Mensagem

"Não permita que aquilo que você chama de amor se transforme em obsessão.
Amor é liberdade.
Amor é vida.
Jamais prisão ou limitação."

Militão Pacheco

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Evangelho Segundo o Espiritismo





“Podem dividir-se em cinco partes as matérias nos Evangelhos: os atos comuns da vida do Cristo; os milagres; as predições; as palavras que foram tomadas pela Igreja para fundamento de seus dogmas; e o ensino moral. As quatro primeiras têm sido objeto de controvérsias: a última porém, conservou-se constantemente inatacável. Diante desse código divino, a própria incredulidade se curva. É terreno onde todos os cultos podem reunir-se, estandarte sobre o qual podem todos colocar-se, quaisquer que sejam suas crenças, porquanto jamais constituiu matéria das disputas religiosas, que sempre e por toda parte se originam das questões dogmáticas. Aliás, se discutissem, nele teriam as seitas encontrado a sua própria condenação, visto que, na maioria, elas se agarram mais à parte mística do que à parte moral, que exige de cada um a reforma de si mesmo.”

Não há como contestar as palavras dos preâmbulos do Evangelho que estão compiladas acima. Tudo muito claro, muito direto, objetivo, sem desgastes desnecessários. Tudo ajustado para nossa compreensão.

Para quem ainda tenha dúvidas sobre a principal razão para a Doutrina Espírita, basta ler Kardec para entender de modo rápido e conciso que é a reforma de si mesmo, expressão que tem sido substituída por reforma íntima e que algumas pessoas têm declarado tratar-se de algo ultrapassado, em desuso, mas que, na verdade, nada tem de desatualizada e merece toda nossa atenção mediante as necessidades evolutivas de todos.

É natural que busquemos a Doutrina Espírita para o socorro dos problemas pois, afinal de contas, a mediunidade, recurso de permanente intercâmbio entre as duas esferas da Vida Eterna, cumpre seu papel aliviando as dores e curando as moléstias tanto do corpo como da alma humana.

Mas deveríamos questionar se esta é, de fato, a principal razão para que a mediunidade exista conosco desde tempos imemoriais, pois afinal de contas ela vem sendo utilizada como ferramenta para recuperar muitas almas perdidas em dores e perturbações insondáveis de modo absolutamente natura, e, mesmo assim, cultuada como algo de extraordinário, como algo mágico que faria parte de um mundo paralelo, gerando imagens e aspirações indevidas e ligadas a uma mística que somente mantém a característica dos nossos ancestrais, ainda ligados à ignorância sobre a realidade da Vida como um todo.

Mediunidade é recurso natural, do qual todos podem usufruir. A questão não é realmente poder usufruir, mas como se faz isso, quer dizer, qual uso se faz dela, pois o mal uso leva a resultados com efeitos colaterais indesejáveis. Sempre.

Doutrina Espírita é recurso natural, da qual todos podem usufruir. A questão não é realmente poder usufruir, mas o que se espera dela, quer dizer, transformar a Doutrina Espírita em oráculo é subestimar seus potenciais, assim como fazer dela um ponto de assistência médica, sem qualquer outro recurso de cunho moral.

Ambos são ricos mananciais de renovação perene para quem queira se aproximar com o fundamental objetivo de transformação interior e, em paralelo, pode ser beneficiado através dos demais recursos que podem amparar em determinados aspectos particulares. Mas estes aspectos não são o foco mais importante da Doutrina e sim auxiliares para amparo, alívio para as dificuldades, motivação para a transformação.

O Espírita precisa compreender que o mais importante no Espiritismo não é o fenômeno mediúnico e sim a "reforma de si mesmo", como nos chama atenção o mestre lionês.


Albino Teixeira

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