Mensagem

"Não permita que aquilo que você chama de amor se transforme em obsessão.
Amor é liberdade.
Amor é vida.
Jamais prisão ou limitação."

Militão Pacheco

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Descontrole Afetivo




Quando se fala de afeto, imediatamente o pensamento se dirige para algo construtivo e positivo mas nem sempre é assim, infelizmente.

Por conta da necessidade que a criatura humana tem do prazer, evoluem suas necessidades de tal modo que busca o afastamento da dor e do sofrimento, olvidando as parcerias de modo a priorizar as próprias buscas em torno justamente do prazer.

Afeto deixa de ser, então algo que se procure oferecer, em detrimento da compreensão da necessidade de um ser amado, para ser algo que se procure receber, graças às necessidades inclusive orgânicas, por conta da liberação de hormônios ligados às sensações de saciedade e prazer.

Interessante notar como esta questão da busca pela afetividade tem sido uma tônica na atualidade, envolvendo particularmente a juventude, que esquece o próprio futuro para centrar no presente, saciando o prazer imediato, mesmo que não seja com a presença física de alguém para que lhe doe afeto, mas muitas vezes através de imagens ou vídeos que permitam à imaginação fluir por sensações fugidias e confundidas com o afeto na verdade inexistente no momento.

O ser humano ingênuo, pueril, preso às próprias necessidades apenas precisa receber, ter, ser prioridade e não doar, fazer e dar prioridade. Por isso, neste caso, faz-se mister um círculo vicioso de necessidades superficiais que dêem a satisfação para o momento, gerando um vazio frustante após o término da sensação do prazer, que certamente é muito rápida e imediatamente depois deixa o indivíduo em alerta, necessitando de nova dose de satisfação.

É uma sede interminável, viciosa, permissiva, descontrolada, que leva o ser humano a sugar as energias, a atenção e muitas vezes os bens materiais daqueles que o cerquem, que façam parte de sua vida em todos os contextos.

É nisso que reside a base da viciação no álcool, nas drogas, nos jogos, no sexo e no poder crescente, representado este pela insaciedade de ter. Ter e não ser. Possuir bens perecíveis e não os eternos ligados ao amor, à compreensão da vida eterna e à universalidade que nos cerca.

Este é o princípio do parasitismo espiritual, tão comum na Terra, infortunadamente.

Os fundamentos para a liberdade destes processos estão discriminados na tábua de salvação do Evangelho Segundo o Espiritismo, nos princípios da Moral Cristã, independente de fenômenos de qualquer espécie a não ser, ou seja excluindo, a transformação efetiva de cada pessoa na busca da verdadeira satisfação que leva ao aprimoramento para o Bem, para o Amor, para a União de Todos os Corações.

Este é o verdadeiro milagre para a Vida: transformar-se para o Bem efetivamente. Não há qualquer outro tão importante quanto este!

Compreendendo a palavra do Senhor Jesus Cristo pode a criatura humana ser portadora de Suas Verdades Eternas e levar consigo os princípios de progressão e maturidade espiritual, facultando então o desprendimento de necessidades pueris, deixando de se preocupar em receber, para dedicar-se a doar. Doar, servir e amar.

Esta é a grandeza real de espírito que todos precisam aspirar a ter para não mais ter descontrole afetivo e cobrar de quem quer que seja o que quer que seja, mas controlar a afetividade, controlar as emoções e tornar-se mais um ser sereno, adquirida a Paz Interior, reflexo da maturidade espiritual que mostra internamente a origem e o destino de cada um, isto é, a eternidade, que pouco tem a ver com a experiência na matéria, exceto a necessidade real de lida com ela, sem se tornar escravo dela.

Amar é doar-se para toda a humanidade.


Alva Luzia

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