é uma missão?

- Sem dúvida! E professor também! Veja a importância, do ponto de vista social, pessoal, familiar, educacional e ético que essas duas profissões têm! Ambas são vitais para a sociedade como um todo. Guardam posições que encaminham e mantém a vida!

- É verdade! Não tinha pensado nisso, mas você tem razão! Ser médico é uma responsabilidade muito grande! E ser professor talvez ainda mais!

- Sim, cada uma delas tem suas particularidades, mas pode-se dizer que o professor é o médico que educa para a vida e que o médico é o professor que ensina a cuidar da saúde.

- E as outras profissões? Não são missionárias?

- Devemos entender as questões ligadas a essa palavra. Missionário dá a impressão de que existe uma importância ligada a algo divino, como algumas religiões inclusive utilizam o termo para definir pessoas ligadas a multidões. E não está errado, mas no caso das profissões, é preciso ressaltar que se trata de uma questão mais ligada às necessidades sociais da vida na Terra. O próprio Kardec faz uma citação com relação à medicina, quando fala dos médicos médiuns, na Revista Espírita de outubro de 1867 – veja já há quanto tempo – que eles, os médicos, vêm como Espíritos que trabalham para a humanidade e não para servir a interesses egoístas individuais. Ora, essa frase do Mestre de Lion serve claramente como diretriz para fundamentar a compreensão de que se trata de uma profissão missionária.

- Mas o médico não ganha para isso? Se é uma missão, ele não deveria servir gratuitamente à humanidade?

- Não. Mais uma vez vamos evocar Kardec, no mesmo texto. Ele diz ‘A medicina é uma das carreiras sociais que se abraça para dela fazer uma profissão, e a ciência médica só se adquire a título oneroso, por um trabalho assíduo, por vezes penoso. O saber do médico é, pois, uma conquista pessoal. Nada há, pois, de repreensível em que continue a dela viver.’

- Certo. Então não é errado receber para o exercício da medicina, mesmo considerando ela ser uma profissão missionária. Bacana! Bom ouvir essas coisas, talvez me ajude a decidir por alguma coisa a fazer.

- É, entretanto, é importante reforçar para você o conceito da palavra ‘missionário’. Não há uma compreensão religiosa neste contexto. Não se aplica, neste caso, o entendimento que se dá quando se fala de um missionário como Allan Kardec, como Bezerra de Menezes, como Eurípedes Barsanulfo, como Madre Tereza de Calcutá e tantos outros que vieram à Terra para cumprir uma missão muito específica ligada à caridade, à fraternidade, ao amor ao próximo, para exemplificar aquilo que Jesus deixou como diretriz para todos nós.

- Eu entendo. Médicos e Professores têm uma pequena missão. Posso dizer assim?

- Depende. Há médicos, como há professores, que vêm para a Vida com uma enorme missão: deixar um legado. Há outros que têm um compromisso de cunho mais pessoal, com uma população de pessoas com as quais guardam vínculos do passado, no intuíto de reencaminhá-los, já que, de algum modo são responsáveis pelos eventuais problemas que enfrentam no presente. Não necessariamente por tudo o que sofrem, mas por alguma parcela de suas limitações, tanto no campo do aprender como no campo da saúde.

- Entendo... Acho que não me expressei corretamente.

- De uma forma mais singela, você usou uma expressão correta. Há, sim, uma espécie de responsabilidades mais simples, como há as mais complexas, como citei antes. De qualquer forma, toda profissão que é ligada de alguma forma às questões sociais, tem sua responsabilidade missionária. Isso faz compreender que todas têm sua enorme importância diante de todos nós. O que se pode dizer é que nessas duas, em particular, há uma ligação mais intensa com duas áreas importantes para a humanidade: a saúde e a educação, vitais para o desenvolvimento da criatura inteligente na Terra.

- É, eu ia perguntar, mesmo! E as outras profissões? Mas você, de certa forma já respondeu! Legal! Então todas as profissões são importantes! Não há nenhuma que não seja?

- Todo trabalho honesto é fundamental para o ser humano. A Lei do Trabalho, encontrada no Livro dos Espíritos diz que o Trabalho é uma lei da Natureza, como resultado da natureza material do homem, como expiação e recurso para exercitar a inteligência do homem. Sua natureza – do trabalho – é relativa à natureza das necessidades que tem a humanidade. Mesmo o homem que seja portador de grandes bens materiais, não está isento do trabalho, pois tem obrigação de se tornar útil na proporção dos meios que possui, de aperfeiçoar sua inteligência ou a dos outros, o que também é um trabalho. Todas as profissões estão ligadas à necessidade de evolução da humanidade e todo trabalho honesto também.

- Bom, eu ainda não sei o que vou fazer. Mas, depois de escutar tudo isso, já sei o que ‘não vou fazer’.

- E o que você ‘não vai fazer’?

- Ficar parado. Vou buscar algo que me faça bem e que seja útil para o máximo de pessoas que eu possa alcançar.

- E não esqueça: quanto mais se dá importância para o trabalho, maior o valor que ele representa para nós e para a humanidade.

- Valeu!

- Estejamos com o Bem!


Psicografia recebida no NEPT em 26 de outubro de 2012

Militão Pacheco

Nenhum comentário: